domingo, 3 de novembro de 2024

PERGUNTAR NÃO OFENDE (215)


PASSANDO PANO
"As imagens divulgadas são claras. Os PMs invadem o velório de uma das vítimas de um alegado tiroteio. Provocam um tumulto e agridem pessoas. Para qualquer outro mortal, isto equivaleria a uma prova irrefutável. Mas policiais violentos são apenas "afastados". Não estão presos e continuam recebendo do estado até um futuro "julgamento" do qual, provavelmente, sairão inocentados. É assim. Sempre foi assim e, ao que parece, sempre será assim. Das mortes, em si, nem falo mais. Viraram rotina. É sempre a mesma história: reagiram. Provas? Nenhuma, porque até armas frias a PM tem para forjar um tiroteio. E a resistência em usar câmeras durante as ações é um forte indício - só indício? - de que não querem registrar o que ocorre nessas ocasiões.", jornalista Ricardo De Callis Pesce.

MINORIA PEDE ANISTIA AOS GOLPITAS NAS ESQUINAS DE BAURU - QUEM SÃO E O QUE QUEREM?
Eu já tinha ouvido falar que eles estavam pela aí e vez ou outra saiam pelas esquinas bradando algo a favor dos golpistas e pedindo para os justamente condenados, a anistia. Descarados. Hoje cruzei com eles ali nos altos das Nações Unidas e num primeiro momento, o susto, era verdade, eles existem. Paro o carro e fico a observá-los. Creio tratar-se de uma família, talvez a da bauruense hoje foragida e residindo nas cercanias de Buenos Aires, sujeita a ser extraditada a qualquer momento e voltar para cumprir sua pena.

Enfim, que pena foram essas e por que pedem anistia? Na verdade, são todos criminosos e com pena alta nos costados. Encorajados pelo capiroto, pregaram o golpe e tentaram o executar, com requinte de muita crueldade, pois destruiram parte do Congresso e do STF. O quebra quebra foi filmado por eles mesmos, bestiais, acreditando no que lhe enfiaram cabeça adentro, a de sendo conquistada a vitória, seriam considerados heróis, impunes por tudo o que viesse a fazer. Foram lá e fizeram, ato de barbárie, crime latente, exposto, prova inconteste do explícito delito. Quem lhe apoiou para a baderna e o quebra quebra, retirou o apoio, pois a coisa ficou feia, o resultado não foi alcançado e assim sendo, o mínimo seria quem fez a besteira ter que pagar pelo crime executado. Isso foi feito, a maioria julgada e condenados.

E por que anistia? Isso é o mesmo que pedir pro cara que matou seu filho, que fez aquilo movido por inspiração positiva. Foi tudo criminoso e assim foram julgados e condenados. Hoje, uma família, pois assim os vi, estavam numa esquina das Nações clamando por anistia, a mesma ladainha do criminoso Bolsonaro, mas isso não cola. Bolsonaro, mais dia menos dia, vai ter que pagar pelos seus crimes e em cana dura. Estes condenados, mais dia menos dia, hoje foragidos, passam longe de serem presos/foragidos políticos. São, na verdade, bandidos, insuflados por outro bandido e querendo executar um crime contra a tal da democracia.

Paro na esquina e diante de uns boçais buzinando para eles, grito em alto e bom som: "Anistia uma ova, são todos criminosos e precisam voltar pra cadeia". Um dos caras lá, filmando tudo, para depois se vangloriarem pelas redes sociais, deve ter me fotografado, o que não me intimidou, pois dei a volta no quarteirão e gritei mais: "São bandidos, cadeia neles e não anistia".

Encontro neste retorno uma amiga passando por ali e ela me chama a atenção para algo: "Não se apoquente com estes, são muito poucos, mesmo Bauru tendo ainda infinidade de gente a defender o indefensável, o criminoso e o crime. Mas não aglutinam mais a quantidade de gente de antes, pois no mínimo, a maioria deve ter vergonha na cara e perceber a furada onde estão se metendo com esse discursinho cerca lourenço. Respeito qualquer tipo de protesto, mas repudio este, pois é muito fora da casinha isso de ficar fazendo apologia para algo mais que condenável, como se existisse justiça em perdoar quem fez aquela besteirada de tentar um golpe e destruir Brasília. Hoje tudo o que fazem soa ridículo, algo como uma pregação ao vento, pois a anistia não vai acontecer e o que deve e pode acontecer é Bolsonaro acabar preso como mentor da bazófia toda". Ela está certa e uma canhestra Bauru, como não poderia deixar de ser, se mostra ao lado destes, continuar na contramão de vermos e termos um país soberano. O pastelão hoje mostrou sua face numa esquina das Nações e merecem serem vaiados e ironizados, pois representam o atraso, a perversidade e um país onde estaríamos, não só quebrados, mas isolados e tendo a violência como forma de governar e também eliminar seus adversários. Superamos isso, mesmo que temporariamente e estamos num momento, onde repudiar a ação dos proponentes do atraso é algo que todos deveriam estar envolvidos. CADEIA PROS GOLPISTAS!

JOSÉ GENOÍNO EM BAURU NA TV PREVE/DIÁRIO DO BRASIL, ENTREVISTADO PELO JORNALISTA JOSÉ EDUARDO AMANTINI
José Genoíno, ex-deputado federal, um dos fundadores do PT e sobreviventes do Golpe Militar de 1964, esteve na Unesp Bauru na manhã desta quarta-feira.
Eis o link da entrevista que foi ao ar: 

UMA CONVERSA COM MÁRCIA NURIAH SOBRE AS VAGAS DE ESTACIONAMENTO NA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Uma delícia ouvir opiniões divergentes das que normalmente se propagam pela cidade. Na mídia nativa uma grita contra o proposto pela Emdurb, numa repaginada na avenida Nossa Senhora de Fátima, jardim América, principalmente pelos comerciantes, pois estes perderão vagas de estacionamento defronte seus estabelecimentos. A avenida, cada vez mais movimentada e se transformando numa via de passagem rápida, daí entendível as vagas serem suprimidas, para melhorar o fluxo de veículos. Isso uma coisa, outra, o comerciante a reclamar, dizendo que, se o cliente não tiver como estacionar defronte seu estabelecimento, suas vendas cairão. E nem os de entrega terão permissão para parar, algo que pode ocorrer fora do horário comercial.

Este o imblóglio. Também achei um tanto exagerada a reclamação e pensando nisso, pura coincidência, recebo em casa a visita de Márcia Nuriah, nossa eterna bailarina - tipo exportação -, hoje residente da Holanda e terminando seu período de férias na cidade, onde neste ano estendeu o período de sua permanência, devido operações ortodônticas, que a impediram de voar. Isso ela fará amanhã, segunda, 04/11, no retorno para sua casa do outro lado do Atlântico.

Hoje quando disse que viria papear aqui em casa, primeiro a surpresa. Ela anda a pé e muito, costume adquirido onde mora. Eu me propus ir buscá-la e ela saindo de uma aula de balé, numa academia atrás do Bauru Shopping, quase 1km de distância, disse que, percursos assim tão próximos, ela normalmente o faz andando. Disse que, aqui no Brasil, a maioria das pessoas - principalmente da Zona Sul -, não andam isso de jeito nenhum e quando sem automóvel, chamam um Uber. Andar mesmo, muito pouco, tem até vergonha de fazê-lo.

Ela ri, conta histórias de como andam muito na Holanda e por toda Europa. "Pra que tem que me buscar, num trecho tão curto? É até um abuso", diz. Na prosa surge o assunto do suprimento do estacionamento de veículos na avenida do Jardim América e ela segue na mesma toada: "Henrique, isso de andar serve para tudo. Por aqui, pelo que vejo, o comerciante quer que parem bem defronte sua porta. A alegação é a de que o cliente não anda. De onde venho, andamos muito e parar o carro longe, ir andando é algo normal. Lá em Amsterdam, onde é proibido veículos particulares em sua zona central, parar longe e ir andando é o normal e não o contrário. Aqui no Brasil, tem uma inversão de valores".

Uma delícia ouvir isso e ver da acomodação local e de onde chegaremos com tanta comodidade. Diante dela, nenhuma possibilidade de mudança nos procedimentos, mesmo que estes tragam melhoria para muito mais pessoas. Conversar com a Nuriah é sempre um prazer, pois ela tem uma rara percepção de tudo à sua volta. Vive na Holanda há décadas e quando lhe pergunto sobre a colônia de brasileiros por lá, outra surpresa: "O brasileiro que mora há muito tempo na Europa tem um certo cuidado no relacionamento com quem chega neste momento, pois na maioria das vezes é gente muito conservadora, bolsonaristas mesmo. Tem gente que não dá nem para dialogar, quanto mais se relacionar, daí, a colônia cresce, mas união mesmo, pouca". Ela conta mais, pois diz ter cara de árabe e isso sim é motivo de ter problemas onde mora, pois preconceito mesmo, tem o muçulmano e suas questões religiosas. "Isso que você fez aqui, não acontece onde moro. Ninguém vai visitar outra pessoa sem ser convidada e quando o é, no mínimo algo feito com antecedência de meses, nada em cima da hora". Sim, impossível querer avaliar erros e acertos, quando nuns pontos um é melhor, noutros o outro. O bom mesmo é ir ouvindo ideias e concepções dieferentes, assimilando erros e acertos, tocando a vida, buscando sempre o melhor para o ser humano, todos os seres humanos.

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