SANDRA DE SÁ E ORQUESTRA MUNICIPAL DE LENÇÓIS PTA, NA ABERTURA DA 8° FEIRA DO LIVRO DAQUELA CIDADE
Noite de domingo, 17/11, a partir das 20h.
Livro e boa música, tudo junto e misturado. Deu coisa muito boa.
Eis o vídeo gravado por mim, quando ela movimenta todo o público no Teatro Municipal de Lençóis Paulista: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1273168644027980
A vida é feita de trombadas. Elas acontecem a todo instante e destas, sempre algo sobressai. Na noite de domingo fui novamente atrás de bocadinho de Cultura em Lençóis Paulista, na abertura da 8ª FILLP - Festival Integrado de Literatura de Lençóis Paulista. Queria ir ver os livros e querm os expunha, além disso, uma solenidade homenageando a cada ano uma personalidade do mundo literário e por fim, um show com Sandra de Sá.
Chegamos, eu e mano Helena Aquino, estaciono o carro bem defronte a ampla área do Jardim Botânico e lá um bonito prédio envidraçado, o do Orquidário Municipal. Chegamos pouco mais cedo e o lugar merecia uma olhada mais depurada. O fizemos e daí, sai de lá de dentro uma pessoa, que já havia visto por ali das últimas vezes, o segurança do local, uma baita negão, forte pra dedéu e com algo mais se sobressaindo, um baita sorriso. Impossível não parar bocadinho mais para um papinho, pois vimos, ele queria puxar conversa.
Falamos do teatro, ele nos disse de sua atividade e por fim, assim do nada, me disse que trabalha ali ao lado e nunca foi ao teatro. Pensei nos tantos outros, funcionários municipais de tantas outras prefeituras municipais, que nunca adentraram espaços culturais. Ele me disse que, seus horários não batem, pois faz plantão noturno até à meia noite e desta forma, vê a casa encher e esvaziar, carros chegarem e partirem, mas sem a possibilidade de ali adentrar. Pelo que percebi, ele nem sabia ao certo o que estaria acontecendo ali ao lado e sim, somente mais um evento de casa cheia e muita gente de fora, como nós dois.
Carmelito dos Santos falou mais e proseamos com ele nos levando até seu carro, estacionado ali ao lado. Primeiro nos disse ser da vizinha Areiópolis, viajando diriamente com seu possante para o trabalho e que, não teria como fazê-lo com outro meio de locomoção, pelos horários. Disse até quanto gasta, aproximadamente R$ 1.400 reais mês de combustível, mas afirma valer a pena, pois seu soldo mensal compensa. Do carro, faz questão que vá até sua parte traseira e no caminho diz, que vai conhecer quem é seu grande ídolo. Chego lá e me deparo com um imenso adesivo na parte traseira do herói da HP Batman. Sim, seu Carmelito é fã do homem morcego.
Rimos e me conta, com sua vestimenta impecável, botinão com as calças para dentro, sorriso sempre latente, dos seus planos e que, é uma pessoa muito simples, vidinha caseira, trabalhando de segunda a segunda, sem folga, com esse extra e ali, quando pode conversando muito com quem lhe dá atenção. Demos e assim, conheci bocadinho deste senhor que, já havia visto e nos atendido outras vezes, quando ali paramos o carro. Desta forma e jeito, nas trombadas mais inesperadas, conhecemos uns e outros, suas histórias de vida e sonhos. Descobrimos que, na noite de domingo, o sorridente Carmelito, ali sózinho na portaria do Orquidário de lençóis Paulista, queria só encontrar pessoas para trocar umas palavrinhas, pois fica a maior parte do tempo sózinho.
CESAR NAZAR, LIVREIRO CAIXEIRO VIAJANTE, DE FRANCA PARA O MUNDO
Quando me vejo diantes destes, pleno século XXI e viajando pela aí, cidade em cidade, evento em evento, fico me remoendo por dentro - por fora também -, louco de pedra pra botar o bloco na rua e fazer o mesmo. Cesar Nazar, dono da Almanaque Livraria & Sebo, sede em Franca, mas cidadão do mundo. Por estes dias na FILLP - Festival Integrado de Literatura de Lençóis Paulista, logo mais, pela aí, onde o vento o levar.
A livraria sebo tem sede própria, no centro de Franca, mas ele e mais outros, dependendo da necessidade estão por aí, levando cultura e conhecimento estrada afora. O carro chefe continua sendo o livro, agora agregado com revistas, muito HQ, DVDs, CDs, bottons e, principalmente LPs. O boom e revival dos LPs é mais do que perceptível, tanto que, imprescindível trazê-los nas viagens. No stand em Lençóis duas caixas.
Quando me vejo diantes destes, pleno século XXI e viajando pela aí, cidade em cidade, evento em evento, fico me remoendo por dentro - por fora também -, louco de pedra pra botar o bloco na rua e fazer o mesmo. Cesar Nazar, dono da Almanaque Livraria & Sebo, sede em Franca, mas cidadão do mundo. Por estes dias na FILLP - Festival Integrado de Literatura de Lençóis Paulista, logo mais, pela aí, onde o vento o levar.
A livraria sebo tem sede própria, no centro de Franca, mas ele e mais outros, dependendo da necessidade estão por aí, levando cultura e conhecimento estrada afora. O carro chefe continua sendo o livro, agora agregado com revistas, muito HQ, DVDs, CDs, bottons e, principalmente LPs. O boom e revival dos LPs é mais do que perceptível, tanto que, imprescindível trazê-los nas viagens. No stand em Lençóis duas caixas.
Chego mais perto, assunto sobre o plástico envolvendo os LPs. Não os encontro mais em lugar nenhum e isso grande preocupação para todo colecionador, pois com o tempo vão se desintegrando. "Tive essa preocupação e só resolvi mandando fazer. Tenho hoje em duas gramaturas. Revendo baratinho. Melhor impossível", me diz. Foi quando aprofundei conversa e pedi o contato, aqui compartilhado.
Seu Nazar roda o trecho e não é de hoje. Tem muito quilimetro rodado. Suacarinha rejuvenescida vem desses embates todos, cansativos, porém inebriantes. De suas bancas de livros na Feira aberta na noite de ontem, uma de novos e algo inerente ao seu negócio, os usados, todos em bom estado conservação. "Tendo preço e títulos bons, tudo dá sempre certo, além, é claro, das boas conversas que fluem nestes lugares", conta. E como, para tudo, principalmente neste ramo, se faz necessário ser simpático, Nazar é a propria,simpatia em pessoa. Atraia muitos para se canto só pelo largo sorriso.
Eu me interesso sempre mais pelo que acontece do lado de fora, ou seja, onde estão os livros e ali, os lançamentos, a gente conhece editores, escritores, livreiros e tudo o mais dessa gente envolvida com livros e escrita, dos pés à cabeça. Para mim, é ali que rola a coisa. Desta feita não foi diferente. Chego, eu e mana Helena Aquino, uma hora antes, ou seja, 60 minutos para vasculhar, se perder num mundo de letrinhas. Como sempre, nos perdemos.
Logo na entrada o stand da BMOL - Biblioteca Municipal Orígenes Lessa, o escritor mais famoso tendo ali nascido. Nada preciso escrever mais dele, pois o reconhecimento de seu nome para uma das mais belas bibliotecas de todo o interior brasileiro é algo realmente auspicioso. Depois o trato que o livro recebe por lá, com ela incrustrada no meio de sua praça principal, numa bela obra arquitetônica. Se lá morasse, bateria cartão ali quase diariamente e só não o faria em caso de força maior. Deitaria numa almofada ou me sentaria numa mesa, com aquilo tudo me rodeando e esqueceria da vida. Isso é possível por lá. Maravilha maior pode existir, mas é difícil de encontrar.
Então, escrevia sobre o stand na entrada da Feira e ao chegar, impossível não me deter ali. Duas simpáticas funcionárias, uma delas diretora, creio que Inês e a outra, a que mais me atendeu, sem perdão, acabei esquecendo seu nome. Elas ao me comunicarem que, ali estava rolando uma Feira de Trocas e eu sem livro nenhum para trocar, algo imperdoável. Sempre ando com muitos livros espalhados pelo carro e a partir de hoje, diante de algo assim, andarei muito mais. Vasculho as estantes e ao me deparar com muitas preciosidades, acabo confessando para as duas: "Creio irei roubar um livro hoje".
Lembro de ter alguns livros no carro. Vou lá, mas nenhum quero trocar, pois ainda não os li, mas um poderia, o de minha autoria, idos de 2012, sobre a cidade de Reginópolis, parceria com Fausto Bergocce. Subo com ele e digo ser de minha autoria. Inês o aceita para troca, mas só se o autografasse. O fiz e troco por um, depois diante de tanta boa oferta, conto a história da recente doação de um livro raro do Orígenes, acervo de meu finado sogro. Ela relembra a história e ficamos por isso. Dou uma volta pelo lugar e na volta, ela me oferece outro livro, um cacatau lindo, paixão imediata, simplesmente por ter doado o do escritor famoso. Já eram dois, mas tinha um que não podia voltar sem. Fui num outro stand, comprei um belo livro, valor de R$ 10 e troco pelo que queria.
Escrevo isso tudo simplesmente para relembrar histórias possibilitadas e a envolver esse negócio (sic) denominado livro. Eu, nestes lugares, como bibliiotecas, sebos, boas livrarias, exposições e feiras, onde todos estão reunidos e se oferecendo para prováveis leitores, saio fora de mim. Desta feita, volto com uma sacola cheia, dessas reforçadas, pois numa dessas simples de mercado, não suportaria o peso. O mais gostoso, o saboroso mesmo é a conversação possível, como a com as duas, pelo que vi, tarimbadas e preparadas para lá estarem, ou seja, gostam do que fazem e o fazem por amor, aos livros. Rendo aqui homenagens para a BMOL e, consequentemente, pela escolha das duas para abrilhantar a noite de todos que lá estiveram no último domingo. A preciosa dica é que, elas lá estarão com a banca de trocas funcionando até o próximo domingo, 24/11, quando se encerra a Feira. Eu faço parte daqueles que viajo distâncias grandes, tudo por causa de um livro. E você?
OBS.: Estamos muito representados por lá, o povo bauruense, pela ilustre presença do Pedro do Cordel, grande entendedor e divulgador das coisas boas nordestinas. O vi por lá, ele e sua família, devendo permanecer e lançar livros, além de falar, cantar e conversar. Representa muito bem uma Bauru que ainda respira e transpira livros.
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