INTENÇÃO E PRESSUNÇÃO NO MESMO BALAIO – texto publicado edição de 23/11/2012.
Assisti domingo passado ao jogo do Noroeste contra o Audax. Num lance, um jogador ameaçou fazer uma feia falta, fica na intenção e o juiz nada apita. Brinco com meus parceiros de arquibancada: “Hoje em dia juízes legislam por osmose, punem por presunção e no futebol, pelo que sei, intenção é falta, vista por todos. Diferente de punição sem prova, onde ninguém nada vê”. Rimos e vencemos a contenda no campo de jogo, já no tribunal máximo do país, o STF, reina algo preocupante. Preocupante pelo fato de abrir perigosa exceção, criar jurisprudência para julgamentos outros. Reunido com amigos no balcão de bar ríamos sobre o que aconteceu com o julgamento do ex-goleiro Bruno. Até as pedras do reino mineral sabem ter ele praticado um crime hediondo. Para escapar de um duro veredicto ele demite o advogado e ganha tempo. A lei vigente permite isso, advogados se utilizam de todos os recursos, os possíveis e também os inimagináveis na defesa dos seus clientes. Gostando ou não gostando é assim. Nesse caso falta o corpo e isso pode ser determinante no julgamento, infelizmente. Já no caso do dito Mensalão, está mais do que na cara que o que está em julgamento não é a corrupção no país. Estão julgando o PT e com uma impositiva pressão mídiatica, sem provas concretas de participações, por presunção e até usando da Teoria do Domínio de Fato, que o próprio autor, o alemão Claus Roxin, em passagem pelo Brasil, disse não ter nenhuma vinculação com os fatos. Vulgarizaram a tese só para incriminar (ou seria crucificar?) adversários políticos. Não pensem que exagero, pois dias atrás, no mesmo balcão de bar, dessa vez sem risos, vimos um ministro do STF, Marco Aurélio Mello, liberar de um mero depoimento na CPI, o governador de Goiás Marconi Perillo, envolvido até o pescoço com as falcatruas do Cachoeira. Alguns comprovadamente corruptos são liberados de depor e outros sem prova são penalizados. A presunção vale para o adversário e a prova concreta não vale para o apaniguado. Inverteram tudo.
Assisti domingo passado ao jogo do Noroeste contra o Audax. Num lance, um jogador ameaçou fazer uma feia falta, fica na intenção e o juiz nada apita. Brinco com meus parceiros de arquibancada: “Hoje em dia juízes legislam por osmose, punem por presunção e no futebol, pelo que sei, intenção é falta, vista por todos. Diferente de punição sem prova, onde ninguém nada vê”. Rimos e vencemos a contenda no campo de jogo, já no tribunal máximo do país, o STF, reina algo preocupante. Preocupante pelo fato de abrir perigosa exceção, criar jurisprudência para julgamentos outros. Reunido com amigos no balcão de bar ríamos sobre o que aconteceu com o julgamento do ex-goleiro Bruno. Até as pedras do reino mineral sabem ter ele praticado um crime hediondo. Para escapar de um duro veredicto ele demite o advogado e ganha tempo. A lei vigente permite isso, advogados se utilizam de todos os recursos, os possíveis e também os inimagináveis na defesa dos seus clientes. Gostando ou não gostando é assim. Nesse caso falta o corpo e isso pode ser determinante no julgamento, infelizmente. Já no caso do dito Mensalão, está mais do que na cara que o que está em julgamento não é a corrupção no país. Estão julgando o PT e com uma impositiva pressão mídiatica, sem provas concretas de participações, por presunção e até usando da Teoria do Domínio de Fato, que o próprio autor, o alemão Claus Roxin, em passagem pelo Brasil, disse não ter nenhuma vinculação com os fatos. Vulgarizaram a tese só para incriminar (ou seria crucificar?) adversários políticos. Não pensem que exagero, pois dias atrás, no mesmo balcão de bar, dessa vez sem risos, vimos um ministro do STF, Marco Aurélio Mello, liberar de um mero depoimento na CPI, o governador de Goiás Marconi Perillo, envolvido até o pescoço com as falcatruas do Cachoeira. Alguns comprovadamente corruptos são liberados de depor e outros sem prova são penalizados. A presunção vale para o adversário e a prova concreta não vale para o apaniguado. Inverteram tudo.
O LUGAR É AQUI – texto publicado edição de 30/11/2012.
O mundo está de pernas para o ar, revirado de dar gosto. Países até então firmes e resolutos, hoje balançam, convicções trincadas. Direitos, salários e despesas são bestialmente podados e peitos “desestufados” na marra. No Brasil reina a calmaria, o país não cresce, mas flutua sem que ventos perturbem sua navegabilidade. E aves de mau agouro, não enxergando um palmo diante do nariz exigem nesse momento coisas inatingíveis, inalcançáveis.Vivemos momentos de grande insensatez. Criou-se no país a desmedida valorização do apregoado pelos porta-vozes da mídia nativa, como verdade absoluta. Não só no Brasil, mas boa parte da América Latina nunca celebrou em sua história momentos de tamanha independência, com posições soberanas, livres e atendendo os anseios dos desassistidos de sua população. Isso merece severas críticas. Torcem pela volta da dependência, tempos em que todos viviam de pires na mão, subservientes e agindo como pedintes. Não existe nesse momento outro lugar no mundo onde ocorra algo igual ao vivido pelos povos latinos, com escancarado progresso econômico e social. Governos democráticos tomaram conta de muitos países. Mudanças históricas ocorreram no Brasil, Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Por aqui salários não foram suprimidos. O sistema de aposentadoria na Bolívia foi finalmente sacramentado, o de saúde na Venezuela e Colômbia dão exemplos para o mundo todo, todo estudante no Uruguai possui computador e a Argentina regulamenta sua mídia. Controlam melhor seus recursos naturais e as políticas macroeconômicas são mais coerentes. O FMI não perturba mais os países latinos, isso hoje é rotina no Velho Continente. A demanda por exportações só cresce, benéfica para todos e com uma maior integração entre os países todos cresceram. Unidos de forma pacífica avançaram e se expressam nitidamente com mais força. Superaram a atávica dependência e ficam observando à distância os que usam a crise para acabar com leis de Bem Estar Social. Estão em outra, felizmente. Mas muitos torcem contra.
O mundo está de pernas para o ar, revirado de dar gosto. Países até então firmes e resolutos, hoje balançam, convicções trincadas. Direitos, salários e despesas são bestialmente podados e peitos “desestufados” na marra. No Brasil reina a calmaria, o país não cresce, mas flutua sem que ventos perturbem sua navegabilidade. E aves de mau agouro, não enxergando um palmo diante do nariz exigem nesse momento coisas inatingíveis, inalcançáveis.Vivemos momentos de grande insensatez. Criou-se no país a desmedida valorização do apregoado pelos porta-vozes da mídia nativa, como verdade absoluta. Não só no Brasil, mas boa parte da América Latina nunca celebrou em sua história momentos de tamanha independência, com posições soberanas, livres e atendendo os anseios dos desassistidos de sua população. Isso merece severas críticas. Torcem pela volta da dependência, tempos em que todos viviam de pires na mão, subservientes e agindo como pedintes. Não existe nesse momento outro lugar no mundo onde ocorra algo igual ao vivido pelos povos latinos, com escancarado progresso econômico e social. Governos democráticos tomaram conta de muitos países. Mudanças históricas ocorreram no Brasil, Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Por aqui salários não foram suprimidos. O sistema de aposentadoria na Bolívia foi finalmente sacramentado, o de saúde na Venezuela e Colômbia dão exemplos para o mundo todo, todo estudante no Uruguai possui computador e a Argentina regulamenta sua mídia. Controlam melhor seus recursos naturais e as políticas macroeconômicas são mais coerentes. O FMI não perturba mais os países latinos, isso hoje é rotina no Velho Continente. A demanda por exportações só cresce, benéfica para todos e com uma maior integração entre os países todos cresceram. Unidos de forma pacífica avançaram e se expressam nitidamente com mais força. Superaram a atávica dependência e ficam observando à distância os que usam a crise para acabar com leis de Bem Estar Social. Estão em outra, felizmente. Mas muitos torcem contra.
VARZEANO NO FUNDO DO POÇO – texto publicado edição de hoje, 08/12/2012.
Eu já gostei demais da conta de futebol amador. Nos meus tempos de moleque não perdia jogos do varzeano ali no nostálgico campo do Arca – Associação Recreativa e Cultural Antarctica, meu time do coração. Um campinho sem arquibancada, com árvores em volta do gramado (ali onde hoje é o Assaí) e jogadores que não me saem da memória. Paraguaçu, Toco, Adelmo, Paulinho, o irmãos Mauro e Zico, e para mim, o melhor de todos, Neizinho, endiabrado ponta direita, metro e meio de altura e infernizando a vida dos adversários. Se violência existia me era quase imperceptível. Lembro-me de um dirigente, camisa sempre aberta até o umbigo e bom de palavrões, Walter Costa, seu nome. Juízes como Tatinha e Adélio conseguiam controlar tudo sem maiores problemas.Vivenciei também bons momentos acompanhando jogos no Padilhão, Sanbra e no Distrital do Bela Vista. Brigas de torcida e algo que fugisse ao controle, nada marcante. Se as vi, tudo motivado somente pelo calor dos acontecimentos, nada além disso. Curtia aquilo tudo e hoje de forma nostálgica, me vejo distante dos campos varzeanos. Primeiro pelo abandono em que se encontram alguns dos estádios. Depois, temos que convir, tem algo de muito estranho por detrás dos atuais times e como não consigo coadunar com isso, prefiro manter distância, numa forma de repudio e até escarnio. O futebol varzeano bauruense deixou de lado o antigo amor a algumas camisas, como a do Arca, Ordem, Parquinho, Fortaleza, Internacional, São Francisco, Sanbra para vivenciar uma verdadeira guerra entre bairros e porque não dizer, um confronto de facções. Para mim perdeu a liga, o rumo e o prumo. Por que deveria ir aos campos para presenciar algo do qual discordo? E por que iria, com vontade só de torcer, colocando minha integridade em risco? Do que escrevo, nenhuma novidade. Até as pedras sabem dos rumos tomados. É chegada a hora de dar um basta nisso, antes que o descontrole se evidencie. Do jeito que está só rejeição não resolve. Quietos estaremos nos locupletando e aceitando tudo como algo normal.
* Todas as fotos publicadas junto a esses três textos foram tiradas no dia do último evento do ano, 03/12, Projeto Canto no Botânico, dentro do Jardim Botânico de Bauru, tendo como artista SAULO LARANJEIRA, um show-man a cantar e enaltecer o interior brasileiro. Nas fotos os muitos amigos lá encontrados. Um domingo que precisa ficar registrado como inigualável. Esse a seguir é o Saulo: http://www.youtube.com/watch?v=hpfTL-3j3nc
Eu já gostei demais da conta de futebol amador. Nos meus tempos de moleque não perdia jogos do varzeano ali no nostálgico campo do Arca – Associação Recreativa e Cultural Antarctica, meu time do coração. Um campinho sem arquibancada, com árvores em volta do gramado (ali onde hoje é o Assaí) e jogadores que não me saem da memória. Paraguaçu, Toco, Adelmo, Paulinho, o irmãos Mauro e Zico, e para mim, o melhor de todos, Neizinho, endiabrado ponta direita, metro e meio de altura e infernizando a vida dos adversários. Se violência existia me era quase imperceptível. Lembro-me de um dirigente, camisa sempre aberta até o umbigo e bom de palavrões, Walter Costa, seu nome. Juízes como Tatinha e Adélio conseguiam controlar tudo sem maiores problemas.Vivenciei também bons momentos acompanhando jogos no Padilhão, Sanbra e no Distrital do Bela Vista. Brigas de torcida e algo que fugisse ao controle, nada marcante. Se as vi, tudo motivado somente pelo calor dos acontecimentos, nada além disso. Curtia aquilo tudo e hoje de forma nostálgica, me vejo distante dos campos varzeanos. Primeiro pelo abandono em que se encontram alguns dos estádios. Depois, temos que convir, tem algo de muito estranho por detrás dos atuais times e como não consigo coadunar com isso, prefiro manter distância, numa forma de repudio e até escarnio. O futebol varzeano bauruense deixou de lado o antigo amor a algumas camisas, como a do Arca, Ordem, Parquinho, Fortaleza, Internacional, São Francisco, Sanbra para vivenciar uma verdadeira guerra entre bairros e porque não dizer, um confronto de facções. Para mim perdeu a liga, o rumo e o prumo. Por que deveria ir aos campos para presenciar algo do qual discordo? E por que iria, com vontade só de torcer, colocando minha integridade em risco? Do que escrevo, nenhuma novidade. Até as pedras sabem dos rumos tomados. É chegada a hora de dar um basta nisso, antes que o descontrole se evidencie. Do jeito que está só rejeição não resolve. Quietos estaremos nos locupletando e aceitando tudo como algo normal.
* Todas as fotos publicadas junto a esses três textos foram tiradas no dia do último evento do ano, 03/12, Projeto Canto no Botânico, dentro do Jardim Botânico de Bauru, tendo como artista SAULO LARANJEIRA, um show-man a cantar e enaltecer o interior brasileiro. Nas fotos os muitos amigos lá encontrados. Um domingo que precisa ficar registrado como inigualável. Esse a seguir é o Saulo: http://www.youtube.com/watch?v=hpfTL-3j3nc
2 comentários:
eu chorei demais...porque o Décio adora este cara...Obrigada pela companhia, henrique perazzi de aquino, ana bia andrade, carmen sílvia bonfá!
saulo laranjeira é daquelas pessoas que quando morrer,não vira estrela...vira constelação!
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