MEMÓRIA ORAL (242)

MENINO TIAGO FAZENDO DE TUDO PARA REALIZAR SEU SONHO: O DE SER BAILARINO

Não existe como não se comover com boas histórias. Elas pululam pela aí e nessa me relatada pelo amigo Sivaldo Camargo, a passo adiante ainda emocionado. Siva mora no jardim Redentor, ao lado de uma praça e bem defronte sua casa, do outro lado da rua, a residência de um casal, cuja história já relatei aqui, André Luis e Valdete. Ele vive de juntar reciclados, amontoando tudo defronte sua residência, contando com a ajuda dos filhos. No último Natal brinquei ser dele a mais bonita árvore natalina da cidade, pois pela simplicidade e dignidade com que foi montada saltava aos olhos algo além do proposto. Bravos lutadores, seguem suas vidas contornando as dificuldades.

A história que relato abaixo é relacionada ao filho deles, Tiago Henrique da Silva Souza, 11 anos, 5º ano na escola pública, um dos sete filhos do casal. Tempos atrás, ele viu na TV a matéria com o bailarino Marcos Arantes, residente num assentamento rural, bailarino da Cia Estável de Dança de Bauru e sendo agraciado com uma bolsa no Canadá, em reportagem feita com ele dançando no lugar onde mora. Aquilo o encantou e desde então tem ido constantemente até o portão do vizinho Sivaldo, descoberto ser o diretor da Cia, para lhe pedir algo: "Quero ser bailarino. É isso que quero fazer em minha vida". O tempo foi passando e o menino insistindo nos pedidos, cercando Sivaldo em suas saídas e sempre lhe perguntando algo mais sobre essa atividade, o que precisaria ser feito para conseguir chegar ao seu objetivo. Entre as idas e vindas, não só pelo interesse demonstrado, mas pelo desenrolar do que ia sendo repassado ao menino e pelos retornos, com ele buscando dados, algo mais sobre o tema. A conversa ia fluindo dia após dia.

Numa delas, Tiago convence Sivaldo e este lhe promete levar ao teatro, algo nunca ocorrido até então. Foi o bastante para o menino ficar todo dia lhe cercando: "É hoje que irei ao teatro?". O convite veio para presenciar uma aula da Cia, mas sem data certa. O menino não saia do seu portão: "É só me avisar, estarei pronto quando achar que devo". O dia chegou e Tiago presenciou uma aula da Cia, maravilhando a todos, pela atenção, como riqueza de detalhes nas observações. Estava extasiado com tudo o que via. Sivaldo o testou para ver até que ponto aquele sonho poderia mesmo ser concretizado. No brilho dos seus olhos a certeza estava mais do que estampada. Agora as idas até o portão do Sivaldo eram para comentar algo mais do que presenciou na aula e querendo mais. Ontem, 13/07, Sivaldo o levou para assistir no teatro uma apresentação de várias companhias de dança, onde alunos estariam dançando no palco. Tiago se aprontou, seus pais o levaram até o portão do professor e lá foram para a nova incursão pelo mundo da dança.

Sivaldo lhe avisou que o estava levando, mas não podia permanecer ao seu lado o tempo todo, mais de 2h30 de apresentações, pois tinha outras atividades a cumprir no período. Arrumou um lugar de destaque, onde podia visualizar tudo muito bem e ficou indo e voltando, a observar se ele estava atento e ainda ali. Em todos os retornos, o via com os olhos fixos no palco, inebriados. Na saída, um lanche no McDonald e um sorvete e ao levá-lo em casa, matutando sobre as possibilidades futuras para, não desencorajar o ímpeto do menino e também não poder fugir das regras estabelecidas na Cia. Para ingresso na Cia Municipal se faz necessário vários anos de dança em alguma academia, certa experiência. Muitas meninas começam muito cedo, aos 7 anos e os meninos um pouco mais tarde, mas no caso dele, tudo despontando agora e de uma forma muito intensa, vibrante, irredutível.

Mesmo sem saber, Tiago já move algo nos bastidores, com pessoas interessadas em tentar viabilizar a realização não só deste sonho, como a sua afirmação como pessoa daqui por diante. Onde poderia conseguir uma bolsa para iniciar algo com dança e ballet? Como seria seu deslocamento do Redentor até essa academia, uma vez que, pela idade, não pode circular sozinho nos ônibus circulares? O fato é que, algo deve e será feito, mas ainda tudo embrionário, porém com a devida rapidez, pois Tiago não se segura nas calças de contentamento com tudo o que já viu nesses últimos dias. Numa foto tirada dois dias atrás Sivaldo escreve sobre o que vê ao abrir sua janela e dar de cara com o menino sentado no chão e ajudando o pai na seleção do material reciclado: "Thiago no sábado a tarde trabalhando reciclando o que recolheu de manhã. Ele não sabe que está ajudando a tornar o Planeta habitável para os filhos de quem hoje lhe nega as condições de sonhar!". Enfim, são histórias como essa, dentro deste insólito Brasil, tão rico e cheio de nuances e diferenças, onde pintam gotas de esperança, de algo ainda não de todo perdido. Tiago e essa sua vontade de ser alguém na vida e realizar algo pelo qual sonha faz parte do não desistir de estar na cancha de luta, não só por mim, mas por todos os outros: "Eu quero ser bailarino, poder levar minha mãe para conhecer lugares que ela nem imagina existir. Eu vou chegar lá", repete a todo instante.

O PÉSSIMO JORNALISMO E A PÍFIA ATUAÇÃO PARLAMENTAR QUANDO UNIDOS POR CORDÃO UMBILICAL DESAGUAM EM BAIXARIAS
Quando se junta o ruim com o péssimo, nada de bom poderia ocorrer. Que hoje a rádio Jovem Pan, ops, digo, Velha Klan exerce o que de pior existe no jornalismo tupiniquim, numa atuação das mais tendenciosas existentes, disso não se tem a menor dúvida. Comandada pelo Prêmio Desatenção 2019 (honraria dada a ele quase por unanimidade pelo bloco farsesco, burlesco e algumas vezes carnavalesco, o Bauru Sem Tomate é MiXto), o radialista Alexandre Pitolli, odiado por 90% da classe radiofônica bauruense (não seria sem motivos), a rádio hoje virou peça de propaganda eleitoral antecipada para o vereador Meira, seja lá o cargo que ele queira concorrer nas próximas eleições. Descarada a propaganda para esse nas ondas da mais venal rádio no dial brasileiro (e olha que hoje pululam coisas horrorosas pela aí, mas ela se supera a cada dia).

Pois bem, junto do Pitolli outro a cuspir baboseiras pelos microfones, perseguições incisivas ao invés da prática do jornalismo é o tal do advogado Kofani, um que um dia já foi também ecologista, mas hoje prega o fim de todas as reservas existentes no quadrilátero bauruense, tudo em nome de um deslavado, desmemoriado e inconsequente "progresso". Pitolli e Kofani formam a dupla da bazófia, boquirrotos e insanos, espumando por todos os poros, dilatam ódio pelas ventas e fogem da prática saudável e salutar jornalística. Abordando de forma incessante algo doentio, escolheram como alvo o prefeito, em algo ainda não muito bem esclarecido e dá-lhe pau. Brincam no ar e se acham os donos do poder, detentores de algo intransponível. Pitolli já caiu do galho em versões conhecidas anteriormente e nesse momento, fazem uso de ataques abaixo da linha da cintura para seus antes adversários, hoje declarados inimigos. Até quando se sustentarão, algo desconhecido, pois também não se sabe ao certo quem é o mentor disso tudo, qual a finalidade e os objetivos. Kofani, que havia dias atrás atacado o vereador Miltinho Sardin pelas ondas do rádio encontrou o seu e foi enfrentado, tendo ficado pianinho diante do algoz. Sardin, como se sabe é das hostes do prefeito, o defende, Pitolli e Kofani são declarados inimigos deste e a partir daí, está estabelecido o vale tudo. Um com o microfone nas mãos e fazendo dele o pior uso possível e do outro um vereador em primeiro mandato, também se achando e querendo se impor sem nada ter feito de grandioso pela cidade. Ambos se merecem e o pau só não comeu entre eles, por pouco.

Do amigo Roque Ferreira leio o seguinte comentário a respeito: "O PAU QUEBROU - O advogado Claudio Kofani que é comentarista de programas da Jovem Pan, e o vereador Miltinho Sardin quase chegaram as vias de fato hoje. Segundo fontes, o advogado Claudio Kofani utilizando o microfone na rádio, teria extrapolado em suas criticas atingindo pessoalmente a família do vereador. É preciso muita responsabilidade quando se esta num veículo de comunicação e quando se exerce uma função pública".

Já tivemos jornalismo produzido em Bauru via rádio com muito melhor qualidade que esse despejado hoje na cidade pelos microfones dessa rádio, que até agora ninguém conseguiu me explicar como se espalharam por todo interior, crescendo quase sem anunciantes, com algum milagre em curso, talvez o da multiplicação dos pães e do outro esses vereadores atuais, em sua maioria inertes, inoperantes, inadequados, para não dizer o pior, incompetentes. De um lado a pior rádio que já tivemos na cidade (se a Auri-Verde deixava a desejar, essa Klan é o caos jornalístico) e do outro a pior Câmara, ou seja, ambos se merecem e se completam. Boçalidade e baixaria são com eles mesmos, daí se concluí como anda o jornalismo radiofônico e o exercício da vereança na cidade de Bauru. Um se completa e se reencarna no outro, farinhas do mesmo saco, a defender o que de pior temos rolando país afora. Quando se pagam, o melhor é deixar se trucidarem em praça pública, pelo bem de todos.

Eis o link da gravação feita quando do quase confronto pernal e braçal: https://www.facebook.com/watch/?v=2521391467883813