2024 não foi um ano fácil, porém o tiramos de letra e sei, daqui por diante, tudo será mais complicado, pois, mais do evidente, as relações humanas estão mais do que deterioradas e as previsões não são nada salutares. Eu não me canso de lutar e de esgrimar em todo instante, fazendo questão de me posicionar e deixar bem claro de que lado estou diante de tudo o que nos acontece. Sou do time dos que não se omitem e pagam o preço por causa disto. Sem problemas, a vida é feita de escolhas e ao fazê-las, pelo menos, me sinto bem comigo mesmo.
A gente ir tocando a vida da melhor forma possível é um lema, mas me é impossível a indiferença. Como o sê-lo diante de tudo o que acontece em Gaza, por exemplo, com esse massacre isarelita a céu aberto, matança indiscriminada e agora, tudo o que já está como prometido para acontecer após Trump tomar posse. Se tudo já estava um horror sem ele, nas previsões, tudo tende a piorar e a luta se intensificará. Como a que travo por aqui e mesmo diante de tanta aberração já explicitada destes horrendos golpistas, criminosos bolsonaristas, porém, muitos admiradores destes não abrem seus olhos nem diante de tamanha barbaridade. E se não o fazem, creio, continuarão insanos e predadores, cada vez mais perigosos, colocando em risco o futuro brasileiro. Foi-lhe facilitado o acesso para chegarem onde se encontram e agora, sacá-los não será tarefa fácil. Que baita luta, mas nada não muito diferente do que tudo o que já realizamos.
Se a calmaria perdura dentro de casa, fora dela, tudo de pernas para o ar. Eu poderia até me acomodar e tocar a vida no que me resta de tempo, da melhor forma possível, sem confrontos, mas se os fiz até o presente momento com "sangue, suor e lágrimas", por que deveria me omitir nos poucos anos que resta de vida? Se sirvo para algo é exatamente para, de minha forma e jeito, cutucar, espezinhar, criar problemas para os tais poderosos de plantão.
Minha arma é minha escrita. Escrevo mal, porém, não tenho mais como mudar o estilo e jeito. Reclamam de meus textos longos, mas é com eles que faço meu desabafo diário. Não saberia fazê-los de forma curta. Não possuo a consição de um Dalton Trevisan quando escrevia, nem de uma Laerte, quando numa charge, diz muito mais do que escrevi com 500 toques. Escrever para mim é desabafar, por pra fora o que me atormenta. Abuso e uso deste espaço para que me conheçam melhor. Aqui eu fico quase nu e assim toco minha vida, fazendo o que posso, ao meu modo e jeito para tentar mudar o mundo e sempre em busca deste tal de outro mundo possível.
Baita abracito para tudo, todas e todos. Eu não vivo só, procuro fazê-lo em bando, os que sei comungam da mesma busca e envolvidos na mesma luta. É muito bom não estar sózinho. Ninguém consegue viver sózinho. Eu não consigo, adoro as ruas e tudo o que nela reencontro. Não desejo nada pra 2025, mas sei que, sem nele estar envolvido dos pés à cabeça, nada me acontecerá. Espero poder continuar esgrimando e expondo minhas ideias, contribuindo nessa incessante busca. Com muita luta chegaremos em algo melhor. Sem luta, seremos engolidos, pois a coisa está braba aí fora de minha janela. Portanto, lutemos juntos!
RECORDAÇÕES DA PASSAGEM DE MEU FILHO AQUI NO NATALRecordações a gente as guarda de diversas jeitos e maneiras. A que me marcou de meu filho, quando deixou o lugar onde reside hoje, Araraquara e veio junto de sua Gabi, passar uns dias por aqui, ora com sua mãe, ora comigo, foi quando paramos para prosear sobre suas últimas leituras. Estes momentos são indescritíveis e insubstituíveis. Eu, mesmo tentando, sei que ele lê muito mais que eu. Este meu legado e meu orgulho, o de ter conseguido introduzir nele, este gosto por leitura e, não só por isso, mas por algo selecionado.
Vez ou outra ainda consigo fazer com que adentre o Mafuá, meu reduto diário e ali ele escolhe alguns e leva consigo. Meses atrás havia levado um. Disse ter encontrado o danado, numa improvável banca na Feira do Livro, num lugar que nem vendia livros, ali só alguns e quando bati os olhos nele, a certeza de que teria que ser meu. Era o "Máscaras", do escritor cubano Leonardo Padura Fuentes. Ele já o conhecia de outras obras e me disse que, no formato emprestado naquele momento a ele, algo o maravilhava, uma coleção de bolso da Cia das Letras para Romances Policiais.
Sim, ascrescentando que, não gosto muito do gênero, mas este em especial me cativou, pelo autor e exatamente, por se tratar de um romance policial cubano. Na descrição, descrevo do personagem principal ser um travesti e do envolvimento deste numa trama tendo como pano de fundo Havana.
Agora, quando me devolve, me dá uma aula sobre o que leu e diz, quase não me devolve, pois obteve muito mais do que esperava com a leitura. E dito isso, este foi o mote para uma conversa que durou bem mais de uma hora. Sabe lá o que vem a ser isso de você conseguir ficar mais de uma hora conversando com seu filho, eu com 64 ele com 34? Divinal.
Cuba, Havana, por si só é sempre um bom motivo para longas conversações e hoje, cá estou, ele já se foi, passou o Natal aqui e o Ano Novo, junto dos parente da Gabi, fico só - eu e Ana Bia -, eu e o livro, relembrando tudo, já com bruta saudade. Quando chegou lá de volta - o fez a meu pedido -, me fez a resenha de outro livro, este havia chegado lá em sua casa na sua ausência e me dizia da felicidade que teria com sua leitura. Prometeu me trazer em janeiro, quando também prometeu voltar pra Bauru, quando com toda certeza continuaremos uma prosa sem fim, dessas que quero, cada vez mais, prolongar. Ah, se pudesse tê-lo aqui para conversações diárias!!!
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