sábado, 10 de dezembro de 2011

MEUS TEXTOS NO BOM DIA (153, 154 e 155)*
*com esse texto atinjo a marca de 1500 textos publicados no blog, de 2007 até hoje (ufa!, onde vair parar isso tudo).

UMA ELEIÇÃO DO BALACOBACO – publicado BOM DIA BAURU edição 26/11/2011
Eleições no Brasil precisam ser analisadas sob uma ótica mais do que especial. Especialíssima, diria. Nela, embutido o tal do espírito democrático de nosso sistema. Em quase todas, elementos a demonstrar a capacidade inventiva de driblar o seu preceito maior, o de que tudo deve ocorrer sem que forças ocultas sejam movimentadas para favorecer a vitória desse ou daquele grupo de interesses. Bonita no papel, na prática nossas eleições são uma Casa da Mãe Joana, com uma consentida permissividade de ocorrências totalmente fora do permitido pela legislação eleitoral vigente. Fatos e ocorrências comprovam isso. Aqui em Bauru o mais recente foi algo ocorrido para escolha das conselheiras no novo mandato do Conselho da Condição Feminina de Bauru. Sempre tranqüila, com representantes participando pelo bem da causa, numa doação de tempo e sapiência, podia ser considerado um primor dentro de tantos outros na esfera municipal. Algo de muito estranho no ar, muito além de todos os aviões de carreira imagináveis formou-se quando do pleito desse ano. Num dos poucos com eleição direta da comunidade, uma movimentação externa com a chegada de carros e mais carros trazendo eleitores, votação em massa, gente de um sindicato atuando como fiscais, clima de guerra instalado e colinhas sendo distribuídas para eleitores que nem ao certo sabiam no que estavam votando. Saíram de cena abnegadas conselheiras e adentram o campo de jogo outras com a real intenção de transformar o Conselho num local onde predomine a política partidária, mais que isso, usando a própria Casa dos Conselhos como QG para sua atuação. Vejo muitos Conselhos nem mais querendo fazer por lá suas reuniões, um perigo para uma eleição maior a se aproximar. Quando vejo gente querendo fazer uso de algo aqui para se beneficiar ali na frente e já começando pelo lado pior do que a política possui, pressinto dias nebulosos. Repugnante em todos os sentidos e conhecer o nome de todos os envolvidos é algo primordial para não errarmos nosso voto em outros pleitos.

“SOLUCIONÁTICA” PARA A “PROBLEMÁTICA” NO DAE – publicado BOM DIA BAURU edição 03/12/2011
Muito se fala sobre o DAE - Departamento de Água e Esgoto de Bauru e não quero ser mais um a chover no molhado. Vou direto ao cerne do problema. O DAE possui solução, é muito viável, sempre foi e continuará sendo. Querendo salvá-lo é a coisa mais fácil desse mundo, basta querer. Explico. Eleições no Brasil se ganham com alianças e o loteamento é inevitável. Nefasto e pernicioso, na maioria dos casos. Aqui em Bauru no loteamento feito, o DAE ficou com o PR – Partido da República, um partido inexpressivo e sem quadros até para assumir um mero cargo de fiscal de quarteirão (me desculpem esses, pois sei o quanto fazem), quanto mais uma autarquia com a importância e atravessando um momento onde muitos querem vê-la de joelhos para o Governo do Estado. Descobriram um nome (ufa!), Fábio Lara e torço por ele. O problema dentro da autarquia se chama administração e indo um pouco mais adiante, local hoje quase todo loteado de gente ocupando cargos de confiança, sem qualquer tipo de qualificação para lá estarem. Todos ganhando muito e nada fazendo para dignificar, no mínimo, o salário regiamente pago. Vereadores e até a vice-prefeita possuem muita gente enfiada lá dentro e disso não abrem mão. Junto a tudo isso existe ainda uma parcela dos funcionários de carreira que já foram cooptados pela idéia de que o melhor seria a privatização. Um grupo se apresenta mais forte que o presidente. Faltam técnicos, sobram apadrinhados. Verdadeiro balaio de gato. Isso tudo precisa ser desmantelado pelo bem do DAE e da cidade de Bauru. Só assim ele será salvo e reencaminhado, devolvido para Bauru. E para isso ocorrer, o novo administrador precisa ter carta branca para reverter tudo, fazer uma limpeza generalizada, quase um começar de novo. Na Itália com a saída de Berlusconi isso quase aconteceu, o novo premiê bem que tentou conseguir compor um novo governo só de notáveis. Ficou na vontade e aqui ele será apenas mais um se não tiver a coragem suficiente para reverter a “problemática” criada. Outra solução não existe. Veremos se Lara quer entrar para a história como o que trouxe a “solucionática” ou veio encher lingüiça. Aguardemos.

MAIS UM FILHO NO MUNDO – publicado BOM DIA BAURU edição 10/12/2011
Dizem que homem não pode parir. Discordo e tento explicar o inexplicável. Primeiro porque sempre ouvi dizer por aí que as dores provocadas por pedras no rim são por deveras semelhantes. Dessas eu conheço e como doem. Mas o parir que escrevinho é de outra formatação, um parir alegre como o das mulheres (será isso mesmo?), uma dor e apreensão precedidas depois de benesses e contentamento. Passo por isso nesses dias. Já plantei várias árvores, tenho um filho maravilhoso, estou feliz com o coração e estou lançando nesses dias o meu primeiro livro, o “Reginópolis – Sua História”, em parceria com o famoso jornalista Fausto Bergocce. Ele, reginopolense de quatro costados desenhou sua cidade em 250 divinais aquarelas e eu, escrevinhei sobre tudo e todos daquela cidade. Trabalho lindo de memória oral, resgate pessoal de histórias, ouvindo as pessoas e juntando um bocadinho aqui, outro ali até embolar tudo no texto final. O resultado é esse parir, estalado ontem em Reginópolis e na próxima terça, 13/12 ocorrerá aqui em Bauru, 20h no Templo Bar. Foram mais de um ano e meio nas indas e vindas até a vizinha cidade (70 km), numa aproximação mais do que apaixonante, pois a proposta principal, entendida desde o início por mim e pelo Fausto era valorizar a cidade num todo, principalmente nos detalhes que passam despercebidos pela maioria. O carroceiro, o varredor de rua, a balconista, o pipoqueiro, a aposentada sentada diante de sua casa merecendo o mesmo destaque do dono do laticínio, do fazendeiro, do desbravador, do padre e do prefeito. Tudo vistoriado pela lente sensível de duas pessoas, trabalho produzido com muita intensidade, com começo, meio e fim. Procuramos inovar, mostrando que o óbvio é algo tão importante quanto o ato administrativo de gabinete. São 120 páginas, propiciadas pela sensibilidade de outro reginopolense, o empresário Washington Cinel, que ao conhecer o projeto encampou tudo e apoiou a iniciativa. É um filho dando seus primeiros passos. Ando mais feliz que pinto no lixo.
OBS.: As três tiras publicadas uma em cada texto são todas do argentino REP, retiradas do www.pagina12.com.ar

4 comentários:

Anônimo disse...

Henrique

Veja essa. Também gostaria muito de apoiar o atual presidente do DAE, que dizem ser uma pessoa competente, ligado à aviação, sucesso na cerreira, essas coisas. Mas já aceita logo de cara o ex-presidente do DAE como conselheiro remunerado da autarquia. O cara saiu, mas na verdade acabou ficando. E dessa forma todos os outros que precisariam sair não sairam e tudo continua igualzinho antes. A estrutura toda que precisaria ser mudada não sofreu mudança alguma. Esperar o que disso? Alguma luz no fim do túnel.

Paulo Lima

Anônimo disse...

HENRIQUE

O DAE NÃO VAI MUDAR ENQUANTO O "P.R." ESTIVER NO COMANDANDO. ESSE PESSOAL QUER SÓ CARGOS. TEM UM MONTE LÁ DENTRO, MAS O DAE SÓ PIORA.

PARABÉNS PELO LIVRO

ALINE

Anônimo disse...

Henrique

Viva a Reginópolis dos mais simples, vida um DAE livre de gente louca para cravar a faca que lhe seria fatal e viva eleições sem gente a querer chegar lá se valendo de desvios.

Seus textos são sempre muito lúcidos e corajosos.

Está faltando gente para fazer isso hoje e sobrando os baba ovos, os puxa-sacos e os que querendo tirar proveito das benesses de se estar ao lado do poder.

Toque o barco, amigão

Rosana

Anônimo disse...

Amigo Henrique,
Em primeiro lugar parabéns pelo belíssimo trabalho (tivemos uma palhinha no programa da TV PREVE), em conjunto com o Fausto e também pelos 1.500 artigos, com certeza pelo menos mais um livro já está pronto. Nesta 2ª feira 12/12, partiremos para Brasília, vamos participar da III Conferência Nacional de Políticas Públicas para Mulheres, cumprir nossa última atividade frente ao Conselho da Condição Feminina. Partimos conscientes da importância desse momento, único, com a previsão de aproximadamente 3.500 mulheres de todas as partes deste Brasil imenso. Fica muito claro que as questões de gênero, a luta pela mulher, aquela que realmente sente suas dores na pele, tem seus brios feridos e suas almas marcadas a ferro literalmente, que carregam os corpos dilacerados por seus companheiros “agressores”, está acima de qualquer fato meramente passageiro. O tempo passa rápido, muito rápido! E citando uma frase de Hipólito da Costa - 1º Jornalista brasileiro, “Quem cabras não tem e cabritos vende, de algum lugar vem?”
Abraço,
Maria Luiza