UM CODEPAC DE MUITA RESPONSA E RELEMBRANDO ROSIO SALCEDORelembrando o CODEPAC - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural de Bauru -, presidido por mim por quase quatro anos e tendo atuado noutros quatro como Conselheiro, nesta linda foto com seus membros numa visita técnica, lá pelos anos 2006, pela aí, enviada pelo também conselheiro Nei Silva Lima, já na época, memória viva do Conselho e de suas atividades, assim rememoro tudo o ali vivenciado, aproveitando para falar bocadinho de uma conselheira que se foi nestes dias, ROSIO FERNANDEZ BACIO SALCEDO.
Ela, peruana de nascimento, professora atuante nas hostes da Unesp Bauru, teve uma brilhante participação quando dedicou parte de seu conhecimento em prol do fortalecimento das leis de preservação histórica na cidade de Bauru. Recordo com orgulho e muita saudade de seu trabalho, junto aos seus alunos unespianos, com maquete feita dos principais imóveis tombados, algo que, deveria ter sido preservado, cuidado e hoje ser motivo de permanente exposição. Não o foi, assim como muita coisa também se perdeu com o tempo.
Destes tempos, uma outra lembrança. Neste período em que atuei, cuidamos de tentar manter viva a memória histórica bauruense. Não tombamos nada, mas fizemos e acontecemos, com um trabalho intenso e até barulhento, necessário naquele instante. Trabalhamos sob muita pressão, como sempre, as tais forças contrárias. Tínhamos naquele tempo, aproximadamente 40 imóveis já tombados e não era fácil manter a manutenção de algo, onde existia - continua existindo - uma ideia de que, eram muitos e alguns precisavam ser desfeitos.
Essa equipe da foto, com alguns desfalques, pelo não comparecimento naquele dia da visita, mostra o lado de um bando de guerreiros, que atuou desmedidamente para implantar algo ainda embrionário, no seu nascedouro. Rosio foi presença marcante, sempre trazendo para a equipe, mais que sua lucidez, pois detinha amplo conhecimento técnico, motivo de anos de estudo no tema da preservação. Seus alunos, todos eles privilegiados, pois receberam aulas dela, baseadas neste conhecimento, lhes passando algo necessário para o real entendimento do que venha a ser isso de Preservação Histórica.
Guardo tudo isso bem vivo na memória, como algo pelo qual passei e dei minha modesta contribuição. Olhando agora para a foto, bate não só saudade, quando vejo que dois já se foram, mas da necessidade de tudo ser reavivado, ter uma continuidade sadia, esclarecedora, investigativa, propositiva e também, consciente. Formamos uma bela equipe e nela, talvez como nossa capitã, lá estava Rosio, que hoje nos deixa.
ALGUMAS CENAS PARA PREENCHER E FAZER PENSAR NOS CAMINHOS E DESCAMINHOS DESTA INSÓLITA BAURU
01. Publiquei em 01.11.2024: Entrei poucas vezes no interior do edifício São Lucas, na esquina da avenida Rodrigues Alves com Agenor Meira e nestas, a maioria foi para consultas ao oculista ou simplesmente para bate-papos com o dr Rui Bertotti. Foo me lembro de ali ter entrado por outros motivos e nem sei se, ainda persiste algum outroi também vereador, humanista e bom proseador sobre assuntos variados e múltiplos. Nã consultório médico no local.
02. Publiquei em 04.11.2024: Uma banca de lata, tudo bem simples, rua Antonio Alves, quase esquina com a Duque de Caxias, lado de baixo da Jadlog e ali, tempos atrás, um casal de idosos, ambos aposentados e ali atuando diariamente. Hoje ambos já em outro plano. Ele foi açougueiro e ela telegrafista, depois de aposentados, ali vivenciaram extensa comunicação com os arredores. Tocaram o barco até quando tiveram forças, depois em casa, isolados do mundo das ruas. A banca continua ali, reduto de algumas boas histórias.
03. Publiquei em 07.11.2023: O edifício Carmem, ali na confluência das ruas Agenor Meira e Ezequiel Ramos, centro da cidade é uma espécie de Balança Mais Não Cai, versão bauruense. Na versão carioca, acontece de tudo e mais um pouco aos seus pés e também dentro dele. Guardadas as devidas proporções, no Carmem, já tomei conhecimento de histórias do arco da velha e sei, juntando todas, daria também um belo de um programa televisivo, se não humorístico, como o que a Rede Globo fez um dia, pelo menos, com histórias de vida de gente de um lugar, todas com muito sabor, picardia e muita irreverência. Aparentemente um mar de tranquilidade, mas nada é assim tão tranquilo quando observado com lupa, nos seus mínimos detalhes.
04. Publiquei em 08/11/2024: Sou arrebatado por cenas urbanas, essas que passando por um lugar, algo ali ocorre e te faz desviar a atenção de seus propósitos. No meu caso, até para o carro, caio em buracos na calçada, tropeço e esqueço da vida. Essa aqui, garoa internitente o dia todo, mas os jovens talentosos, artistas do sinal fechado, em sua maioria argentinos, sobem em escadas com seus malabares às mãos, tudo para auferir trocados de quem está no quentinho da parte interna de algum veículo, aguardando a sinalização dar verde, para picar a mula. Isso aqui foi registrado por mim na esquina da Ezequiel Ramos com a Nações Unidas, pouco depois dos estragos proporcionados pela última chuva forte, o que não impediu os artistas de continuar artistando.
05. Publiquei em 11/11/2024: Dica para ouvir uma certa banda de rock, vinda de pick-up estacionada na rua José Ferreira Marques, no jardim Planalto.
06. Publiquei em 13/11/2024: Ontem estive batendo perna em Pederneiras e por lá, no meio da cidade, algo que não temos aqui, um drive-in - o sistema do qual você não precisa sair do carro para fazer sexo. Daí pensei, neste aqui, resitindo ao tempo, lá pelos lados da Quinta da Bela Olinda, o Carinhoso Motel, um dos últimos moicanos em Bauru. Outro, o Kibut's, caminho pra vila Dutra. Drive in, faz muito tempo, nenhum.
06. Publiquei em 13/11/2024: Ontem estive batendo perna em Pederneiras e por lá, no meio da cidade, algo que não temos aqui, um drive-in - o sistema do qual você não precisa sair do carro para fazer sexo. Daí pensei, neste aqui, resitindo ao tempo, lá pelos lados da Quinta da Bela Olinda, o Carinhoso Motel, um dos últimos moicanos em Bauru. Outro, o Kibut's, caminho pra vila Dutra. Drive in, faz muito tempo, nenhum.
07. Publiquei em 24.11.2024: Isso aqui é o presenciado em uma só das bancas, dentro de tudo o que é proposto no nosso Mercado de Pulgas, a boníssima Feira do Rolo, local onde recarrego minhas energias nas manhãs dominicais.
08. Publiquei em 26/11/2024: Na rua dos Açougueiros, bem defronte o distrital do Gasparini, um belo exemplo de quando a árvore vence o asfalto, mesmo sendo uma vitória de Pirro, porém significativa, marcante. O asfaltista se rende aos encantos e atributos, propriedades da bela árvore e a contorna, ao invés de podá-la, cortando parte de sua raiz, tudo para esquadrinhar a linha reta do meio fio. Muito melhor assim.
09. Publiquei em 28.11.2024: Na noite de quinta, o terminal de embarque da rodoviária de Bauru, junto ao Rio Bauru, sem seguranças à vista, mas uma situação melhor do que tempos atrás. O próprio movimento de passageiros espanta qualquer tipo de insegurança e o único comércio aberto ao público, 24h por dia, o Fran's Café, dão o tom deste lugar, resistindo, com algo ouvido de funcionário noturno: "Já foi pior. Estamos superando o pior, sem nenhum mudança estrutural de grande vulto, vinda po poder público municipal. Tudo tem acontecido meio que por acaso. O clima de insegurança de tempos atrás, parece estar se dissipando e sem sei explicar como foi possível".
10. Publiquei em 29/11/2024: Noite de sexta e aquela incontrolável vontade de comer um churrasquinho de rua. Dentro de todas as oportunidades, muitas em variadas esquinas e locais, escolho um na avenida Nações Unidas, bem ao lado do Confiança Rodoviária, mais precisamente dentro da denominada Baixada do Silvino. Casa cheia, fila de espera e em 5 minutos, devoro dois, confirmando o que já havia sido dito e instituído décadas atrás pelo saudoso cozinheiro Juca: "Bauru cheira a churrasco". Sim, e muito, mas confesso, é uma delícia.
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