quinta-feira, 30 de agosto de 2018

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (116)


QUEREMOS FLAN (PUDIM) É A CARA DAS MANIFESTAÇÕES DA GETÚLIO BAURUENSE
Uma das manifestações mais repugnantes dos últimos tempos se deu semanas atrás em Buenos Aires, quando parcela dos favoráveis ao neoliberalismo, representados em sua maioria por idosos da classe média e representantes oligárquicos foram para as ruas gritando em alto som: “QUEREMOS FLAN”, tudo após um humorista ter lançado o bordão como forma a demonstrar das dificuldades dos favoráveis ao macrismo continuar com seu poder aquisitivo num país destroçado por medidas impopulares e o aumento das restrições de gastos e ganhos para todos. Existem vídeos aos borbotões, tanto do humorista quando falou pela primeira vez do flan, um doce popular, como o nosso pudim, aquele redondinho, servido habitualmente em padarias. O fato foi que, como algo feito com trejeitos humorísticos cai nas graças da parcela favorável ao esmagamento das questões sociais e restrições de direitos aos trabalhadores?

Guardião, o intrépido herói bauruense (criação do artista do traço Leandro Gonçalez, com pitacos escrevinhativos do mafuento HPA), faz uma alusão ao visto no país hermano com o que viu aqui na bauruense avenida Getúlio Vargas, quando das manifestações (sic) ali ocorridas com o fardamento verde-amarelo: “Esse pessoal perdeu a noção não só do ridículo, mas do bom senso. Descaradamente vão pras ruas clamando contra a perda dos seus privilégios. Tanto lá como cá, não estão interessados nem um pouco no fim da corrupção, mas estão mais do que preocupados com o crescimento de uma classe dita por eles como subalterna, essa conquistando coisas e ocupando espaço até então nunca conseguidos. Se borram de medo dessa aproximação. Hoje, passado certo tempo, com uma análise mais fria, com mais dados, nítido que ali estavam para mostrar preferirem o país do atraso, o da dependência e a do arrocho para os trabalhadores, movimentos sociais e afins, pois esses não estavam mais sabendo se conter dentro de sua caixinha”, conta.

O grito do humorista, depois dos conservadores argentinos pelo tal do “flan”, para nós, pudim é sintomático desses tempos. “Deve ser difícil manter o padrão e conseguir consumir desbragadamente o flan nos tempos atuais. Quem deixou a Argentina na situação atual não foi Cristina e sim, Macri. O mesmo se deu no Brasil, não foi o PT o causador do momento atual, mas sim uma crise mundial e a incompetência de golpistas insanos nos levaram aos caos. Mesmo no fundo do poço, devendo até as calças, parcela da classe média, daqui e de lá, não reconhecem que o antes era melhor e mesmo danados até o talo, apoiam o retrocesso. Porém, padecem e nem o flan conseguem mais consumir a contento. O desalento os fazem saírem pras ruas em total desespero. Nunca mais se viu nada na Getúlio em Bauru depois da injusta destituição de Dilma. Isso é prova inconteste dos reais motivos do que estavam a fazer na avenida, hoje marcada pelos atos dos ditos coxinhas locais. Ficou estigmatizada como reduto dos insensíveis. Insuflado, facilmente voltariam para a avenida clamando por algo muito parecido com o Queremos Flan argentino”, continua Guardião.

Hoje, os tais coxinhas se mantém um tanto calados, aguardando novas instruções, pois são conduzidos por ordens superiores. Enquanto isso, Guardião disseca o visto aqui e na Argentina: “A bestialidade da exclusão está escancarada nessas marchas ocorrendo em redutos mais abastados. Esses, os que antes gozavam de inauditos privilégios, como manter uma trabalhadora em sua residência nas 24h do dia, hoje gastam muito mais com isso e culpam o PT pela perda do secular privilégio. O doce flan, gritado agora nas ruas é uma metáfora. Esse todos estão mais que cegos, pois não entenderam ainda que, com o incentivo a governos como o de Macri e de Temer, ao invés de terem solucionados seus problemas, tudo será ampliado. O poder de compra, de consumo será cada vez mais reduzido e se danam o pobre, algo resvala na classe média, essa padece e não aceitando, esperneia, vai pra rua, clama pelo docinho já não mais possível no cardápio. O processo de degeneração ainda está inconcluso. Existe ainda uma parcela desses reclamando, mas conseguindo consumir. Talvez quando o calo apertar ainda mais, consigam enxergar o que lhe fizeram os tais neoliberais. Talvez seja tarde demais, talvez ajudem a camada popular a virar essa mesa, o que é difícil, pois o que se vê na fisionomia dessas manifestações nas ruas buenaristas e na getulista bauruista são de pessoas querendo estar nos degraus de cima e não se importando nem um pouco com os que estão nos degraus de baixo. É com essa mentalidade florescendo de forma bem explícita que o jogo segue. Pode escrever, muito em breve baureuenses vão clamar por um QUEREMOS PUDIM”, conclui Guardião e vai num botequim de esquina comer sua coxinha requentada ou salsicha em conserva naqueles vidrões expostos nos pés sujos nas quebradas bauruenses.

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