segunda-feira, 10 de agosto de 2015

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (120)


DONA ROSE FUGIA DA VILA VICENTINA PARA REVER AS RUAS DA CIDADE
Histórias dos velhos eu junto aos borbotões. Eles todos (eu quase chegando lá) gostam muito de falar e falar. Tenho comigo que para bater papo com um idoso não podemos nunca querer fazê-lo de forma rápida, pois eles não falarão nem um tiquinho de tudo o que tem para nos dizer. Tem pessoas que gosto mesmo é de ir papear e tendo muito tempo pela frente, pois sei que ali vai render um longo papo. Papear com idosos e sem tempo para ouví-los é melhor não fazê-lo. Essa aqui hoje retratada no meu retorno aos perfis do Lado B após quase 15 dias ausente de Bauru era uma dessas. Conversava e andava.

ROSEMIRA DA SILVA morou muitos anos de sua vida na rua São Paulo, quase ao lado do rio Bauru e após o falecimento do marido, viveu com uma pensão dividida por outro tanto. Fazia das suas para sobreviver e não atrapalhar os parentes próximos. Inventava atividades para juntar algum a mais, pagar aluguel e comer, ou seja, viver livremente. Fez de tudo, artesanato na feira e roupas de cães. A via na feira todos os domingos, isso coisa de uns dez anos atrás. Triste foi quando soube que deram um jeito de sacarem com sua participação num coral da cidade, tudo por causa da idade e dos desacertos de sua voz. Foi quando foi também fazer teatro no grupo da terceira idade do SESC. Era uma moleca essa senhora, que todos conheciam como dona ROSE, simpatia batendo recordes. O tempo passou e ela acabou tendo que ir passar uns tempos na vila Vicentina. Foi até matéria do extinto jornal Bom Dia por causa de algo inusitado, "Vida Própria". Fugia sempre e ia bater perna nas ruas da cidade. Ela não reclamava do lugar, mas queria conviver com as ruas e assim batia asas. Essas histórias já possuem mais de sete anos e hoje, revendo recortes antigos de jornal reencontro fotos feitas pela Juliana Lobato e gostaria muito de saber dela, que também foi boa e fiel amiga de minha mãe, quando ambas tricotavam todo domingo na feira. Dona Rose, cadê tu?

Os sassaricadores, inquietos por natureza são destaque sempre por aqui.

OUTRA COISA - A NOVELA DAS OITO.
Ana Bia Andrade, a companheira de todas as horas acompanha novelas de TV. Ela tem seus motivos. Escreve trabalhos acadêmicos sobre Design de Vestuários. Já o fez em cima da temática de várias delas, belos escritos e esses um dia serão transformados em um livro. Na viagem de volta que fizemos para a Argentina ela me diz: "O que terá acontecido nesses quase 15 dias sem assistir a trama de Babilônia?". Na volta em Sampa a mãe lhe atualiza tudo e eu só assuntando, orelha antenada na conversa. Depois de ver no que deu o desdobramento fui rir das conclusões junto delas e dei meu pitaco final: Não aconteceu absolutamente nada de novo. Tudo continua como dantes. É como se tivesse assistido ao último capítulo quinze dias atrás e no de hoje a sequência exata daquele dia. Novelas ao estilo global para mim são assim. A previsibilidade é a de que tudo ocorra como já previsto, pronto e acabado. E dessa forma nem precisaremos mais assistir ao capítulo de hoje, o de amanhã, muito menos o de depois.
Em tempo: Impossível você não assistir, nem que seja de soslaio a algo estando no mesmo local de quem assiste, ainda mais quando esse lugar é um pequeno apartamento (apertamento?).

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