1.) TODOS PRECISAM SABER: ESTÁ FINCADO EM BAURU O REDUTO MAIS RADICAL DA ULTRADIREITA BOLSONARISTA, A RÁDIO JOVEM AURIVERDE, SOB O COMANDO DE ALEXANDRE PITTOLI
Eis o link da matéria do UOL: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/11/04/radio-auriverde-bauru-ex-jovem-pan-reduto-bolsonaro-aliados.htm?
O que aconteceu
A rádio Auriverde Brasil fez dez entrevistas com Bolsonaro desde setembro. Foram nove no período eleitoral, incluindo quatro lives na mesma semana, e outra na última sexta (1º), na sede do PL em Brasília. O canal da rádio no YouTube tem 2 milhões de inscritos. Ex-comentaristas da Jovem Pan migraram para a Auriverde. Após ter sido desligada da rede, em outubro de 2023, a emissora de Bauru contratou Rodrigo Constantino, Alexandre Garcia e Cristina Graeml (PMB), que deixou o posto no final de junho para se candidatar à Prefeitura de Curitiba. A rádio chegou a insinuar que poderia haver fraude no 2º turno das eleições, em 27 de outubro. O diretor da Auriverde, Alexandre Pittoli, fez sugestões veladas de que as urnas favoreceriam Guilherme Boulos (PSOL) contra Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo, e chamou de "incrível" e "estranho" o andamento dos números em Curitiba, na disputa em que Graeml perdeu para o prefeito eleito Eduardo Pimentel (PSD).
Nas entrevistas, Bolsonaro ataca o governo Lula (PT), se defende de acusações e mira adversários na direita. O ex-presidente vem usando a rádio para criticar o presidente e negar que tenha tentado dar um golpe ao perder as eleições de 2022. Também tem mandado recados a oponentes, como o influenciador Pablo Marçal (PRTB), e a aliados, como o pastor Silas Malafaia e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. A Auriverde dá espaço a influenciadores que são alvo do STF (Supremo Tribunal Federal). Em abril deste ano, a rádio entrevistou os jornalistas Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, foragidos no exterior. No mesmo mês, a emissora entrevistou Paulo Figueiredo, investigado por suspeita de apoiar uma tentativa de golpe pela cúpula do governo Bolsonaro. Diretor da emissora é próximo de Bolsonaro. O radialista esteve com o ex-presidente em maio de 2024, em Campinas (SP), em setembro, no Rio Grande do Sul, e até na posse do presidente argentino Javier Milei, em 2023. No mês passado, Bolsonaro encontrou Pittoli em São Paulo e deu a ele uma medalha de "imbrochável, imorrível e incomível", um presente que o ex-presidente costuma entregar a aliados.
A Auriverde foi procurada, mas não se manifestou. Na última quarta-feira (30), o UOL enviou perguntas à rádio via email e por meio de advogado, mas não teve resposta. Na sexta (1º), o UOL pediu uma entrevista diretamente a Pittoli, mas o diretor recusou por estar em compromissos em Brasília. Já nesta segunda-feira (4), após a publicação da reportagem, Pittoli se manifestou. Durante seu jornal matinal, ao vivo, o diretor leu respostas às cinco perguntas feitas pelo UOL, que falam sobre o rompimento com a Jovem Pan, as insinuações de fraude nas urnas e os sócios da rádio. A reportagem foi atualizada com as manifestações de Pittoli.
Diretor disse ter sido ameaçado pela Jovem PanA rádio Auriverde foi fundada em 1956. Durante boa parte de sua história, a emissora teve uma programação local focada em transmissões esportivas e prestação de serviços, segundo um estudo publicado em 2013 pelo Grupo Jornalismo Popular e Alternativo, da USP. Em 2017, porém, a rádio se juntou à Jovem Pan News e migrou da frequência AM para FM. Parceria com a Jovem Pan durou seis anos. A Auriverde entrou na rede em setembro de 2017, permaneceu afiliada durante todo o governo Bolsonaro e foi "expulsa" em outubro do ano passado, segundo Pittoli. Ao falar sobre o rompimento, no dia seguinte, o diretor disse que se juntou à Jovem Pan por alinhamento "em questões decisivas" para o país, mas que a emissora tinha ficado "politicamente entregue aos interesses que não são mais, há muito tempo, os interesses do Brasil". Pittoli afirmou ter sido ameaçado pela diretoria da Jovem Pan. Em uma audiência no Senado, em agosto desse ano, ele disse que foi chamado para uma reunião na sede da empresa, em São Paulo, em 5 de janeiro de 2023, três dias antes dos atos em Brasília. Pittoli disse ter sido alertado que seria preso, "entre outras coisas".
Outro motivo do rompimento foi o financiamento da rádio. Ao comentar o fim da relação com a Jovem Pan, Pittoli disse que foi advertido por ter pedido doações aos ouvintes após o YouTube decidir, em novembro de 2022, desmonetizar todos os canais da Jovem Pan. "Eu tenho um áudio aqui de um diretor da rede, me ameaçando, em especial com relação às questões envolvendo o Pix, porque o objetivo era sufocar a gente", disse Pittoli um dia após o fim do contrato. O radialista acusou a Jovem Pan de ter feito "uma espécie de acordo" para demitir comentaristas após as eleições de 2022. Pittoli afirmou aos senadores que a rádio decidiu "entregar" os jornalistas, mas não deixou claro com que autoridades esse acordo teria sido feito. Segundo ele, as demissões foram parte de uma mudança na Jovem Pan após a vitória de Lula. A Jovem Pan cobrou retratação de Pittoli. Por meio de uma notificação extrajudicial, a emissora pediu que ele retirasse o que disse sobre um "suposto acordo da Jovem Pan com o STF para a rescisão de contratos". Segundo apurou o UOL, a defesa de Pittoli respondeu que ele se referiu à pressão que a Jovem Pan teria sofrido do Ministério Público Federal, e não do Supremo. Em junho de 2023, o MPF pediu o cancelamento das outorgas de rádio da Jovem Pan, por divulgação de desinformação no período eleitoral. Procurada, a Jovem Pan não comentou as acusações e o rompimento com a Auriverde. Por meio de seus advogados, a emissora informou ao UOL que "não tem por hábito comentar contratos com antigas afiliadas" e que "não comenta contratos e distratos com seus comentaristas ou antigos comentaristas", devido às cláusulas de sigilo e confidencialidade. Auriverde afirma que a Jovem Pan nunca esclareceu o motivo do rompimento. Em nota que foi lida por Pittoli nessa segunda-feira (4), o departamento jurídico da rádio afirma que a Jovem Pan enviou à Auriverde apenas um "lacônico comunicado" informando o desligamento da rede. Nesse comunicado, segundo Pittoli, a Jovem Pan afirmou que a Auriverde havia "rompido a ordem consticucional" e enviou um link para demonstrar essa infração, mas que esse link nunca abriu.
"Qualquer pessoa que acompanha as mudanças políticas, os inquéritos do Supremo Tribunal Federal, os processos contra a Jovem Pan, o perfil que eles tinham e o que eles passaram a ter, compreende claramente que no exercício de seu direito empresarial, a Jovem Pan decidiu alterar a sua linha editorial e se livrou de quem não era alinhado com essa nova linha adotada", Nota do departamento jurídico da Rádio Auriverde, lida por Alexandre Pittoli em 04/11/24. Insinuações de fraude e campanha por voto impresso. A Auriverde faz campanha por voto impresso para as eleições de 2026. Pittoli e vários entrevistados têm defendido que as urnas emitam comprovante impresso para possibilitar recontagem dos votos, um pedido que foi rejeitado pelo Congresso em 2021. A rádio faz pressão para que o assunto seja pautado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara durante a presidência da deputada Caroline De Toni (PL-SC), que se vai se encerrar em fevereiro de 2025. A emissora lançou desconfiança sobre as urnas no dia do segundo turno das eleições municipais. Com a apuração em andamento, Pittoli disse sentir um "cheiro" de favorecimento a nomes ligados ao "50", número de urna do PSOL, e "55", do PSD. A menção aos números foi feita por meio de mímicas, já que, segundo Pittoli, era preciso "pisar em ovos" e "cifrar algumas mensagens". Os comentaristas trataram o PSD como "inimigo" por liderar o "sistema", ou seja, os adversários do bolsonarismo. A transmissão levantou suspeitas sobre o avanço dos números em Curitiba. Com 11% das urnas apuradas, Pittoli questionou o fato de que Pimentel se mantinha na faixa de 56% dos votos válidos, contra 43% de Graeml. "Incrível, hein? Abre com um percentual e não muda?", disse o radialista. O resultado na cidade foi 57,64% para o candidato do PSD e 42,36% para a rival. Em São Paulo, a desconfiança foi motivada pela demora na apuração. Na cidade, a divulgação dos resultados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começou às 17h27, quase meia hora após o fechamento das urnas. Pittoli disse sentir "um cheiro" em relação ao resultado.
Não houve, até hoje, nenhuma prova de fraude nas urnas eletrônicas. Desde o pleito de 2022, o UOL desmentiu uma série de notícias falsas que apontavam indícios de manipulação dos resultados eleitorais. Aurivede afirma que comentaristas trataram de "situações incomuns" e expuseram dúvidas. Na nota lida por Pittoli, o departamento jurídico da emissora afirma que "não se pode mais dialogar sobre tal assunto no país", no caso, o sistema eleitoral. "Os comentários e os contextos em que [os comentários sobre as urnas] ocorrem permitem (parece que ainda é permitido no Brasil de 2024) perceber situações incomuns e expor dúvidas. Mas está público e notório que não se pode mais dialogar sobre tal assunto no país. E há dezenas de exemplos de problemas enfrentados por diferentes profissionais, de diferentes áreas. Assim, ter dúvidas (ainda) é admissível", Nota do departamento jurídico da Rádio Auriverde.
Expulsa da Jovem Pan, rádio do interior de SP vira novo reduto de Bolsonaro, texto de Rafael Neves, do UOL:
Uma emissora de rádio de Bauru (SP), fundada há quase 70 anos, tornou-se uma das principais plataformas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados após ter sido excluída, no ano passado, da rede de afiliadas da Jovem Pan.O que aconteceu
A rádio Auriverde Brasil fez dez entrevistas com Bolsonaro desde setembro. Foram nove no período eleitoral, incluindo quatro lives na mesma semana, e outra na última sexta (1º), na sede do PL em Brasília. O canal da rádio no YouTube tem 2 milhões de inscritos. Ex-comentaristas da Jovem Pan migraram para a Auriverde. Após ter sido desligada da rede, em outubro de 2023, a emissora de Bauru contratou Rodrigo Constantino, Alexandre Garcia e Cristina Graeml (PMB), que deixou o posto no final de junho para se candidatar à Prefeitura de Curitiba. A rádio chegou a insinuar que poderia haver fraude no 2º turno das eleições, em 27 de outubro. O diretor da Auriverde, Alexandre Pittoli, fez sugestões veladas de que as urnas favoreceriam Guilherme Boulos (PSOL) contra Ricardo Nunes (MDB), em São Paulo, e chamou de "incrível" e "estranho" o andamento dos números em Curitiba, na disputa em que Graeml perdeu para o prefeito eleito Eduardo Pimentel (PSD).
Nas entrevistas, Bolsonaro ataca o governo Lula (PT), se defende de acusações e mira adversários na direita. O ex-presidente vem usando a rádio para criticar o presidente e negar que tenha tentado dar um golpe ao perder as eleições de 2022. Também tem mandado recados a oponentes, como o influenciador Pablo Marçal (PRTB), e a aliados, como o pastor Silas Malafaia e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. A Auriverde dá espaço a influenciadores que são alvo do STF (Supremo Tribunal Federal). Em abril deste ano, a rádio entrevistou os jornalistas Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, foragidos no exterior. No mesmo mês, a emissora entrevistou Paulo Figueiredo, investigado por suspeita de apoiar uma tentativa de golpe pela cúpula do governo Bolsonaro. Diretor da emissora é próximo de Bolsonaro. O radialista esteve com o ex-presidente em maio de 2024, em Campinas (SP), em setembro, no Rio Grande do Sul, e até na posse do presidente argentino Javier Milei, em 2023. No mês passado, Bolsonaro encontrou Pittoli em São Paulo e deu a ele uma medalha de "imbrochável, imorrível e incomível", um presente que o ex-presidente costuma entregar a aliados.
A Auriverde foi procurada, mas não se manifestou. Na última quarta-feira (30), o UOL enviou perguntas à rádio via email e por meio de advogado, mas não teve resposta. Na sexta (1º), o UOL pediu uma entrevista diretamente a Pittoli, mas o diretor recusou por estar em compromissos em Brasília. Já nesta segunda-feira (4), após a publicação da reportagem, Pittoli se manifestou. Durante seu jornal matinal, ao vivo, o diretor leu respostas às cinco perguntas feitas pelo UOL, que falam sobre o rompimento com a Jovem Pan, as insinuações de fraude nas urnas e os sócios da rádio. A reportagem foi atualizada com as manifestações de Pittoli.
Diretor disse ter sido ameaçado pela Jovem PanA rádio Auriverde foi fundada em 1956. Durante boa parte de sua história, a emissora teve uma programação local focada em transmissões esportivas e prestação de serviços, segundo um estudo publicado em 2013 pelo Grupo Jornalismo Popular e Alternativo, da USP. Em 2017, porém, a rádio se juntou à Jovem Pan News e migrou da frequência AM para FM. Parceria com a Jovem Pan durou seis anos. A Auriverde entrou na rede em setembro de 2017, permaneceu afiliada durante todo o governo Bolsonaro e foi "expulsa" em outubro do ano passado, segundo Pittoli. Ao falar sobre o rompimento, no dia seguinte, o diretor disse que se juntou à Jovem Pan por alinhamento "em questões decisivas" para o país, mas que a emissora tinha ficado "politicamente entregue aos interesses que não são mais, há muito tempo, os interesses do Brasil". Pittoli afirmou ter sido ameaçado pela diretoria da Jovem Pan. Em uma audiência no Senado, em agosto desse ano, ele disse que foi chamado para uma reunião na sede da empresa, em São Paulo, em 5 de janeiro de 2023, três dias antes dos atos em Brasília. Pittoli disse ter sido alertado que seria preso, "entre outras coisas".
Outro motivo do rompimento foi o financiamento da rádio. Ao comentar o fim da relação com a Jovem Pan, Pittoli disse que foi advertido por ter pedido doações aos ouvintes após o YouTube decidir, em novembro de 2022, desmonetizar todos os canais da Jovem Pan. "Eu tenho um áudio aqui de um diretor da rede, me ameaçando, em especial com relação às questões envolvendo o Pix, porque o objetivo era sufocar a gente", disse Pittoli um dia após o fim do contrato. O radialista acusou a Jovem Pan de ter feito "uma espécie de acordo" para demitir comentaristas após as eleições de 2022. Pittoli afirmou aos senadores que a rádio decidiu "entregar" os jornalistas, mas não deixou claro com que autoridades esse acordo teria sido feito. Segundo ele, as demissões foram parte de uma mudança na Jovem Pan após a vitória de Lula. A Jovem Pan cobrou retratação de Pittoli. Por meio de uma notificação extrajudicial, a emissora pediu que ele retirasse o que disse sobre um "suposto acordo da Jovem Pan com o STF para a rescisão de contratos". Segundo apurou o UOL, a defesa de Pittoli respondeu que ele se referiu à pressão que a Jovem Pan teria sofrido do Ministério Público Federal, e não do Supremo. Em junho de 2023, o MPF pediu o cancelamento das outorgas de rádio da Jovem Pan, por divulgação de desinformação no período eleitoral. Procurada, a Jovem Pan não comentou as acusações e o rompimento com a Auriverde. Por meio de seus advogados, a emissora informou ao UOL que "não tem por hábito comentar contratos com antigas afiliadas" e que "não comenta contratos e distratos com seus comentaristas ou antigos comentaristas", devido às cláusulas de sigilo e confidencialidade. Auriverde afirma que a Jovem Pan nunca esclareceu o motivo do rompimento. Em nota que foi lida por Pittoli nessa segunda-feira (4), o departamento jurídico da rádio afirma que a Jovem Pan enviou à Auriverde apenas um "lacônico comunicado" informando o desligamento da rede. Nesse comunicado, segundo Pittoli, a Jovem Pan afirmou que a Auriverde havia "rompido a ordem consticucional" e enviou um link para demonstrar essa infração, mas que esse link nunca abriu.
"Qualquer pessoa que acompanha as mudanças políticas, os inquéritos do Supremo Tribunal Federal, os processos contra a Jovem Pan, o perfil que eles tinham e o que eles passaram a ter, compreende claramente que no exercício de seu direito empresarial, a Jovem Pan decidiu alterar a sua linha editorial e se livrou de quem não era alinhado com essa nova linha adotada", Nota do departamento jurídico da Rádio Auriverde, lida por Alexandre Pittoli em 04/11/24. Insinuações de fraude e campanha por voto impresso. A Auriverde faz campanha por voto impresso para as eleições de 2026. Pittoli e vários entrevistados têm defendido que as urnas emitam comprovante impresso para possibilitar recontagem dos votos, um pedido que foi rejeitado pelo Congresso em 2021. A rádio faz pressão para que o assunto seja pautado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara durante a presidência da deputada Caroline De Toni (PL-SC), que se vai se encerrar em fevereiro de 2025. A emissora lançou desconfiança sobre as urnas no dia do segundo turno das eleições municipais. Com a apuração em andamento, Pittoli disse sentir um "cheiro" de favorecimento a nomes ligados ao "50", número de urna do PSOL, e "55", do PSD. A menção aos números foi feita por meio de mímicas, já que, segundo Pittoli, era preciso "pisar em ovos" e "cifrar algumas mensagens". Os comentaristas trataram o PSD como "inimigo" por liderar o "sistema", ou seja, os adversários do bolsonarismo. A transmissão levantou suspeitas sobre o avanço dos números em Curitiba. Com 11% das urnas apuradas, Pittoli questionou o fato de que Pimentel se mantinha na faixa de 56% dos votos válidos, contra 43% de Graeml. "Incrível, hein? Abre com um percentual e não muda?", disse o radialista. O resultado na cidade foi 57,64% para o candidato do PSD e 42,36% para a rival. Em São Paulo, a desconfiança foi motivada pela demora na apuração. Na cidade, a divulgação dos resultados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) começou às 17h27, quase meia hora após o fechamento das urnas. Pittoli disse sentir "um cheiro" em relação ao resultado.
Não houve, até hoje, nenhuma prova de fraude nas urnas eletrônicas. Desde o pleito de 2022, o UOL desmentiu uma série de notícias falsas que apontavam indícios de manipulação dos resultados eleitorais. Aurivede afirma que comentaristas trataram de "situações incomuns" e expuseram dúvidas. Na nota lida por Pittoli, o departamento jurídico da emissora afirma que "não se pode mais dialogar sobre tal assunto no país", no caso, o sistema eleitoral. "Os comentários e os contextos em que [os comentários sobre as urnas] ocorrem permitem (parece que ainda é permitido no Brasil de 2024) perceber situações incomuns e expor dúvidas. Mas está público e notório que não se pode mais dialogar sobre tal assunto no país. E há dezenas de exemplos de problemas enfrentados por diferentes profissionais, de diferentes áreas. Assim, ter dúvidas (ainda) é admissível", Nota do departamento jurídico da Rádio Auriverde.
2.) CONHEÇA DE FATO O QUE FAZ, COMO AGE A RÁDIO QUE UM DIA BAURU APRENDEU A OUVIR, MAS HOJE, VIROU CASO DE POLÍCIA
Rádio entrevista Bolsonaro 10 vezes em dois meses e vira a voz da extrema-direita.
Eis o link da matéria do DCM: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/radio-entrevista-bolsonaro-10-vezes-em-dois-meses-e-vira-a-voz-da-extrema-direita/
Uma rádio de Bauru, no interior de São Paulo, tornou-se um importante espaço para as vozes bolsonaristas, após o rompimento com a rede Jovem Pan. Fundada há quase 70 anos, a Rádio Auriverde Brasil entrevistou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dez vezes desde setembro de 2024, consolidando-se como uma plataforma para ele e seus aliados. A ruptura com a Jovem Pan, segundo Alexandre Pittoli, diretor da rádio, foi motivada por pressões financeiras e políticas. A rádio havia se afiliado à rede em 2017, mas em outubro de 2023, teve a parceria encerrada abruptamente, o que Pittoli descreveu como uma “expulsão”. Em depoimento no Senado, ele afirmou que foi convocado para uma reunião na sede da Jovem Pan, em São Paulo, em janeiro de 2023, onde foi alertado de possíveis consequências legais. Segundo Pittoli, a rádio foi ameaçada por solicitar doações aos ouvintes via Pix após a desmonetização dos canais da Jovem Pan no YouTube em 2022. “Eu tenho um áudio de um diretor da rede, me ameaçando, em especial com relação às questões envolvendo o Pix, porque o objetivo era sufocar a gente”, declarou.
Além das dificuldades financeiras, a rádio Auriverde enfrentou tensões ideológicas na Jovem Pan, que, conforme o diretor da rádio no interior, teria feito “uma espécie de acordo” para demitir comentaristas após a vitória de Lula nas eleições de 2022. Pittoli afirmou que a emissora “entregou” jornalistas que divergiam do posicionamento da nova administração. Segundo o Uol, a Jovem Pan respondeu a essas alegações com uma notificação extrajudicial, exigindo retratação sobre o suposto acordo com o STF para as demissões. De acordo com a defesa do diretor da Auriverde, ele se referiu à pressão do Ministério Público Federal e não diretamente ao Supremo. Após o desligamento da Jovem Pan, a Auriverde passou a transmitir entrevistas com figuras que antes foram escanteadas pela rádio paulistana, incluindo jornalistas investigados e foragidos no exterior, como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, e o comentarista Paulo Figueiredo, ligado ao bolsonarismo.
Uma rádio de Bauru, no interior de São Paulo, tornou-se um importante espaço para as vozes bolsonaristas, após o rompimento com a rede Jovem Pan. Fundada há quase 70 anos, a Rádio Auriverde Brasil entrevistou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dez vezes desde setembro de 2024, consolidando-se como uma plataforma para ele e seus aliados. A ruptura com a Jovem Pan, segundo Alexandre Pittoli, diretor da rádio, foi motivada por pressões financeiras e políticas. A rádio havia se afiliado à rede em 2017, mas em outubro de 2023, teve a parceria encerrada abruptamente, o que Pittoli descreveu como uma “expulsão”. Em depoimento no Senado, ele afirmou que foi convocado para uma reunião na sede da Jovem Pan, em São Paulo, em janeiro de 2023, onde foi alertado de possíveis consequências legais. Segundo Pittoli, a rádio foi ameaçada por solicitar doações aos ouvintes via Pix após a desmonetização dos canais da Jovem Pan no YouTube em 2022. “Eu tenho um áudio de um diretor da rede, me ameaçando, em especial com relação às questões envolvendo o Pix, porque o objetivo era sufocar a gente”, declarou.
Além das dificuldades financeiras, a rádio Auriverde enfrentou tensões ideológicas na Jovem Pan, que, conforme o diretor da rádio no interior, teria feito “uma espécie de acordo” para demitir comentaristas após a vitória de Lula nas eleições de 2022. Pittoli afirmou que a emissora “entregou” jornalistas que divergiam do posicionamento da nova administração. Segundo o Uol, a Jovem Pan respondeu a essas alegações com uma notificação extrajudicial, exigindo retratação sobre o suposto acordo com o STF para as demissões. De acordo com a defesa do diretor da Auriverde, ele se referiu à pressão do Ministério Público Federal e não diretamente ao Supremo. Após o desligamento da Jovem Pan, a Auriverde passou a transmitir entrevistas com figuras que antes foram escanteadas pela rádio paulistana, incluindo jornalistas investigados e foragidos no exterior, como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, e o comentarista Paulo Figueiredo, ligado ao bolsonarismo.
Durante as entrevistas, Bolsonaro e seus aliados utilizaram a plataforma para atacar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e lançar críticas a adversários na direita. O ex-presidente também negou qualquer tentativa de golpe ao final das eleições de 2022, usando a rádio para rebater acusações e defender sua posição. Pittoli acompanhou Bolsonaro em eventos como a posse do presidente argentino Javier Milei em 2023 e recentemente recebeu do líder da extrema-direita no Brasil a “Medalha 3 Ms”, com a descrição “imbrochável, imorrível e incomível”, em reconhecimento à sua lealdade. Em transmissão durante o segundo turno das eleições municipais, a rádio voltou a levantar suspeitas sobre a integridade das urnas eletrônicas. Pittoli sugeriu, sem evidências, que os resultados poderiam favorecer candidatos do PSOL e PSD em São Paulo e Curitiba. “Incrível, hein? Abre com um percentual e não muda?”, questionou, ao observar a contagem de votos na capital paranaense. Atualmente, a Auriverde faz campanha pela adoção do voto impresso, para que as urnas emitam comprovantes físicos que permitam uma recontagem, proposta já rejeitada pelo Congresso em 2021. A rádio utiliza seu espaço para pressionar pela discussão do tema na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, presidida pela deputada Caroline De Toni (PL-SC) até fevereiro de 2025.
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