quinta-feira, 6 de agosto de 2015

OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (76)


FUI CONHECER VICTOR HUGO, JORNALISTA ATUANDO DENTRO DA VERDADE FACTUAL DOS FATOS NA ARGENTINA
A deslavada mentira faz parte hoje da maioria do noticiário da mídia, tanto argentina, como brasileira. Grupos poderosos familiares dominam esse cenário e todos ligados aos seus interesses de poder, fazem de tudo e mais um pouco no quesito manipulação da informação. Um vergonha. A cada dia renovam-se fatos novos demonstrando como agem, omitindo fatos relacionados aos que defendem, inclusive os desmandos deles próprios e sacam da algibeira algo inventado, criado em pranchetas cheias de sangue, algo para destruir o oponente, sem nenhuma ética. Esse o cenário predominante. Quem combate isso e faz uso da palavra ou da escrita para continuar produzindo seu trabalho sofre desmedidamente. Ontem estive com um desses, o jornalista, radialista uruguaio, radicado desde muito tempo aqui em Buenos Aires VÍCTOR HUGO MORALES. O considero uma espécie de Mino Carta dos pampas, pois rema contra a maré da mediocridade vingando hoje e segue atuando dentro da verdade factual dos fatos.

Possui um programa matinal na rádio CONTINENTAL (AM 590), o La Mañana, das 9 às 13h e outro à tarde, o Competencia, das 19 às 21h (quando não tem futebol, ontem narrou e ouvi o River Plate tornar-se campeão da Libertadores). Opina de forma contundente pelos microfones onde atua ou escreve e isso tudo tem um preço. Fui ontem levar o seu mais recente livro, o "MENTIME QUE ME GUSTA", comprado aqui em Buenos Aires para ser autografado e fui prontamente atendido. Falamos das situações similares da atuação da imprensa, tanto num como noutro lugar e dessa relação carnal de parte da população aceitando passivamente e feliz da vida a destruição da informação correta, aceitando mentiras e falácias como se verdade fossem. Num certo momento disse a ele: "Ser pautado pela verdade hoje na imprensa tem um preço, o preço da difamação, da injuria e de ser constantemente perseguido, justamente por enfrentar esses poderosos grupos". Ele sorriu e autografando meu livro ("A Henrique, com afeto do colega e amigo VHM") reafirmou aquilo que ouço por aqui diariamente pelas ondas do rádio: "Henrique, é o que sabem fazer e fazem a cada dia com ampliada sordidez. Mentem acintosamente".

Ouvir seu programa, um hábito por aqui é tomar conhecimento do outro lado da informação e dentro de uma discussão plausível, correta e necessária. Daí, sua audiência subir e ele tomar conta dos horários da Continental. Vejo pouca coisa hoje dentro de nossa imprensa via TV e algo de grande resistência na escrita, pouco, muito pouco dentro do rádio. Essa dominação de uma informação comprometida com grupos econômicos produz efeitos devastadores sobre a mente de quem está do lado de lá do dial. É um massacre de mentiras, jogo de interesses a desmontar a verdade. Falamos em torno de uns quinze minutos ao final do seu programa, cuja parte ouvi na própria rádio no começo da tarde de ontem. Ele um pouco incomodado pela voz não tão boa, tendo que narrar o jogo do River à noite, precisava descansar para o turno noturno. Estava ao seu lado quando se foi de carro, mas algo me encantou no breve contato. Com as portas já fechadas, abre e volta-se para mim, após lhe falar de Bauru, muito do momento atual e do Brasil: "Precisa de algo onde possa lhe atender por aqui?". Digo que não, queria só conhecê-lo pessoalmente, ganhar um autógrafo e lhe dizer da importância da existência dos resistentes como ele. Trocamos mais um forte aperto de mãos e vamos cada um para seu lado.

Víctor Hugo Morales é a cara da resistência do bom jornalismo, tão necessário em dias como os de hoje, onde predomina muita urbulência e desinformação. Por fim uma foto de Isabel Albina Garcia, sua produtora, muito simpática e atenciosa com todos os que vem até ele em demonstrações de carinho. Na noite, assisto o jogo pela TV, com o som baixo e ouvindo sua narração via rádio. Valeu, conheci um que me inspira a continuar não fugindo dos princípios que sempre me nortearam, a verdade dos fatos.


QUANDO ME DEPARO COM UM ESCRITOR QUE GOSTO
Sim, fui vê-lo. TABAJARA RUAS é gaúcho e passou por Buenos Aires para participar do BAN!, o Festival de Escritores Policiais, Buenos Aires Negro! e na tarde de terça, quando vi na programação que quem lá estaria seria esse brasileiro, cujos livros li à exaustão, pois retratou como poucos o movimento revolucionário dos séculos passados em terras pampeiras. Tenho um livro dele, catatau de mais de 500 páginas, que o filho já me sequestrou, o VARÕES ASSINALADOS, sobre a convulsão em nossa fronteira nos tempos da Guerra do Paraguai. Por aqui, primeiro passaram seu filme "Neto perde sua alma", que assisti novamente e depois fiquei para o bate papo. Gostoso demais poder bater papo assim tão próximo de alguém pelo qual se tenha lido muitas obras. E ele bateu um longo papo com todos os presentes, dentre os quais esse seu fã.

Um comentário:

Anônimo disse...

Henrique
Que imenso prazer!!!
Também conheño Victor Hugo desde quando esteve no Brasil na última Copa num programa junto com Maradona para a Telesur. É tripudiado na Argentina pelo Clarin e seus interesses. Uma grande pessoa, jornalista integro.
Tambèm conheço o Tbajara, bom escritor e com muita coisa na área onde atuo, a Literatura.
Fiquei feliz de compartilhar isso contigo.
Aurora