terça-feira, 5 de novembro de 2024

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (199)


RENATO PURINI, O DAE, LIMINAR, MULTA, REVOGAÇÃO, FUNCIONÁRIO FANTASMA E ATÉ AUXÍLIO EMERGENCIAL - O CONJUNTO DA OBRA
Tem coisas que só acontece em Bauru. Talvez exagere, mas é que aqui acontece de tudo e dentro deste parâmetro, nada mais surpreende.

Semana passada teve uma ocorrência a merecer destaque e falatório. O cara foi presidente da autarquia, a que um dia foi considerada a Jóia da Coroa, nosso ainda em pé, DAE - Departamento de Água e Esgoto -, sendo obrigado a deixar o cargo por imposição da Justiça, aquela que dizem, tarda mais não falha.

Seu nome está sempre nas paradas de sucesso pela aí, mas não do lado dito e visto como aprazível, desejável, competente, justo e sim, dos problemáticos e a constranger e causar rubor quando comentados com olhar clínico. Renato Purini foi vereador e no mandato de Suéllen Rosim, após retornar de trabalhos pelos lados do Paraguai, numa atuação, dizem, como empresário não bem sucedido, era suplente. Foi chamado para ocupar a vereança num momento claudicante, quando a alcaide, dita por mim como IncomPrefeita, precisava de alguérm com pulso firme para comandar o batalhão de choque propenso a privatizar a água, DAE e endividar o erário com um astronômico valor de 3,5 bilhões, para terminar sua ETE - Estação de Tratamento de Esgoto. O vereador eleito, pelo visto, não possuia o cabedal de comandar a coisa como a alcaide pensava precisava ser feito. Chamou o danado do Purini, ele chegou, assumiu a pinimba, fez e aconteceu, aprovaram o que queriam e logo a seguir, deixa a função.

Na sequência, estava numa secretária com menos holofotes e foi convidado para assumir o DAE. Por lá, até então, um bonachão, sujeito boa pinta, Leandro Joaquim, com outra pegada política. Vejo no convite, algo idêntico ao ocorrido quando foi convidado para assumir a vereança e levar a cabo uma missão. Nem todos aceitam missões onde podem sair chamuscados. Purini aceita numa boa. Leandro não foi descartado, mas deslocado para algo como a que se encontrava Purini, com menos holofotes. Lá se encontra e em seu lugar, assume Purini. A cidade inteira sabe que, a privatização do DAE será penosa, dolorosa e trará problemas de toda ordem. O pau deve comer e Leandro, com seu tipo ameno não seria o ideal para o momento.

Tudo acomodado, Leandro, que percebo gosta demais do DAE e assim sendo, teria problemas mil de consciência se continuasse na função e tivesse que tomar atitudes contra, por exemplo, o quadro de funcionários do DAE, servidores valorosos, lutadores e cientes de que, a autarquia não merece estar vivendo o que lhe impuseram. Renato assume e pelo que ouço, o clima entre o quadro de funcionário é outro. Com Leandro uma coisa, com Purini outro. O serviço a ele impingido começava a tomar corpo, ser implantado, quando numa decisão judicial, o presidente foi convidado a se retirar.

Ele tinha nos seus costados uma multa judicial de elevado valor, algo perto der 1 milhão de reais. Vinha protelando, postergando e tentando se safar de pagá-la, mas chegou uma hora em que não deu mais. A condenação é antiga, idos de 2004, ainda quando exercia o primeiro mandato legislativo. Foi mais um caso conturbado em sua vida, quando contratou uma asseddora para trabalhar junto dele e quem, na verdade, exercia a função era seu pai. Denunciado na época, o negócio rolou com o tempo ladeira abaixo e quando todos acreditavam já ser caso superado, voltou à tona e ele foi condenado. Recorreu, perdeu e chegou o momento de pagar o que devia, ou seja, ressarcir os cofres públicos. Ele tenta um acordo, mas a Justiça usa exatamente isso para decretar que o pagamento teria que ser feito à vista, pois o prazo para recorrer já estava mais do que esgotado.

A situação se complica, agora estava afastado e pela frente o boleto vencido. A alcaide não queria afastá-lo, mas teve que fazê-lo. Fez e ele, assim num vapt-vupt, meio que instantâneamente paga tudo sem vacilar. Dizem que, pagou por ter a promessa e esperança de assim poder voltar à presidência do DAE. No meio disso tudo teve a ação movida pelo sindicato do servidores municipais, o Simserm, alegando não ser ele apto para o exercício da função, pois nunca teve curso superior, algo necessário para o seu pleno exercício. O sindicato foi além, dizendo na argumentação do afastamento, ser ele também impróprio pelo motivo da falta de idoneidade, usando a condenação por improbidade. Um imbróglio dos mais embaraçantes.

Hoje, pelo que se ouve e se sabe, Purini pagou o que devia. Estranham ele ter tentado parcelar tudo a perder de vista e diante da possibilidade de poder voltar ao DAE, paga e assim se apresenta como habilitado. Evidente que, nem todos pensam assim e por fim, um último agravante, este também mais um dos problemas de percurso dentro da trajetória política do dito cujo. O TCU - Tribunal de Contas da União -, disponibilizou tempos atrás uma lista com os nomes de todos os candidatos, eleições passadas, que se utilizaram do Auxílio Emergencial. Tudo pode ser facilmente encontrado no site a seguir: https://www.jidc.com.br/noticias/2020/11/tcu-disponibiliza-lista-de-candidatos-as-eleicoes-de-2020-que-receberam-auxilio-emergencial. Lá está com todas as letras e números, Renato Celso Bonomo Purini, filho do ex-deputado paulista Roberto Purini, recebendo o Auxílio, no valor de R$ 600 reais.

Eu tento compreender os motivos pelos quais a alcaide quer reconduzí-lo à presidência, mas na somatória dos pontos, Purini se mostra realmente sem condições de exercer a presidência do DAE. A decisão será dela e terá pela frente isso tudo aqui relatado. Ele por si só, deveria abrir mão e se afastar, se utilizando deste momento como algo contemplativo e de revisão de valores, para depois de muito frequentar confessionários e genuflexórios, um dia querer voltar para o exercício de cargos públicos. Essa do Auxílio Emergencial, esquecido por muitos neste momento, não pode passar batido. Tem que ser juntado aos autos. A alcaide, que sabemos, já tem problemas a dar com pau, comprará essa briga se quiser e querendo, pagará todos os ônus dele decorrente. Essa a questão, volta ou não volta. Pelo que sei, o Simserm já se pronunciou e continuará ajuizando ações no sentido de impedir o referido retorno e desde já lançando uma campanha pública, para buscar um Presidente com "P" maiúsculo para elevá-lo ao cargo mais importante dentro do segundo mandato de Suéllen Rosim. Mas como, sabe-se, ela gosta mesmo de sarna pra coçar, daí tudo é possível.

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