ESCREVER DÓI - PRECISANDO DE UMA TRÉGUA
Quem me acompanha deve ter percebido, estou escrevendo menos e publicando menos desde minha chegada dessa última viagem, feita pelos Estados Unidos, de 23/12/2023 até 21/01/2024. Voltei cansado e estou neste estado até hoje, ainda em recuperação. Não consegui colocar meus escritos em dia. Na verdade, tenho escrito e lido pouco, pois parece existir um acúmulo de tarefas para serem feitas aqui junto de mim. Vou postergando, adiando tudo e assim o acúmulo é grande. Tenho tentado, mas pouco conseguido de resultados.Passo por um momento de transição. Primeiro com o Mafuá, o original, o lá da quadra 1 da Gustavo Maciel nos seus extertores. Sofro pelo seu fim, mesmo com todo sofrimento ali passado, com tantas enchentes. Evidente, para mim, trouxe muito mais alegrias que tristezas. Lá ainda se encontram algo a ser resgatado e o principal dele, meu parceiro nestes últimos 13 anos, meu cão Charles. Tenho um contrato de compromisso de venda do local e ainda não o levei adiante pelo simples fato de não ter sabido como manter junto de mim o Charles. Enquanto não resolver isso, não vendo nada. Vou resolver e isso me martiriza. Tenho já consolidado o Mafuá 2, um pequeno apartamento bem perto de onde moro, uma quitinete, que está linda com tudo o que consegui ali reunir. Não tenho como deixar o Charles lá, seria muita solidão para quem vive vendo o mundo do portão e com extenso quintal para correr.
O que me trava neste momento não é só isso. Com o retorno, acho que estes dias de viagem numa pauleira sem tréguas, cansei. A cabeça está pedindo um tempo e tento ir resolvendo tudo o que me acomete, mas aos poucos. Sem pressa. Meu quarto de trabalho anda bagunçado, como minha cabeça. Estava precisando de um tempo. É isso. Uma trégua. Creio que, até o último dia deste mês, estarei encolvido nessa recuperação. Não dá para dar um breque em tudo, pois o Carnaval está se aproximando e o bloco do Bauru Sem Tomate é Mixto, onde estou desde sua criação, precida de mim. Também não tenho me doado por inteiro, mas lá estou e estarei sempre. Tenho também as tarefas domésticas, essas em rebuliço e se renovando a cada dia. E meus envolvimentos profissionais, meu trabalho e o que faço para ganhar a vida. Ainda vendo minhas chancelas, tenho feito bottons por encomensa e escrito algo pela aí.
Creio que, até o final deste janeiro estarei ainda no estaleito, mas em franca recuperação. Tem gente que reclama e consegue sentar numa cadeira na beira da calçada de sua casa e ver a vida correr devagar. Não tenho conseguido, nem quero isso para mim, pois criei um corre, com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo e agora, neste momento, tudo converge e me complica a movimentação. Resolverei, mas sem pressa. Estipulei um prazo e quero cumprí-lo.
Eu sei que os fatos não esperam, pois tudo continua acontecendo na mesma velocidade de sempre. Eu é que não estou conseguindo acompanhar tudo a contento. E tem tanta barbaridade ocorrendo pela aí, principalmente aqui na aldeia onde nasci e vivo, Bauru, mas até isso estou comentando de soslaio, sem grandes aprofundamentos. Em fevereiro, volto com tudo. Faltam poucos dias. Até lá tudo continuará de improviso. É isso...
Me aguardem. Voltarei recarregado. Até lá, cá estarei, aos trancos e barrancos.
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