quarta-feira, 31 de julho de 2019

BEIRA DE ESTRADA (111)


AOS INTELECTUAIS QUE APOIAM BOLSONARO*

* Texto dedicado a um dito intelectual bauruense, que para mim não tem nada de intelectual e que, após discussão hoje pelas vias internéticas me bloqueia e assim estou definitivamente impedido de ler suas bestialidades cuspidas por essa via e meio.

Dias atrás, o diário argentino Página 12 publica um instigante texto, o "Aos intelectuais que apoiam a Macri". De sua leitura, algo bem similar ocorrendo no Brasil. Existe aqui na Argentina uma intelectualidade apoiando a bestialidade de um desGoverno que, em quatros anos afundou o país, tornando-o o mais desigual de todos na América Latina, nível de perversidade para com o povo nunca visto na história e agora, quando se aproxima o período eleitoral, mesmo diante da situação de calamidade que hoje constato o país atravessa, o candidato da situação será o mesmo que afundou com tudo. Algo muito preocupante é constatar pessoalmente algo que havia ouvido através do Victor Hugo Morales, no seu programa de rádio na am750, o La Manãna que a Argentina é hoje o país com o maior índice de pessoas cometendo os seus primeiros delitos. E o que seriam esses primeiros delitos? Puro desespero de causa e quando todas as portas se fecham, calamidade mais do que instalada, a pessoa acaba roubando para saciar a sua fome e a de outros à volta. Impossível não se sensibilizar com as repetidas cenas que vejo em qualquer saída aqui pelas ruas de Buenos Aires. São pessoas e mais pessoas vivendo nas ruas, dormindo em colchões e driblando o frio pela ajuda humanitária de muitos, os ainda sensíveis. O que me choca é exatamente o tema tratado pelo artigo do jornal (eis o link: https://www.pagina12.com.ar/208828-a-los-intelectuales-que-…), quando ao abrir alguns jornais, como o Clarin e o La Nacion, tudo o que ali consta é como se nada estivesse acontecendo. São textos e mais textos mostrando algo que não existe, uma cidade que não existe e um país destroçado por um dólar que não para se subir e uma maquiagem, com o intuito da minoria dominante continuar no poder e reeleger Macri.

Que raios de insensibilidade é essa? Não me assusta, pois no Brasil ocorre a mesma coisa. Uma dita intelectualidade, aqueles que se apresentam como mais preparados, mas só o são para preservar as suas benesses e interesses individuais, nunca algo coletivo. Denominam qualquer interesse por atender anseios dos menos favorecidos como comunismo e o que fazem como progresso, uma nação antenada com as leis de mercado, o rentismo e o fim do emprego como até então era conhecido. Até bem pouco tempo esses ganhavam muito, mas hoje querem ganhar mais, mas não querem mais arcar com gastos com leis trabalhistas e manutenção de direitos dos trabalhadores. A opção neoliberal é sempre pelo estado mínimo, tudo precarizado e os seus lucros na estratosfera. e sempre apregoando que antes gastavam demais da conta, hoje não mais possível, pois os tempos são outros. Defendem as benesses dessa bolha, a dos 1%, a casta que explora todos os demais sem dó e piedade. Junto dessa casta, uma rede de pessoas, onde essa intelectualidade está inserida e esses, mesmo não fazendo parte dos exploradores, se beneficiaram para chegar onde se encontram de migalhas e as defendem com unhas e dentes. São cruéis e insanos até a medula. Não querem de jeito nenhum nem sonhar em terem em seus países governos comandados por gente como Lula ou Cristina, que nem comunistas o são, mas algo fizeram pelos mais pobres. Nem isso é mais permitido, defendem hoje a miserabilidade total do individuo e possuem a cara de pau de nem mais terem as faces ruborizadas.

Intelectual que consegue encontrar argumento plausível para defender governos como o de Macri ou Bolsonaro são os insensíveis dos tempos modernos. Muitos desses se dizem apolíticos e sem coragem para assumir abertamente a opção, mentem descaradamente e dizem não terem apoiado Bolsonaro, por exemplo, pois esse é muito fora da casinha, mas estão caminhando ao lado de tudo o que ocorre e se beneficiando das ultrajantes medidas já adotadas. Aqui onde me encontro no momento, na Argentina, essa mesma intelectualidade é mais descarada e assume seu papel, joga pesado contra Cristina, hoje o candidato Alberto Fernandez e não estão nem aí para essa população famélica nas ruas. Vivem num outro mundo e se lixam para o resto. Folheio o La Nacion de domingo passado e tenho ânsia de vômito, tal o descalabro da insanidade do empresário aliado de Macri. Nas páginas do Página 12 encontro algo a me saciar ainda o ímpeto e o sonho por ver algo sendo restabelecido, tanto na Argentina, como no Brasil. Esse artigo é histórico, pois apresenta quem de fato são essas pessoas hoje a defender o até bem pouco tempo indefensável. Não sei como terá que ser a transformação do mundo para novamente ter seus olhos voltados para essa imensa massa de desvalidos, mas creio, impossível algo pelas vias pacíficas, sem o povo nas ruas, num movimento impondo sua vontade. O conluio que no Brasil garante Bolsonaro, garante também Macri na Argentina. O Judiciário dos dois países são hoje muito parecidos, algo bem próprio dessa cara neoliberal desses tempos. Intelectualidade calhorda em ambos os países, perdição total, algo não mais recuperável pelo voto. Esses 150 assinando o documento mais insano que já vi na vida são os mesmo que irão fazê-lo por Bolsonaro em breve. Não tenho mais esperança de ter Lula e Milagre Sala soltos com esses no poder. Cansei também também de tratar bem esses intelectuais almofadinhas. São o que de pior temos.
A los intelectuales que apoyan a Macri - Por Alejandro Grimson y Nahuel Sosa
Hace pocos días 150 intelectuales firmaron una declaración manifestando su apoyo a la candidatura de Macri y Pichetto. Nos parece positivo que toda persona que lo desee, y más aún si tiene vida pública, manifieste sus opiniones políticas. Por eso, desde la posición política opuesta a quienes firman aquella declaración, las y los invitamos a debatir públicamente nuestras diferencias. Como ustedes afirman que la disidencia y el diálogo son claves para construir la democracia y también afirman que hay pluralidad en los medios públicos, les proponemos que se organice allí o en cualquier otro medio que lo desee debates sobre temas de fondo de nuestro país.

Nos ha llamado profundamente la atención que su declaración no hagan mención alguna a la situación económica de la Argentina, ni a la pobreza, ni al hambre ni a la gente viviendo en la calle. ¿Es posible tomar posición sin considerar explícitamente la realidad económico social del país? Quisiéramos invitarlos a reflexionar sobre la necesidad de sensibilizar a todos los argentinos, incluso a los votantes de Macri, acerca de esta situación de extrema gravedad generada por las políticas económicas de estos años.

Entendemos que los partidos hacen lo posible por ganar votos, pero creemos que los intelectuales debemos mantener una vocación crítica. Nosotros hemos hecho públicas desde hace años críticas a medidas y acciones del gobierno anterior. Los firmantes mencionan que ha habido errores en el gobierno de Macri, pero no señalan un solo error concreto. “Error” parece un eufemismo que invisibiliza una realidad que se impone cada día más dura y más cruda.

Queremos saber más acerca de lo que piensan. ¿Considerar un error haber prometido pobreza cero o haber instrumentado políticas que incrementaron la pobreza? ¿Consideran un error haber dicho que la inflación se reduciría en pocos meses o haber tenido políticas que nos llevaron a la más alta inflación en años? ¿Consideran un error haber prometido “unir a los argentinos” o haber tenido políticas explícitas para profundizar la división y la grieta? ¿Consideran un error haber regresado al FMI, haber destruido UNASUR, las políticas de Patricia Bullrich, la total libertad para los capitales golondrina, la bomba de tiempo de la Lebac y las Lelic, la vuelta de la timba financiera?

¿Qué opinión tienen acerca de la afirmación del presidente acerca de que el problema nació hace 70 años? ¿Avalan que en esa frase niegue las consecuencias del terrorismo de Estado, de las dictaduras militares, de 18 años de proscripción? ¿No creen que es hora que aceptar la racionalidad de nuestros distintos adversarios políticos? Tenemos proyectos opuestos para el futuro de la Argentina. Pero el proyecto que ustedes apoyan no es irracional, como un equivalente de la forma en que designan funcionarios del actual gobierno al “peronismo no racional”. Los discursos que estigmatizan opositores terminan generando odio y eso debilita la democracia. Ante el fracaso del programa económico, ante la decepción generalizada porque no se cumplieron las promesas, el oficialismo busca refugiarse en una estrategia dañina, que va de la Doctrina Chocobar hasta el abrazo con Bolsonaro.

Vamos a tomar ahora algunos párrafos de su declaración para graficar mejor nuestro argumento. Una de las afirmaciones que más nos sorprendió de su declaración es que en estos cuatro años “se sentaron las bases para el desarrollo al que todos aspiramos”. Aquella promesa de Macri de no modificar nada de lo que se había hecho bien y cambiar aquello que estaba mal en 2015 ha sido defraudada. Hay más pobreza, caída del PBI, desindustrialización. No vemos ninguna base para el desarrollo.

Afirman que “Macri respetó la división de poderes y se abstuvo de utilizar las herramientas del Estado para fines partidarios”. Dan como ejemplo el pluralismo en los medios públicos. ¿En qué se basan para afirmar ese supuesto pluralismo? ¿Cuántas veces fueron entrevistados de modo profesional los candidatos opositores en dichos medios? Vimos también, con mucho dolor, como más 4500 periodistas fueron despedidos en estos cuatros años. El gobierno actual utilizó instituciones del Estado para fines partidarios. El caso irrebatible es la gestión de Laura Alonso en la Oficina Anticorrupción. Pero el silencio de los funcionarios ante la actitud del fiscal Stornelli, que incluyó una foto cerca del presidente cuando ya se encontraba en rebeldía, es otro ejemplo elocuente.

Respecto de la corrupción en el gobierno anterior y al actual, ustedes hacen afirmaciones contundentes que no se basan en el precepto constitucional de que “toda persona es inocente hasta que se demuestre lo contrario”. Cristina Kirchner es inocente según las leyes vigentes en la Argentina. Jamás ha sido condenada, ni siquiera en primera instancia. Como ustedes saben, Macri fue condenado en segunda instancia. Y hay conflictos de intereses en distintos funcionarios del actual gobierno que claramente deberían ser investigados. El caso de Aranguren es patente. Por eso, no vemos como ustedes los “drásticos cambios para transparentar las acciones de gobierno”. La justicia supuestamente “independiente” no investiga al gobierno actual.

La afirmación de que la inserción de la Argentina en el mundo en el gobierno anterior privilegiaba la relación con Venezuela e Irán no es correcta. La Argentina desde 2003 fortaleció su relación con Brasil y el Mercosur, fue protagonista del inmenso logro de la creación de UNASUR, renegoció con el “mundo” su deuda externa, rechazó el ALCA junto a los países vecinos y otra serie de logros. Ustedes hablan de que “el mundo” nos daba la espalda. Nosotros estamos persuadidos de que hay varios “mundos”, no uno sólo las grandes potencias con gobiernos neoliberales. Naciones Unidas aprobó la propuesta argentina para reestructuración de deudas soberanas, contra los fondos buitre, por una mayoría abrumadora. Y esas potencias que hoy financian la campaña electoral de Macri a través del FMI, le dieron la espalda a la resolución de Naciones Unidas.

Cuando enumeran las carencias del país, también quedamos sorprendidos por las ausencias. En primer lugar, ya dijimos que no aluden a la pobreza y el hambre. En segundo, no mencionan el grave problema que tenemos con la educación. En tercero, no mencionan el retroceso en la investigación en ciencia y tecnología. En cuarto, no mencionan explícitamente el problema de la independencia, transparencia y eficacia del Poder Judicial. Consideramos que sería muy grave que se consolide el actual rumbo que ha llevado a situaciones críticas. El futuro de desarrollo con inclusión requiere un nuevo acuerdo social para transformar el ayer en un mañana mejor, con producción, trabajo, educación e integración regional.

Los autores son, respectivamente, antropólogo UNSAM y sociólogo, integrante de Agenda Argentina.

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