domingo, 12 de agosto de 2018

AMIGOS DO PEITO (149)


DIAS DOS PAIS*
* Hoje um post família, com lembranças dos meus...

Eu e meu pai, Heleno Cardoso de Aquino, ferroviário da Cia Paulista/Fepasa e professor/contabilista junto de meu filho, Henrique Aquino, estudante de letras e trabalhador numa livraria de rua em Araraquara e de meu sogro, José Pereira de Andrade, advogado carioca e procurador do município da cidade do Rio de Janeiro. Uma vida sendo repassada diante dos olhos (agora livre da catarata) no dia de hoje. Quando me perguntam o que deixarei para a posteridade, livros, escritos, bens materiais, herança, quetais, cito algo, meu filho, um que sei, ele sabe muito bem, diferenciar e distinguir o joio do trigo, cabeça pensante, muito mais arejada que a minha, pessoa sensível com os desmandos todos, portanto, sofredor para uma vida inteira, como o pai. São meus exemplos. De meu pai guardo como eterna recordação uma frase: "Cuidado com os moralistas, esses os piores". De meu sogro, já tinha, mas ao ver o amor dele pelos livros, principalmente pela coleção de tudo sobre Drummond e Machado de Assis, um encantamento eterno. As caminhadas pelo centro velho do Rio me são inesquecíveis. Eternas lembranças também do avô materno, José Perazzi, muito mais italiano que eu, me fazendo deixar de torcer pro Palmeiras para estar do lado do povão, corintiano. O via lendo todo domingo a Folha de SP (naquele tempo muito mais palatável que hoje) e o gosto pelo leitura dos diários vem dele, um ferroviário ferramenteiro que lia e sabia muito bem o que lia. Não podia ter melhores exemplos, os quais, creio eu, algo já passei para o dileto e único filho, meu presente para este mundo. Nada mais posso deixar para a posteridade do que ele. É o que tenho a apresentar. Poderia escrever loas e loas deles todos, textos imensos, pois histórias não me faltam. Para o dia de hoje fico por aqui, mas em breve conto mais, detalho mais essa vida se esvaindo nos dedos.

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