UM TRABALHO ACADÊMICO É UM TRABALHO ACADÊMICO, MAS...
Os tempos como já é sabido até pelas pedras do reino mineral estão mais sombrios do que possa supor nossa vã filosofia. Viajar ao exterior e apresentar um trabalho acadêmico é algo considerado hoje mais do que um luxo. Pesquisa eu faço o ano inteiro, sempre antenado e plugado nesse lado B do mundo, os que padecem mais que todos os demais. Tenho algumas muito boas encaminhadas, mas neste momento de minha vida e mais que isso, depois de tudo o que o país está passando com a chegada de Jair Bolsonaro ao poder e a concretização de tudo o que havia profetizado em campanha, tinha que tomar uma atitude. Tomei. Tinha em mente escrever dois trabalhos no X Congreso Latinoamericano de Enseñanza del Diseño, de lunes 29 a miércoles 31, na UP - Universidad de Palermo, Buenos Aires, Argentina. Um dos temas eu já vinha acalentando desde muito tempo e o concretizei, aprovado em primeira instância, apresentação realizada com sucesso na manhã de hoje, o"Bauru Sem Tomate é Mixto; Identidade e Design Social". Dele escrevo daqui alguns dias, quando a poeira de algo mais proeminente baixar. Ainda agora, na parte da tarde, acabo de voltar de outra apresentação, também aprovada com louvor, a "O LIVRO COMO FORMA DE RESISTÊNCIA".
No resumo, que pode ser lido num dos slides aqui publicados, algo dessa apresentação. Esse trabalho só foi pensado há pouco tempo e para preencher uma lacuna que não teria como abdicar de fazê-lo neste momento. Dei um breque na outra pesquisa e me dediquei a essa, algo sobre uma das formas de resistência ao bolsonarismo adentrando o país. Essa ocorrida no dia do pleito eleitoral. Mais dela em alguns dos slides aqui mostrados, junto de minha inflamada fala e depois num acalorado debate junto aos presentes. Missão mais que cumprida, consegui juntar o design com a questão social que tanto defendo e ainda mais, envolvendo a defesa do que de melhor tínhamos até então, uma liberdade hoje já sendo devorada pelas instância todas golpistas em conluio nos governando. Aproveitei a oportunidade e tasquei fogo. Os slides refletem só um pouco do que falei nos meus 20 minutos de apresentação, prorrogados em pelo menos mais um dez. Fiz e faço a minha parte e aqui a exponho, sem medo de externá-la, pois sei que o momento assim exige. Podem me culpabilizar de tanta coisa, menos de omissão. Daqui de Buenos Aires tento cumprir a minha parte com o que acho ser possível, denunciar o estado de coisas onde nos encontramos. Na sala, só latinos, somente eu de brasileiro e diante de todos, algo a mais revelado das entranhas do meu país.
Macacos me bloguem. Aderi. Estarei juntando aqui, direto do meu mafuá particular, translucidação da minha bagunça pessoal, uma amostra de escritos variados, onde cabe de tudo (quase!) um pouco, servidas sempre, de forma desorganizada, formando um mural esclarecedor do pensamento de seu escrevinhador.
Pegue carona aqui e ao abrir a tampa do baú, constate como encaro tudo isso. Deixo cair rostos, palavras; alguma memória. O diálogo se instaura.
Abracitos do
Henrique Perazzi de Aquino - direto de Bauru S.P.
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