Não existe como contemporizar e pegar leve com golpistas, muito menos com condenados e fugitivos. Anistia para estes é o aval que necessitam para continuar aprontando e se bobear incendiando o país. Estamos afrouxando demais a corda para estes e na sequência, algo como o visto neste momento, um maluco aparece do nada e joga bombas no STF e no Palácio do Planalto, tendo como alvos Alexandre de Moraes e Luís Inácio Lula da Silva.
O país está doente, contaminado por esse vírus, pior que uma pandemia, onde cabeças deixam de pensar por si só e passam a defender o indefensável, o abominável e quando isso acontece, fazem e cometem barbaridades, tudo por causa de já estarem malucos, totalmente no desvio. Esse endeusamento pelo capiroto, também denominado por alguns como mito é algo criminoso. Já fizeram e desfizeram muito neste país, permaneceram meses diante de quartéis, arquitetando golpes e atentados, tudo para conseguir o intento de manter no poder o déspota, o criminoso. Não conseguiram e agora, a cada anúncio de sua provável prisão, voltam para as ruas e como kamicases fazem e acontecem.
Só a lei, a justa aplicação da lei os conterá e tudo alicerçado por pressão popular, respaldo quantitativo de gente nas ruas, impedindo e bloqueando suas ações. A Justiça é lenta e quem poderia fazer algo é claudicante, vide o homem dentro do staff governamental que poderia acionar Bolsonaro e não o faz, o Gonet. Daí, lenientes, respeitamos regras e soltamos condenados para cumprir pena em casa e estes fogem do país, se livram de tornozeleiras e afrontam a lei. E bobocas de mola ficam propondo que anistiar estes é o caminho para apaziguar o país. Conversa fiada, pois mais do que evidente, anistiados, estarão todos nas ruas e prontos para fazer com maior eficiência o que não conseguiram em 8 de janeiro.
Não tem como ter dó, piedade de um maluco, como o de ontem, quando estoura bombas diante do Planalto e do STF e por um descuido, como no caso do Puma, no atentado do Riocentro, algo dá errado e morre no local. Isso tudo são as consequências de se pegar leve com bandidos, perigosos golpistas, uns que, cabeça feita, estão perdidos no mundo e prontos para aprontar. Na Argentina, um maluco tentou matar Cristina Kirchner, sua arma falhou e foi pego, mas a Justiça de lá pouco faz para levar adiante sua condenação, preferindo, a mando do ditador Javier Milei, num evidente lowfare, eliminar os direitos da ex-presidenta, condenando-a e agora, querendo até lhe retirar o soldo mensal que lhe é de direito.
Estes perversos, bandidos mesmos, fazem o que mandam suas cabeças já perdidas, sempre conduzidas por algum maluco, ultradiretista, propondo o fim do Estado e se proclamando libertários. Ainda existe um tempo para se tomar atitude e reverter o perigos maior, que é o levante destes, armados até os dentes e se insurgindo, como já tentaram contra tudo o que ainda permanece em pé. Contemporizar mais uma vez é tapar o sol com a peneira e deixar que dêem um novo golpe e daí, talvez até irreversível. Com a viola em caco, a reversão é praticamente impossível, mas se algo for feito já, muita possibilidade de tocar este país adiante seguindo preceitos ditos como democráticos.
ALGO SOBRE AS DENOMINAÇÕES DAS RUASEstava ontem em Pederneiras e conversando com meu amigo, professor de História, Rui Dom Quixote, maranhense de quatro costados e residindo por lá há um bom tempo. Falávamos sobre projetos em conjunto, contando histórias de personagens da cidade, quando me diz de algo, que muito me interessa, antena e radar ligados: como se dá a denominação das ruas na cidade de Pederneiras. Ele faz um trabalho junto aos estudantes, buscando verificar como são denominadas as ruas naquelas cidades, enfim, quem são os agraciados. Sua conclusão é bem simples, a classe trabalhadora praticamente não está representada com seus nomes nas placas de rua e a imensa maioria são de representantes da classe dominante.
Volto pra Baru pensando no assunto, chego e ao ler algumas mensagens recebidas lá uma sobre o mesmo assunto, mas por outro ângulo. Nei Silva Lopes é funcionário público municipal de carreira na Seplan, a Secreutaria de Planejamento da Prefeitura. Nos conhecemos de longa data, dos tempos quando estivemos junto atuando no CODEPAC, o conselho de defesa do patrimônio histórico e cultural de Bauru. Ele me diz: "Você percebe que a maioria das nomeações de rua são homens... Maioria da Câmara de Vereadores são homens...uma perpetuação do patriarcado, machismo, misoginia... Na Nova Bauru..tem 17 ruas....1 ou 2 nomes de mulheres....as estatísticas não deixam mentir, sua rua é nome de mulher ou de homem....? Faz uma enquete aí nos grupos de amigos...sua rua é nome de mulher ou de homem?".
Junto as duas conversas e o toque para a escrevinhação agora feita, enfim, como se dá a denominação de ruas da maioria das nossas cidades? Privilegiam quem, membros da elite ou representantes das classes populares? Tem mais denominações de homens ou de mulheres? Rui já faz uma pesquisa lá em Pederneiras e tudo me faz instigar para que vá fundo, pois o tema é provocante, instigante a resposta, quando líquida e certa, representa algo bem singular deste mundo onde vivemos. Dá pra ir fundo nessa pesquisa e apresentar algo mais concreto a respeito. Tudo são sinais de como nossas cidades se deixam levar, nos seus mínimos detalhes, pelos tais "donos do poder", uns que aqui em Bauru, em certo período, foram também denominados como "forças vivas".
Isso tudo me faz lembrar de algo no sentido contrário, uma conspiraçãozinha contra esses nomes de importantões da elite, opressores de toda natureza, como o nome de uma bairro aqui de Bauru, homenageando um ditador militar, o ex-presidente Geisel ou a rodovia famosa paulista general Castello Branco. Um grupo de paulistanos, tempos atrás, imprimiu adesivos nas idênticas cores das placas, mas com denominações de populares, como uma que homenageava Roberto Marinho e foi substituída pela de Vladimir Herzog. Se a substituição não é pelo meio legal, se dá por meios alternativos...
RECADO DO HPA (36) *
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