quarta-feira, 28 de abril de 2010

UMA ALFINETADA (67)
Na semana passada, edição de sábado, 24/04, d'O Alfinete, semanário de Pirajuí, completei 500 textos publicados. Eis o meu texto para a edição redonda, com algo bem polêmico, ao estilo de tudo o que combato como condenável na política brasileira:

Vejam só. Edição 580 d'O Alfinete e nele sai publicado meu texto 500. Isso mesmo, acabo de completar quinhentos. Um luxo, não? Sinto-me honrado pela longevidade e confiança depositada em minha pessoa. Algo que começou lá atrás com o sempre amigo Marcelo Pavanato, depois a Fátima, o Pedro, o Américo e agora o Alex. É isso, continuo nas paradas até me dizerem que meus textos não mais interessam. Hoje mesmo, para comemorar o número redondo, venho com uma polêmica, algo sobre a expulsão de um militante petista, feita pelos membros de seu partido. Tento colocar o assunto em pratos limpos por aqui.

Cássio Cardozo de mello Filho, o Cururu é um velho conhecido. Atuou em Bauru como dirigente cultural na Oficina Cultural, ligada ao governo paulista. Militava nos quadros tucanos e ao ser deletado por esses, voltando para sua Pirajuí, acabou encaixando-se nas hostes petistas, da qual sai nesse momento (não sem antes espernear), motivado por uma esquisita expulsão do partido. O caso repercute regionalmente. Cada lado deve dar suas explicações para entendermos melhor o imbróglio.

Pelo que conheço do Cássio e de sua esposa, a também batalhadora (a causa indígena está sempre na pauta do dia deles), Rejane, promovem uma luta diária, incessante e desbravadora contra preconceitos e falta de espaço na mídia. Não vivencio o que acontece no dia-a-dia de Pirajuí, mas quando li algo sobre essa expulsão logo me veio a mente algo ocorrido aqui em Bauru quansdo há seis anos atrás, por divergir em gênero, número e grau da atuação da manager do PT na cidade (do qual era filiado e militante), a hoje vice-prefeita Estela Almagro, sai na campanha eleitoral ostentando uma camiseta, a "Sou PT voto Tuga". Afrontei o partido, sei disso, mas o fiz para expor os problemas locais, intermináveis e que já haviam gerado até boletins policiais em plantões policiais.

Na sequência, num longo processo de expulsão, pulei fora antes de sua conclusão. Por fim, ele acabou não dando em nada para os demais indiciados (sic), segui a vida e hoje, ao tentar voltar, percebo ter impedimentos naturais. Algo assim como alguém a comandar o partido com punhos de aço e a impedir e criar obstáculos. Do caso de Pirajuí e do meu uma semelhança, pois o partido regionalmente está sob o tacão da mesma pessoa, antes e depois, talvez ad eternum. Cássio me envia seus recuros, todos muito bem justificados e me diz da forma desprezível como foi comunicado da expulsão. Leio estarrecido e acredito ser necessário uma explicação, cartas na mesa, sem receios, de ambas as partes, pois do contrário, ficando o dito pelo não dito, quem perde é a legenda, o nome do partido. Pessoas vão e voltam. Somos nós, os militantes, o diferencial deste partido, o único a conviver com facções, posições antagônias, até divergentes, mas todas convergindo, como se fosse um funil para a causa maior, que nesse momento é a eleição da Dilma presidente.

Nossas diferenças estão aí, expostas, como feridas, sangrando, latejantes. Fazemos isso de forma natural, mas quando passa dos limites, algo precisa ser feito. Cadê a legitimidade da expulsão? Comprovem isso e o assunto será encerrado. Do contrário, o juris esperniendi continuará sendo feito. Tanto em Pirajuí, como aqui. Cássio e Rejane merecem respeito. Eu idem, pois mesmo fora do partido, continuei como uma rés desgarrada, atuando pelas brechas, beiradas, na defesa do governo Lula, do "PT do bem" e das causas sociais. Novidades nesse caso, de ambos as partes serão bem vindas para esclarecer tudo. Aguardemos.

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