DOS QUE SAEM E DOS CHEGAM, EIS A CONCLUSÃO DO GUARDIÃO: “NADA MUDOU”
Algumas
despedidas são lacônicas, angustiantes de cheias de dor. Um vereador bauruense,
não conseguindo se reeleger e em clima de despedida anuncia sua aposentadoria
política numa entrevista: “Eu quando cheguei na Câmara estava cheio de
empolgação, tentei implantar algo novo por lá, novos procedimentos, postura
edificante, mas com o passar do tempo fui me convencendo de que nada
conseguiria. Saio frustrado e como esse final de mandato declaro-me aposentado
politicamente”.
Declarações
desse tipo são normais. O que não cola e Guardião, o super-herói de Bauru pega
no pé de quem assim procede é pelo fato de muitos apregoarem algo da boca para
fora, quando a prática é exatamente outra. “A grande maioria não vem para
modificar nada. Chegam e saem com um discurso cheio de pompa e ao término do
mandato são rapidamente esquecidos, substituídos por outros. Poucos se
destacam. Piores os que usam da empáfia, se acham, acreditam piamente que tudo
tem que necessariamente passar por eles, sabedoria acima da média, mas no
frigir dos ovos votam igualzinho aos outros. Morro de dó desses, pensam que
enganam”, alfineta Guardião.
Outro
contando os dias para deixar o cargo, preconiza contra a utilização e prática
do esquema do “Trem Bala”, a votação de forma rápida feita pela maioria, estilo
vapt-vupt, usada para aprovações ao bel prazer. “Aconselho que não procedam
dessa forma, pois do contrário poderão ter problemas. Seria melhor se votassem
da seguinte forma...”, indicou como deveria ser a votação dos futuros
parlamentares, mas não diz ter participado de algo de idêntico teor. Guardião
não se aguenta nas pernas ao ouvir algo assim. “Esse votou em todos os projetos
ao lado da elite local, beneficiou descaradamente o grupo de poder da cidade,
esteve junto aos que uniram pela aprovação a toque de caixa da Fundação de
Saúde e quando sai cutuca os que ainda nem chegaram”, diz.
“Final de
ano, uma votação está a incomodar os nobres vereadores, a das áreas de ZICS
(Zona de Comércio, Indústria e Serviço), determinando que 500 metros da pista
de rodovias são reservadas para indústrias e só depois sejam construídas residências.
Primeiro uma grande movimentação pela não aprovação de um condomínio de nome
pomposo nessa área, o Alphaville, com o agravante do investidor ser de fora e
isso fere interesses dos tais “donos da cidade”. Tudo é levado à Câmara, mas
nesse interim, o investidor abre seu cofre, baixa a guarda. Tudo se reverte e
do empreendimento que estaria fora da lei, legalizam-se todos e não se fala
mais nisso. No meio aprovarão também áreas a beneficiar os menos favorecidos já
instalados no local. E os vereadores, que não gostam de serem chamados de
cartorários, se prestam a isso mais uma vez”, diz Guardião. E como conclusão
desfere: “E se não aprovar esse ano, aprovarão ano que vem. Tudo já foi
determinado extracampo”, prossegue o super-herói.
Esse jogo
político é facilmente entendido pelo texto escrito pela jornalista Cristina
Camargo e publicado no site da revista Carta Capital, sobre o jovem prefeito
bauruense, 34 anos, “Em Bauru, todos têm o celular do prefeito” (http://www.cartacapital.com.br/politica/em-bauru-todos-tem-o-celular-do-prefeito/).
“Se para alguns pareceu algo elogioso, ufanista, refuto, pois dá mostras exatas
de como é exercida a política pela nova safra de jovens em postos eletivos. Muito
interessante ler todos os comentários abaixo do texto. No texto uma amostragem
da composição eleitoral que elegeu o prefeito e que sempre terá a maioria nas
votações. E se não tivesse, venceriam do mesmo jeito porque os interesses deles
são todos parecidos e no frigir dos ovos sempre estarão ocorrendo do mesmo jeito.
Nada mudou com a nova composição”, conclui Guardião.
3 comentários:
Henricão
Não sei se fez a mesma comparação que vi com o seu texto e a capa da revista. No que escreveu muito do conservadorismo vigente e latente na maioria de nossos políticos, que não gostam de se assumirem como direitistas e na capa da revista a matéria "A velha cara da nova direita". É tudo a mesma coisa, não?
Rosana
hENRIQUE
Percebo um nítida ingresso de jovens no mundo político e uma grande parcela com viés conservador. SE mostrando cansados do esquerdismo, talvez influenciados pela contínua campanha que a mídia sempre fez, passaram a acreditar que o lado bom seja se perfilarem do lado aliado aos preceitos conservadores. A mídia não esconde ser conservadora e abominar os libertários. Lembra quando antigamente dizia-se que os jornalistas tinham viés de esquerda, mesmo seus patrões serem de direita. Foram épocas de confronto entre os que impunham e os que acabaram sendo vergados na marra. Não existe mais esquerdistas na grande imprensa, todos foram afastados e para trabalhar nos jornais de hoje é necessário ter comprovado uma pregação anti-esquerda. Esses novos políticos, sempre querendo se mostrarem novos, mas com idéias perversas, uma nova roupagem do populismo. Isso consegue bons resultados em Bauru. Rodrigo é assim. Já dos que saem e dos que entram, a grande maioria passa longe de pensamento e ação voltados para os anseios da luta popular. Buscam sucesso.
Aurora
HENRIQUE
Decifrei: Segalla e Marcelo Borges.
Porém, meu caro, outros tanto ficaram e são até piores, como Renato Purini, o rei do fisiologismo.
E tem uma turma chegando que BENZA DEUS!! Vade retro satanás!!
Paulo Lima
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