POR QUE ALGUNS CAEM NA LADAINHA DE BOLSONARO? *
* carta de minha lavra e responsabilidade publicada na edição de hoje da Teribuna do Leitor, Jornal da Cidade, Bauru SP:
Circulo por aí e vejo alguns amigos caindo na ladainha do Jair Bolsonaro. Espanta ver esses, com certa bagagem de vida, já tendo cruzado alguns Rubicões e mesmo assim, a cantilena do discurso miúdo, raso, sem nenhum conteúdo alteraram a simbiose de seus cérebros e hoje defendem o cara que o próprio Exército renega. O que leva uma pessoa com tempo vivido, andanças mil, experimentações outras se deixar levar por algo não representando nada de novo, mas tudo de atraso e retrocesso? Seria só o desencanto ou tem algo mais envolvido no imbróglio?
Acompanho os escritos neste jornal, a Tribuna do Leitor, outros espaços e publicações. Junto alguns nomes e a compreensão me foge da percepção do ponderável. Como pode alguém como o ilustre professor e fotógrafo Luiz Augusto Teixeira Ribeiro se deixar levar por algo assim, diante de tudo o que já passou na vida? Não lhe falta compreensão de nada, nem do passado, muito menos do presente, mas mesmo assim aplaude entusiasmado a propositura da não propositura. Outro é o fotógrafo de todos os eventos sociais de Bauru, o Flavio Guedes e hoje seguindo o canto da sereia de um que, até no canto desafina. Com ele vejo o astronauta bauruense, Marcos Pontes já com ligação umbilical com o partido do cara, brigando até para ser seu vive. Vejo entristecido meu mano, arquiteto dos bons, Edson Aquino, católico devoto da Canção Nova, crendo ser o cara um defensor da família e dos bons costumes. Haroldo Amaral foi um cara envolvido com os bastidores desta aldeia e hoje, prefere estar ao lado das ideias mais conservadoras do rincão e da nação. Coaracy Domingues incentiva os posts favoráveis ao cara, seguindo com sua metralhadora giratória contra várias hostes, mas nesse quesito, cordeiro da algo sem explicações, nexo e pusilanimidade. O pastor Luiz Carlos Valle, ex-vereador encampa suas propostas como viáveis. Algo mais que preocupante.
Os nomes, felizmente, não são numerosos. A campanha do gajo permanece com os índices rebaixados, aceitação reduzida, porém cheia de esperneios, devorteios e exaltações devolutas. O espanto é como aflora alguns com essa linha de pensamento, até então adormecidos, ofuscados ou tolhidos de entrar nas contendas. Hoje batem no peito, estufam a plumagem, rasgam a própria Constituição, tudo para fazer a defesa do que defende acabar com tudo, criar o imponderável e navegar de arma em punho, matar animais, apunhalar direitos, encurralar os diferentes, empastelar quem pense de outra forma.
Desconcertante situação e momento. Vejo que, no momento, de nada adianta propor diálogo com quem entra numa barca dessas, sendo que depois, reclamações do tipo, "entrei de gaiato num navio", não serão aceitas. O Brasil precisa de avanços, gente que o defenda, que o queira altaneiro, soberano, liberto e não atrelado a um conservadorismo que só o fará andar de marcha ré. Lutemos contra quem, queira conduzir o país para abismo neoliberal, reducionismo de manada aceitando as leis do mercado acima de tudo e todos. Já nos basta os golpistas de hoje, mas insistem am algo ainda pior. Onde vai dar isso tudo? Resistir é preciso.
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