quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

COMENDO PELAS BEIRADAS (140)


PEGANDO TREM NA MOYNIHAN TRAIN, A PRINCIPAL ESTAÇÃO TREM DE NEW YORK ATÉ WASHINGTON, 4H PELA VIA FÉRREA, MUITA NEVE DO LADO DE FORA
Enfim um trem. Havíamos até agora circulado muito de metrô. Compramos um passe, é uma bita experiência. Nova York é uma verdadeiro labirinto em seu subterrâneo. Existe uma outra cidade debaixo de onde pisamos. No Metrô, até você decorar os vários sentidos e rotas, entender o sentido da cidade, uddown e dowtown, já está na hora de retornar. São muitas linhas, umas sobrepostas a outras. Verdadeira loucura para um iniciante, novato. Até erramos pouco, pois Ana, pela sua experiência na cidade, décadas atrás, ainda tem tudo mentalizado e juntos navegamos. Estranhei a sujeira, mas a eficiência é total. Mesmo quando os vagões mais vazios, horários fora do pico ou noturnoas, tudo tranquilo. As escadas de acesso assustam, mas ao se acostumar, daí por diante sigo em frente, sem olhar muito para o chão e sigo em frente. Gosto do metrô e tudo o que nele encontro e vejo, principalmente as pessoas. Ana não me deixa se aproximar muito delas, principalmente os mais perdidos, vagando sem eira nem beira. Queria muito, mas como tenho pífio inglês, sei tudo seria muito complicado. Fico na minha, só na observação. Por aqui, muitos latinos e com estes, me entendo sem maiores problemas. 

Hoje a viagem foi diferente. Amanheceu nevando muito em Nova York e o inverno começa a mostrar sua verdadeira face. Quatro anos atrás, viemos final de janeiro e fomos até o meio de fevereiro e foi muito pior. A intenção é a de conhecer Washington, a capital e escolhemos o melhor meio, principalmente para o dia de hoje, de trem. Depois soubemos, muitos vôos foram cancelados e adiados devido a neve. Pelo trem, tudo tranquilo, eu no quentinho olhando pela janela o bfranco dominando o cenário lá fora. Eu tenho sangue ferroviário, pois pai e avô o foram. Defendo este modal como o mais viável no transporte coletivo de massa. Foi lamentável em todos os aspectos o ocorrido no país, quando o modal rodoviário ajuda a enterrar o transporte de passageiros no Brasil. Aqui tudo funciona como um reloginho, no horário e com serviço impecável. A estação central de Nova York é um assombro, perto da que tivemos e temos. Tudo funciona e junto dela quase um shopping, lojas e muitos restaurantes. Escolhemos um irlandês e a todo instante, num telão, algo da história da imigração irlandesa nos EUA, marcante e decisiva na história do país. Uma sala de espera com telões, onde só perde o trem quem é muito descuidado.

Embarcamos com dez minutos de atraso, sem lugar reservado, mas tudo normal. Viemos com uma mala de mão e ela foi colocada na parte superior, junto de nós. Sento e aprecio a paisagem o tempo todo, absorto pelo que vejo do lado de fora. Fico muito atento nas instalações e em tudo o que se refere aos trilhos. Tudo funciona e pelo que já tivemos no Brasil, o estágio atual deveria estar no mesmo patamar. Dá um treco dentro da gente em comparar e ver como foi possível tanta destruição. Um serviço de bordo, com o funcionário de lugar em lugar conferindo as passagens e um restaurante como já o tivemos. Andei pelos carros férreos, senti o clima e me voltou à mente dos tempos quando circulava entre nossas cidades de trem. Cheguei anos atrás a ir e voltar do trabalho em Jaú de trem. Uma chegada em outra estação, quatro horas de viagem, Washington e outro local para impressionar. Uma bela estação e bela estrutura física. Era por volta de 16h30, a cidade começava a escurecer e fomos nos alimentar antes de mais nada. Várias opções e até um mercado junto do terminal. No uber outra surpresa, pegamos como motorista uma africana, de um país novo, ao lado da Etiópia, a Eritreia. Ela, muito falante, nos conta a história de seu país na viagem e, é claro, fala de nosso futebol. "Eu sofria quando o Brasil perdia, torci muito por Ronaldo e cheguei a jogar futebol por causa dele, isso tudoi antes de vir para cá, dez anos atrás". Chegamos ao hotel com tudo escuro. Ainda fizemos um reconhecimento na região, para amanhã bem cedo cair de boca nos museus, aqui todos gratuitos e nos vários memoriais. Um dia e meio de garimpagem e depois, novamente o trem de volta para Nova York, nossa despedida dos EUA.
OBS.: Queria escrever muito mais sobre minha experiência com os trens daqui, mas o tempo urge. Turista voa...

EU ESTOU NA TERRA DE JACK LONDON E ADORARIA ESCREVER COMO ELE...
Ele foi o lobo do mar, o lobo das selvas, o lobo da estepe. Foi o Lobo do lobo do homem. Ele foi London, Jack London, o timão, o mastro, o lastro - e, é claro, o leme - que conduziu o romance de aventuras por mares nunca dantes navegados, por novas trilhas, por outros trilhos. Jack London nasceu miseravelmente pobre em 12 de janeiro de 1876, em San Francisco, Califórnia. Foi pirata de ostras antes dos 10 anos, foi mão de obra infantil barata 12 horas por dia numa fábrica têxtil , foi Tom Sawyer e Huck Finn juntos - e fugiu da casa, virando o santo padroeiro dos estradeiros, o pai espiritual de outro Jack, o Kerouac. E então, quando só tinha angariado dor e desespero, London descobriu a escrita. Narrando suas aventuras e desventuras entre vagões e vagabundos, da corrida do ouro no Alaska às paradisíacas ilhas dos Mares do Sul, Jack tornou-se um escritor seminal, uma celebridade, um best-seller, um jornalista combativo, um militante socialista, um globe trotter, um palestrante incendiário, um “líder” popular - e nunca mais parou de escrever, para a sorte de seus leitores de então e de sempre. Por isso a #umabuena de hoje é: leia Jack London, hoje, ontem e amanhã.

obs.: Quem gosta de trens, gosta de JAck London e a absorvente aventura de sua vida.

enquanto isso em Bauru
A "CULTURA" EM BAURU NA ADMINISTRAÇÃO SUÉLLEN É UMA VERGONHA
Nenhuma novidade. Ela e seu sectário, ops, digo secretário de Cultura estão de mãos dadas no desmonte cultural bauruense. Perversos até a medula. Renegam a Cultura para debaixo do tapete. Começo do ano tenebroso para a cultura: não destinará recursos para ida à Conferência Estadual, carnaval e LPG ameaçados. O ano promete.
URGENTE: PREFEITA E SEC DE CULTURA foram irresponsávei com a Lei Paulo Gustavo Bauru, e o município corre o sério risco de perder o investimento. A meses a gente vem apontando as diversas IRRESPONSABILIDADES e falta de atenção ao que realmente importa, mas a atual gestão prefere se colocar como INIMIGA DA CULTURA mais uma vez, impedindo a transparência e colocando pra debaixo do tapete esse grande problema.

Desde 22/12 não temos nenhuma notícia da LPG Bauru, nenhuma informação sobre os inscritos, nem sequer o número de inscritos em cada edital.

"Revoltante essa situação, de lembrar que o secretario tirou sarro dos trabalhadores perguntando se os projetos ja estavam prontos. Um monte de projeto massa sem resposta nenhuma. Essa gestão precisa acabar o quanto antes", Tiago Rosa.
"A secretaria não vai disponibilizar transporte para os delegados irem para a conferência estadual de cultura, que acontecerá amanhã e quinta. Estamos FORA da discussão presencial, porque a secretaria não liberou a verba", Igor Fernandes.

Proposta de manifestação de artistas defronte Teatro Municipal, sede da SMC - Secretaria Municipal de Cultura ou mesmo Palácio das Cerejeiras, sede da Prefeirura Municipal. O descalabro com a Cultura é proposital e não pode continuar.

"Já se faz tarde galera ou vamos prá cima ou o cenário irá se complicar para os artistas. Já sabemos o estilo e as intenções desta gestão. Estamos há muito tempo desde o movimento Silêncio: A Cultura Dorme muito passivos. Ou vai ou racha neste momento", Márcio Pi.

2 comentários:

Jorge C Rodrigues de Freitas disse...

Salve Grande Henrique, acompanhando sua viagem!
ME fez lembrar do meu pai, ele me deu ainda adolescente "Chamado Selvagem" e "Caninos Brancos"... vira e mexe ele citava Jack London.

Forte Abraço

Jorge (Filho do Darcy)

Mafuá do HPA disse...

Jorge querido
Preciso passar buscar em sua casa o livro que seu pai deixou para mim antes de sua partida. VAmos marcar?
Henrique, já em Bauru, terça, 23/01