A CULTURA DE DEMOLIR PRÉDIOS EM BOM ESTADO E EM SEU LUGAR O TERRA ARRASADA - ALGO DO DESCASO PÚBLICO
Essa história é antiga e não começou em Bauru, mesmo tendo por aqui vicejado que é uma belezura. Quem explica melhor essa questão é o nosso intrépido super-herói, o capa-espada de Bauru, Guardião, quando ao tomar conhecimento da futura demolição, já anunciada previamente para ocorrer nos próximos meses, do prédio onde por décadas funcionou as instalações do atendimento ao público do INSS, chegou quebrando barraco: "O caso da privatização das ferrovias é o maior exemplo do descaso público com obras prontas. Deixaram tudo se esvair com o tempo, se perder, para agora, décadas depois constatar que, para solucionar o problema nacional das locomoções nacionais de grande distância será necessário construir tudo de novo. E tudo já estava pronto, bastando sua manutenção. Teríamos hoje uma malha ferroviária imponente, consistente e servindo como exemplo para o mundo. Motivado pela falta de vergonha na cara de políticos como FHC, tudo veio abaixo. Lembremos sempre disso", começa sua fala.O caso do prédio do INSS, localizado no início da rua Presidente Kennedy é outro avilte e exemplifica bem o processo de desmanche desnecessário sendo levado à cabo em Bauru. "O prédio do INSS é ótimo, nem rachaduras possui, mas foi abandonado e invadido. Está sujo, necessitando de uma ampla reforma. Demolir seria uma última opção. Trabalha-se hoje com facilidades e comodidades. Se o amante já dorme em sua casa, vamos levar a cama embora. Não se vê nenhuma movimentação do atual prefeito para tentar ao menos uma negociação com o Governo Federal solicitando a cessão do prédio. Quando vejo, por exemplo, a Escola Santa Maria ocupando dois prédios alugados nos Altos da Cidade e esse sendo demolido, a constatação de que a bestialidade toma conta dos nossos administradores. É muito mais cômodo alugar, gastar os tubos e até lutar por verba para construir algo novo, do que receber um ainda apto e nele providenciar a reforma. O caso da Estação Central da NOB demonstra bem isso. Foi comprado e continua como elefante branco, pois nada foi feito para transferir ao local as muitas secretarias com edificações alugadas cidade afora", prossegue Guardião.
"O que dizer de uma Prefeitura que recebe verba advinda de emendas parlamentares para reformas e construções novas variadas e não leva ao cabo o recebido, tendo que devolver o valor? Não conseguem bancar o valor da contrapartida, por volta de 20% do montante e perde tudo. Diante desse quadro, alguém, em sã consciência veria o prefeito lutando para ter o imóvel do INSS no nome da Prefeitura? Se não consegue um mínimo, por que o faria em mais essa empreitada em prol da cidade? Prefere se calar e deixar bem claro, "isso não é comigo". A revolta de Guardião tem muito sentido e razão. "A cidade está perdendo mais uma preciosidade, um prédio pronto. Poderia ser utilizado para infinitas possibilidades, mas preferem o terem demolido. Isso vai além da falta de sensibilidade. Como podem nossos administradores querer discutir em elevado nível a vinda do Hospital de Base para o município, algo imposto pelo Governo Estadual, se nem o dever de casa é realizado? Aqui vejo a ação dos estudantes de Arquitetura da Unesp Bauru como primordial no processo de integração com a cidade, pois seria inominável eles apresentarem um projeto de revitalização do local, em tempo record, demonstrando a bestialidade da demolição. Seria um tapa com luva mais que de pelica nos que preferem ver tudo demolido e depois, lá na frente, levantar novas edificações. Bauru tem que lutar para não deixar a demolição ocorrer, pois até uma limpeza coletiva poderia ser estudada. No entanto, ninguém de dentro da Prefeitura demonstra interesse pelo assunto", conclui.
OBS.: Guardião é criação da verve de Leandro Gonçalez, com pitacos escrevitivos do mafuento HPA.
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