SÓCRATES FEZ SUA DESPEDIDA DA VIDA NO DIA DO TIMÃO CAMPEÃO – MAIS TRISTE IMPOSSÍVEL
Esse domingo tem coisas boas e uma muito ruim. Pernoitei no hospital, apreensivo com meu pai, mas com ele tudo bem, logo pela manhã recebeu alta e voltamos para casa. A notícia ruim desse domingo foi a que tomei conhecimento quase na hora do almoço com o falecimento do Dr. Sócrates, o craque da bola e da escrita, do pensamento certeiro e preciso. Ainda pela manhã meu sobrinho me convida para ir dar uma espiada na final do primeiro título da Liga Bauruense, num confronto entre Industrial X Bauru 16. Contei a ele uma história e a repito aqui. Cruzei meses atrás com um ex-árbitro do futebol amador de Bauru,
Adélião, estilo autoritário, policial militar, dos mais duros que vi apitar na cidade. Perguntei a ele sobre nosso amador e a resposta veio na exata forma que queria ouvir: “Deixei de ir, perdi o gosto, tá tudo dominado por facções, elas mandam em tudo hoje. Virou um negócio perigoso”. Pelo mesmo motivo, eu que vivi minha adolescência freqüentando campos de bola pela cidade atrás do Arca (meu time do coração até bater as botas), não piso mais nesses campos enquanto quem mandar nos times continuar sendo gente ligada a um lado perigoso e nefasto. E mais, não quero nem saber do resultado, pois pelo que ouvi de outro árbitro, esse na ativa, pressionam eles para fabricarem resultados. Como posso torcer por algo assim?Disse isso a ele e quando fiquei sabendo da morte de Sócrates, lembrei disso e de que nosso último jogador com a cabeça pensante foi-se nessa manhã, devido a uma cirrose, motivada pela
bebericagem indiscriminada. Sócrates fez parte de um dos últimos momentos gloriosos do nosso futebol, a DEMOCRACIA CORINTIANA, a qual, além de fazer parte, comandou. Esteve em outros times, mas foi no Corinthians seu melhor momento. Fora do campo, como um médico voltado para as questões sociais, depois sua atuação no campo do jornalismo como uma cabeça a pensar e agir fora do pensamento único a dominar tudo e todos, continuou sendo peça rara e imprescindível. Seus escritos em Carta Capital precisam virar um livro, seu programa de TV precisa virar um vídeo e parte de sua postura (esqueçam a bebida) seguida com galhardia, pois sabia discernir muito bem o joio do trigo. O oposto do que ocorre no futebol de hoje, onde Democracia (com maiúscula) já não mais existe. Nem eu sei explicar como consigo continuar torcendo desbragadamente pelo Noroeste nas 
atuais condições. Coisa de maluco e isso eu sei que sou. Sócrates sempre o foi, mas esse já se foi.O Brasil inteiro perde. Perde muito, exatamente num momento triste, quando vejo o Ronaldinho, o dito Fenômeno aceitando cargo não remunerado, mas de destaque na organização do mundial de futebol no Brasil, dentro do esquema montado pela CBF. Falaremos muito dele daqui para frente e quase nada da rapinagem promovida por Ricardo Teixeira. Sócrates nunca aceitaria um papel desses. O que aceitaria e só não aceitou, acredito que por causa da doença, foi ter ido ensinar futebol para os cubanos, treinar os meninos de pés descalços. Magistral seu
pronunciamento após o convite: “Se for, quero ganhar igual a um cubano comum”. Estou aqui, tentando matutar sobre quem mais poderia continuar dando continuidade nessa mesma linha de pensamento no futebol atual e só enxergo dois nomes: José Trajano e Juca Kfouri. Quem mais, me ajudem? Cadê nossas peças de reposição?Sou mais noroestino que corintiano e hoje, dia da grande decisão do Brasileirão 2011, quando o Timão está com a mão na Taça e eu, meio lusco fusco, vendo o time
sem aquele conjunto glorioso de outrora, estava meio indiferente. Ao saber da morte de Sócrates, acordei e mesmo contrário ao que o atual presidente trama, almejando já ser até Presidente da CBF (mesma escola do Teixeira), vejo que o campeão não pode ser outro, pois ele esteve na frente na maioria das rodadas e por fim, Sócrates foi um dos grandes a representar essa nação torcedora. Seu enterro será na mesma hora em que o jogo tem início e essa mais uma emoção. 
Vibrarei como bom corintiano pelo meu time, um que já teve em suas fileiras um doutor da bola, mesmo nome de outro craque, um pensador grego da pá virada, também Sócrates. Seremos campeões, porém tristes. É assim que me sinto, muito triste.Obs.: Tem uma música linda do Toquinho feita em sua homenagem, o próprio Sócrates tem um CD gravado com sambas e no Youtube muita coisa dele, falas memoráveis, mas não estou com saco para pesquisar nada. A cirrose que me perdoe, mas hoje tomo uns goles em homenagem ao Dr Sócrates, um que entendia de um botequim como nenhum outro. Para fechar a tampa do caixão e para dirimir dúvidas sobre se estamos ou não em uma Democracia: ouço no rádio que um dirigente (deve ser um Aspone) do atual Corinthians proibe os torcedores de darem entrevista nessa tarde, antes do jogo final e a PM acata. Justo hoje, no dia em que morre o mentor da Democracia Corintiana. Esse nosso Estado Democrático de Direito, de Fato e de Arma em Punho. Sócrates remava no sentido contrário disso tudo.
12 comentários:
HENRIQUE
Não sou corintiano, mas hoje, acho que pelo Sócrates, torcerei pelo seu Corinthians.
Você tem mesmo coragem ao cutucar estuturas falidas e viciadas no futebol bauruense. O outrora amador era contagiante, o de hoje bota medo. Disse tudo.
Melhor manter distância.
Paulo Lima
Sócrates, Doutor, Magrão, o Brasileiro no nome e no sonho de uma nova nação.
Nos acostumamos em não ter mais o Sócrates jogador, tanto tempo se passou desde sua aposentadoria dos gramados, ficamos na lembrança, mas o Sócrates cidadão, este jamais nos acostumaremos ficar sem.
Uma dor como essa, torna-se mais difícil de lidar, devido a escassez de homens como Sócrates, um artista da vida, um ser que era o reflexo do seu tempo que criava ideais, ações, subversão, ousadia, fez de seu maior ídolo Fidel o nome do seu último herdeiro, quando questionado, dizia ser o seu sonho de sociedade para o mundo, e neste mundo de hoje das celebridades, da mediocridade globalizando a exploração, como caímos forte com uma morte dessas, a voz diferenciada calou-se para sempre.
E por mais sincera que possa ser a homenagem no jogo de hoje, Magrão deixou claro em uma das suas últimas falas, esse corinthians de Andrés, de ligações com Teixeiras e Ronaldos da vida, nada tem a ver com ele, era pessoa indesejada no clube, justamente por ver e denunciar tudo o que este sistemas e seus manipuladores fazem para destruir com tudo que há de grandeza nesta nação.
Sócrates, o intelectual como seu antigo xará grego, mas idealista como nossos bons latinos do século 20.
Sócrates, jogador, craque por maestria, quando vejo um jogador de hoje sendo chamado de craque, tenho dúvidas, como cidadão então não vejo nada, mas quando se fala em Sócrates, vejo tudo, homem, doutor, jogador, craque, idealista, cidadão, simplesmente Magrão.
Hasta la victoria siempre, Sócrates, agora camarada de um sonho de um mundo que dorme.
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
Muito embora flamenguista de carteirinha, aprendendo a ser noroestina - sempre do comando femnino - presto minhas homenagens ao doutor sócrates. lembrei de alguns episódios:
http://www.youtube.com/watch?v=BMwylrSw4Zg&feature=related
este no utube e outro do moraes moreira -flamenguinsta mais do que eu - que cantou o galinho de quintino e o só craque doutor de calcanhar na nossa seleção canarinho. o doutor sabe o que valeu a vida dele para milhão de brasileiros. desejo que esteja em paz. ana bia andrade
Viva, Doutor, viva
Desculpem se, de novo, externo emoções pessoais e coloco um título que deve estar sendo usado aos montes por aí.
É que preciso falar, não sei se em nome de uma geração, mas certamente em nome de uns tantos guris que se politizaram em meados dos anos setenta , a quem alguns de nossos “gurus” diziam aquelas baboseiras do tipo “futebol é o ópio do povo”.
Que diabo, a gente adorava futebol, principalmente os que, como eu, jogavam muito mal.
Mas é que o Sócrates, o Doutor Sócrates, acabou com o mito de que não só o futebol era alienante como o de que o jogador de futebol era um alienado.
Aliás, o “Magrão” era o anti-jogador de futebol por essência. Nem grande e parrudo, nem veloz e arisco.
Que diabos, se ele, desengonçado como era, podia ser gracioso com a bola, se podia levá-la à frente tocando-a para trás, com seus passes de calcanhar, se podia reabilitar a barba nos gramados – falhada, é verdade, não a cerrada que proibiram ao Afonsinho, anos antes - se podia fundar a “democracia corintiana” em plena ditadura, porque é que nós, jovens esquerdistas, tpinhamos de nos privar de nosso delicioso ópio esportivo em nome da ideologia?
Nunca mais tive vergonha de saber de cor a escalação do Fluminense de 1970, no velho e bom 4-2-4: Félix, Oliveira, Galhardo, Assis e Marco Antonio, Denílson e Didi, Wilton, Flávio, Samarone e Lula.
O Doutor nos redimiu das culpas.
Com ele, o destino não foi bom nem justo. O Paolo Rossi só pode ter feito um pacto com o diabo naquele 3 a 2 de 1982. E o pênalti de 1986 foi de uma maldade que clama aos céus.
Mas não foi isso, tenho certeza, o que tornou amargo o grande Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, não foi.
Foi perder o entrosamento, como é tão fácil perder, quando a gente não tem mais a energia dos jovens, nem aprendeu ainda a ser sábio como os velhos.
Quando não descobrimos ainda como jogar de fora das quatro linhas.
Quando não descobrimos que é possível ensinar a tocar de calcanhar, mostrando que o que vai para trás pode ser o que nos leva à frente.
Que aquilo que se passou se projeta, em outros corpos, outros pés, outras cabeças, em busca de outros gols.
Viva, Doutor, viva, por favor. Se não por você, por nós, que estamos na torcida.
Precisamos de craques como você.
PS. Escrevi no final da noite de sábado. O dia começa com a notícia da morte de Sócrates, o domingo em que o Corínthians em que ele brilhou é o favorito para ser campeão, embora o valoroso e incrivelmente inesgotável Vasco ainda esteja na briga. Ganhe quem ganhar, hoje é um dia em que nenhum brasileiro que ame o futebol – e não as correrias e trombadas que nos tentam fazer crer que ele é - estará plenamente feliz.
PS2: O ex-presidente Lula, sua mulher, Marisa Letícia, e família acabam de experdir a seguinte nota de pesar:“O Doutor Sócrates foi um craque no campo e um grande amigo. Foi um exemplo de cidadania, inteligência e consciência política, além de seu imenso talento como profissional do futebol. A contribuição generosa de Sócrates para o Corinthians, para o futebol e para a sociedade brasileira jamais será esquecida. Neste momento de tristeza, prestamos solidariedade a esposa, familiares e amigos do Doutor”.
BRIZOLA NETO
amigo Henrique, esse texto eu tirei do site TIJOLAÇO, do deputado que parece está virando ministro do Trabalho nesse momento. ANDRÉ RAMOS
Socrates foi da mesma escola do ex. jogador Afonsinho... cabecas pensantes num meio onde reina a avacalhacao, onde dirigentes, em sua maioria so pensam no dinheiro imediato e poe de lado magia do futebol.Socrates ficou marcado pelos seus toques de calcanhar ...Um recurso pra compensar a dificuldade de girar e passar a bola dependendo da situacao, por causa da sua altura.Muita paz pra ele onde ele estiver. O futebol amador de Bauru ja ta parecendo ao futebol praticado na Colombia na epoca do ex. traficante Escobar e outros, onde eles patrocinavam os seus times preferidos.Por mais que muitos times tem sido penalizados, mesmo assim parece nao servir como exemplo e continuam fazendo arruacas...Ate quando?
Henrique, clica no link e veja na espn o video bonito que fizeram para o Socrates.
http://espn.estadao.com.br/futebol/noticia/229854_VIDEO+SOCRATES+DIZIA+QUE+OBJETIVO+ERA+VIVER+O+PRESENTE+MINHA+AGENDA+TEM+10+SEGUNDOS+BRINCAVA#video
Veja que legal o mestre Trajano falando do doutor.
http://espn.estadao.com.br/josetrajano/post/229951_VIDEOBLOG+CONHECI+POUCAS+PESSOAS+COMO+SOCRATES+IRMAO+E+AMIGO+ATE+O+FIM
Marcos Paulo
Comunismo em Ação
Nos tempos do Futebol Cards, as figurinhas que vinham nos envelopes de chiclete pingue-pongue no final dos anos 70, um desafio para os garotos da minha geração era dizer de memória o nome completo de Sócrates. Muitos só sabiam dizer Sócrates Brasileiro.
A lembrança serve um pouco para dizer que Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira não é só corintiano. O Corinthians está de luto neste domingo em que todo o país, todo o mundo do futebol, tem razão paa chorar.
Há notícias de gente que morre que batem nas pessoas simplesmente assim, como uma notícia. O caso de Sócrates foi diferente neste domingo. Fiquei triste! Realmente triste. Provavelmente não tanto quanto seus amigos mais próximos de quem sou mais amigo, do Juca, do Trajano, do Gustavo, seu filho. Mas realmente sentido.
Sócrates é um símbolo do futebol bem jogado, da geração 82. Também da iniciação política de muitos dos que viveram a adolescência nos anos 80. Mesmo que você só gostasse de futebol e fechasse os olhos para o que acontecia no país, tinha de perguntar por que o Doutor usava uma vistosa caneleira amarela, por cima do meião, no primeiro semestre de 1984. O amarelo era a cor oficial da campanha das Diretas Já e o Magrão estava lá, nos palanques, nas entrevistas, cobrando, discutindo.
Ele não se omitia.
Em campo, foi dele o primeiro gol da campanha do Brasil em 1982, o primeio também da campanha de 1986. Suas pernas já não obedeciam tanto, a ponto de ter ficado quase toda a campanha do título carioca do Flamengo fora do time. Mas, na Copa, Sócrates jogou muito outra vez. No México, mais do que Zico, Falcão e Cerezo, cortado na última hora.
Sócrates era, é e sempre será, Brasileiro.
Mas, hoje, dia de Corinthians x Palmeiras, como no dia em que o time estava preso no trânsito a trinta minutos do início do dérbi e Sócrates mandou todos descerem e seguirem a pé até o Morumbi -- e fez o gol da vitória por 1 x 0 -- hoje o Corinthians pode dar ao Doutor o título importante que faltou em sua passagem pelo Parque São Jorge.
Naquele tempo em que os corintianos não cobravam, nem queriam saber de Libertadores, o sonho era o título brasileiro.
A grande homenagem do Corinthians é fazer de Sócrates campeão... Brasileiro.
Paulo Vinícius Coelho - PVC
"Sócrates Brasileiro e também corintiano", repetia na TV Bandeirantes o narrador Alexandre Santos, a cada vez que o capitão alvinegro mandava a bola às redes. "Olha o gol do Doutor, Chico...", completava o locutor, antes de acionar o repórter Chico de Assis, atrás da meta, que completava: "O chamado golaço!"
Era o programa "Gol, o Grande Momento do Futebol", em sua versão original, motivo de alegria para nós, fanáticos por futebol daquela geração, em tempos pré-internet e pré-TV paga. E Sócrates, que foi brasileiro até no nome, era um dos personagens mais assíduos naquele desfile semanal de pelota no barbante, grandes jogadas, belos gols.
Mas Sócrates não foi importante apenas nos gramados. Ele transcendia o esporte. Era alguém importante para a sociedade, capaz de ajudar a movimentar as massas nos gritos por "Diretas, Já" naquela reta final de ditadura militar no país. Jamais se colocou ao lado dos poderosos, não buscava conveniências.
Sócrates não era exatamente um atleta. Ele foi mais do que isso. Sócrates era cidadão na acepção da palavra. Num país onde há quem sugira que vá embora todo aquele que protesta, reclama, reivindica uma nação melhor, ele escancarava o que é ser realmente brasileiro a cada ato de coragem contra o sistema estabelecido.
O Doutor jamais se aliou ao comando "eterno" da CBF. Não rezava na cartilha da cartolagem. Longe dele a ideia se se aproximar e se afastar, por exemplo, do presidente da Confederação, como fazem certos Edsons e Ronaldos. Dentro de campo ele pode não ter sido melhor do que eles. Mas fora das quatro linhas, foi muito maior.
Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira, um gigante. Seus adeus leva embora mais um pouco do sentimento que restava sobre aquilo que foi um dia a seleção brasileira de futebol. A seleção dos brasileiros, como Sócrates.
Mauro César Pereira
O tempo não para.
Ah, se eu pudesse fazer o tempo estancar.
Ah, seu eu pudesse fazer o Magro voltar.
Ah, se eu pudesse fazer este domingo recomeçar.
Ah, eu que nada posso além de rimar sem criar,
posso mesmo, e apenas, chorar.
Chorar sem parar.
Juca Kfouri
Sócrates planejava jogar golfe - praticar esporte em contato com a Natureza - ter duas filhas - Valentina e Carolina, para juntar-se a Gustavo, Marcelo, Eduardo, Marcos, Junior e Fidel - e participar de programas contra o álcool, em quem, após duas internações no hospital, passara a reconhecer um inimigo e mortal e não mais o alegre companheiro de toda a vida. Não conseguiu. Morreu hoje de cirrose.
É importante resistir aos clichês e dizer o triste, a tragédia de maneira bem dura. Sócrates não há mais. Nada daquele papinho de que foi para o céu formar uma dupla de meias com Didi, ele nem gostaria disso. É hora apenas de dizer que um dos grandes está morto. Ah, também não vale cair na hipocrisia de unir sua morte à conquista corintiana que deve se concretizar algumas horas depois de sua morte. O Doutor nao tem nada a ver com esse Corinthians de Ronaldo e Andrés. Esse é o poderoso, é o mainstream. Sócrates é a contestação, o underground. "Não sou benquisto no Corinthians", disse Sócrates à revista ESPN há pouco tempo. É lógico. Ele não andaria com Ricardo Teixeira de um lado para outro.
Por mais que Luis Paulo Rosenberg bole alguma frase para colocar na camisa do Corinthians hoje, e por mais sincera que seja a homenagem, Sócrates não gostaria dela. Ele era de outra turma.
Lamentar a partida de um gênio do esporte do povo é importante, mas a verdade é que Sócrates não fazia mais falta dentro de campo. É lógico, estava aposentado há tanto tempo..... Ele fará falta como cidadão. "Quero continuar incomodando, essa é minha missão", nos disse na mesma entrevista. O passe preciso de calcanhar já era uma lembrança. A ela, logo vai se juntar outra. A do cidadão indignado, sempre pronto a denunciar o lado torto da vida.
Sócrates, da Democracia Corintiana, Sócrates das Diretas Já, necessário dizer, era um anacronismo nesse país de situação sem sonhos e de oposição sem bandeiras. Sócrates, gênio de 82, era algo estranho a esse futebol de evangélicos, de cordeirinhos, de gente sempre buscando o sucesso, do "se dar bem".
Agora, a banda dos contentes pode tocar mais à vontade. Aquele gênio que apontava o dedo e dizia que aquilo estava desafinado, morreu. E o Brasil fica um pouco mais careta.
Menon - Revista ESPN
Li tudo e achei ótimo, belas reflexões para atividades outras que temos no nosso dia-a-dia. Como postura de vida, Sócrates tem muito a ensinar a todos nós. Foi um bravo, resistente e desbravador. Obrigado Marcos Paulo, por disponibilizar esses últimos textos aqui no blog, cairam para uma luva para muita coisa que reafirmo sempre nesse mafuento espaço.
Ana: vamos lembrar juntos de tantas outras músicas, não só do Sócrates, do Corinthias, mas também do Mengão e do Zico. Uma coisa me ficou evidente nesses dias. Enquanto Ronaldinho, o dito Fenômeno enveredou por um tortuoso caminho de aproximação com a CBF, a la o que Pelé sempre fez, Romário, outro craque, dá um ótimo exemplo e segue outro, muito digno por sinal, quando na Câmara dos Deputados encabeça um movimento de criminalização da mesma CBF. Não precisa nem dizer de que lado estou, né???
Henrique - direto do blog
Henrique segue mais uns links de homenagem ao Sócrates, confesso que como um cara que sou mantendo a saudade de grandes tempos, tem sido dificil lidar com uma perda assim, vejo imagens e fala do magrão e tenho ido fácil as lágrimas por ver um mundo ficando totalmente as escuras.
O primeiro link é o que ele adoraria ver, uma homenagem da imprensa cubana ao doutor.
http://www.cubadebate.cu/noticias/2011/12/04/murio-socrates-leyenda-del-futbol-brasileno-que-amaba-a-fidel-y-al-che/
Esses são do Trajano de novo, Juca e PVC
http://espn.estadao.com.br/josetrajano/post/230168_VIDEOBLOG+A+RARA+CAMISA+DA+FIORENTINA+DADA+POR+SOCRATES
http://espn.estadao.com.br/linhadepasse/noticia/230174_VIDEO+EMOCIONADO+KFOURI+RELEMBRA+EPISODIOS+DE+SUA+CARREIRA+EM+HOMENAGEM+A+SOCRATES
http://espn.estadao.com.br/linhadepasse/noticia/230175_VIDEO+PVC+CONTA+HISTORIA+CURIOSA+DE+SOCRATES+E+O+CORINTHIANS+NA+SEMIFINAL+DO+PAULISTA+DE+1983
MARCOS PAULO - COMUNISMO EM AÇÃO
Postar um comentário