terça-feira, 31 de dezembro de 2024

INTERVENÇÕES DO SUPER-HERÓI BAURUENSE (179)


COMO DESEJAR UM BOM ANO NOVO PARA BAURU EM 2025?
Guardião, o super-herói bauruense sabe o que faz. Não dá ponto sem nó. É preciso, diria mesmo, cirúrgico. Como nessa sua avaliação de final de ano. No encerramento do ano político bauruense, quando achávamos que o pior já havia passado, eis que a incomPrefeita Suéllen Rosim é reeleita - e no primeiro turno - e com ela, de 17 para 21 vereadores. Antes com 17 vereadores no páreo, o jogo era quase meio a meio, 9 x 8. Ora a oposição ganhava algo e quase sempre vingou os interesses da atual administração. Deram às costas para a real função de um vereador, a de fiscalizar o Executivo. E hoje? Ele, nosso intrépido capa e espada, dá sua estocada final neste final de ano.

"Não preciso dizer muita coisa, pois as cartas estão na mesa. Dos 21 vereadores, entre eleitos e reeleitos, asituação que já era desfavorável para os reais interesses da cidade, agora desandaram de vez. Fiz todas as contas possíveis, imaginei o quanto cada um dos que estarão atuando a partir de amanhã lá na Câmara dos Vereadores e constato, o placar agora é 17 x 4. Ou seja, somente quatro estarão atuando na dita oposição ao imposto pela alcaide. E pasmem, destes quatro, tem gente ainda claudicante, que vez ou outra, esteve do lado de lá, gritando contra os desmando da alcaide nestes últimos quatro anos, mas na hora de votar, acabou fazendo em seu favor. De tudo, feitas todas as contas, creio que pela Câmara não avançaremos um centímetro - diria mesmo, um milímetro -, no quesito melhorias e algo de concreto para termos uma cidade realmente saudável", sua fala.

Disse mais: "Sei que alguns poderiam questionar como cheguei a este placar de 17 x 4, porém, o fiz depois de muito matutar e esquentar o cerebelo. Por mais que tentem destruir a construção aqui apresentada, tenham a mais absoluta certeza e para isso, sei ninguém precisará de uma bola de cristal e sim, somente da passagem do tempo. Tudo leva a crer e quase sempre não me decepciono, o placar final das decisões e votações terá essa composição. Talvez um mais, um menos, um claudicante, outro aderente, mas sempre dentro das expectativas. Nada me surpreenderá além disto. Minha modesta e única conclusão é somente uma: pioramos. Alguma dúvida? E assim, com estes esclarecimentos, sei que o ano novo será um tanto amargo para Bauru, pois se em muita coisa não mais dependeremos das decisões da Câmara, pois elas não virão, nos resta a movimentação e mobilização social e a ação do Judiciário. Nele deposito minhas esperanças, da Câmara nenhuma. Bom Ano Novo".

Em tempo: Guardião é obra do traço do impecável artista Leandro Gonçalez - hoje nos presenteando com sua charge lá de Ourinhos SP, onde desfruta de alguns dias aos lados de seus pais - e este mafuento HPA, com a parte escrevinhativa. Como sempre, cutucamos a onça com a cara curta e assim, esperamos poder continuar fazendo por 2025.

NÃO TEM MAIS NADA PRA DIZER, AGORA É SÓ ESPERAR

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

O PRIMEIRO A RIR DAS ÚLTIMAS (154)


POUCO ANTES DESTE ANO PARTIR PARA AS PROFUNDAS

ÚLTIMAS PALAVRINHAS NA DESPEDIDA DE 2024
Essa foi - até o presente momento - a última foto tirada neste ano junto de Ana Bia Andrade, minha parceira de todas as horas e momentos. Estávamos nos divertindo na festa do lançamento do samba do bloco carnavalesco, também torcida de futebol, da Fiel Macabra, que coincidentemente é do time que torço, o Corinthians. Cantamos, dançamos e proseamos até não mais querer. Essa a imagem que queria passar adiante neste final de ano. Um pouco de felecidade, diante de tanta mundial amargura.

2024 não foi um ano fácil, porém o tiramos de letra e sei, daqui por diante, tudo será mais complicado, pois, mais do evidente, as relações humanas estão mais do que deterioradas e as previsões não são nada salutares. Eu não me canso de lutar e de esgrimar em todo instante, fazendo questão de me posicionar e deixar bem claro de que lado estou diante de tudo o que nos acontece. Sou do time dos que não se omitem e pagam o preço por causa disto. Sem problemas, a vida é feita de escolhas e ao fazê-las, pelo menos, me sinto bem comigo mesmo.

A gente ir tocando a vida da melhor forma possível é um lema, mas me é impossível a indiferença. Como o sê-lo diante de tudo o que acontece em Gaza, por exemplo, com esse massacre isarelita a céu aberto, matança indiscriminada e agora, tudo o que já está como prometido para acontecer após Trump tomar posse. Se tudo já estava um horror sem ele, nas previsões, tudo tende a piorar e a luta se intensificará. Como a que travo por aqui e mesmo diante de tanta aberração já explicitada destes horrendos golpistas, criminosos bolsonaristas, porém, muitos admiradores destes não abrem seus olhos nem diante de tamanha barbaridade. E se não o fazem, creio, continuarão insanos e predadores, cada vez mais perigosos, colocando em risco o futuro brasileiro. Foi-lhe facilitado o acesso para chegarem onde se encontram e agora, sacá-los não será tarefa fácil. Que baita luta, mas nada não muito diferente do que tudo o que já realizamos.

Se a calmaria perdura dentro de casa, fora dela, tudo de pernas para o ar. Eu poderia até me acomodar e tocar a vida no que me resta de tempo, da melhor forma possível, sem confrontos, mas se os fiz até o presente momento com "sangue, suor e lágrimas", por que deveria me omitir nos poucos anos que resta de vida? Se sirvo para algo é exatamente para, de minha forma e jeito, cutucar, espezinhar, criar problemas para os tais poderosos de plantão.

Minha arma é minha escrita. Escrevo mal, porém, não tenho mais como mudar o estilo e jeito. Reclamam de meus textos longos, mas é com eles que faço meu desabafo diário. Não saberia fazê-los de forma curta. Não possuo a consição de um Dalton Trevisan quando escrevia, nem de uma Laerte, quando numa charge, diz muito mais do que escrevi com 500 toques. Escrever para mim é desabafar, por pra fora o que me atormenta. Abuso e uso deste espaço para que me conheçam melhor. Aqui eu fico quase nu e assim toco minha vida, fazendo o que posso, ao meu modo e jeito para tentar mudar o mundo e sempre em busca deste tal de outro mundo possível.

Baita abracito para tudo, todas e todos. Eu não vivo só, procuro fazê-lo em bando, os que sei comungam da mesma busca e envolvidos na mesma luta. É muito bom não estar sózinho. Ninguém consegue viver sózinho. Eu não consigo, adoro as ruas e tudo o que nela reencontro. Não desejo nada pra 2025, mas sei que, sem nele estar envolvido dos pés à cabeça, nada me acontecerá. Espero poder continuar esgrimando e expondo minhas ideias, contribuindo nessa incessante busca. Com muita luta chegaremos em algo melhor. Sem luta, seremos engolidos, pois a coisa está braba aí fora de minha janela. Portanto, lutemos juntos!

RECORDAÇÕES DA PASSAGEM DE MEU FILHO AQUI NO NATAL
Recordações
 a gente as guarda de diversas jeitos e maneiras. A que me marcou de meu filho, quando deixou o lugar onde reside hoje, Araraquara e veio junto de sua Gabi, passar uns dias por aqui, ora com sua mãe, ora comigo, foi quando paramos para prosear sobre suas últimas leituras. Estes momentos são indescritíveis e insubstituíveis. Eu, mesmo tentando, sei que ele lê muito mais que eu. Este meu legado e meu orgulho, o de ter conseguido introduzir nele, este gosto por leitura e, não só por isso, mas por algo selecionado.

Vez ou outra ainda consigo fazer com que adentre o Mafuá, meu reduto diário e ali ele escolhe alguns e leva consigo. Meses atrás havia levado um. Disse ter encontrado o danado, numa improvável banca na Feira do Livro, num lugar que nem vendia livros, ali só alguns e quando bati os olhos nele, a certeza de que teria que ser meu. Era o "Máscaras", do escritor cubano Leonardo Padura Fuentes. Ele já o conhecia de outras obras e me disse que, no formato emprestado naquele momento a ele, algo o maravilhava, uma coleção de bolso da Cia das Letras para Romances Policiais.

Sim, ascrescentando que, não gosto muito do gênero, mas este em especial me cativou, pelo autor e exatamente, por se tratar de um romance policial cubano. Na descrição, descrevo do personagem principal ser um travesti e do envolvimento deste numa trama tendo como pano de fundo Havana.

Agora, quando me devolve, me dá uma aula sobre o que leu e diz, quase não me devolve, pois obteve muito mais do que esperava com a leitura. E dito isso, este foi o mote para uma conversa que durou bem mais de uma hora. Sabe lá o que vem a ser isso de você conseguir ficar mais de uma hora conversando com seu filho, eu com 64 ele com 34? Divinal.
Cuba, Havana, por si só é sempre um bom motivo para longas conversações e hoje, cá estou, ele já se foi, passou o Natal aqui e o Ano Novo, junto dos parente da Gabi, fico só - eu e Ana Bia -, eu e o livro, relembrando tudo, já com bruta saudade. Quando chegou lá de volta - o fez a meu pedido -, me fez a resenha de outro livro, este havia chegado lá em sua casa na sua ausência e me dizia da felicidade que teria com sua leitura. Prometeu me trazer em janeiro, quando também prometeu voltar pra Bauru, quando com toda certeza continuaremos uma prosa sem fim, dessas que quero, cada vez mais, prolongar. Ah, se pudesse tê-lo aqui para conversações diárias!!!

A FRASE E A PERSONALIDADE DO ANO

domingo, 29 de dezembro de 2024

AMIGOS DO PEITO (233)


AQUI NA FEIRA DO ROLO ACONTECE DE TUDO, INCLUSIVE ISSO

ESSES SÃO MEUS AMIGOS DA FEIRA DO ROLO
Meus amigos da Feira do Rolo, o reduto mais democrático desta terra do sanduíche, são do balacobaco. Lugar adorável por diversos motivos, um deles está exposto aqui nas duas fotos. Como até as pedras do reino mineral sabem, eu bato cartão todo domingo por lá e um dos lugares onde não deixo de comparecer é a Banca do Carioca, o livreiro do pedaço. Chego e nem preciso perguntar pela ausência do dito cujo, pois o Chico, seu parceiro de banca, parede meia, um ao lado do outro, já havia, diante de tanta gente perguntando pelo gaju, fixado um cartaz em seu carro, ocupando o espaço onde o Carioca deixa exposto seus trecos. Lá, algo bem com a cara deles dois: "Se você não está vendo o CArioca é porque ele não veio!". Lindo, maravilhoso.

Carioca bateu asas e junto de sua cara metade está praiando, bem longe de Bauru. O danado, como se percebe pela necessidade de explicações para quem, todo domingo está acostumado a vê-lo por ali e nem que não pare para uma conversinha, só de vê-lo já é o suficiente para se manter tudo nos decibéis de prerssão arterial ajustada. Quando sua banca não está devidamente montada, os livros expostos, os LPs ali aguardando o remelexo e ele com seu chapéu todo cheio de bottons e penduricalhos, motivo para preocupação variada e múltipla, gerando especulações de grande monta. Com o cartaz, a calmaria voltou ao lugar e Chico, dominando neste domingo o pedaço, pode expor seus trecos com maior espaço e desenvoltura. E assim, desta forma e jeito, tudo foi reenquadrado e o domingo fluiu de forma quase normal lá pelos lados do largo da rua Julio Prestes.

ISTO AQUI É O PORTÃO DE ENTRADA DA FEIRA DO ROLO, O BAR DO BARBA
Chegar na entrada da feira e se deparar com o Estevan, o do Bar do Barba, tocando sua sanfona e com o acompanhamento de peças mais que raras do lugar é pra registrar, espalhar e todos comarem conhecimento das muitas possibilidades deste lugar:https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1501318897220072

O VELHO BARBA RESISTE...
Tocar o barco em frente hoje neste mar revoltoso não é tarefa das mais fáceis. Cada qual tenta, ao seu modo e jeito, remar como consegue e assim ir se safando das altas ondas que, se bobear, nos engolem por inteiro. Faço questão de todo domingo, passando ali pela entrada da Feira do Rolo, na encruza que dá acesso ao espaço mais democrático de Bauru, parar e dar um abraço dominical para o amigo de longa data, o Barba, seu Estevan, a cara que toca o bar da esquina de um jeito que, só vendo para acreditar. Ele, a simpatia em pessoa e um dia, ficou tão apertado que acabou vendendo sua sanfona para o primeiro que apareceu. Vendo a situação, o pessoal que o venera no lugar, juntamos forças, fizemos e acontecemos, recuperando-a através de uma rifa. Hoje, passo pela feira e na volta, ele está junto de mais dois outro um playbeck, descendo o pau na roseira ali na esquina. Como não parar? Paro e gravo, mando por mundo ele com sua sanfona, fazendo o que gosta e a empunhando, tentando dar o seu jeito de disfarçar e se mostrar por mundo, como altivo e cheio de gás.

O Barba faz o que pode. Agora se aliou a quem dele se aproximou e arrendou partes do estabelecimento. Parte da cozinha é sua, com os sucos vendidos na feira e o mocotó, sua especialidade. As bebidas ficaram por conta e risco de outro. Ele continua ali pela esquina, demonstrando sua habilidades, primeiro empunhando a sanfona e depois, na arte da sapiência de sobreviver. Essa, a mais complicada e a que move parte considerável dos que ali se apresentam aos domingos. Diante deste quadro todo, impossível não passar por ali, ficar num dedo de prosa, assuntar como anda as coisas e não vê-lo reclamar, mas perdurando, resistindo e de portas abertas, nuam demonstração de que, a belezura da vida é a nossa insistência em continuar sendo, fazendo e acontecendo.

CONHEÇO O VALVASSORI DESDE OS TEMPOS DO EDUARDO VELHO FILHO
Altair Valvassori é meu amigo desde os tempos de cueiros, ou seja, moleque de calça curta. Tenho recordações de ter estudado com ele ali no Eduardo Velho Filho, quando ainda era na rua Araújo Leite, onde é hoje o Paraná Auto Peças e o diretor era o Walter Barreto Melchert. Ou seja, lá se vão mais de 50 anos. Envelhecemos e como diz Aldir Blanc em um de seus mais divinais sambas, "envelheci, mas continuo em exposição". Eu e ele, gostamos de rosetar pela tal da Feira do Rolo. Sempre que o vejo, nos cumprimentamos efusivamente, como velhos amigos, porém, algo nos une neste exato momento, nada sabemos um do outro do que fizemos depois daqueles tempos.

Smos frutos de um salto no tempo e no espaço. Eu nada sei do Altair neste período todo e, creio eu, nem ele de mim. O fato é que continuamos amigos, nos cumprimentando e até proseando algo, como bons e velhos conhecidos, mas com este imenso vácuo em nossas vidas. Pode isso? Pode sim, tanto que acontece. E é divinal isso, pois demonstra que, mesmo com todo distanciamento, algo nã ose perdeu e o elo continua forte, consistente e meio que inquebrantável. Nem preciso saber nada dele, pois se o vejo aqui quase todo o domingo, perambulando, como eu, pelos corredores da Feira do Rolo, nós sobrevivemos e isso vale muito. Se ele souber algo de mim que o desaponte e eu algo dele que me desaponte, pode vir a se quebrar este gostos e prazeroso reencontro dominical, sempre permeado com um forte abraço. Que assim continue...

sábado, 28 de dezembro de 2024

FRASES DE LIVRO LIDO (210)


QUANDO UM GOVERNANTE TENTA LUDIBRIAR A BOA FÉ DA POPULAÇÃO, OU MELHOR, NÃO SEJA OTÁRIO – TUDO DENTRO DO MEU SEXTO LIVRO LIDO NESTE MÊS
Desde quando tomei conhecimento na quarta passada, 24/12, de matéria no Jornal Cidade, denunciando algo ainda em investigação, porém dissecado pelo jornalista André Fleury Moraes, de licitação/chamamento público com sérias suspeitas de favorecimento para agentes com ligação com a alcaide municipal Suéllen Rosim, envolvendo altos valores pagos mensalmente, devendo ser motivo da suspensão do pagamento e consequente investigação pelo Ministério Público, isso não me sai da cabeça. Enfim, por que algo assim ainda ocorre?
Pensando nisso, lembrei-me de imediato de um livrinho curto, escrito mais de 30 anos atrás e versando sobre o relacionamento da atividade jornalística com algo similar. Trata-se do “As Armadilhas do Poder – Bastidores da Imprensa”, escrito pelo jornalista GILBERTO DIMENSTEIN, Summus Editorial SP, 1990, 160 páginas. Pego para a releitura e o devoro em dois dias. No prefácio, Arnaldo Jabour já dá o tom: “Se alguma função maior tem o jornalismo no Brasil de hoje é acabar com a ‘vida de otário’ que todos levamos, essa vida de otário dos leitores de jornal, de todos que acompanhamos de boca aberta o balé de impossibilidades da vida política nacional”.

Com a releitura, grifei algumas frases, dando sentido para o que Dimenstein e Jabour destacaram e aqui compartilho, com o intuito de favorecer a abertura dos olhos de tudo e todos, para o que está acontecendo diariamente por todos os lugares da vida política nacional. Vejam:

- A informação é uma arma na guerra da sobrevivência política. Quem sabe mais pode mais. Ou perde menos. (...) O sonho dos homens que mexem com o poder é serem considerados impecáveis e infalíveis diante da opinião pública. Não apenas por vaidade, mas pela necessidade de sobrevivência – sem um mínimo de apoio ninguém se sustenta em seu cargo.

- Nada mais frequente do que governantes pedirem a “cabeça” de repórteres, irritados com essa ou aquela notícia. (...) E o relacionamento entre imprensa e poder exige mecanismos mais sutis para controlar o ímpeto investigativo.

- Favores e informação são, de fato, instrumentos para tentar neutralizar o jornalismo independente. (...) Um político não tende a dar informação a um jornalista que divulga críticas sobre suas decisões – ele é até capaz de passar a dar notícia apenas na tentativa de ganhar sua complacência. Isso é o que se chama de “fontismo”: relacionamento promíscuo entre o repórter e a fonte.

- ...falta de cautela e pressa temperadas com pitadas de arrogância, são o caminho mais rápido para se escrever bobagens. (...) O jornalista que perdeu a curiosidade, e não tem a humildade de se admitir capaz de levar uma rasteira do imprevisível, é uma presa fácil na guerra da informação. (...) A história é repleta de exemplos de deturpações. Os jornais e, por consequência, os leitores, acabam sendo as maiores vítimas.

- Importante não é saber se a notícia está certa ou não – mas descobrir quem e por que tinha interesse naquela informação. Aí é possível encontrar uma valiosa verdade, capaz de desvendar algum plano.

- A briga e desentendimento entre governantes é uma ótima chance para o jornalista obter preciosas e verdadeiras informações sobre os bastidores do governo. Quanto mais brigas, mais informações e vazamentos. (...) Os período de recesso, carentes de notícia, são propícios para as chamadas “cascatas”, especulações travestidas de informações.

- A condição de vítima é apreciada pelos políticos brasileiros por render simpatias populares. (...) Inventar inimigos é um conhecido truque para angariar apoio popular. (...) Nunca se deve confirmar antecipadamente medidas drásticas.

- A informação é uma das formas de ostentar posição privilegiada. Presume-se que quanto mais poder alguém desfruta, mais informações tem. (...) O poder é capaz de tirar as pessoas da realidade.

- Os observadores mais atentos e experientes da engenharia do poder não têm o hábito de acreditar em amizades desinteressadas. E sabem que o limite entre a vida privada e a pública não resiste, muitas vezes a uma concorrência ou a um empréstimo subsidiado – ou, quem sabe, a uma mulher bonita. (...) São conhecidas dezenas e mais dezenas de modalidades de como usar os recursos públicos para enriquecimento ilícito – entre elas, a venda de informação. (...) Não faltam concorrências fraudadas e distribuição de propinas para a compra de produtos ou escolha de fornecedores pelo governo.

- A comprovação dos desvios de recursos e corrupção é dos trabalhos jornalísticos mais delicados. (...) As falcatruas são, em geral, sofisticadas e seus mentores não costumam deixar rastros. (...) Quem pagou a propina não confessa, pois também estaria incorrendo em crime. (...) Os picaretas costumam ser muito convincentes e fluentes.

- Quem acompanha os bastidores do poder sabe que as empreiteiras fazem acertos antecipados, fraudando concorrências. Reúnem-se as empresas e distribuem as obras públicas que vão realizar pelo País – a partir daí, estabelecem os preços que vão apresentar nas licitações. Tarefa árdua provar esse acerto, proibido por lei. Mas a imprensa tem conseguido superar as dificuldades. (...) Nas reportagens de corrupção, a melhor saída é municiar-se de documentos – eles não precisam ser publicados, mas serão o escudo do repórter em caso de investidas dos envolvidos em irregularidades.

- A tarefa do jornalista é distinguir entre as versões e os fatos reais, separar denúncias de calúnias, notícias de invencionices. (...) Alguém que passa informações, resguardando-se no off para evitar constrangimentos e punições, supõe que o jornalista saberá manter segredo. Do contrário, vai preferir o silêncio ou outro repórter para liberar inconfidências. (...) ...a fonte está protegida pelo anonimato e a culpa pelo erro cai nas costas do repórter e do jornal. O repórter torna-se um joguete das intrigas.

- Há abundantes exemplos de homens públicos que escorregam nas palavras e depois ficam irritados com a imprensa. (...) Homens públicos acusados de falcatruas ou incompetências raramente admitem as falhas e, na maioria das vezes, culpam uma suposta conspiração de inimigos ou má-fé da imprensa. (...) A universal arte de ludibriar, que acompanha pela história da humanidade o jogo político, tornou-se no Brasil mais sofisticada, aumentando as armadilhas da imprensa. (...) Aqueles que ocupam cargos executivos é comum a divulgação de mirabolantes projetos sem a especificação dos custos ou com as despesas subestimadas.

- Ao final de qualquer mandato é possível, porém, constatar facilmente que muitas promessas ficaram apenas no papel ou nos discursos de palanque. Outras foram executadas, mas não atingiram seus objetivos plenamente. Há ainda aquelas que foram mal realizadas por descaso ou incompetência. A propaganda oficial visa mostrar apenas as excelências, escondendo os fracassos. Daí a constatação óbvia de que o jornalismo independente significa permanente incômodo, sempre enfrentando atritos com quem manipula a informação, esteja este manipulador no governo ou na oposição. QUANDO O PODER E A IMPRENSA SE DÃO MUITO BEM, O LEITOR SE DÁ MAL.

O que Dimenstein apresenta no livro não é nenhuma receita pronta de atuação jornalística, mas “simplesmente o relato baseado no fragmento de uma experiência individual, capaz de introduzir o interessado em jornalismo nos labirintos do relacionamento entre a imprensa e poder”. E como sabemos, tanta coisa continua acontecendo tão perto da gente, sem que ao menos consigamos entender o que se passa de fato. Estar atentos, de olhos bem abertos é bom sinal para não ser enganado, ludibriado, pois trapaceiros estão por todos os lados.

Obs final: Cliquem em cima das fotos com as frases dos outros livros lidos por mim e tudo ficará ampliado e mais legível.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

DIÁRIO DE CUBA (151)


CONTINUIDADE DO ESPALHAMENTO DE LIVROS NO TERMINAL RODOVIÁRIO DE BAURU
Toda vez que o telefone toca e do outro lado a espevitada Rose Barrenha, a certeza de estar me instigando a voltar lá pro terminal rodoviário e encher novamente o caixote instalado no terminal de embarque da rodoviária bauruense. Nesta sexta, isso ocorre, separamos e carimbamos um lote, tudo lá colocado e junto uma entrevista para o pessoal da TV Preve, dando um destaque para o trabalho de divulgação. Rodoviária é um local de passagem e ali, nada melhor do que proporcionar uma oportunidade para quem vai viajar, quando não tendo algo para o distrair no trajeto, ter um livro à disposição. Fazer uma viagem só olhando a paisagem pela janela é uma coisa e quando acoplada de um boa leitura, outra coisa, tudo fluindo melhor. É o que denomino de a viagem da viagem. Isso tudo só terá sentido e possibilidade de continuidade se for encampado por muitos outros. Rose recebe ligações e eu outras tanto, ou seja, tem muita gente disposta a colaborar, doar livros e revistas. Tudo só prosperará desta forma e jeito, com ampla participação.

Viajar desacompanhado, ainda mais quando o trajeto é longo é algo inconcebível para mim, penso nisso antes de sair de casa, mas nem sempre isso ocorre e quando lá já esperando para adentrar o ônibus, diante de tudo o que virá pela frente, não tendo nada para ler, me bate um desespero. Foi pensando nisso que, algo assim nasceu e está a florescer. É gratificante recolocar livros lá e encontrar outros, também deixados por populares. Este o sentido da coisa, frutificar, espalhar e manter acesa a chama do livro. Contatem por aqui, em meu nome e de Rose Barrenha, mantendo a periodicidade e o tal caixote sempre cheio, à disposição de vcada vez mais gente.

EIS PORQUE GOSTO TANTO DA AÇÃO SOCIAL DA MARIA INÊS FANECO
"Para o povo que está dando tanto palpite e querendo mandar sem nunca ter feito merda nenhuma vou tentar mais uma vez explicar: só entregamos cestas para as mães da comunidade e coisas para as crianças, aaaaaaaa mas minha mulher me abandonou eu sou pai e mãe , parabéns já que vc é pai e mãe chega de cachaça e vai trabalhar para cuidar da sua família, aaaaaa mas eu sou isso aaaa eu sou aquilo, cara nao adianta nossas regras mãe só mãe , para você que está com mi mi mi vai lá e adota o cara , tem vários, outra coisa tem mãe noia na fila já sei que os filhos estão com a avó ou com alguma casa passagem para adoção, já dou dinheiro e mando sair da fila para comprar o que quiser porque se pegar cesta vai vender , pra você que está falando nossa nao pode , é simples também vai lá monta um projeto e faça o que você quiser, é muito fácil dar palpite, é fácil chegar e só fazer pose , é fácil querer usar projeto para ganhar voto vai tnc aqui nao, estou no limite de gente falando, aaaa mas pai também tem direito pai come sim mas nao temos estrutura para avaliar caso a caso então pai nao pega e menor de idade também nao porque tem champanhe na cesta aaaaa mas tenho 15 anos e dois filhos, problema seu . Porque na verdade quem cuida de Tudo é sua mãe. Montem projetos façam suas regras", Maria Inês Faneco.

DELÍCIA DE FILME E REUNIÃO DE AMIGOS
Sexta à noite foi dia de ir ao cinema. O filme escolhido foi "O Auto da Compadecida 2", direção da turma do Guel Arraes e trabalhado em cima da obra de Ariano Suassuna. Nesse negócio de ir ao cinema, sempre gostei de ir em bando. Provoquei alguns dos chegados e marcamos lá para o saguão do Bauru Shopping, 20 minutos antes do horário previsto, 19h20. Desde cedo intiguei Ana Bia Andrade, Valquiria Correa, Osvaldo Marmitao Batista, Claudio Lago, Luzia Siscar, Fátima Brasília e Mauricio Dos Passos. Estes os que toparam, fora os que declinaram por motivos que o impossibilitaram de estarmos novamente juntos. Na verdade, o maravilhamento da vida é este provocar, criando motivos para o tal do "colocar o bloco na rua". O filme, ou seja lá o que for nos levando para a esbórnia, sempre será um pretexto. O filme é o que já se esperava, algo da verve crítica de Suassuna, feito por uma turma que entende deste negócio de fazer cinema e daí, o resultado sempre satisfatório. Sim, pode-se dizer que o "1" tenha sido melhor, mas neste, tudo girando dentro dos conformes. Nada a reclamar da obra, enfim, ao término, quando lá no obrigatório banheiro - pouco antes de urinar nas calças -, eu e Maurício, perfilados lado a lado, ele me diz: "Percebe, meu caro, como a gente está voltando ao cinema. Em menos de um mês estivemos por duas vezes e em ambos os casos, com filmes nacionais". Percebi e constato também isso. O que continua sempre nas órbitas pelos lados do cinema em shoppings, como praticado hoje, é o preço da pipoca, pois se juntar o preço dela e de algo para beber, quase bate na casa da somatória do preço do ingresso, mais do estacionamento. No mais, nada como uma boa dose de Suassuna nas veias de todos nós, estimulando e fazendo pensar, em críticas discretas, porém contundentes sobre a forma como se leva a vida neste lado do mundo, o qual vivemos. Nada como ir atrás de motivos para reunir amigos queridos e assim, todos juntos, em bando, presenciar coisas boas e também, depois do motivo que nos trouxe para a rua, sentar em algum lugar e conversar até bater o sono.

O JN, CORRUPTOS E GOLPISTAS
O Jornal Nacional se transformou em espaço para corruptos e golpistas tentarem negar suas ações.
Só na edição desta sexta-feira (28/12) foram dois.
O primeiro foi o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que numa atitude típica de enrolação, falou, falou, mas não respondeu aos questionamentos do ministro do STF, Flávio Dino.
Dino fez perguntas objetivas: quais parlamentares propuseram emendas, para onde foram enviadas essas emendas e qual o valor delas?
O JN não mencionou valores, mas trata-se de mais de R$ 4,2 bilhões.
Ainda bem que o valor é altíssimo, porque se fosse um pedalinho ou um triplex fuleiro que nunca pertenceu a Lula, a emissora da família Marinho estaria falando nisso o tempo todo e denunciando corrupção.
A enrolação de Lira, que teve microfone aberto para falar o tanto que quis, não funcionou. Dino considerou suas respostas insuficientes e fez novas perguntas diretas ao ponto.
Lira está em apuros, porque não há como responder ao que foi perguntado sem escancarar a corrupção. Não por acaso, o senador Rogério Marinho, líder da oposição, está tão nervoso, porque consta que o maior volume de dinheiro para tais emendas partiu dele. Ao invés de se explicar, ele ataca o ministro Dino.
Nada disso o JN mostrou. Ao contrário. Tratou com toda deferência o "coroné", um "amigo da "Casa".
Outro em apuros é o general da reserva, Braga Netto. Em prisão preventiva há 13 dias, ele teve o habeas-corpus negado, obrigando o seu advogado, José Luis de Oliveira Lima, a se valer de toda a retórica para tentar desacreditar a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que o incrimina diretamente.
OLHA O ASTRONAUTA AÍ, GENTE!
De acordo com Cid, Braga Netto era um dos cabeças da tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Além da delação, há toda a apuração feita pela Polícia Federal.
Reuniões aconteciam em sua residência e a ele são atribuídas as articulações para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Algo tão grave assim era para estar sendo falado e repetido o tempo todo, mas o JN não toca no assunto.
Neste ponto, o JN faz coro com o advogado de Braga Netto que acusa Cid de "mentiroso", mas omite qual seria a mentira.
Quando Lula esteve preso, sem provas, por 580 dias, a única fala de seu advogado, Cristiano Zanin, que o JN permitia que fosse ao ar, era "vamos provar que ele é inocente". Zanin nunca pode explicar os absurdos e armações de que Lula era vítima.
Já com o golpista Braga Netto, os microfones do JN estão totalmente disponíveis para qualquer coisa que seu advogado diga.
Haja manipulação!
É a Globo sendo Globo."
Da Angela Carrato

ESSE ASTRONAUTA BAURUENSE, O QUE FAZ MESMO? E PRA QUEM?
"QUERIA SABER O QUANTO DE EMENDA PARLAMENTAR O ASTRONALTA TROUXE PARA BAURU !??? OU SERA QUE ELE LEVOU ESSE DINHEIRO PRO ESPAÇO !!!????", músico Fernando Rafael Alves Pereira. 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

COMENTÁRIO QUALQUER (256)


ASSIM NÃO DÁ

FAIXAS DENUNCIANDO ABUSOS
Amigo passa pela avenida engenheiro Hélio Police, Jardim Redentor, fotografa essa faixa ali fixada no gradil do Almoxarifado da Prefeitura, entrada do Conjunto dos Servidores e envia a mim, pois leu algo onde participei de denúncias sobre estes acontecimentos. 

Leio na edição de hoje do Jornal da Cidade, página 6: "PM apreende banners com ofensas à segurança pública em Bauru - A Polícia Militar apreendeu na manhã desta terça, 24/12, três banners com frases ofensivas contra a segurança pública afixados em três endereços diferentes de Bauru. Os materiais foram apresentados no plantão policial e a autoria das mensagens será investigada pela Polícia Civil. (...) Elas continham frases com críticas à PM, à SSP (Secretaria de Segurança Pública) e ao Governo do Estado, e citavam um caso de violência policial na Capital e a não ampliação do uso de câmaras corporais pelos agentes"

Pergunto eu: Algo assim, como o visto na faixa não pode mais? Ficar indignado com a ação policial exercida no momento, forma abusiva e até letal, propondo um diálogo, um entendimento propiciando uma nova forma de agir, isso não é permitido? Precisa ser investigado a autoria da faixa e não, o mais sensato, tentar dirimir o problema latente, existente e agravado no atual governo estadual? Algo de muito errado nisso tudo.

TEM COISAS QUE NÃO PODEM CAIR NO ESQUECIMENTO
Achei muito pertinente a matéria do JC de 24/12 denunciando uma provável irregularidade de privilégios e a envolver órgão do poder público municipal. A alcaide encontrava-se de férias e em seu lugar o vice Orlando Dias. O caso é escabroso. Insinuando poder ter ocorrido caso de favorecimento de licitação pública para pessoas ligadas ao staff da atual administração, a da denominada por mim, incomPrefeita Suéllen Rosim. O jornal sofreu pressão para não publicar a matéria e, corajosamente o faz, fazendo questão de ouvir todas as partes envolvidas. Da matéria e da publicação, efusivos parabéns. Dos envolvidos, espera-se ouvir justificativas plausíveis e que, convençam a tudo e a todos. Do Ministério Público e vereadores, o mínimo é uma imediata investigação. Isso não pode, não deve e não merece cair no esquecimento. O caso é grave, ainda mais porque, segundo a matéria do jornal, foi feito um reajuste no valor do benefício para a empresa ganhadora da licitação e sendo essa, como retratado, forte ligação com a administração, impossível tudo ficar por isso mesmo.

Publico algo repercutindo a matéria e num dos comentários, algo mais: "Gostaria de saber por que o jornalista focou em uma única organização? Queria de saber por que ele não foi na fonte, o Chamamento Público? Teve um chamamento público que irá liberar mas de 50 milhões a organizações sociais e alguém escutou algo? Acompanho de perto sobre as verbas liberadas as organizações sociais. E posso te garantir que maior problema está no formato de chamamento publico. E os casos apontados pelo jornalista acontece na grande maioria das organizações sociais. E por que não fez esse processo investigativo com todas? O que estou querendo dizer, por que só nesta organização? Por que a fundadora é próxima da prefeita? Estamos buscando um novo assunto, pois o imóveis e os uniformes não dão mais ibope? ou queremos realmente resolver os problemas da administração Publica? Por que o jornal não falou o nome da organização que a funcionária agrediu umas crianças? Por que não investigou as denúncias em diversos serviços pagos com dinheiro publico? É um reportagem investigativa ou politica? https://drive.google.com/.../1p3y6o-KVBUDo...", Leandro Souza.

Sim, concordo com Leandro. O caso é grave, mas se dá em Francisco, pode estar dando também em Chico. Já que, a denúncia foi feita e a envolver uma entidade - ainda mais depois do ocorrido com o CAso APAE -, seria algo realmente grandioso, uma ampla investigação e a envolver como é feito o repasse, quem recebe e como administra. Mais que isso, quem são os condutores dessas entidades, elas são transparentes? Creio eu, algo mais possa surgir a partir de uma ampla investigação. De tudo, uma certeza, este caso precisa ser levado adiante, até as últimas consequências e para o JC, fica a dica: por que não aproveitar o fio dessa meada e ir a fundo em todas as demais associação recebendo dinheiro público? Daria pano pra manga, hem!

TODOS ESTES AQUI CONTRÁRIOS AOS DIREITOS DOS TRABALHADORES*
* Aproveito para reproduzir abaixo artigo de RAFAEL MOIA FILHO, publicado edição de hoje do Jornal da Cidade - Bauru SP:

Deputados Federais - Escala 3x4 com salários obscenos!
Para que um leigo possa entender o porquê de os políticos lutarem tanto para se manterem na Câmara Federal em Brasília, é preciso listar alguns pontos. Para começar, a escala de trabalho não é igual a dos trabalhadores brasileiros de 6x1, onde trabalham seis dias e folgam um dia por semana.

Os excelentíssimos possuem escalas 3x4. Sim, trabalham de vez em quando na terça, quarta e quinta-feira, folgando de sexta-feira até a outra segunda-feira.

O motivo pelo qual os deputados do Centrão até a extrema-direita votarem contra o fim da escala 6X1 é para favorecer os empresários e, assim, dane-se o povo, que só interessa quando estão na época de reeleição.

Para essa sacrificante escala de trabalho na Câmara eles recebem um parco salário e alguns adicionais, vejamos:
R$ 44.700,00 – Salário;
R$ 94.300,00 – Verba de Gabinete (Esse valor explica rachadinhas);
R$ 53.400,00 – Auxílio Paletó;
R$ 5.000,00 – Auxílio combustível;
R$ 22.000,00 – Auxílio moradia (Morando em aptos funcionais);
R$ 59.000,00 – Auxílio para passagens aéreas;
R$ 17.997,00 – Auxílio Saúde;
R$ 12.100,00 – Auxílio Educação (Proibido rir);
R$ 16.400,00 – Auxilio alimentação (Restaurantes);
R$ 13.400,00 – Auxílio Cultural (Segure a gargalhada);

Sem contar auxílio dentista, farmácia e outros itens, além de viajarem ao exterior sem precisarem comprovação de nada referente as suas despesas e a ausência do plenário. Viajam para posse de presidentes de direita, para reuniões de políticos de extrema-direita, etc.

Na hora de discutirem escala de trabalho deveriam ter vergonha de participarem, pois desconhecem o que seja escala e principalmente “trabalho”. Depois, nós brasileiros somos obrigados a ler e ouvir falarem de dívida da Previdência Social, onde fica claro que o problema do INSS não está nos trabalhadores, muito menos nos aposentados, mas sim nos políticos, nos marajás da Justiça e nos militares e suas vantagens “ad eternum”.

A recente e imoral reforma da previdência atacou benefícios e reduziu tempo e valores das pensionistas e dos aposentados com vencimentos menores que R$ 3.000,00. Enquanto essa casta recebe milhões ao ano, aposentam-se com menos tempo e mais recursos oriundos dos nossos impostos. Filhas de militares recebem pensões até a morte, motivo pelo qual não casam oficialmente.

A forma cordeira e pouco ou nada firme da nossa gente é um terreno fértil para que isso se mantenha por todo sempre. A sociedade tem força e precisa usá-la para cobrar o fim dessas imoralidades a luz do dia praticadas por estes marajás.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

AMIGOS DO PEITO (132)


REENCONTROS POUCO ANTES DO NATAL, GERANDO CINCO ESCREVINHAÇÕES
Andarilhos como eu podem ter muitos pela aí, destes com gosto de andarilhar e ir se reencontrando com gente. Num dia antes do Natal vesti minha camisa de malandro, herdada de minha sogra Darcy, da qual gosto muito, gola canoa, das minhas preferidas e com ela, me sentido mais bonachão, escapuli de casa e fui esbarrando num aqui, outro acolá. Tirei até algumas fotos, aqui expostas, como carne seca ao sol. FaleI destes cinco:

Eu e CARLÃO GRANDINI – Ele é meu tio, gente que gosto demais da conta. Foi o esposo de minha tia, irmã gêmea de minha mãe Eni, ela Edi. Moraram numa inesquecível casa, a primeira na vila lá junto do IBC. Meu tio sempre foi boêmio, contumaz dançarino e assim como eu, gosta de escapulir. Jogou baralho até não mais perder e depois aquietou o facho, porém sem nunca parar de dar uns passos nos bailes do Luso. Aposentou e o vejo cada vez menos. Tem três filhos, dois bolsonaristas e sei, o bicho pega nas conversações, pois ele não se verga. Estava entrando no Banco do Brasil da praça Rui Barbosa e ele saindo. Foi um baita abraço e ele, me pedindo para não esmorecer, pois os FDPs ainda não foram todos presos. Ele gosta de assistir pela TV as sessões da Câmara dos Deputados e do Senado. Assisti e depois, como todos que o fazem, fica muito puto da vida. Hoje, ele continua dirigindo seu carro, mesmo já tendo alcançado a marca dos 90 anos, porém, continua altivo e soberano. É desses que, ninguém verga fácil. Defende Lula com unhas e dentes, pois sabe o que teríamos não fosse ele ter voltado. Não se conforma com estes hoje propondo matar adversários. Conversaríamos horas, pois temos muita coisa em comum. Meu tio soube ser gauche na vida, mesmo que isso tenha lhe trazido alguma dor de cabeça ao longo da vida. Porém, de algo tenho certeza, ele não se arrepende de nada. Adoro reencontrá-lo, continua todo pimpão, cuidando da sua Zo, sobrando tempo para assuntar sobre como anda este País e até para vez ou outra matar saudade das andanças pela Batista e adjacências.

Eu e SUCA MIRANDA – Eu a conheci como servidora da Unesp e logo depois, quando aportei num Festival de Música Sertaneja, realizado na praça principal de Reginópolis, descubro ser ela cantante como poucas. Ela e seu marido formavam uma dupla, digo divinal, pois cantava só sertanejo raiz. Ela, com um chapelão de caipora na cabeça e com aquele baita sorriso no rosto é pra se apaixonar mesmo. Seu marido que o diga. Ela grandona, ouço dizer, encantou a Unesp inteira e depois da aposentadoria, não aquietou o facho. Faz da cantoria seu modo de prolongar a passagem por este mundo. Só de olhar, sei que a danada vai viver muito, pois fazendo algo que gosta, não tem hora para ir embora. Ela estava lá dentro da agência do Banco do Brasil, resolvendo pessoalmente alguma coisinha, dessas que a gente tem que ir presencialmente. Ela me viu, a mim e ao Zé de Pederneiras, outro servidor da Unesp, se achegou e a prosa foi até quase o horário do banco fechar. Ela fala sorrindo, o que é uma maravilha, pois não se esconde, nem tem como, abriu a boca, a gente já tem a plena certeza de estar diante de baita mulherão e dessas sabendo se impor, dominar a cena, ser, fazer e acontecer. Quando a interpelamos do que anda aprontando, sorriu e disse ter cantado em dois lugares nos últimos dias, o que nos causou baita inveja, pois nem cantamos, nem dançamos, quando muito saímos de casa. Suca preenche os espaços por onde circule.

EU e o ZÉ ROBERTO REGINATO – Ele é de Pederneiras e não sai de Bauru. Aqui se aposentou, atuando lá no Laboratório de Fotografia, campus da Unesp Bauru, onde além se der um renomado técnico, entendido dessa hoje quase esquecida técnica de revelação de filmes fotográficos, quando se aposentou, montou na área de sua casa uma oficina de marcenaria. Coisa linda, outro dia fui lá e fiquei encantado, ele deixa o carro na rua, mas não deixa suas madeiras dormir ao relento. Minucioso, hoje mora ele e o filho, esse estudando engenharia e cada um ajudando o outro nessa peripécia que a convivência humana. Tenho duas fotos dele na sala de casa, uma tirada quando de uma passagem por aqui do escritor e jornalista Fernando Moraes, creio que de quando foi secretário de governos estaduais. A generosidade em pessoa. Estava aguardando o atendimento no banco, quando sou tocado nas costas. Reconheci sua voz de bate pronto e ficamos a parlar, chegando minha vez e a dele, ambos adiando o atendimento. Tudo piora quando a Suca chega junto, daí só mesmo o segurança para avisar que o banco iria fechar. Eles começaram a relembrar feitos e fatos dos tempos quando ambos atuaram lá na Unesp, cada qual em setores distantes, mas na qualidade de servidores públicos, estavam sempre se encontrando, na luta e lida diária, algo sempre cheio de muitas rememorações. Melhor que tudo, o ali acontecido não teve nada marcado antecipadamente, pois aconteceu por acaso e quando isso se sucede, lembranças são afloradas e presenciei diálogos memoráveis. Duas grandes figuras humanas.

Eu e o PADRE MATHEUS BRITO – Eu o conheci quando dividia as atenções lá na famosa igreja da dissidência, a Humanidade Livre. Ele e padre Beto fizeram e aconteceram, depois quando algo começou a se dissipar, cada qual alçou vôo próprio e assim, vida que segue. Hoje, minha irmã Helena, que gosta muito dele e de sua fala, me diz estar atuando na O Povo do Caminho, fazendo algo na contramão de tantas outras, sejam católicas ou evangélicas, na contramão da ressignificação religiosa e, mais que tudo, emancipando o povo para sua libertação. Acredito pouco em religiões, mas muito em alguns religiosos, como frei Beto, frei Boff, padre Lancelotti e na pregação deste Matheus. Cruzo com ele, mais barbudo que dantes e chego pelas costas, sem que me veja e o provoco: “Tem padre parecendo cada vez menos com o padrão de padre”. Rimos juntos e interceptamos um dos corredores do supermercado Tauste, ali da Rio Branco. Papo bom é prolongado até não mais poder, mas como o dia era de últimas comprinhas antes do convescote do feriado natalino, tínhamos pouco tempo. Ficamos de nos ver mais, sem marcar nada de concreto, porém, Matheus é papo reto, psicanalista e padre, convicto que, algo transformador pode ocorrer também pela via religiosa. Eu busco outro caminho, ele é feliz e está, como eu, atrás de outro mundo possível, cada qual fazendo o que pode nesta busca. Sempre bom prosear com ele e, pasmem, falamos de tudo, quase nada de religião.

Eu e ANA BIA ANDRADE – Ela, como até as pedras do reino mineral sabem é mina cara metade. Desde que aqui aportou, creio eu, uns 15 anos atrás, estamos juntos e pelo que imagino, assim continuaremos ad eternum, ou até quando forças existir para nos conduzir adiante. Sou um reclamão, mas reconheço, ela gosta muito de mim, eu dela, tocamos nosso barco, enfrentamos tempestades e tsunamis, mas inabaláveis, continuamos de mãos dadas. Eu, não bobeio, sei ser ela muito forte, força advinda também de sua crença e profissionalismo, quando comigo cruzou, bati os olhos, rodeei, assuntei e me certifiquei, sem pestanejar, estava diante de alguém que iria comigo atravessar esse Rubicão. Ela é a força que me leva adiante, me incentiva e também, me freia muito, pois assim não fosse, já teria dado com a cabeça na parede inúmeras vezes. Gostoso ter alguém assim. Viajo com ela e só falo o português, ela não, poliglota, abre portas e caminhos. Nos completamos, cada qual com sua especialidade dentro da vida. Neste Natal, optamos por não sair de casa. Aqui permanecemos, isolados de tudo, nós e nosso bacalhau, que ela diz não ter ficado a contento, mas o comeu mesmo assim. A gente se curte ao nosso modo e jeito. Uma ajuda mútua, necessária e desta forma, achei que ela teria dificuldades para se entrosar nesta insólita Bauru. A levei para os mais diferentes cantos, conheceu mundos e fundos e hoje, vez ou outra, me surpreende, pois está a conhecer mais gente que eu. Se safou, deu seus pulos e se instalou de vez como mais que bauruense. Eu sou o Henrique da Ana Bia e ela a Ana Bia do Henrique. Somos um casal imperfeito, porém, cheios e acertos, muita coisa em comum. Isso nos faz tocar juntos o barco da vida.

terça-feira, 24 de dezembro de 2024

PALANQUE - USE SEU MEGAFONE (198)


AOS AMIGOS TUDO, AO RESTANTE, VIDA DURA, EIS O QUE SUGERE ÓTIMA MATÉRIA DO JC*
* Estava pronto para publicação de algo mais ameno na véspera do Natal, porém, uma bomba explode no colo da alcaide bauruense, a incomPrefeita Suéllen Rosim. Deixo as amenidades para amanhã...

O repórter do JC, Daniel Fleury Moraes esteve por vários dias devastando amplo material, gerando uma contundente matéria na véspera do Natal, saindo a mesma publicada na edição de 24/12, a "OSC que realoca moradores do Europa é ligada a comissionada - Coordenadora de políticas às mulheres da Prefeitura também já foi diretora da única outra entidade contratada para realizar o serviço". Ela não deixa margens e nem dúvidas de evidentes irregularidades ocorridas quando da contratação, atráves de edital, de empresa/entidade que irá coordenar a realocação das famílias desalojadas no Jardim Europa. A história é complicada de entender, mas no final uma só certeza, quem foi dela beneficiado possui laços muito próximos com a atual administração municipal, a da alcaide Suéllen Rosim, assim, no mínimo, o contrato deve ser desfeito pela Justiça, passando por novo processo licitatório. O impossível de ocorrer é a sua continuidade, com todas as irregularidades evidenciadas e demonstradas na reportagem do jornal.

Duas entidades foram selecionadas pelo chamamento público, a Aelesab e o Instituto Elas, em algo que inicialmente teria o valor final repassado de R$ 2,1 milhões anuais, porém, a pedido de Suéllen, o valor passou para R$ 6,3 milhões ano, sendo ganhadora empresas com gente muito próxima do staff dela. Isso por si só gerava suspeitas e foi o que o JC, por intermédio do André foi atrás, desvendando algo mais dessa proximidade. Repercutindo a matéria em sua página no Facebook, André escreve: "Governo tenta contratar sem chamamento público uma entidade fundada por uma comissionada. Não consegue, promove às pressas um procedimento nesse sentido e vence justamente aquela cotada para assumir o serviço desde o início. O JC chegou a ser expulso da sede da instituição durante a apuração".

Isso aqui é mais que uma bomba natalina, é um verdadeiro míssel, que com o decorrer de apurações poderá se transformar num petardo de inontornáveis situações, dependendo de como a Justiça o recepcionar e das providências seguintes. Lendo a matéria em todos os seus detalhes, tudo é estranho, a alteração do valor, com uma majoração inexplicável, depois um empenho para direcionar para as empresas com ligação umbilical com a atual administração. O caso não é grave, é gravíssimo. Houve insistência para que, certa empresa fosse a ganhadora. E foi com valor majorado.

Parabéns efusivos para a coragem do intrépido repórter, que deve ter sofrido muita pressão, para não publicar a matéria, mas indo até o fim, numa clara demonstração da existência de imprensa liberta das amarras e entranhas do poder público. Isso tudo pode propiciar algo maior, pois a partir daí, puxando este fio da meada, desvendar mais do que já foi revelado ou simplesmente, quando sem evidências, tudo ser encerrado. O caso é grave e não deve passar batido, nem esquecido, muito menos arquivado. Se faz necessário uma apuração detalhada, pois para a solução de um imbróglio com moradores do Jardim Europa, pelo visto, foi criado uma situação insustentável dos trabalhos ocorrerem dentro do previsto na licitação.

A coisa fedeu e agora, o Judiciário deve tomar as providências e apurar tudo. Aqui, a expressão "tem gato nessa tuba", pode ou não ter consequências, tudo dependendo de como tudo vier a ser apurado e esclarecido. Por enquanto, mais um escândalo e este propiciando um Natal nada confortável para algumas pessoas. O JC merece todos os elogios pela publicação de tão minuciosa apuração, já bem avançada e elucidativa. Isso sim é jornalismo.
A cena é chocante é com graus de perversidade, tudo às vésperas do Natal. Debaixo do viaduto das Nações, sob a avenida Duque de Caxias, existia um local, cercado, ocupado por certo tempo por entidades, depois por moradores em situação de rua. Por ali, ocorreu estranho assassinato e tudo é levado abaixo, com os quem dele se beneficiavam, colocados ainda mais à rua. E para onde foram? Atravessaram a avenida e agora, ainda debaixo do viaduto, sem a proteção do antigo gradil, ocupam espaço defronte a sede do Narcóticos Anônimos, beirando a rua, continuam sua saga de busca por um abrigo sob suas cabeças. A situação é imensamente mais constrangedora que a anterior, ou seja, tudo foi piorado após a intervenção do "pessoal" da Prefeitura Municipal e na noite do Natal, chamas eram vistas no local, numa preparação de provável ceia. Eis como, de algo ruim, tudo pode se transformar em algo ainda pior.

outra coisa, porém, ação de gente da mesma administração e alcaide, Suéllen Rosim
A CEIA DEBAIXO DO VIADUTO
A cena é chocante é com graus de perversidade, tudo às vésperas do Natal. Debaixo do viaduto das Nações, sob a avenida Duque de Caxias, existia um local, cercado, ocupado por certo tempo por entidades, depois por moradores em situação de rua. 

Por ali, ocorreu estranho assassinato e tudo é levado abaixo, com os quem dele se beneficiavam, colocados ainda mais à rua. E para onde foram? Atravessaram a avenida e agora, ainda debaixo do viaduto, sem a proteção do antigo gradil, ocupam espaço defronte a sede do Narcóticos Anônimos, beirando a rua, continuam sua saga de busca por um abrigo sob suas cabeças. 

A situação é imensamente mais constrangedora que a anterior, ou seja, tudo foi piorado após a intervenção do "pessoal" da Prefeitura Municipal e na noite do Natal, chamas eram vistas no local, numa preparação de provável ceia. Eis como, de algo ruim, tudo pode se transformar em algo ainda pior.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (139)


FLÁVIO DINO SUSPENDE EMENDAS DE BRASÍLIA E AQUI EM BAURU, QUEM O FARÁ COM O TAL ORÇAMENTO IMPOSITIVO, DINHEIRAMA NAS MÃOS DOS VEREADORES
A notícia boa do dia, algo como um belo PRESENTE DE NATAL para todo o povo brasileiro foi a decisão – mais uma – do ministro do STF, Flávio Dino, mais uma vez batendo de frente com o veículo desgovernado que é hoje a atuação do presidente da Câmara dos Deputados, o insano Artur Lira. Lira é o rei da praga das Emendas do orçamento, que hoje infestam a Câmara e quando espalhadas nas mãos dos deputados, tem-se mostrado a maior fonte de corrupção no momento atual brasileiro.

Algo que, qualquer pessoa sensata combate e quer ver seu fim. Só mesmo, gente danando com as contas públicas brasileiras e envolvido com a corrupção ainda é defensor dos deputados fazerem uso como querem de valores tão altos e sem nenhum controle. Dino já havia freado esse ônibus sem freios e hoje, volta à carga com mais uma freada brusca nas intenções do Lira, quando suspense o pagamento de R$ 4 bilhões em emendas e pede que a Polícia Federal investigue a fundo o que de fato ocorre na distribuição dessa dinheirama.

Isso, como escrevi e repito é mais que um belo PRESENTE DE NATAL, talvez o melhor que poderíamos receber. Lutar desbragadamente contra o avanço do que foi iniciado dos desgovernos de Temer e Bolsonaro, quando os deputados passaram a controlar – sem nenhum controle – valores incomensuráveis de dinheiro, numa alta voltagem de corrupção é o lado mais nefasto deste Brasil, ainda com reflexos de difícil reparação. Escrevo isso hoje muito contente, mesmo continuando apreensivo, pois ciente de que nada ainda está definitivamente resolvido. Lira e os seus continuam na ativa e representando maioria nas votações, ou seja, o problema persiste.

E quando penso neste problemão ainda a resolver, me volto para algo em curso aqui em Bauru e que, guardadas as devidas proporções, deve gerar a mesma preocupação com a forma como é utilizado o dinheiro público. Foi aprovado algo dentro deste mesmo padrão Lira de fazer e tocar política, com muita dinheirama sendo repassado aos vereadores brasileiros, logo sendo aderido pelos bauruenses e estes distribuindo ao bel prazer, segundo as suas conveniências. Ou seja, mais do que um PERIGO À VISTA. São as tais EMENDAS INDIVIDUAIS, com valores em Bauru acima de R$ 1.500 milhão para cada um, com metade destinado obrigatoriamente para a área de Saúde e o restante para quem o vereador quiser.

Pelo que sei, assim como lá na Câmara dos Deputados, dificilmente teremos uma volta atrás, pois a matéria foi aprovada pela Casa de Leis bauruense, derivando a norma Emenda à Lei Orgânica nº 83, de 13/02/2023. A partir de então, os vereadores bauruenses podem apresentar emendas individuais no limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) do município do ano anterior, que produzirão efeitos a partir da execução orçamentária do exercício seguinte.

“O valor total das emendas individuais no limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) do município de 2023 será de R$ 18.585.142,63, sendo que a área saúde municipal poderá receber o mínimo de R$ 9.292.571,32, ou seja, 50% do montante total. A criação de emendas individuais possibilita ao Poder Legislativo participar das decisões referentes à alocação de recursos, fornecendo-lhe mais autonomia e promovendo maior equilíbrio entre os Poderes, sendo inegável o caráter fundamental que o circunda”, diz o texto distribuído pela Câmara dos Vereadores, querendo convencer a cidade de que, isso será benéfico e não temerário, constituindo-se numa espécie de BOMBA RELÓGIO.
TUDO LINDO, NÃO FOSSE TRÁGICO.

Mas por que a preocupação deste escriba? Simples. Diante do que se vê em curso em Brasília, o que ocorre em Bauru poderá se tornar algo similar, preocupante, pois desde essa aprovação, aqueles que deveria fiscalizar o Executivo e tudo o mais, inclusive todos os gastos públicos, agora possuem em suas mãos uma quantia elevada de dinheiro, em algo inédito e perigoso. Primeiro, porque não se sabe quem irá fiscalizá-los de fato. Depois, com toda certeza, não é essa a função do vereador. Muito já foi dito sobre da facilidade deles no quesito reeleição depois desse derrame de grana distribuídos, sendo que, de todos os que concorreram neste último pleito, somente um não se reelegeu, Guilherme Berriel. Todos os demais foram reeleitos.

Em Brasília quem está salvando a nação é o STF, mais precisamente, neste caso em especial, o ministro Flávio Dino e aqui, até o presente momento não vi nenhuma PRESTAÇÃO DE CONTAS dos gastos iniciais dos nossos vereadores. E a pergunta que não quer calar: quem estará à frente de verificar como foram feitos os gastos.? Com certeza, isso ocorrerá através do Judiciário. Enfim, perceberam a enroscada onde um elevado montante de dinheiro está circulando meio que solto, sem lastro e controle? Sinto que, ainda estamos sem alguém como o ministro FLÁVIO DINO, para ir brecando avanços desmedidos. Por mim, isso deveria ter um imediato fim, pois distribuir dinheiro não é finalidade de vereador.

poesia portenha em forma de denúncia para encerrar o dia
QUE OS OLHOS DOS SEUS MORTOS NÃO TE DEIXEM DESCANSAR NUNCA EM PAZ!!!
- O avô não pôde comprar losartan, é caríssimo...
ELE DEU UMA PARADA.
- A criança não come está desidratada...
ELE DEU UMA PARADA.
-Maria não recebeu insulina e também não conseguiu comprá-la...
ELA DEU UMA PARADA.
Nahuel de 3 anos é eletrodependente. Cortaram-lhe a energia...
ELE DEU UMA PARADA.
-José trabalhava como pedreiro, tinha pressão alta mas os comprimidos são caros...
ELE DEU UMA PARADA.
-Pedro é diabético, tiraram-lhe os remédios... Comendo ou medicando...
ELE DEU UMA PARADA.
-Vovó Rosa vinha andando com sua bengala, e não recebeu sua medicação para o coração... Não foi suficiente, Carvedilol está muito caro...
ELA DEU UMA PARADA.
- Daniel tem HIV e não toma mais a medicação...
ELE DEU UMA PARADA.
-Sandra tem 25 anos, mas também tem câncer e não fez quimioterapia... MORREU.!!!",
de um ouvinte da rádio 750 AM argentina, programa La Mañana, de Victor Hugo Morales, sobre a atual situação de quem precisa dos serviços públicos naquele país.