domingo, 14 de maio de 2023

DROPS - HISTÓRIAS REALMENTE ACONTECIDAS (216)


O 2° CONVERSA NA FEIRA, HOJE NAS RUAS DE BAURU
Do improviso nasce algo e este algo flui ali junto aos livros na feira. Falemos disso, sem nenhum regramento e tudo no improviso. Ruar e festar disso, dentro do espaço mais democrático desta cidade Sem nenhum Limite. Estiveram por lá o aposentado do Banespa Assur Antonio Silva, comerciáriodo Calçadão da Batista Wagner José Gomes e o professor de Filosofia Fabiano Ferreira. 
Eis o link de gravação com 15 minutos: 
https://web.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1904540673251580

ELUCUBRAÇÃO DOMINICAL
01.) EU, RENATO MAGRI E UMA DAS CANÇÕES DE RITA LEE
O telefone toca na sexta e do outro lado o amigo advogado, direto de Novo Horizonte, Renato Magri, finalizando um texto para publicação no jornal impresso daquela cidade, sua coluna semanal. Ele estava encucado com uma das canções na voz de Rita Lee, a "Meu bom José". No link a seguir, a versão brasileira feita por Nara Leão e também a original, na voz de Georges Moustaki: https://originalouversao.com.br/.../musica/meu-bom-jose. Enfim, Magri me questionou se sabia de algo a respeito dos motivos de Rita, sempre tão distante do envolvido com questões religiosas, ter gravado essa canção. Nada sei e ao pesquisar, pouco encontrei. Enfim, o "casar com Deborah ou com Sarah", também não seria conotação judaica? Sim, tudo leva a crer. Não conseguimos chegar num consenso e falei, gostaria de ler seu texto semanal. Ontem, sábado, ele me envia e algo de Rita Lee, muito admirada por nós dois e imensa legião. Fui ler o seu texto, gostei muito e o publico por aqui. Magri é dessas pessoas pelas quais sempre vale muito pena uma troca de ideias, conversas sempre muito lúcidas e recheadas de um aprofundamento só possível com quem já vivenciou de tudo nesta vida. Ele, advogando em Novo Horizonte, optou por lá fixar residência e recentemente recebeu comitiva de bauruenses, dentre os quais este HPA, quando lá estivemos para assistir uma partida de futebol, Novohorizontino e Noroeste. Num mundo cada vez com gente dona da verdade e sem nenhum conhecimento mais profundo do que diz, sou cada vez mais adepto de travar conversações com gente ao estilo deste meu amigo. Continuamos buscando dos motivos da gravação da Rita, enfim, "Porque será meu bom José/ Que esse seu pobre filho um dia/ Andou com estranhas ideias/ Que fizeram chorar Maria/ Me lembro as vezes de você/ Meu bom José meu pobre amigo/ Que desta vida só queria/ Ser feliz com sua Maria". Se alguém puder decifrar nossa dúvida, que o faça.

02.) FUI ABORDADO NA FEIRA, ELE ME CONHECE E ALI LÊ TRECHO DE LIMA BARRETO
Hoje pela manhã, andando na feira, sou abordado por amigo, ambos com interesses livrescos e ele, com uma edição da Penguin & Companhia das Letras para "Triste Fim de Policarpo Quaresma", obra do Lima Barreto, escrita mais de cem anos atrás. Me parou só para mostrar algo, que segundo sua interpretação, dizia respeito a gente como ele, um "zé ninguém", que gosta de ler, de estar se informando, mas conta com o desprezo dos que acham isso, algo só possível para os dos andares de cima da camada social. Fez questão de ler o trecho impresso na capa: "Não recebia ninguém, vivia num isolamento monacal, embora fosse cortês com os vizinhos que o julgavam esquisito e misantropo. Se não tinha amigos na redondeza, não tinha inimigos, e a única desafeição que merecera fora a do doutor Segadas, um clínico afamado no lugar, que não podia admitir que Quaresma tivesse livros: 'Se não era formado, para quê? Pedantismo!'". Peguei seu livro e li que, nessa edição, algo a mais, em cada página, observações da historiadora Lilia Moritz Schwarcz, que investiga o cenário social e político do romance apartir do caderno de anotações do autor. Juntei o fato dele me abordar para demonstrar, ele um ser, segundo ele "desimportante" e me parando só para dizer ter entendido quando faço uso do termo no projeto "Lado B - A Importância dos Desimportantes". Exaltado me dizia: "A gente sabe que para eles, os tais donos do poder, somos mesmo desimportantes. Ele não nos querem nem opinando, pois acreditam isso ser exclusividade deles, os letrados e endinheirados. Na verdade, eles são uns bostas, pois a cultra dos ricos brasileiros é nula. Possuem livros em suas bibliotecas como enfeites e não lêem nada". Deixei ele escapar pelo vão dos dedos, sei quem ele é e não sei seu nome. Me disse ter comprado o livro na banca do Carioca e que lá tinha mais um. Eu tenho este livro, mas não com as anotações da Lilia. Voei de volta para o Carioca e comprei o tal livro, pasmem, numa banca de 3 por R$ 10. Perdi o amigo, mas voltarei a achá-lo qualquer dia desses, pois ele me conhece, me assiste no Lado B e queria, depois de tudo, conhecê-lo melhor. É de gente como ele que quero estar mais próximo daqui por diante, cada vez mais.

03.) O FILHO NA FEIRA DO ROLO
Escrevi ontem do filho e hoje, sua despedida de Bauru, se deu na Feira do Rolo, mais precisamente comendo pastel ao lado do primo Gustavo e vendo livros na Banca do Carioca. Queria pegar uma palavrinha dele no meu 2º Encontro na Feira, mas ele declinou. Vasculhamos livros e proseamos mais um pouco no meio da bagunça reinante no local - ou seria uma bagunça altamente organizada? Vê-lo junto do Gu é desses momentos indescritíveis, como tentativa de incentivá-lo a pegar gosto pela leitura e o mesmo amor aos livros. Fiquei ao lado deles alguns momentos e em cada livro em suas mãos, uma dica do mesmo, algo para despertar o interesse no garotão ao seu lado. Isso sim eu deveria ter gravado, uma conversação introdutória de altíssimo valor entre alguém já devorador de livros e outro, com grandes possibilidades. Como tinha meu bate papo marcado, não pude acompanhá-los nas andanças pelo lugar. Fiquei restrito ao quadrilátero da banca, enquanto os dois circulavam pelo lugar. O filho escolheu uns livros e quando foi pagar para o Carioca, este lhe comunicou que o valor era baixo e sem me comunicar, o fez a ele, que quem pagaria a conta seria eu. Um dos escolhidos foi "Os Borgia", do escritor Mario Puzo, especialista em contar histórias longas sobre a Máfia. o reinado dos Bórgia, como é sabido, deve ter sido uma das primeiras máfias européias, mesmo quando a designação ainda nem se sonhava seria essa. Eu, cá do meu canto, escrevinhando isso tudo pouco antes de deitar, com tantos livros ao meu redor, cada vez mais, penso em como será a técnica por mim utilizada para dar de todos, ler tudo, antes que me vá. Preciso apressar as leituras...

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