sábado, 24 de dezembro de 2011

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (43)

CORREGEDORA E PRESIDENTA ENFRENTANDO OS DRAGÕES DA MALDADE - ÓTIMO SINAL
Véspera de Natal a minha Ceia é sui generis, pois trata-se de momento de reflexão. Nesse dia quero ser curto e grosso, estilo vapt-vupt, zás – trás e o faço dando um repassada em dois temas tratados pela mídia local de uma forma um tanto distorcida. Tudo bem que, ao ver um tema sendo tratado, por exemplo, pelo Jornal Nacional da TV Globo com certa reserva, estardalhaço às avessas, eles se preocupando em demasia, entendo como bom sinal. Evidente presságio de que algo de muito bom está a ocorrer em algumas instâncias e a incomodar os graúdos. Nessas duas situações isso fica evidente.

Caso 1: A Corregedora Nacional de Justiça ministra Eliana Calmon pega no pé dos juízes brasileiros que gastam mais do que ganham. Quer enquadrar todos esses e que eles provem a fonte de tanta dinheirama acima de suas possibilidades entre os seus bens. A corajosa Eliana enfrenta dias de fúria não só das Associações dos Magistrados, como de parte significativa da mídia, que vê na sua ação, quebra de sigilos, ou seja, buscam uma forma de desmerecer o trabalho de investigação praticado por sua equipe. Vejo exatamente o contrário. O que essa mulher propõe é um colocar de dedo numa ferida mais do que exposta e que ninguém (mas ninguém mesmo) teve coragem e peito de cutucar. Ela não só cutuca, como quer resolver. Deveria ser louvada, enaltecida em praça pública, mas padece e sofre com retaliações vinda de todos os lados. Só faltou chamá-la de “bruxa velha”. Pois essa bruxa velha merece desse mafuá o título de Mulher do Ano e estampar sua foto por aqui, exatamente no dia de Natal é exatamente para marcá-la como uma daquelas que SOBRARAM diante de tanta iniqüidade. Valeu (e muito) ELIANA CALMON. Sua dignidade dói e fere suscetibilidades mil.

Caso 2: A Argentina de Cristina Kirchner dá demonstrações explícitas de coragem pela tomada de decisões e na execução de medidas saneadoras, principalmente com os grandes grupos econômicos. O papel que move a imprensa argentina agora é algo do interesse público e isso incomoda os que querem fazer do setor um negócio mais do que particular. Por lá, os grupos La Nacion e Clarín faziam e aconteciam no setor. O que o Governo fez foi colocar fim a um monopólio centralizador e driblador de leis, estabelecendo regras claras, com uma distribuição de papel de forma igualitária e com preços iguais para todos. Só isso. O grupo Clarín produz e comercializa vários canais de TV e por assinatura, possui dezenas de empresas como editoras, rádios, produtoras, provedores de internet, telecomunicações, gráficas e isso fere a legislação de monopólio (Lei não foi feita para ser cumprida? Não é essa a máxima?). O que o governo de Cristina faz é aplicar a lei, algo que aqui no Brasil, pelo visto, é ainda impensável, porém mais do que necessário, pois tanto lá como cá, setores influentes da mídia querem abarcar tudo e o desrespeito à lei é algo inerente aos grandões do setor. Não existe como se posicionar contrário ao ocorrido na Argentina. Essa mais uma lição de coragem que o país vizinho aplica nesse avantajado irmão limitrofe. Falta-nos coragem... Certos temas dão choque e quem os enfrenta, esses merecedores de aplausos mil.

Bom Natal e até o Ano Novo mais polêmica por aqui, dia após dia. Sejamos todos mais corajosos em 2012.
OBS.: As duas charges publicadas junto ao post, a do Fausto e do Nicolielo, autorizadas por seus autores, ambos amigos desse mafuento HPA, expressam algo sobre esses festivos dias. A cada semana uma nova deles por aqui.

5 comentários:

Anônimo disse...

As barbas do vizinho

Embora não haja qualquer sinal de que possamos ter por aqui qualquer arremedo de legislação que regule democraticamente as concessões públicas na área de comunicação – as concessões, nada a ver com liberdade de imprensa ou de expressão – o jornal O Globo, hoje, age daquela forma descrita no popular ditado de “colocar as barbas de molho, porque as do vizinho estão em chamas”.

O vizinho, no caso, é o Clarín, um conglomerado semelhante ao que é aqui a Globo, com TV, rádios, jornal, internet, produtoras de filmes e agência de notícias. E que, como a Globo,vicejou à sombra da ditadura, como um cogumelo, para relembrar a expressão usada por Leonel Brizola.

Ano passado, o Congresso argentino aprovou e a presidenta Cristina Kirchner sancionou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, que estabelece regras para o concentradíssimo sistema de rádio e televisão no país. Para entende-lo, é preciso saber que a televisão argentina é, basicamente, a cabo. Só em sete cidades, além de Buenos Aires, onde há cinco canais de TV aberta, há emissoras de recepção livre. A nova lei atacou de frente a concentração da propriedade nos meios de comunicação, estabeleceu parcelas mínimas de conteúdo nacional, de produção das próprias emissoras e de produtoras intedendentes, além de reservar um terço do espectro radioelétrico para organizações sem fins lucrativos.

É esse o fundo da ordem judicial que determinou a intervenção -na Cablevisión, uma das empresas de TV a cabo - que é a TV de 70% dos argentinos. A reação do pessoal grupo obrigou a Justiça a requerer garantias policiais, que não partiram, portanto, do Executivo.

A batalha se dá agora em torno da Papel Prensa SA, uma empresa criada por uma associação entre grupos privados e o Estado argentino. Durante a ditadura, as ações da empresa que pertenciam ao grupo Graiver – logo após a morte de seu líder David Graiver, num mal-explicado acidente de aviação- o controle da empresa foi transferido, por preço irrisório e depois de seus integrantes serem detidos sob acusação de colaborar com os Montoneros – para o Clarín e o La Nacion, unha e carne com o regime militar.

Independente das obscuridades do passado, os dois jornais se beneficiavam hoje de duas vantagens que os demais não tinham. A primeira, compravam grandes quantidades antes de estabelecerem aumentos de preço; a segunda, recompravam seus encalhes quase ao preço de capa, revendendo-os para a empresa, com o fim de reciclagem.

Ontem o Senado argentino aprovou lei determinando que o comércio de papel de jornal é de interesse público. Isso não quis dizer erstatiza-lo, desapropriando a empresa, mas que serão fixados preços únicos para a venda de papel a qualquer empresa pelo mesmo preço e o mesmo para a recompra para reciclagem.

É a isso que chamam de “atentado à liberdade de imprensa”.

Lá, como aqui, os privilégios obtidos com o convívio com o poder – especialmente com o poder autoritário – deixaram torta a boca da mídia. Não é novidade. Aqui, Samuel Wainer foi linchado pela imprensa por ter a Última Hora empréstimos no Banco do Brasil, embora todos – Globo, Diários Associados e até a Tribuna da Imprensa de Carlos Lacerda – os tivessem, e muito maiores.

É por isso que, mesmo com léguas a nos separar do que se passa na Argentina, o Clarín brasileiro reage com tanta violência.

colado do Tijolaço, do deputado brizola Neto, por Pasqual RJ

Anônimo disse...

Guerra no Judiciário: Eliana Calmon X Supremos Senhores da Toga


Acima do Poder Judiciário tem uma coisa que se chama POVO BRASILEIRO.
Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça


Depois das atabalhoadas liminares concedidas no último dia do ano judiciário pelos ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, esvaziando os poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça (veja os posts anteriores), e de ataques desferidos por parte de associações de magistrados, estourou mais uma batalha na guerra instaurada em setembro último, quando a ministra Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça, veio a público e denunciou a infiltração de "bandidos de toga" no Judiciário.

A aguerrida ministra-corregedora vem promovendo nos últimos meses investigações em vários tribunais, o que descontenta semideuses judiciários, que se julgam acima do Bem e do Mal. Além disso, a combativa corregedora tem dado muitas entrevistas, expondo publicamente as entranhas pútridas do mais poderoso, fechado, arcaico, retrógrado, elitista e antidemocrático dos poderes da República.


Pergunta que não quer calar: "Por que foram concedidas liminares contra o CNJ no apagar das luzes do ano judiciário, quando a ministra estava na Bahia?"


O STF teve TRÊS meses para colocar em plenário o julgamento da Adin impetrada pela Associação de Magistrados Brasileiros, que pretende retirar poderes de investigação do CNJ, e não o fez. E no último dia antes do recesso judiciário são concedidas duas liminares que simplesmente suspendem investigações em curso e proíbem que novas sejam abertas.


O Brasil quer saber. Indignadas e Indignados, Injustiçadas e Injustiçados perguntam: Por quê? Por quê?


O ABC! já publicou nos últimos meses mais de 40 posts sobre esta questão. E continua mobilizado. Não tem Natal, não tem Reveillon. Estamos aqui acompanhando as repercussões do entrevero que se instalou entre o Judiciário aristocrático e arrogante e a corajosa ministra e cidadã Eliana Calmon, pedra no sapato da "bandidagem togada" e Orgulho da Magistratura Brasileira.


colado do blog Abra a Boca, Cidadão, um que prega a luta do ABAIXO A DITADURA DO JUDICIÁRIO, reproduzido aqui por Pasqual RJ

Anônimo disse...

Meu irmãozinho Henrique, bom Natal para ti e os seus.

Belo texto o seu de hoje e precisei te escrever algo, que sei você sabe, mas não foram citados no de hoje.

Duas outras pessoas, tão ilibadas quanto a grande dama Eliana Calmon foram igualmente linchadas pelas mesmas pessoas e intituições que hoje pregam fogo indevido. Protógenes, o ex-delegado e hoje deputado e o ainda juiz, dos mais dignos, o De Sanctis.

Não dá para fazer uma alusão a eles e tudo o que acontece hoje? O caso do Clarín na Argentina idem, pois estão fora da lei e assim mesmo, a grande imprensa do Brasil afirma serem eles os inocentes. As coisas estão sendo invertidas.

Você deu nome aos bois e fui ler mais sobre os dois assuntos na internet. Fiquei estarrecido.

Sua linha de fogo é muito boa.

do amigo André Ramos

Anônimo disse...

Essa crise do Judiciário está resvalando para algo muito perigoso, pois com a paralisão das investigações feitas pela CNJ - Corregedoria Nacional de Justiça e solicitadas pelo ministro Lewandowiski, escancaram que algo internamente no setor não vai nada bem das pernas. Essa interferência nas investigações expõe que o Judiciário está querendo, ou até já é um poder a parte de tudo e de todos, com favorecimentos, que não podem e não devem ser questionados. Seriam nossos juízes avessos à transparência? Acredito que não e enquantos os bons pagarem pelos maus, a impressão que fica é essa. Apóio integralmente a investigação proferida por Eliana Calmon, pois é necessária e justa. Quanto ao caso do papel argentino, está também a razão quem aplica a lei e totalmente errado quem a desrespeita e ainda se faz passar por mocinhos, sendo sim, os vilões.

Parabéns.

HILDA GOULART - SP

Mafuá do HPA disse...

amigos novos e antigos

essa carta reproduzida abaixo saiu publicada na tribuna do leitor, do jornal da cidade, edição de ontem e achei por bem colar a mesma aqui, pois penso exatamente igual a missivista.
um abracito do
henrique, direto do mafuá


26/12/2011
Guardiã da democracia
A corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, do Conselho Nacional de Justiça, denunciou a existência no Judiciário brasileiro de magistrados em desvio de função. A expressão que ela utilizou foi “há bandidos de toga na Justiça do País”.

A Advocacia Geral da União, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação de Juízes para Democracia e até o Senado ficaram com a ministra baiana e contrários aos argumentos do ministro do Supremo. A corregedora é a mais alta reserva moral da Justiça desse País. Ela é a guardiã da democracia e, ao exigir transparência nos negócios escusos dos juízes, corre o risco de ficar sozinha, pois mexeu no vespeiro.

Em decisão liminar, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello suspendeu o poder “originário” de investigação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) contra magistrados, determinando que o órgão só pode atuar após as corregedorias locais. Como se pode ver o STF está de plantão para agir como faz o Congresso com seus pares. Resumindo todos farinha do mesmo saco.

De que adianta reclamarmos dos políticos se agora vemos que a corrupção está em todos os poderes? Infelizmente, nada temos a comemorar nesse Natal e muito menos no ano que se inicia.

Izabel Avallone