UM LUGAR POR AÍ (33)
RENASCENÇA, O CLUBE DO SAMBA INCRUSTRADO NO MEIO DA ZONA NORTE CARIOCA
Em Bauru várias iniciativas já foram feitas para a criação de clubes de samba e pelo que sei nenhum deu certo. O motivo é sempre o mesmo, ao invés de reforçarem algo com somente samba, tentam impor outros ritmos e daí para frente vira um “deus nos acuda” e tudo degringola de vez. Uma iniciativa que deu a entender que o samba é mesmo um bom negócio foi o promovido pela Secretaria Municipal de Cultura lá por 2008/2009, quando no espaço onde funciona a cantina, lá junto ao Teatro, num tempo onde ainda ocorria o recesso do Carnaval, o grupo de samba de raiz Quintal do Braz conseguiu colocar naquele diminuto espaço mais de 500 pessoas. Nenhum incidente e algo que marcou época. Daquilo ali pode ser sentido o quanto o samba é forte e movimenta as pessoas. O Quintal do Braz deslanchou depois disso e lotou várias casas. Ninguém teve a feliz idéia de montar um espaço de valorização do samba na cidade. Por aqui já existem muitas casas só com sertanejo, como o Rastro do Cowboy e na vizinha Arealva, a Chácara Du Tadeu. Eles não mudam de ritmo e sempre se deram muito bem. O próprio Quintal tentou fazer um samba numa casa nos altos da rua Floresta, mas que nos demais dias era toda voltada para o sertanejo universitário e não deu outra: deram com os “burros n’água”. Samba é samba e possui um público específico, o de quem gosta de algo de qualidade, desses que todos cantam de cor e salteado.
Em Bauru várias iniciativas já foram feitas para a criação de clubes de samba e pelo que sei nenhum deu certo. O motivo é sempre o mesmo, ao invés de reforçarem algo com somente samba, tentam impor outros ritmos e daí para frente vira um “deus nos acuda” e tudo degringola de vez. Uma iniciativa que deu a entender que o samba é mesmo um bom negócio foi o promovido pela Secretaria Municipal de Cultura lá por 2008/2009, quando no espaço onde funciona a cantina, lá junto ao Teatro, num tempo onde ainda ocorria o recesso do Carnaval, o grupo de samba de raiz Quintal do Braz conseguiu colocar naquele diminuto espaço mais de 500 pessoas. Nenhum incidente e algo que marcou época. Daquilo ali pode ser sentido o quanto o samba é forte e movimenta as pessoas. O Quintal do Braz deslanchou depois disso e lotou várias casas. Ninguém teve a feliz idéia de montar um espaço de valorização do samba na cidade. Por aqui já existem muitas casas só com sertanejo, como o Rastro do Cowboy e na vizinha Arealva, a Chácara Du Tadeu. Eles não mudam de ritmo e sempre se deram muito bem. O próprio Quintal tentou fazer um samba numa casa nos altos da rua Floresta, mas que nos demais dias era toda voltada para o sertanejo universitário e não deu outra: deram com os “burros n’água”. Samba é samba e possui um público específico, o de quem gosta de algo de qualidade, desses que todos cantam de cor e salteado.
Fui conhecer uma casa dessas no Rio de Janeiro semana passada, o Renascença, quase na beirada no rio Joana, quase no meio da vila Isabel e Andaraí, rua barão de São Francisco Filho. Quem chega vê um paredão na frente e vai se surpreender ao entrar seu portão. A festa mais famosa da casa é o Samba do Trabalhador, que acontece todas as segundas, começando na parte da tarde e só terminando quando o “arroz secar”. Fez fama, pois na segunda todos os músicos descansam e daí a idéia de juntar todos num dos maiores redutos cariocas de samba.
Lugares assim pelo Rio são um festim, sempre alegres e lotados de gente. O que me surpreendeu no Renascença foi que estive por lá num sábado, pouco antes do Natal e por volta das 19h. Pouco movimento do lado de fora, mas dentro, uma lotação de surpreender e animação sem fim. Gente pelo ladrão. Muitos jovens e todos cantando sambas da antiga. No meio de um grande quintal descoberto, uma lona montada num dos cantos e debaixo dela uma imensa mesa, rodeada de músicos, todos devidamente microfonados e fazendo um samba ritmado pela palma da mão. Babei-me todo, parei diante daquilo tudo e fiquei a pensar sobre o que poderia ser feito em prol do samba em Bauru, algo ainda não pensado e feito.
Além do imenso quintal, tendo de um lado uma construção em dois andares, sendo o de cima uma espécie de camarote, onde tudo pode ser visto com visão privilegiada e num dos cantos a cozinha. Isso tudo do tamanho quase de um quarteirão e na seqüência a quadra, onde nesses dias não ocorre esporte nenhum e sim, são montadas algumas barracas, como uma de acarajé e de artesanato afro. Enfeitando tudo dois imensos banners, tendo num deles a imagem do ministro negro do STF, o indefectível Barbosa. Cabem muita gente naquele espaço e ouço dizer que lota sempre. Acredito, pois ao verificar os nomes dos que por lá já passaram, só a nata do samba. No dia seguinte, pleno domingo, 16 teria o lançamento de um CD com um novo intérprete de samba e os seus convidados eram nada menos que Moacyr Luz e Ivone Lara.
Guardadas as devidas proporções de espaço, Bauru bem que merece um local só para reverenciar o samba de qualidade. A experiência que o Quintal do Brás teve anos atrás mostra que tudo pode dar certo. O que não pode, mas ainda acontece são os caras ficarem inventando, colocando “chifre em cabeça de bode”, misturando alhos com bugalhos, pois daí o público percebe e foge, bate asas. O Renascença é uma espécie de paraíso do samba. Pergunte para qualquer carioca o que acha daquilo tudo e verás a resposta. Eu já virei adepto e daqui para frente “bato cartão” e quando me perguntarem tenho uma resposta pronta e na ponta da língua: Não tem igual. Se duvidarem, leia isso publicado dia desses no site da Agenda do Samba & Choro: http://www.samba-choro.com.br/casas/443.
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