QUEBRANDO A
SISUDEZ DO BAURUENSE - publicado coluna Opinião, do Jornal da Cidade, edição de 22/08/2013.
Saio às ruas
com minha pasta de trabalho e ainda sou parado. São as repercussões do caso das
estátuas. Muito séria essa cidade e dessa forma, triste. Problemas existem aos borbotões
e quem se atreve a ocupar cargos públicos, eletivos ou de confiança devem no
mínimo saber que lá estão para cumprir e tentar resolvê-los da melhor forma
possível. O que mais vejo hoje são pessoas fazendo de tudo para passarem em
concursos públicos. Seria isso tamanha abnegação ou uma mera possibilidade de
ter uma remuneração? Adoraria ver esses cargos ocupados por gente disposta a
resolvê-los, ou pelo menos empenhada na sua solução. Não é bem isso o que vejo.
Do lado de cá, quero ser sério e ao mesmo tempo, hilário.
Vivo no meio de uma infinidade de coisas mais do que sérias e não me furto, por causa disso, de também continuar tratando a vida que me resta (e que acredito única) da forma mais jocosa possível. Pego muito no pé dos que se propõe a atuar em nosso nome. E adoro brincar com a dita seriedade, canalhice, pieguice e até mediocridade com que muitos encaram esse mundo. Não existe quem não viva envolvido em contradições e possuidor de telhados de vidros. Todos os temos, daí espezinhar e ser espezinhado deve fazer parte da rotina da vida de qualquer ser humano. Não existe mais o ser totalmente impoluto (existiu algum dia?).
Vou à oficina de funilaria e o proprietário mal quer ver o problema do meu carro, quer é falar da estátua. “Muitos te desceram a lenha e alguns o elogiaram. Veio um me dizendo que a tiraram do lugar e quando me espantei disse que era só para urinar, mas que voltaria logo”. Ontem ao rever um amigo no seu local de trabalho, diante de uma parede verde, tirou da gaveta um negócio igual ao que a da Liberdade tem na cabeça, cheio de pontas, pegou um chumaço de papel e me disse se não cairia bem ele lá no pedestal (e eu sem minha máquina fotográfica). Na porta do shopping um garoto me aborda se posso responder uma pesquisa. Era sobre a estátua, se gostei, se está no lugar certo e qual o símbolo de Bauru (disse ser a Ferrovia). Um amigo me liga para dizer que sua tia do Espírito Santo ligou para que lhe explicasse o que era isso da estátua da prostituta. Outro ficou irado, me abordou na fila do banco e perguntou como faria com seu neto, se ele o questionasse sobre a estátua de uma prostituta na entrada da cidade. “Meu caro, o Corinthians joga hoje em Lucas do Rio Verde, contra a Luverdense e na entrada daquela cidade tem a estátua de um PORCO. Qual o problema?”, respondi.
Escrevo isso tudo para reverenciar duas pessoas e uma constatação, a de que precisamos tratar tudo à nossa volta sem a sisudez do definitivo, da existência de um único e irredutível caminho. Quem fazia bem isso na imprensa bauruense era o BRONCOLINO (ilustração abaixo retirada do livro de caricaturas bauruenses do Aucione Torres Agostinho), o “primeiro a rir das últimas”. Que falta nos faz alguém com a perspicácia dele para apontar o dedo para a ridiculice da saúde, do transporte coletivo, dos gastos dos vereadores em campanha, do rombo na AHB e de muito mais. Faria misérias com a questão das estátuas. Ninguém ocupou até hoje o seu espaço e os que se me metem a dar uma de Broncolino são quase crucificados. Por fim, lembro também de Valéria Garbelotti, filha dele, que também já se foi e que queria muito montar algo com os escritos do pai. Isso é mais do que necessário, para quebrar essa seriedade e esse moralismo existente dentro de parcela significativa dos bauruenses. Avacalhar Geral é meu lema e nem as pedradas, safanões, xingamentos e admoestações me desviarão dessa rota. Sigo com broncolino espírito.
4 comentários:
Meus caros e caras
Algo de muito bom acontece no paralelo as críticas.
Hoje numa das reuniões preparatórias da Semana de Ciência e Tecnologia, seu idealizador e organizador em Bauru, o professor e jornalista Luiz Victorelli ao fazer referência aos monumentos de Bauru, disse mais ou menos isso, pelo que me contaram:
"E tem também essa polêmica sobre a estátua da Liberdade lá na frente da loja, que todos nós aqui preferimos, é claro a da Eny. Os textos espalhados pelo historiador, jornalista e cronista da cidade, HPA tão bem descrevem os dois lados dessa questão".
E disse mais, mas como minha memória não anda lá muito boa, não consigo me lembrar de tudo. Fico nisso e agradeço a lisonja por ter entendido a sacada e pela reverência elogiosa à minha pessoa.
Só tenho a agradecer, vindo de quem veio, fico todo pimpão.
Um abracito a ele do
Henrique - direto do mafuá
COMENTÁRIOS RETIRADOS DO MEU FACEBOOK:
Antonio Carlos Pavanato ...boa Henrique!
há 6 horas · Curtir
Juliana Guido Eu me lembro de um elefante na frente de um pesque-pague na Bauru-Arealva. Ainda tem?
há 6 horas · Curtir
Marcia Zamarioli tem sim...
há 5 horas · Curtir
Cezao Grandini Ta explicado por que a LuVERDEnse sapecou a gambazada ontem...rsrsrs
há 5 horas via celular · Curtir (desfazer) · 1
opiniões sobre BRONCOLINO retiradas no meu facebook:
Jair Aceituno Toninho Broncolino. Meu benfeitor. Foi ele que me deu a primeira oportunidade em jornal, no semanario "Jornal do Broncolino" , cujos exemplares guardo com muito carinho. Ele aguentou toda minha inexperiencia e deu-me condicoes para caminhar na profissao. Sou-lhe muito grato e, sempre que pude, procurei fazer o mesmo com os principiantes que passaram pelas minha redacoes. Toninho, meu mestre, voce faz muita falta na Bauru de hoje. Sua pena, seu humor certeiro, sagaz, mas nunca desonesto, dariam uma grande contribuicao a nossa cidade...
há 12 horas via celular · Editado · Curtir · 1
Jair Aceituno No comeco dos anos 60, Broncolino infernizou (no bom sentido) a vida do prefeito Irineu Bastos, com a satira "Para o Irineu ler de pijama". Ali ele desfiava os problemas da cidade com o mais fertil humor daquelas epocas. Eu era menino e seu leitor...
há 12 horas via celular · Curtir
Tatiana Calmon meu querido...
há 12 horas · Curtir
Tatiana Calmon Esse querido era grande amigo do meu pai, e por isso acabei conhecendo a Valerinha... irma da Laura Brandão Cci-Idiomas e da Josiane Armondi. Você nao tem noção do que a dupla, Bronca e Panca Micha fizeram.....
há 12 horas · Curtir
Jair Aceituno Tati, o "Jornal do Broncolino" era, basicamente, o próprio Broncolino e o seu pai, Fred Calmon. O resto eram a Fulô e depois do Abel Fernando Marques de Abreu na coluna social, o Benedito Sérgio fazendo Esportes e eu, então moleque principiante, fazendo de tudo um pouco, principalmente confusão. Toninho e seu pai me orientavam muito e também me protegiam daqueles com quem eu mexia e queriam torcer o meu pescoço. Tudo foi de muita valia. Logo pude enfrentar o Jornal da Cidade (que acabava de ser fundado) e seguira a vida. Sempre disse: eles foram meus mestres e protetores numa época que se não tivesse contado com isso, talvez não vingasse para a profissão. O Panca Mixa, que você citou, escrevia mais para a revista Câmera 2, do Vilmar Onofrilo Bruno, que ainda está firme e, inclusive está entre meus amigos do face... Bons tempos. Grande saudade...
há 12 horas · Editado · Curtir · 1
Tatiana Calmon Por isso tudo Jair Aceituno que nao me conformo até hoje da dupla Fred e Broncolino nao terem virado nome de rua ( O bronca é, num lugar que....) de praça, avenida, bustos e etc...rs... Na verdade, nesse aspecto queria mudar a Lomba, e mudar os Altos (tres ruas da Bela Vista) para o nome dos pioneiros da imprensa.... Fred Calmon, Broncolino e Simoneti
há 12 horas · Curtir (desfazer) · 1
Tatiana Calmon um querido mesmo o Broncolino....
há 11 horas · Curtir
continuação...
Henrique Perazzi de Aquino Eu tenho recordação somente do Broncolino no JC e gostaria muito, mas muito mesmo de ver essas publicações que voce tem guardadas, como o semanário Jornal do Broncolino. A Valerinha dizia de sua querência em juntar tudo do pai e expor. Não sei nem com quem ficou o acervo todo dele. Isso previsa ser resgatado, talvez numa exposição, num livro. Isso que me relatam do "Para o Irineu ler de pijama" deve ser muito saboroso.
há 11 horas · Curtir
Tatiana Calmon Na minha mãe tem algumas revistas Câmera 2, onde eles usavam e abusavam dos apócrifos, pseudônimos e heterônimos rs. Broncolino antece ao JC....
há 11 horas · Curtir
Jair Aceituno Henrique, Tati. Tenho algum material e sei onde podemos encontrar mais. Acho que poderiamos fazer um resgate de tudo isso e, com isso, revisitar a Bauru daquele tempo em que Broncolino, com seu bom-humor e sagacidade ajudou a resolver muitos problemas da população. Em plena ditadura ele dava cada lapada nos caras e era respeitado e/ou temido. Tenho comigo que ele era dotado de grande sensibilidade e sabia até onde puxar a corda para produzir os efeitos e não colocar tudo a perder. Sua trajetória, sem dúvida, dá uma grande tese e se confunde com a historia de Bauru....
há 11 horas · Curtir · 1
Jair Aceituno Quanto às ruas, Tati, seria muito justo. Vamos pensar e, na medida do possivel, agir...
há 11 horas · Curtir · 1
Ricardo Coelho É isso aí Aquino, o Broncolino era fera! Eu curtia muito suas tiradas. Seu artigo hoje no JC estava perfeito. Vamos marcar para derrubarmos umas geladas com direito à caricaturas e charges. Abraços
há 11 horas · Curtir (desfazer) · 1
Henrique Perazzi de Aquino Ah, se eu tivesse pernas e condições físicas e materiais de fazer e colocar em prática tudo ou mesmo um bocadinho de tudo o que tenho vontade. Esse seria e é um belo de um projeto, coletivo talvez.
há 11 horas · Curtir · 1
Schubert José Luiz Saudades dele.
há 10 horas · Curtir
Paulo Roberto Henrique, essa você me fez recordar do tempo que eu ia ao jornal da cidade, hoje não com tanta freqüência, mas antigamente, idos de 80, onde encontrava por vezes o Broncolino, o Nilson costa antes de se aventurar na política e também o saudoso Celestino Stefanni, que para tantos eram intocáveis, mas humildemente, cada um tinha seus trejeitos. Saudades do Broncolino, gostava dele bastante. Precisamos valorizar mais o hoje, a vida voa, o tempo urge e quando sentarmos para pensar, já se foi!!!
há 9 horas via celular · Curtir
Dulce Lagreca hrande Broncolino!!!!!!!!!!!!!!!
há 27 minutos · Curtir
Ademir Elias Amigo Henrique, li com carinho o artigo que vc cita o Broncolino. Realmente até hj ninguém cobriu esta lacuna que ficou na comunicação bauruense.
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