ESTÁTUAS, QUAL A MAIS LIBERTA? - publicado edição de hoje,
03/08/2013.
Bauru ganha presentes nos seus 117 anos e um deles em forma de
imenso totem na entrada principal da cidade, uma réplica da famosa Estátua da
Liberdade. Sim, ela mesmo e como não poderia deixar de ser, causando certa
polêmica quando levantada e instalada num local de grande visibilidade. Idealizada
pelos empreendedores da Havan, uma empresa do sul do país, que a tem como
símbolo. Seus sócios gostam de vê-la defronte seu negócio e a levantam por onde
estejam. Nesse mesmo exato momento outras tantas foram erguidas e outras o
serão pelo interior paulista. Verdadeira invasão de um símbolo, que quando
criado representou uma coisa e hoje, pelo momento atravessado pelo país onde
está fincada, representa justamente o oposto. Meramente símbolos. Uns
decididamente contrários, com justificativas até bem convincentes e do outro
lado, as do mercado, também convincentes, pois detendo o capital levantam seus
ícones como algo mais do que natural. Propiciam empregos, detém o capital, é
deles o título de propriedade da área e assim sendo, não discutem, decidem. A boa
polêmica demonstra que entrar na discussão é mero e desnecessário embate,
desgastante para quem o faz. Prefiro fazê-lo de outra forma. Se a tal réplica
foi erguida no trevo de maior acesso à Bauru, por que não erguer outro ícone em
forma de estátua, esse outro bem bauruense e no trevo anterior? Falo do famoso
trevo da Eny, simbolizando o local onde funcionou por décadas o maior
prostíbulo brasileiro, a Casa da Eny. Ela é merecedora de justa homenagem e a
primeira seria a mudança do nome do tal trevo, denominando-o com o seu. A
cidade já decidiu como deve se chamar esse trevo rodoviário e sou favorável num
outro tipo de homenagem, ou seja, uma nova estátua, essa mais representativa de
uma Bauru mais libertina, livre, sem amarras, leve e por que não dizer, solta. O mesmo
ranço conservador a renegar certos procedimentos do passado, como desse resgate
à grandiosidade da Eny, faz o mesmo com seus trilhos urbanos, objeto do seu
progresso. Hoje os ícones parecem ser outros.
EMPREITADA DO MAL – publicado edição de 27/08/2013.
Continuo batendo na mesma
tecla, não existe corrupção sem corruptor. Algo elementar, porém, no momento da
cobrança, como essas ocorridas nas ruas nos últimos meses, uma ponta desse elo
permanece sem o devido aperto. Gritante é o caso do Propinoduto do Tucanato
Paulista. Esquema de corrupção atravessando décadas, desviando graúdo dinheiro
das obras do Metrô e dos trens metropolitanos paulistas, documentos comprovando
conexões em paraísos fiscais, com cartel criminoso operando nos governos de
Covas, Serra e no atual, de Alckmin. Nesse caso a cobrança é
pequena nos dois elos da corrente e os desvios já superam mais de US$ 50
milhões. É muita grana e pouco barulho elucidativo. Nada foi feito para conter
os esquemas de corrupção e nem para se chegar aos líderes desse esquema.
Pasmem, a maior parte da pressão para deter os empresários/empreiteiras da
Siemens e da Alston, responsáveis por essas obras estão vindo do exterior,
pouco da Justiça brasileira. Esquema cruel, clara demonstração de como tudo no
país referente a obras públicas está sujeito a lesivo esquema danoso ao
patrimônio público. Existe um grande mal no quesito obras públicas no país, algo que
foi sendo pouco a pouco ceifado. Dou um exemplo aqui. Pequenas cidades tinham
antigamente usinas de produção de lajotas para calçamento de suas ruas.
Produção local, maquinário próprio, hoje tudo encostado, privilegiando o
serviço executado por terceiros, por empreiteiras, facilitadoras declaradas da
corrupção. Trocam tudo hoje por asfalto e além do horror ecológico e estético,
desfizeram-se de competentes profissionais, treinados dentre os próprios
servidores municipais. Tudo terceirizado e dominado. Assim
de cabeça me lembro dos casos de Gália, Reginópolis, Garça, Itápolis, Pirajuí e
tantas outras na região. Resquícios desse belo piso permanecem embelezando
essas cidades. Em Bauru, investiu-se em algo assim, mas tudo foi jogado na lata
do lixo. Empreiteiras dominaram tudo e puxando pelo fio dessa meada, o horror
mais do que declarado. Ou a saúva acaba com o país ou...
9 comentários:
Henrique
Como nunca escondo, sou um batalhador incansável contra o caipirismo e a jequice. Acima de tudo, porém, sou um lutador pelas liberdades, caceta, o curral é deles. Dizer que vai prejudicar o perfil da cidade, gente, fiquem no viaduto e façam uma panorâmica do perfil: uma loja de piscinas horrorosa, um shopping esquisito, um hotel meia boca, uma reformadora de caminhões. Também não caio na conversa de que a empresa está "dando emprego", ela veio após uma pesquisa indicar que aqui seria um bom local para lucrar. A despeito disso, na wikipédia, no verbete Havan, aparece justamente, a estátua de Bauru....
http://www.laranjasnews.com/mundo/em-crise-eua-cogita-vender-estatua-da-liberdade-para-havan
Em crise, EUA cogita vender Estátua da Liberdade para Havan
www.laranjasnews.com
Havan – Wikipédia, a enciclopédia livre
pt.wikipedia.org
SILVIO SELVA
Henrique Perazzi de Aquino,.meu querido, é engraçado como as pessoas atiram pedras facilmente em algumas questões e, em outras, talvez bem mais significativas e importantes para a nossa cidade aceitam passivamente. Exemplo disso, foi a mudança de nome de uma avenida importante para Bauru, construída na gestão do ex-prefeito Tidei de Lima e entregue por Nilson Costa, a Avenida Jânio Quadros, que dá acesso ao trevo do Jardim Pagani e ao aeroporto regional. Uma justa homenagem ao ex-presidente da república que fez histórica na política desse país. Acontece que, na calada da noite, e na surdina, o nome de Jânio foi trocado por um outro mais importante e representativo: o do empresário Sr. Mousa Tobias, que nem origem brasileira tem - isso porque o nome desse senhor já havia sido dado ao aeroporto regional, o que é compreensivo (mas discutível), afinal, o seu irmão é deputado estadual e foi o governo tucano o responsável pela construção e entrega do empreendimento e nessa questão o deputado manda, faz o que bem entender, não tem pra ninguém (o que é uma piada). Mas tirar um nome de ex-presidente de uma avenida chega ser uma ofensa, e o que é incrível, não houve essa manifestação como esta acontecendo com a da estatua da liberdade. Pode explicar essa questão meu querido?
Moacir Puga
VOU RESPONDENDO, PRIMEIRO AO PUGA: Sempre me posicionei nesse meus espaços contra a avalanche de nomes aos Tobias na cidade. Não sou tão favorável ao nome Jânio para a avenida, mesmo ele já tendo morado na cidade, mas também o sou muito menos para o nome após a troca, pois o aeroporto já leva esse nome. Sou também pela troca do nome do ditador Geisel lá no bairro e se sabemos muitas outras ocorreram em Bauru, como uma no centro que levava um nome remetendo à antiga zona de prostituição, trocada para Presidente Kennedy, numa forma de encobrir o passado do local. A brincadeira com a estátua da Eny é para nos aquecermos. Ela merece o nome no trevo e algo mais, pois foi filantropa requisitada no seu tempo. Se queres reiniciar algo para devolução nome da avenida, conte comigo. Se queres me ajudar na campanha pela mudança do nome do trevo para Eny e talvez até sua estátua estaremos juntos. Finalizo com algo: o artista plástico Larangeira, professor da Unesp e Escultor fez uma dela décadas atrás e ela permaneceu exposta no bar. Vou contar, com ajuda dele, a história do fim daquela iniciativa... Vamos nos falando.
Henrique - ainda longe do mafuá
Não vou nem me manifestar o silêncio tem sido meu grande aliado afe
Huxley Ivens
Henrique
É sempre benéfico lançar luz sobre questões "polêmicas" , e essa,colocada por vc ,meu caro , nos dá boa oportunidade de entendimento no âmbito urbanístico.Como é assunto da minha área,em outra oportunidade , tentarei lançar um pouco de entendimento nessa questão....um abraço...
Reinaldo Reche
HENRIQUE
Enfim, começam a aparecer na grande mídia habitualmente tucana, alguns dos muitos podres do "alckimismo" paulista (antes tarde do que nunca). Seria bom se houvesse uma grande auditoria da longa e nefasta gestão dos 5 Ps (Privatização, Pedágio, Presídio, Prevaricação e Porrada nos movimentos sociais), para apurar até o portentoso mensalão pago para algumas "famiglias" midiáticas paulistas e nacionais, para difundir diariamente a neomodernidade das três vertentes paulistas do tucanato nacional: o fernandismo, o alckimismo e o serrismo. Ainda há o aecismo, mas para o bandeirantismo paulista, mineiro não conta...
http://www.cartacapital.com.br/politica/superfaturamento-de-30-em-trens-e-metro-lesaram-cofres-em-r-425-milhoes-8146.html
"Superfaturamento de 30% em trens e metrô lesou cofres em R$ 425 milhões"
www.cartacapital.com.br
DINO MAGNONI
E ainda, de quebra, uma avenida com o nome de um dos ditadores mais notórios deste pais, chega ou quer mais?
Cássio Cardozo de Mello - Piarajuí SP
Não podia ser mais adequada a sua postura bem humorada, diante da "polêmica",e não acho prá mim , nenhum pouco inadequada sua ideia ...e volto noutro momento, prá colocar umas considerações sobre a estátua...abç...
Reinaldo Reche
Henrique
É bom lembrar que a praça rotatória da Avenida Nações Norte, também recebeu nome de pessoa que não tem história com a Baixada do Silvino...
Quando fomos rever esta situação na Câmara Municipal, já haviam estabelecido lei proibitiva a troca de nome. Para uns tudo, pra outros nada. Porque ?
Gaspar Moreira
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