A intenção deste "Lado B - A Importância dos Desimportantes" é a de contar e deixar registradas histórias de vida. Por aqui já passaram mais de uma centena de pessoas e de tudo, revelações surpreendentes, num animado bate papo, proporcionado por mim, o mafuento HPA, que entende pouco do riscado, mas se esforça muito para dar continuidade em algo, revelando perfis de gente, sempre com boas histórias para contar, além, é claro, de estarem todos posicionados e em busca de um outro mundo.
Neste 116º, trago aqui uma bauruense, ROSÂNGELA SANCHEZ STÜCHELI que, no final dos anos 70, com 19 anos, após vivenciar em Bauru, morando no jardim Bela Vista, experiências anarquistas, resolve ganhar o mundo. Foi, venceu e agora volta só muito de vez em quando, para rever pessoas queridas, pois seu porto seguro hoje se dá entre uma cidade Suiça e a praia de Ponta do Ramo, em Ilhéus BA. Casada com um alto funcionário de multinacional, o suíço Karl Stücheli, conheceu vários países do mundo, acompanhando-o e desde sempre, manteve algo altaneiro, o da luta contra as injustiças sociais, isso mundo afora. Aqui no Brasil, sempre muito corajosamente, nunca se omitiu de apontar os culpados da desigualdade e, dentro de suas possibilidades, ajudar no que é preciso para transformar este país.
Sua história interessa e muito. A convidei tempos atrás para ser uma das entrevistadas deste Lado B e somente agora consegui, quando ela vivencia um momento irradiante de sua vida, como mesmo diz, "remando, remando e remando sempre em frente". Conseguiu fincar os pés num recanto baiano próximo do que se pode entender de um paraíso terrestre e de lá, diariamente posta algo sobre a comunidade onde vive, os tantos que a rodeiam e algo mais deste momento político vivenciado pelo Brasil e o mundo. Inesquecível quando Sergio Moro passou pela Europa, todo pimpão foi fazer palestra, se achando o dono do mundo e por lá encontrou brasileiros apontando o dedo em sua cara e a demonstrar o perverso que sempre foi. Dentre eles Rosângela.
"Rosângela Sanches Stücheli é bauruense e aqui viveu até o momento em que se foi para a Europa. Casada com o Karl Stücheli, vive metade do ano na Suíça e outra num recanto baiano, algo assim como o paraíso terrestre. Ao lado dele e de suas andanças profissionais já residiram em muitos lugares da América Latina, um deles a Venezuela nos tempos de Chávez. Ambos são movidos por onde estejam na defesa dos interesses do povo trabalhador e algo doloroso para ambos é ver a injustiça na prisão do ex-presidente Lula, alguém que tanto fez pelo país. Participam ativamente por lá de todo ato a favor do LULA LIVRE e pelo fim do golpe, esse que massacra o país e seu povo.Numa das vezes em que Sergio Moro esteve por lá, marcou presença e ajudou a conscientizar os presentes do papel cumprido pelo juiz inquisidor. De Bauru para o mundo", este texto eu escrevi dela em 29/07/2018.
De lá pra cá, ela vai nos contar na conversa entre Bauru e Ilhéus, algo desde sua saída de Bauru, o tempo vivido por aqui e depois, como se deu as transformações em sua vida desde então. Será uma reveladora conversa, pois ela gosta da boa prosa e juntos proporcionaremos uma hora com algo de grande valia: experiência positiva de vida. Ela não é tão conhecida em Bauru, enfim se foi daqui muito cedo, mas após o papo dominical, sua história estará aqui perpetuada. Rosângela é dessas que não perde a esperança, jamais e irá demonstrar isso com sua empolgante fala. Creio, que de tantos bauruenses espalhados mundo afora, eis alguém mais do que especial. Vale muito a pena ouví-la com a devida atenção.
Vamos juntos?
Eis o link com a gravação da conversa, duração de 1h30:
Comentário da Rosângela sobre o bate papo: "Amei a sua sensibilidade em escrever, não somente agora, mas desde sempre que o descobri no Facebook. Acho que o descobri vc em 2015. Grata pelo convite, por fazer parte do lado B. E na entrevista desde domingo, digo desde já que tenho dificuldade em encurtar histórias kkk. Pode me brecar tá!!!".
ENCERRO MEU DOMINGO ESCREVENDO ALGO SOBRE FABRÍCIO GENARO
Fabrício é temperamental, desses que dificilmente leva desaforo pra casa. Quando tem que te falar algo, fala e não mede as consequências. Um turrão e assim sendo, sofre mais, pois agora dono do bar dito como reduto da esquerda bauruense, por ali já se viu de tudo e ele, ali do lado de detrás do balcão, segurando o rojão, na maioria das vezes sózinho. Ontem ouvi dizer que ele estava mais nervoso do que das vezes lá no bar. Foi na festa de aniversário dele, o Sérgio Baracat e o Roberval Placce. E ao final passou mal e teve que ir pra UPA Ipiranga e lá pernoitou até melhorar.
Eu entendo o que se passa com o Fabrício, pois também ando pela hora da morte. Andamos todos meio que no fio da navalha, querendo resolver as questões nacionais e vendo tudo meio que atravancado, com impedimentos mil destes hoje representando não mais o conservadorismo, mas a ultra-direita, o fascismo mostrando garras e dentes. Não está fácil e para quem tem problemas cardíacos, a tendência é piorar. As intervenções do ministro Flávio Dino, quando convocado tem sido uma espécie de alívio, pois vai lá e sabe tirar de letra as malversações e golpes abaixo da linha da cintura desferidos pela perversidade em curso nos nossos parlamentos. O mesmo não ocorre na maioria do restante do Governo Lula.
Fabrício ontem me chamou de lado e disse algo assim: "Henrique, podemos não concordar em tudo, mas nós somos vanguarda e temos que no unir e enfrentar mais isso tudo, colocar mais a cara pra bater e reagir, atacar e não deixar acontecer o que estamos vendo. Me propos até uma conversa, que iremos, com certeza, marcar para os próximos dias. Só que ele ontem convergiu para si muito mais do que devia, juntou uma sucessão de coisas no seu entorno, os problemas do dia a dia e todos os políticos e quase teve um periquipapo. Sinto por ele, sinto por todos que estão com algo entalado na garganta, loucos para explodir, botar o bloco na rua e sem encontrar os meios para fazê-lo. Quando, ainda ontem, Fabricio convidou Milton Dota para falar e antes colocou A Internacional pra todos ouvirem, o momento era só emoção. Dota falou o que todos repetem e poucos estão a exercer de fato: "Se não superarmos algo a diferenciar um do outro, não buscarmos algo em conjunto, unidos e coesos, não chegaremos a lugar nenhum".
A tensão do Fabricio é um sinal de que, todos nós, podemos explodir e apagar se não nos cuidarmos. Ontem foi um dia festivo, mas também de muita reflexão. Eu senti o quanto ele estava nervoso, intranquilo e isso demonstrado claramente no jeito como se apresentou. O que aconteceu com Fabricio é um sinal para todos nós. Nós somos fortes, quando juntos representamos boa quantidade de pessoas e o que falta mesmo é mais conversa, ação e união. Ele me disso ontem que o governo de Lula não vai atender tudo o que imaginávamos ser possível. Sim, evidente isso. Lula governa com minoria nos parlamentos e é obrigado a negociar em todas as questões. Faz sua parte e nós, faríamos muito mais se estivessemos organziados e fazendo pressão contínua em todas as votações acontecendo por aí. Nessa semana, Cristina Kirchner reuniu uma multidão na Argentina, ela também muito acossada por um Judiciário a incriminá-la injustamente, como fizeram com Lula e disse algo assim: "Não peçam a mim o que não podem dar". Então, como exigir que ela concorra à presidência, se o povo não se mostra devidamente organizado para pressionar quem a impede de concorrer. Sem o povo na retaguarda, nem ela, nem Lula, nem ninguém com intenções de atender anseios populares conseguirá impor o que se faz necessário fazer. Fabrício adoece, assim como eu e tantos outros. Queremos fazer algo e não estamos sabendo como, pois resistimos, porém fracionados e desunidos. Deste jeito, aja problemas de saúde. Enfim, para enfrentar tudo o que vemos pela aí o povo precisa estar nas ruas. Assim nos curaremos todos.
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