segunda-feira, 2 de julho de 2018
OS QUE FAZEM FALTA e OS QUE SOBRARAM (114)
É O QUE POSSO DIZER DO JOGO ENTRE BRASIL X MÉXICO
1.) HOJE É UM DIA MAIS DO QUE ESPECIAL PARA O MÉXICO E PARA O MUNDO: O DIA DA REVOLUÇÃO NAQUELE PAÍS
https://www.pagina12.com.ar/125715-la-izquierda-mexicana-hace-historia
Por pura coincidência para conosco, hoje temos uma pequena contenta com eles, os mexicanos, essa no campo futebolístico, algo de diminuta monta diante da grandiosidade do que ocorreu ontem naquele país, vizinho do maior algoz dos povos que querem se libertar e seguirem soberanos, os EUA. Pois é, o MÉXICO conseguiu após décadas dominado por líderes ligados à direita eleger uma proposta de esquerda e a que pode transformar aquele país em algo bem mais palatável que hoje, dominado pela violência, tráfico e as tais das leis do mercado, infelicitando os povos a ela submetidos. Como a esperança é sempre a última que morre, o México votou pela mudança, pela esperança e por dias decididamente melhores. Torço desbragadamente para que o México vença seus problemas e prove ao mundo, escancarando a tudo, todas e todos as iniquidades a que foi submetido até então e o quanto é salutar viver num regime de plena liberdade. Se os novos ares libertários puderam chegar ao México, que cheguem ainda este ano ao Brasil, com a eleição de Lula e o retorno da soberania perdida com a chegada dos golpistas ao poder. Quanto ao jogo de logo mais, uma mera partida de futebol. Cada um torcendo para suas cores, sem exaltação doentia e irracional. Uma partida de futebol não passa de uma partida de futebol e a vida de um povo é evidente, muito mais importante que tudo isso que veremos em campo a partir das 11h. VIVA O MÉXICO!!!
Mais que um golaço de Andrés Manuel López Obrador a favor do México.
2.) FERNANDÃO SEGUE SEU CAMINHO NAS RUAS DE BAURU MOMENTOS ANTES DO JOGO CONTRA O MÉXICO TER INÍCIO Faltava meia hora para começar o jogo do Brasil contra o México, pego o carro e saio do Mafuá em direção para casa, assistir a contenda junto de Ana. Mal subo a rua Antonio Alves paro e começo a observar um senhor, aproximadamente uns 60 anos, um velho conhecido do mundo do futebol. Sua fisionomia não me sai da memória. Trata-se de um zagueirão dos meus tempos de moleque, o FERNANDÃO NARIGUDO, que jogou no time do Santos quando começava a pegar gosto com as coisas da bola. Paro o carro e o sigo pelas ruas da cidade. Das últimas vezes que o vi, sempre só, andando pelas ruas bauruenses. Ouço algo de sua solidão dos últimos tempos e isso me entristece. O vejo mancando, talvez algo de “recuerdo” dos tempos de bola. Ele anda cabisbaixo, uma camiseta lembrando a cor amarela da nossa seleção e segue seu caminho com uma pequena sacola nas mãos. Da rua Antonio Alves vira para a Marcondes Salgado, entra na Araújo Leite e segue até a rua Inconfidência, passa diante do Poupatempo e adentra a Nações. Faltam pouco menos de 15 minutos para começar o jogo e meu celular toca. Fico indeciso entre ir lhe oferecer uma carona ou seguir meu caminho e ir assistir o jogo. Decido pela segunda opção e perco uma rara oportunidade de conhecer algo mais de um desses grandões da bola, alguém que muito me impressionou no passado, talvez pelo porte físico avantajado e tempos depois, quando dele comentaram, já na sua fase bauruense, “é o Fernandão, aquele do Santos, lembra dele?”. Tanto lembro, como nunca esqueci.
Fui procurar algo dele na internet e achei esses escritos: “Fernando Guisini Neto, o Fernando Narigudo, ex-zagueiro do Santos, campeão paulista em 1978, hoje é técnico de futebol e tem residência fixa em Bauru (SP). Ele é viúvo e mora na cidade do famoso sanduíche com seus três filhos. Em 2009, ele foi dirigir o time juniores do Cene (MS) na Copa São Paulo. Curiosamente a equipe sul-matogrossense enfrentou na primeira fase o Santos, ex-time de Fernando nos tempos de jogador. Zagueiro revelado pelo Comercial de Ribeirão Preto, em 1974, Fernando se transferiu para o Santos em 1975. No time da Vila, teve a oportunidade de jogar ao lado de grandes craques, entre eles: Clodoaldo, Edu e Aílton Lira. Fez parte do time santista, apelidado de "Meninos da Vila", campeão do estadual de 1978, sob o comando do técnico Chico Formiga. Deixou o Santos em 1980 e passou por várias equipes do futebol brasilero. Fernando jgou pelo Londrina, Náutico, Marília, Guarani (foi vice-campeão brasileiro de 1986. Na época, era reserva de Ricardo Rocha), Atlético Paranaense, União São João (jogou ao lado do goleiro Privatti e do meia Zimermann, que depois foi para o Santos), Nacional (SP), Sãocarlense, Bandeirante, Paraguaçuense e Matonense. Encerrou a carreira de jogador em 1992, jogando no time de Matão, para começar a de treinador. Dirigiu várias equipes do interior paulista e em 2004 assinou contrato com o Joseense, de São José dos Campos (SP). Em 2008, dirigia o Flamengo de Pirajuí, da segunda divisão paulista”, pequeno histórico escrito pelo jornalista Rogério Micheletti, no site terceiro Tempo.
A tristeza é de ver as pessoas gravitando assim pelas ruas, ainda mais num dia como esse, quando poucos circulam pelas ruas no horário dos jogos do Brasil na Copa. Desde que me conheço por gente, existe uma norma tácita definindo que tudo nesse varonil país fecha e até os empregados são dispensados de seus serviços durante esses jogos, ditos feriados nacionais por essas plagas. As ruas ficam desertas e algo de muito estranho acontece aos que nela permanecem. Isso não deveria ocorrer, enfim um jogo de Copa e só um jogo de futebol, nada além disso. Mas não é e até eu estranho em vê-lo ali andando com passos firmes pelas ruas, mancando muito e seguindo em frente, talvez em busca de um ônibus que o leve para seu lar, justamente momentos antes da partida começar. A sua história se confunde com a minha admiração pelo futebol. Fez parte de um time que, mesmo não torcendo, sempre admirei muito, o do Santos, era pós Pelé. E a gente sempre imagina o craque como alguém acima de tudo, um que não passa pelos mesmos problemas dos demais humanos, que não tem dificuldades e suas vidas são uma maravilha. Quando a realidade se mostra de outra forma, a ficha cai e isso sempre me passou pela cabeça vendo o Fernandão pelas ruas de Bauru.
Acabo de assistir o jogo onde o Brasil ganha do México de 2x0 e não sei ao certo se deu tempo do Fernandão ver o jogo antes de chegar em sua casa. Ao escrever essas mal traçadas penso nisso, nele e na situação de tantos boleiros espalhados país afora, tantos suando muito a camisa durante o tempo em que vestiram alguma camisa pela aí e hoje, esquecidos perambulam pelo mundo afora. Quantas histórias, quanto coisa para ser lembrada e com qualquer um desses, quando os revejo como hoje, numa situação não muito confortável, bate uma vontade de resolver os problemas do mundo e fazer tudo dar certo para esses todos. É muito triste quando uma história não termina bem, ou tem um final não muito feliz. Espero que com o Fernandão tenha sido só uma impressão ruim e possa reencontrá-lo em breve e bater aquele papo sobre o passado e também sob o presente, algo muito doído para vários ex-jogadores de bola. Não saio para fazer festa nas ruas após a classificação do Brasil para as quartas de final da Copa. Fico na minha, torci quando dos gols, mas agora o que me faz funcionar a cuca é saber algo mais desses esquecidos da bola. Quantos pela aí, como esse visto hoje nas ruas não assombram torcedores como eu, que os viram jogar e sempre o terão na retina com aquela lembrança de antanho. Nem sempre, a dureza da vida real permite isso. A vida segue, o Brasil segue na Copa e Fernandão seguiu até perde-lo de vista para não sei onde.
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4 comentários:
Caso queira saber mais sobre o Fernandão....ele está conosco na ESPORTIVA SANTACRUZENSE , na cidade de Santa Cruz do rio pardo... me chame que combinamos um bate papo com o Guisini. Abraços.
Sou uma das filhas dele. Você pediu autorização para publicar imagens dele na internet?
Boa noite. Vou perguntar novamente. Tem autorização dele para publicar as imagens dele ? Sou uma das filhas dele.
Boa noite, gostaria de ter um contato com Fernando, meu nome é Nicola Alberto Rossi, joguei bola com ele no Brahma em Agudos no infantil, eu era o Goleiro. Seu apelido na época era TATACO.
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