JUNTANDO OS CACOS, EM VÁRIOS TEXTOS E ABORDAGENS
1.) GLORIA MARIA VIAJOU NO FAMOSO TREM DE BAURU ATÉ A BOLÍVIAÉ impossível assistir a um vídeo como este, onde a jornalista Gloria Maria, da TV Globo, numa matéria belíssima, viaja todo o percurso do famoso trem que saia de Bauru e ia até a Bolívia, pela Noroeste do Brasil. Não sei com exatidão em que ano se deu essa gravação, creio lá pelos anos 80, quando nem tudo já caminhava tão bem como dantes pelos lados da ferrovia, mas ela ainda persistia, insistia e resistia. Assisto novamente este vídeo e bate uma imensa tristeza, primeiro pelo fim de um modal que, enquanto perdurou foi pujante, altaneiro e muito valoroso. Depois, por ver Bauru, que foi o epicentro disso tudo e no que se transformou, com hoje a imensa maioria das edificações e bem ferroviários todos apodrecendo, sem que, o poder público municipal volta seus olhos para quem foi o propiciador de todo o progresso (sic) dos dias atuais. Hoje, Bauru não consegue nem devolver abertos pra população seus museus e o mais importante deles, o ferroviário, entregue às moscas e portas fechadas, juntando teia de aranha. Este trem representou muito para o Brasil. Não era somente objeto de muita fantasia e imaginação. Quem nele viajou guarda algum sentimento, não só de saudade, mas de perda, imensa perda, dessas irrecuperáveis, quando se analisa a nossa história. Deixamos que tudo se vá, se perca e pouco fazemos pela retomada. Tivemos percursos férreos de inolvidável importância cortando este estado de fora a fora. Muitos sumiram, arrancados, desaparecendo e assim, possibilitando o modal rodoviário se impor. Somos todos parte de um vergonhosa situação, quando permitimos o final do modal férreo.
Este vídeo me faz chorar, pois ninguém me consola por não mais existir em Bauru, este entroncamento que nos ligava ao mundo. Bauru perdeu e muito com o fim dele e de todos os demais ramais férreos. Hoje, para quem não viu, não presenciou e fica só a imagem da famosa estação, nem sombra de toda a pujança que daqui se irradiava mundo afora. Definhamos muito e ainda nos recuperamos com o final da ferrovia, como até então se dava. Continuamos no limbo e, pelo visto, assim continuaremos ainda por um bom tempo.
Tudo me foi possibilitado ao rever a matéria da TV Globo, compartilhada com o texto: "Viajei várias vezes nesse trem de Bauru a Campo Grande. Eram 20 horas dentro dele. Uma aventura sofrida mas necessária à época, e deixou saudades", Vitor J.F. Lopes. Eis o link da matéria: https://www.facebook.com/vitor.lopes.58367/videos/6677019762362503
2.) MILEI PRATICAMENTE EXPULSA DA ARGENTINA ESTUDANTES BRASILEIROS DE MEDICINAEsse sonho de acalantar estudar na boa escola pública argentina, oferecida até a chegada de Milei, de forma gratuita para latino americanos de várias nacionalidades, está chegando ao fim. Milei, o ainda presidente argentino não é um cabeça dura, mas um fascista, perigoso e a propor o fim de todos e qualquer avanço social existente naquele país. Aposta no retrocesso, campeão em privatizações e encerramento de empresas estatais, com demissão em massa, sem pensar por um só instante nas consequências ou na situação de quem se encontra do lado de lá.
A Medicina repassada pela Universidade Pública daquele país possui fama e acalentava o sonho de milhares de estudantes. La Plata, nas cercanias de Buenos Aires, uma dessas localidades, onde ali um imenso campus e local de encontro de latinos de toda procedência, inclusive de Bauru. Ouço agora dos brasileiros que estiveram em Buenos Aires para presenciar o jogo da final da Libertadores, histórias assustadoras de uma reviravolta de preços no páis, algo como um refrigerante custar R$ 50 reais. Tudo subiu muito e o país, que até então era o paraíso para passeio e onde o brasileiro gastava além da conta, voltando com suas malas cheias, parece ter chegado ao fim. A Argentina se isola e afunda cada vez mais nas mãos de um insano ditadorzinho, com intenções de terra arrasada.
O fundo do poço eu observo, não mais se aproximando, mas muito real, com isso tudo o que acontece por lá com a escola pública e, no centro da discussão as universidades. Milei as quer fechadas, não sópara o estudante latino, mas também para o de seu país. Sua mola mestra é repassar tudo para a iniciativa privada e para tanto, deixa a mingua os recursos repassados para continuidade do que ainda resiste. Estudantes e professores vão pras ruas, se mobilizam e protestam, mas a força contrária, patrocinada pelo avanço da ultradireita parece estar vencendo este jogo. Está sendo decretado o fim de uma Argentina livre e soberana, com a miserabilização de seu povo e, consequentemente, sem recursos e condições, um país cada vez mais triste e sem futuro. Tomara o argentino consiga reagir a tempo. Essa matéria é o reflexo exato do que está em curso na Argentina e muito entristece quem a ama, como este escriba, que todo ano pra lá volta e tem acompanhado a degeneração absoluta a ocorrer, em tão pouco tempo, com a chegada de Milei ao poder. A Argentina está muito mais perigosa, com milícias dominando um cenário nas ruas e intimidando as pessoas, principalmente os contrários. Sem uma revolta persistente nas ruas, uma triste sina a do país vizinho e nós aqui do Brasil, ainda vivenciando momentos dentro de um governo Lula tentando se opor ao avanço do fascismo, também numa desenfreada luta, para não ver o país optando por algo como Milei na eleição de 2026. Lá, a derrocada já aconteceu, aqui muita esperança de ainda conseguir vergá-la. Sem luta, impossível. Sem prender os golpistas brasileiros, uma péssima forma de enfrentamento. Estes não podem continuar soltos para aprontar com a nação.
Tudo me foi possibilitado após ler matéria do G1 - Globo.com e pensar na situação de tantos estudantes, um deles o bauruense Adham Marim, que por estes dias retorna para Bauru: "Estudantes brasileiros de medicina na Argentina abandonam país após aumento do preço das faculdades - Milhares de alunos brasileiros foram pegos de surpresa por aumentos acima da inflação anunciados pelo governo Milei. Enquanto alguns voltam para o Brasil, outros vão para o Paraguai". Veja link com a matéria:
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2024/12/02/estudantes-brasileiros-de-medicina-na-argentina-abandonam-pais-apos-aumento-do-preco-das-faculdades.ghtml?fbclid=IwY2xjawG7vKRleHRuA2FlbQIxMQABHXaWgMX4gfXUrwzvC1YTEPGuHXzsChvhlCrI2c7eahM0sNh50kWQAE5vSg_aem_51CMbxZAOK_b57eOAx40rA
3.) JEFERSON BARBOSA DA SILVA LANÇA SEU LIVRO REVOLUCIONÁRIO DE POEMAS EM BAURU DIA 07/12
https://editoramireveja.com/so/5cPE8YrR6?languageTag=pt...Jeferson privou de minha amizade por longo período. Recebia quase diarioamente seus poemas, todos gravados, ele diante da tela a demonstrar o quanto ia sua veia poética e, por que não dizer, revolucionária. Foi professor aqui da Unesp Bauru e militou em Bauru até quando suportou, tendo sido também assessor parlamentar em Brasília do então deputado por Bauru, Tidei der Lima. Possui histórias inenarráveis desta cidade, sendo que, muitas delas merecedoras da divulgação de sua versão dos fatos, até para confrontar com o que sabemos ou o que nos foi revelado. Ele, depois de presenciar tanta iniquidade por aqui, se autoexilou e foi de mala e cuia morar sózinho em Natal RN. De lá, continuou observando com sua lupa a vida bauruense, seja a política, através do que lia no JC e tudo o mais que lhe cai nas mãos, pelo modal internético. Mora há umas três quadras da praia e sua cor mudou depois de lá morar. Um bronze, assim como seus trajes, agora um calção de banho e muitas vezes sem camiseta.
O professor e militante Jeferson sempre foi um ser inquieto, intranquilo no termo exato, como se a dizer, pronto para a batalha. Nas conversas que tínhamos se mostrava cada vez mais chateado com a forma como se dava a luta de resistência em Bauru, quiçá no Brasil. Queria incendiar mais a coisa e para tanto me inflamava diariamente, com seus textos e ideias. Vez ou outra aparecida por aqui, reunia amigos em bares e conversas. Num certo momento, pelo que sei, ao desaparecer ou deixar de enviar seus poemas a mim, agora publicados num livro, ele se mostrou chateado também comigo. Talvez me quisesse mais inflamado e incisivo. Eu tento e assim continuarei, espezinhando aqui e ali os poderosos de plantão, com as armas que tenho nas mãos, o papel, a caneta e as ideias contidas na cabeça.
Neste momento, recebo comunicação do João Correia Filho, da editora Mireveja, com este link aqui repassado, informando do lançamento do livro do professor Jefersom, dia 07 de dezembro, aqui na cidade de Bauru. Muito me alegra que tenha conseguido reunir num livro, aqueles belos poemas e os eternize desta forma e jeito. Eu encontrei o meu jeito de resistir escrevendo e publicando textos diários por aqui, expondo meu jeito e modo de encarar isso tudo à minha frente. Jeferson faz o mesmo, mas ele exige de todos nós, um imediatismo e propositura não mais existente na maioria das pessoas. Nem todos, percebemos, possui a mesma disposição de antes para ir à luta, encarar o dragão da maldade, principalemnte quando a contenda se dá praticamente sózinho. Escolhi continuar aqui na minha trincheira, cutucando, quando sei, ele queria algo mais. Eu não tenho a mínima condição de fazer nenhuma revolução sózinho, quanto mais essa tão necessária no momento atual. Jeferson quer mais e isso pode ser demonstrado pelos seus poemas e por quem o conhece mais proximamente. Vai ser uma delícia revê-lo em Bauru no lançamento de seu livro. Um pena, eu não estar na cidade pelos dias do lançamento, mas se chegar antes ou ficar mais alguns, com certeza vou propor reatar as conversações, pois somos da estirpe dos que não desistem e esgrimam uma causa pela vida inteira. Desejo todo sucesso do mundo para sua obra, agora tornada mais pública. Este desejo se estende para, que consigamos, de alguma forma, alcançar êxito na empreitada de transformar este mundo, começando pela nossa aldeia, essa Bauru, que no último pleito chegou a cravar 80% pro Bolsonaro. É desanimador demais da conta.
JEFERSON BARBOSA DA SILVA LANÇA NOVO LIVRO DE POESIA EM BAURU |
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O evento de lançamento, com sessão de autógrafos, será no dia 7 de dezembro, 19h, no Espaço Coletivo Vila, no centro da cidade Jeferson Barbosa da Silva é conhecido por sua produção poética intensa, sua militância aguerrida na literatura e sua trajetória no campo da escrita - são mais de cinco décadas dedicadas à poesia e à cultura, passando por revistas, livros, blogs e plataformas como o YouTube, onde possui um canal. Ironicamente, Vinte e cinco poemas sem fim, seu quarto livro, surpreende pelo número de poemas que contem – são apenas 25 e um texto extra que encerra a obra. Mas a poesia de Jeferson, densa e lírica, abre espaço em nós a cada página, seja na potência de seu texto, seja no traço do jovem ilustrador Otavio Seraphim, que acrescenta ainda mais sentido ao que é dito, com suas linhas e entrelinhas. |
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O livro, que foi produzido pela Editora Mireveja, também bauruense, tem projeto gráfico da designer Cíntia Belloc e uma edição especial, com sobrecapa e grande qualidade de impressão. Jeferson Barbosa da Silva, também conhecido como Garoeiro, não tem medo de tema algum – o sexo, a morte, a política, o envelhecer, as amizades, tudo é evocado por ele. Aliás, vale ressaltar que grande parte dos poemas presentes nesta obra é dedicada a pessoas que atravessaram sua longa trajetória como escritor, e suas mais de sete décadas de vida. |
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É o caso da escritora Betty Milan, do jornalista bauruense João Jabbour, do sindicalista Antonio Pedroso Jr., do ex deputado Tidei de Lima, do cineasta Anselmo Duarte Júnior entre outros nomes de parentes próximos e amigos distantes. "Tudo isso torna este pequeno livro ainda maior, justamente por não ter fim nem finalidade, como a própria poesia", diz João Correia Filho. Evento de lançamento: dia 7/12 (19h), no Espaço Coletivo Vila, rua Antonio Alves, 16-15, Centro, Bauru. |
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