domingo, 31 de agosto de 2025

RELATOS PORTENHOS / LATINOS (150)


A MARCHA DO ORGULHO SÓ FAZ SENTIDO QUANDO NA RUA, FESTA COM REIVINDICAÇÃO DE DIREITOS CIVIS - A MARCHA TEM QUE DESCER PELAS RUAS, COMO ANTES E DEIXAR DE SER PARADA
Confesso, tinha muito prazer e alegria em participar das antigas marchas, quando a Parada do Orgulho se organizava lá nos altos das Nações, praça da Paz e descia a avenida, com carros de som e e neles, bem nítido, não só a festa, algo muito necessário, mas a reivindicação, uma eterna luta desta segmento e de todos os demais. Era um verdadeiro e original congraçamento ocorrendo nas ruas bauruenses e brasileiras. Foram anos de intensa atividade> Ousaram ir buscar carros de som em outras cidades e estes vieram, estiveram abrilhantando a festa. Hoje não, tudso contido, num lugar só e estático, diante de um palco. No mínimo perdeu-se o caráter reivindicatório, com aquelas faixas e cartazes com que todos desciam a avenida. Ficou só a festa, porém, sem o brilho de antes e sem reivindicar mais nada. Seria mais do que interessante uma retomada das ruas. Este meu ponto de vista.

Assistam este vídeo exatamente sobre o que foi e o que é hoje algumas paradas, antes marchas da diversidade: 

DEZ ANOS ATRÁS TÍNHAMOS MARCHA DA DIVERSIDADE, HOJE MERA PARADA, QUASE SEM DIVERSIDADE, MEROS SHOWS NO PALCO E AGITAÇÃO NO SEU ENTORNO
Em Bauru, há dez anos atrás foi assim. Estive em todas as Marchas, já das Paradas, estímulo em baixa, propositura é bem outra, daí, a evidente queda de público:

SEMPRE BOM LEMBRAR PADRE LANCELOTTI SOBRE A PARADA LGBT
Eis o link de trecho de sua fala, exatamente quando fala do pobre gay diante da suntuosidade da Parada: 
A PARTIDA DE LUIS FERNANDO VERISSIMO
Veríssimo tinha um sorriso - e um olhar enigmático. Um sorriso que não era bem de riso, mas uma expressão solta, de tio boa praça. Algo padrão Mona Lisa, se quisermos sofisticar. 

Nunca soube se quando ele olhava para nós tentava nos entender, se tinha alguma condescendência ou se apenas observava para pensar depois, quando talvez tivesse tempo. Xi Jinping tem expressão semelhante. Ali se pode dizer coisa como "o milenar enigma chinês". Não existe o "milenar enigma gaúcho" e nem o "milenar enigma do Inter", seu time eterno. 

O sorriso do Veríssimo parece ter algum plus a mais, como se diz por aí. O sorriso falava mais, muito mais que sua economia na fala. Era um olhar sobre os rumos e desrumos do Brasil? Do mundo e suas redondezas? De que as coisas não andavam bem, mas dá para levar? 

Não sei. Voltemos a Mona Lisa que é mais fácil...
Gilberto Maringoni

o poder de destruição de governos fundamentalistas
O TECIDO VIVO DAS BIBLIOTECAS POPULARES E O FIM DAS BIBLIOTECAS RAMAIS, ANTES ESPALHADAS PELOS BAIRROS BAURUENSES
Aproveito o título de artigo escrito para o diário argentino Página 12 pela jornalista Miranda Carrete e discorro sobre o que acontece em Bauru, quando a atual administração municipal, tendo início quando da pandemia, justamente no momento em que poderiam ter feito algo para ampliar o número de frequentadores das bibliotecas, fecharam a maioria delas. Foi um brutal processo de aniquilamento das bibliotecas populares, encravadas nos bairros periféricos de Bauru. Fecharam os ramais, não se sabe o que fizeram com a quantidade de livros até então existentes, priorizando o atendimento da Biblioteca Central, a Rodrigues de Abreu, mas sem um plano focado no leitor. Optaram por embelezar a mesma, junto do Teatro Municipal, desprestigiando as demais, porém, os resultados são os mais pífios possíveis. Sabe o ditado de “pode fora bela viola, por dentro pão bolorento”, o mesmo cai como uma luva para quem, hoje no comando das bibliotecas públicas municipais, sem entender e gostar do livro, age como agente emperiquitado, ou seja, quer aparentar algo, mas na verdade, destrói tudo.

“Onde há uma biblioteca aberta, há memória, diálogo e um futuro compartilhado. Ali, direitos são exercidos: ao conhecimento, à beleza, ao brincar, à imaginação de outros mundos possíveis. Embora pareçam silenciosos por fora, sempre há vida lá dentro: um grupo de leitura com crianças, um grupo de mulheres escrevendo sua história, uma vizinha que ousa ler em voz alta pela primeira vez. Página 12 conversou com bibliotecários e vizinhos de diferentes províncias para saber mais sobre como eles sustentam esses espaços vitais e os desafios que enfrentam”, eis o começo de revelador texto sobre a importância de se manter bibliotecas nas periferias das cidades e de como se dá o processo de aproximação com leitores, mantendo alguma organização e, principalmente, disposição de ser, fazer e acontecer. Eis o link da matéria completa: https://www.pagina12.com.ar/853292-la-trama-viva-de-las-bibliotecas-populares

É inconcebível observar o que tínhamos de bibliotecas ramais num passado não tão distante – antes do início do desGoverno de Suéllen Rosin – e hoje, após 5 anos e, praticamente, a destruição das bibliotecas ramais, diga-se, nos bairros. Não adianta vir com historinha “cerca lourenço” de que, trouxeram contadores de histórias e afins para os bairros, pois isso não cola. Tudo maquiagem, pois isso só ocorre raramente e quando ocorre, a propaganda é grande. No mais, um vazio destruidor de Cultura, aniquilador de cabeças pensantes. Fechar as ramais, prédios hoje abandonados e sublocados para outras atividades deveria ser considerado como CRIME de lesa-pátria.

Algo mais da realidade argentina, com o também desGoverno de Javier Milei, outro destruidor de Cultura, fechando não só bibliotecas, mas dando fim ao serviço público em todas suas esferas. “O que seria de uma comunidade sem sua biblioteca pública? Administradas majoritariamente por mulheres, professoras, bibliotecárias ou vizinhas, elas são muito mais do que estantes repletas de livros: funcionam como espaços de cuidado, encontro e ativismo . Para muitas pessoas, são o primeiro contato com a leitura ou a possibilidade de escrever. Há mais de um ano, essas instituições são ameaçadas pelo corte de verbas da Comissão Nacional de Bibliotecas Públicas (CONABIP) e pela transferência de meses de mobilização conjunta entre bibliotecas, artistas, trabalhadores da cultura e organizações comunitárias”. Nada diferente do que Suéllen Rosin colocam em prática em Bauru. Uma vergonha institucionalizada, onde para constatar o descalabro, hoje nos postos de comando relacionados à bibliotecas, gente que nunca havia trabalhado no ramo, todos porém com uma especialidade, essa comprovada e explícita: são apaniguados da alcaide, pouco se importando se estão qualificados para o exercício da função a eles determinada.

Na matéria do jornal argentino, a comprovação de algo também existente em Bauru: o algo de diferente no setor ocorre de forma paralela e por agentes independentes, atuação desconectada do poder público. Cito Rose Barrenha e seu projeto ligado à Casa de Frida, quando num dos braços de tudo o que faz, procura expandir bibliotecas populares e independentes, inclusive com Caixotes Literários. Se o poder público municipal estivesse de fato interessado em propagar Cultura e, no caso, livros, leitura, teria o máximo interesse em, primeiro, manter as bibliotecas ramais abertas, depois expandi-las e, por fim, atuar em conjunto com as comunidades. Não o faz, porque o intuito de administração fundamentalistas é bem outro. Querem distância de povo bem informado e sabendo discernir o certo do errado, pois se assim ocorrer, terão vida curta. As bibliotecas pelos bairros é só uma pequena pontinha de tudo o mais em curso. Suéllen e Cultura não possuem nenhuma afinidade.

sábado, 30 de agosto de 2025

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (219)


LULINHA FICA
Lulinha, Agnaldo da Silva foi agredido no Calçadão da Batista, numa manhã de sábado, quando panfleteava contra a jornada de trabalho 6 x 1. Do fato, uma semana depois, enorme repercussão e uma manifestação de desagravo contra o ocorrido. No mesmo local, justamente a Esquina da Resistência, palco de tantas manifestações. Sem me ater a um longo texto, publico fotos e como elas, creio eu, digo mais que mil palavras:









sexta-feira, 29 de agosto de 2025

COMENTÁRIO QUALQUER (264)


HOJE A RESENHA SERÁ DA ESTRADA, INDO COM A SANGUE RUBRO PRA ARARAS...
O Noroeste jogaria partida decisiva dentro da Copa Paulista, já na fase mata-mata contra o União São João de Araras. No primeiro jogo, ganhou em Bauru por 1 x 0 e na noite dessa sexta, 28/08, 19h, a partida eliminatória. Faço contato com o Pavanelo, o manager da torcida organizada Sangue Rubro e depois de longo tempo sem embarcar em excursões para ver jogos fora do glorioso e centenário Esporte Clube Noroeste, lá vou eu. Por meros R$ 50 reais, convido mais um, meu amigo Cláudio Lago e vamos juntos presenciar a partida e sermos TESTEMUNHA OCULAR DESSA HISTÓRIA.

Pavanelo, torcedor símbolo noroestino, com 71 anos completado dias atrás é expert nessas viagens. Está envolvido nelas faz décadas, já tendo visitado todos os estádios paulistas a envolver times de suas quatro divisões. Sabe conduzir o público torcedor nestes dias. Usa do bom relacionamento com as várias gerações ali dentro de um ônibus, 60 lugares, somente cinco não ocupados. O jogo é as 19h e a saída se deu no horário combinado, 15h30. A ida se daria seguindo por Jaú, Brotas, alcançando a rodovia Washington Luiz e logo a seguir Araras, algo em torno de duas horas de viagem. Porém, o motorista observa sinal vermelho no trecho, sinalizando obras no trecho, daí vamos por LEnçõis, São Manoel, Sta Maria da Serra e só depois Araras, trecho mais deserto, pistas sem duplicidade e, portanto, no mínimo meia hora há mais no percurso.

Ninguém gosta de chegar atrasado, ou seja, com a partida em endamento, mas neste caso inevitável. Foram menos de cinco minutos e no estádio, localizado num dos cantos da cidade, tendo que atravessá-la por inteiro, um só guichê. O ônibus para bem defronte o lado destinado aos visitantes e dentro do estádio, um dos lados do campo inteiro para os noroestinos. O jogo começa e tomamos logo um gol. Com este resultado, a contenda ao final estaria empatada e iria para os pênaltis. Jogávamos nada diferente do que ocorreu nos últimos tempos, quando melhoramos no decorrer da competição. Existia forte crença da real possibilidade de passar de fase.

Tudo foi desmontado com um caso inédito no futebol. Lá pelos 15 minutos de jogo, o juiz marca um pênalti contra o Noroeste. Da confusão, pois jogadores norestino alegavam impedimento, antes da falta cometida pelo goleiro, o último homem. Quando ouve o bandeirinha, o juiz volta atrás e anula o pênalti e a expulsão do goleiro. A confusão se inverteu e os jogadores do União ameaçaram abandonar o jogo. O tempo foi passando e mais de meia hora de interrupção. Nisso, pelo que se soube depois, muita pressão no entorno do árbitro, ele vê imagens lhe mostradas por alguém do staff do União e resolve novamente marcar o pênalti e confirmar expulsão do goleiro.

A confusão se inverte e quem queria abandonar o jogo eram os noroestinos. Isso, na soma do tempo, foram mais de 45' de interrumpção, num vai e vem nunca visto até então numa partida de futebol. A longevidade confirma a ineficácia e despreparo de um juiz sem pulso para tomar decisões e, certamente, a tomando após pressões e um VAR dos mais inusitados, pois via a cena do gol através do celular de outrem, externo à arbitragem, quando toma a decisão. Por fim, o Noroeste resolve voltar ao jogo, munido por não possibilidade de ter problemas até em futuros campeonatos, como a Série AI de 2026.

Na continuidade, o pênalti é batido, 2 x 0 e com dez em campo, joga todo o restante do 1º Tempo, melhor que o União. Perde gols e no 2º Tempo, mais cansado, segue martelando, porém, sem comnseguir marcar e levar jogo aos pênaltis. Toma o terceiro gol, num gol defensável e o jogo se arrasta ao seu final, com placar de 3 x 0. É a desclassificação, porém, algo deverá ocorrer nas hostes dos tribunais da FPF - Federação Paulista de Futebol, que já afastou o trio de arbitragem e os próximos passos serão resolvidos após a leitura do borderô do jogo, feito pelo árbitro. Este o resumo do que se viu, ineditismo de um pênalti ser marcado e desmarcado algumas veszes, ora gerando revolta num lado e noutro. Deverá ser motivo de chacota pelos telejornais nacionais esportivos.

Por outro lado, ressalto a proteção absoluta aos torcedores visitantes, bom local para assistir o jogo e daí, fico vagando por estes, buscando o sentimento de cada um, gravado em imagens de quem veio de longe, aproximadamente 200 km, tudo para presenciar uma partida de futebol. Essa paixão é algo inebriante dentro do espectro futebolístico. Duas torcidas noroestinas estiveram presentes, a Sangue rubro com um ônibus e a Falange Vermelha, com três carros lotado de torcedores, fora alguns outros, também de carro e outros, morando na região. Circular por estes e ir observando suas expressões, coletando diálogos é ir construindo mais um capítulo da magnitude só alcançada pela paixão futebolística. Da maioria dos lá presentes, não peçam para fazer o mesmo por motivos políticos ou mesmo, religiosos. A motivação ali é toda gerada pelo futebol. Ela faz com que, num certo momento, os integrantes da torcida, tirem suas camisetas, mesmo numa noite fria e entoando hinos criados para levantar o ânimo, a girem no ar e cantem em alto e bom som, pulando freneticamente ao som do batuque da charanga - ou seria banda - da Sangue.

Isso foi só um detalhe dentre tantos outros. Só o fato de alguém sair de casa, no meio de uma terça, embarcar com destino 200 km adiante, presenciar um jogo dentro de uma Copa Pauliusta, nada expressiva, leva a crer em como o futebol consegue realmente guiar e conduzir muitos para um só objetivo, movido pela força que este esporte consegue mover. O que se viu em Araras, quando acompanhei a Sangue é o mesmo que move torcedores indo presenciar seus times do coração, em deslocamentos incomensuráveis, distâncias enormes, tudo para presenciar in loco o seu time do coração jogando.

Dentro do ônibus, a ida o congraçamento, os reencontros e conversas cheias de esperança e na volta, com embarque já por volta das 23h, muito de cansaço. Nem ocorreu parada num posto de combustível na estrada e quando a maioria se deu conta, estpavamos nas portas de Bauru. Conversas houveram, poucas e ao fundo da embarcação, quem não parou um só minuto, foram os integrantes da charanga e ala mais jovem da torcida, num papo alto, entre risos, cantorias e provocações a uní-los em torno deste amor noroestino. Achegada se deu por volta da 1h20 da manhã, com o Noroeste tendo permitido todos guardarem seus veículos dentro do estacionamento do estádio, curta despedida e cada um seguindo seu rumo. O ocorrido nesta noite gerará, com toda certeza, muita conversa, infindáveis discussões, se arrastando ao longo da próxima semana. Infelizmente, para o Noroeste, o campeonato terminou e jogo oficial mesmo agora só em janeiro de 2026, com o início da série AI do Paulista.




quinta-feira, 28 de agosto de 2025

DIÁRIO DE CUBA (259)

TRÊS NOTAS A FAVOR DE LULINHA E CONTRA AGRESSORES
01.) SINERGIA CUT REPUDIA AGRESSÃO
O Sinergia CUT manifesta a presente NOTA DE REPÚDIO diante da lamentável agressão verbal e física contra o militante social e sindical Aguinaldo Anastácio da Silva, o “Lulinha”, trabalhador desta entidade, ocorrida na manhã do último dia 23, na Esquina da Resistência, calçadão com a Rua 13 de Maio, em Bauru. O ataque – empurrão e soco seguido de ameaças – resultou em lesões corporais, provocadas pelo proprietário de uma loja de calçados esportivos na quadra 5 do Calçadão da Batista.

A agressão ao Lulinha aconteceu durante a coleta de votos do Plebiscito Popular, uma consulta pública para saber a opinião de trabalhadores e trabalhadoras sobre temas importantes para a população, como o Fim da Escala 6X1, a Redução da Jornada de Trabalho sem redução de salário e a Isenção de imposto de renda para quem ganha até 5 mil reais. Lulinha foi abordado por uma mulher que exigia a retirada das faixas referentes à ação sindical, alegando que elas estavam atrapalhando o seu comércio.

Diante da negativa da retirada das faixas, a mulher deixou o local e acionou o comerciante, que se dirigiu até Lulinha já o empurrando e, em seguida, dando um soco em seu rosto. Com o impacto, caiu de costas no chão.

Para o Sinergia CUT, qualquer forma de violência é inaceitável e não pode ser tolerada. E, conclama a sociedade bauruense a se unir e a participar de um ATO DE DESAGRAVO à violência sofrida por Lulinha, que será realizado na manhã do próximo sábado, dia 30, na Esquina da Resistência.

O Sindicato manifesta sua solidariedade ao trabalhador Lulinha, vítima dessa agressão covarde e repulsiva, e espera que atitudes vergonhosas e desproporcionais como esta não voltem a se repetir, principalmente quando do outro lado estão sendo feitas reivindicações mais que justas na defesa da classe trabalhadora. Também espera que providências cabíveis sejam tomadas pelos órgãos responsáveis que receberam a denúncia da agressão.
Campinas, 25 de agosto de 2025
Sinergia CUT

02.) NOTA DNA PETISTA SOBRE AGRESSÃO NO CALÇADÃO
Lamentável o ocorrido no Calçadão, Esquina da Resistência, sábado, 23/8 quando o militante Agnaldo “Lulinha” da Silva foi impedido de panfletar a favor do plebiscito contra a Escala 6 x 1 de trabalho e acusado por lojista de agressão, algo comprovadamente não ocorrendo. Na sequência, este foi de fato agredido, de forma injustificada, gerando medidas legais de reparação. O rejeição pela agressão é total e como resposta está marcado para o sábado, 30/08, 10h, no mesmo local, um amplo ato, envolvendo partidos, sindicatos e entidades locais, repudiando a agressão e a demonstrar, necessidade do retorno à normalidade do bom relacionamento dos comerciantes e quem faz uso do local para justas reivindicações.
NÚCLEO DE BASE DNA PETISTA – BAURU SP

03.) NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE
O Bloco “Bauru Sem Tomate” vem a público manifestar total solidariedade ao nosso companheiro Agnaldo, conhecido como Lulinha, militante histórico do movimento social e integrante ativo de nosso bloco desde sua fundação, há 13 anos, foi inclusive eleito como Muso por sua importância junto ao bloco e o carnaval de nossa cidade.
Recentemente, Lulinha foi vítima de uma agressão brutal, no calçadão, na “Esquina da Resistência” por parte de um franqueado da Word Tênis, enquanto exercia seu direito legítimo de coletar assinaturas pelo fim da jornada 6x1.
Repudiamos veementemente essa violência e reafirmamos nosso compromisso com a defesa da democracia, da participação popular e do respeito aos direitos de todos.
Aproveitamos para convidar a todos a participarem no sábado, dia 30, as 10 horas, na Esquina da Resistência, de ato de solidariedade ao nosso companheiro.
BAURU SEM TOMATE É MIXTO

outra coisa
COMO VOU DEVORANDO UM LIVRO, MEU 5° NO MÊS, NELE MANUEL BANDEIRA
Que seria dos enfrentamentos das agruras desta vida não fosse a companhia dos livros? Estes nos momentos onde estamos só para nós mesmo, são mais que acolhedores, diria mesmo, apaziguadores. Acalentam e impulsionam nossos sonhos. Com eles, tenho o fogo de minhas brasas aeternamente mantidas acesas. Neste último, uma primorosa edição da Alumbramento RJ, publicação do Instituto Nacional do Livro, com 21 poemas de Carlos Drummond de Andrade e muitos textos extraídos da obra de MANUEL BANDEIRA, 184 páginas, com fotos, dessas fazendo com que, o leitor viaje no tempo e no espaço e siga junto, parede meia com o poeta. Trata-se do "BANDEIRA A VIDA INTEIRA", motivo de ontem ter ido lá votar na eleição do Conselho da Comunidade Negra e querer voltar o mais rapidamente para casa, pois a querência de terminar logo o livro me corroia intensamente, fazendo com que deixasse de lado até uma quase irrecusável convite para tomar umas cervejinhas. Chego em casa e escrevo: "Eu não quero fazer nada na rua/ Quero voltar correndo pra casa/ Pra ver se termino logo a leitura do livro sobre o Bandeira".

Sabe aquele livro que está na sua estante já faz um certo tempo, ele te observando, você pegando outros, deixando ele para trás, mas uma só certeza, quando chegasse a hora de pegá-lo, iria devorá-lo de uma só talagada? Pois bem, fiz exatamente isso. Manuel Bandeira foi um dos nossos poetas mais fotografados. Ele se deixou clicar nos mais diferentes lugares e em muitas, ele nos lugares mais simples, junto do povo e também nos bairros por onde morou no Rio de Janeiro, quase sempre na rua. Essa, além das poesias e textos, a parte mais provocadora e na qual perdi mais tempo no livro, a viagem feita observando as fotos e imaginando como se deram. Isso me fez viajar no tempo e no espaço. Me transportei para alguns lugares e num certo momento cheguei a pensar de como teria sido instigando, provocador e divinal ter vivido naqueles tempos, final dos anos 50, anos 60/70 no Rio.

Queria copiar as frases, as que juntei, misturando as dele com as do Drummond, mas como anotei no meu caderno de notas, deixo aqui a foto e se tiverem saco para decifrar meus garranchos, irão ver o que me cativou. Este foi um dos poucos livros onde não me achei no direito de grifar com minha caneta marca texto. Marco quase todos os que leio. Este mais que uma obra de arte, decidi por preservá-lo intacto, sem máculas. Olhem para essa foto da capa, com o poeta lendo uma edição de um dos jornais mais intigantes daqueles tempos, o Correio da Manhã, que infelizmente não tive o prazer de folhear nenhum de seus exemplares. Cheguei tarde, ele se foi antes de meu interesse por jornais. Fui rato de leitura com o Jornal do Brasil, que felizmente comprava diariamente aqui em Bauru, chegando de trem, disponível ali na banca existente na praça Machado de Mello. Tudo neste livro me remete à forma como foi propiciado, por essa tal Edições Alumbramento. Bandeira é o próprio alumbramento. Adoro ler suas coisas quando descreve as coisas mais simples, a forma como enxerga as situações ditas como as mais banais, triviais e delas, com uma escrita tão singela, tira leite de pedra. Eu decidi, agora, diante dos meus 65 anos, nãoquero mais ler nada muito complicado, como teses e de teorias. Ficarei com estes neste estilo. Me ajudarão muito a ir tocando a vida até dobrar o Cabo da Boa Esperança.

outra coisa - SABE O PCC, POIS É, ATÉ ELE...
Essa thurma da Faria Lima nunca me enganou. Enganou a você? Desmascarados.

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

ALFINETADA (256)


REUNIÃO SOBRE EVENTO REPÚDIO AGRESSÃO SOFRIDA PELO "LULINHA" NO CALÇADÃO - A "ESQUINA DA RESISTÊNCIA" É DO POVO DE LUTA
A agressão é injustificada por todos os aspectos. Não existe meios de defendê-la, ainda mais se utilizando de resposta para agressão que não ocorreu. Lulinha respondeu interpelação, quando representante de uma loja queria ver desmontada banca e retirada faixas, expostas no Calçadão, quando da panfletagem e coleta assinaturas contrárias à Escala 6 x 1 de trabalho. Ele, simplesmente reagiu, à altura, com tom de voz alto, pois possui problema de audição e assim o faz sempre, porém, sem nenhuma violência. Violência maior foi tentar tirar do local alguém, sem argumentos e motivação convincente. Daí, o surgimento de duas pessoas, uma delas agredindo violentamente Lulinha com soco no rosto, jogando-o ao chão.

Ontem à noite, no Bar do Genaro, local cedido por seu proprietário e prontamente aceito pelo Lulinha, reunião para formalizar como será o ato de repúdio ao ocorrido. O ato, mais que necessário, pois a Esquina da Resistência é local já por demais conhecido por todos frequentadores do Calçadão da Batista. Foi palco de grandes concentrações, protestos e panfletagens. E assim deverá continuar. O ato tem este intuíto, o de apaziguar os ânimos, repudiar o ocorrido e a continuidade do exercpicio do direito já estabelecido de continuar nas ruas e lutas, em busca da conquista de direitos e do tal outro mundo possível. Portanto, sábado, 30/08, das 10 às 12h, ato no local, com a participação de partidos, sindicados, entidades variadas e convite para concentração demarcatória pela continuidade da utilização deste espaço para finalidades de luta social.

Gravei a fala de Lulinha ontem na reunião e aqui está postada, com ele relatando como se deu de fato o ocorrido e conclamando tudo, todas e todos para se juntarem a ele no próximo sábado.O convite está mais do que feito. Vamos lotar a esquina.

Vídeo com gravação da fala de Lulinha na reunião:

AGRESSÃO A LULINHA JÁ REPERCUTIU NO CONGRESSO NACIONAL - FALA DO DEPUTADO FEDERAL VICENTINHO (PT)
Lulinha não está só, eis a fala ocorrida hoje no parlamento brasileiro, em Brasília DF:

NOTA DNA PETISTA SOBRE AGRESSÃO NO CALÇADÃO
Lamentável o ocorrido no Calçadão, Esquina da Resistência, sábado, 23/8 quando o militante Agnald o “Lulinha” da Silva foi impedido de panfletar a favor do plebiscito contra a Escala 6 x 1 de trabalho e acusado por lojista de agressão, algo comprovadamente não ocorrendo. Na sequência, este foi de fato agredido, de forma injustificada, gerando medidas legais de reparação. O rejeição pela agressão é total e como resposta está marcado para o sábado, 30/08, 10h, no mesmo local, um amplo ato, envolvendo partidos, sindicatos e entidades locais, repudiando a agressão e a demonstrar, necessidade do retorno à normalidade do bom relacionamento dos comerciantes e quem faz uso do local para justas reivindicações.
NÚCLEO DE BASE DNA PETISTA – BAURU SP

outra aberração
O TEXTO É LONGO, TRATA-SE DE DESABAFO CONTRA ESTES NOVOS CONTRATADOS, OS TAIS ADJUNTOS QUE HOJE LOTEIAM AS SECRETARIAS MUNICIPAIS - E DEMONSTRO COM UM EXEMPLO, A INUTILIDADE DESSAS NOMEAÇÕES
Tem dias que a gente está mais puto que outros. Aqui em Bauru, impossível um só dia em que a gente não se irrite com as artimanhas tramadas pela atual mandatária da cidade, a incomPrefeita Suéllen Rosin. A cada dia uma novidade, sempre ruim. Digam aí, alguém se lembra de algo louvável que a alcaide tenha deixado como legado para Bauru? Já esquentei a cuca e nada.

Hoje a irritação foi quando, nas andanças pela cidade, alguém veio me contar da quantidade de Secretários Adjuntos, essa nova denominação bolada pela thurma da famiglia Rosin para contratar apaniguados e colocá-los dentro da atual estrutura funcional da Prefeitura. Estes todos, são a mais nova leva de funcionários fantasmas ou mesmo que queiram, quando comparecem ao trabalho, estarão ocupando um espaço onde alguém já trabalha, não precisando deste outro, daí duplicidade de funções. Isso mesmo, o secretário adjunto é o encosto do secretário, o que reveza com ele na mesma função. E, como já foi divulgado, a alcaide loteou a maioria das secretarias municipais com um adjunto, ou seja, um ENCOSTO, espécie de SOMBRA, duas pessoas para a mesma função. Algo não só desnecessário, como cabidão de emprego, explícito e declarado, que deveria ser denunciado e investigado como ato dos mais abomináveis.

Agora, todas as secretarias municipais estão com Secretários Adjuntos já recebendo seu soldo mensal. Quero me ater a só um exemplo e o fazendo, tenham certeza, as histórias se repetem em todas as demais nomeações. Não se salva um. Todos foram aprovados pela Câmara de Vereadores, a que aprova tudo o que Suéllen propõe. Então, o exemplo que darei é o do ADJUNTO entronizado lá na SMC - Secretaria Municipal de Cultura, EDU CARRIEL. O secretário é o ex dos Esportes, figura conhecida que veio para ficar, ou seja, quando Suéllen o tirou de um lugar, arrumou outro lugar para continuar ao seu lado. O mesmo aconteceu com o defenestrado da Cultura, que depois foi lá pro seu gabinete e agora, pelo que sabe, até o momento, ainda segue na Emdurb.

O Edu deve ser um bom sujeito, mas está ocupando um cargo totalmente desnecessário, inútil e a Cultura que já foi dividida, ou seja perdeu mais de 50% de suas atividades para outra, uma que vai cuidar da Comunicação e dos eventos culturais - todos shows e eventos -, estes agora totalmente sob o controle da alcaide. Se o secretário já tem 50% a menos de coisas para fazer, o adjunto vai dividir este percentual e no máximo vai atuar em 25% do que ainda existe para ser feito por lá. O mesmo acontece com todos os outros. Chegaram para que? Alguém consegue determinar o real motivo dessas nomeações?

E o Edu chegou já causando lá pelos lados da SMC. Ele como ADJUNTO, ou seja, figura agora de proa na Cultura, cargo público de confiança, acaba de fazer uma apresentação no Teatro Municipal com o grupo onde atuava, sua atividade como empresário, a Arte e Cena Bauru. Trouxe muita gente para o teatro semana passada no evento/espetáculo "Diga que você já me esqueceu", com cobrança de ingresso e tudo. No mínimo vejo alguém ali atuando como funcionário público e alugando o teatro para apresentação de sua empresa particular como algo não muito digerível. Depois da alcaide contratar a mãe e o marido para atuar junto de si, sabe-se tudo o mais é permitido. Daí, isso de um funcionário lotado na Cultura alugar o teatro, passa até desapercebido, como de fato ocorreu e depois, creio se faça necessário ele mostrar pra gente o tal do borderô lá do aluguel e se pagou o determinado lá como tabela de utilização do nosso palco cultural mais importante na cidade e região.

O desabafo não vale só para o Edu. Creio eu, as histórias todas se repetem e se formos descrever uma a uma, cada nomeação destes ADJUNTOS, a constatação será somente uma, estão ali para ganhar dinheiro, mas atividade mesmo, praticidade ZERO, NENHUMA. São sombras do secretário. E elevam aos píncaros a folha de pagamento e as despesas da Prefeitura, algo que, já está pela hora da morte. E pra piorar, algo mais do descalabro: sabiam que todo secretário adjunto possui um assessor? Isso é só a ponta do icerberg do que estamos vendo acontecer dentro da atual administração de Suéllen Rosin e quase nada fazemos. Estamos vendo a banda passar. Tá tudo de pernas pro ar, não acham?

terça-feira, 26 de agosto de 2025

MÚSICA (251) e CARTAS (247)


"JÁ TEM A CORAGEM DE SABER QUE É IMORTAL..."
Na percepção da chegada da tal da velhice, lembro-me de canção muito generosa da verve de CAETANO VELOSO, a "O HOMEM VELHO" (Caetano Veloso), extraída do álbum, CD "VELÔ", selo Polygram, 1989. De um disco com "Podres Poderes" e "Quereres", optei por essa, muito dentro da minha vivência pessoal. Sem muitos comentários, mais uma vez Caetano, quando paro, ouço e absorvo tudo, nos preparativos para seguir em frente, mais um dia de labuta.

Eis Caetano suavemente nos cantando mais essa: https://www.youtube.com/watch?v=XBIuA8fWys8

O homem velho deixa a vida e morte para trás?/ Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais/O grande espelho que é o mundo/ Ousadia refletir os seus sinais/ O homem velho é o rei dos animais/ A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol/ As linhas do destino nas mãos a mão apagou/ Ele já tem a alma saturada de poesia/ Soul e rock and roll/ As coisas migram e ele serve de farol/ A carne, a arte arde, a tarde cai/No abismo das esquinas/ A brisa leve traz o olor fugaz/ Do sexo das meninas/ Luz fria, seus cabelos têm tristeza de néon/Belezas, dores e alegrias passam sem um som/ Eu vejo o homem velho rindo, Numas curva do caminho de Hebron/ E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom/ Os filhos, filmes, livros, ditos/ Como um vendaval, vendaval? Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal/ Mas ele dói e brilha único, indivíduo/ Maravilha sem igual/ Já tem coragem de saber que é imortal/ A carne, a arte arde, a tarde cai/ Noabismo das esquinas/ A brisa leve traz o olor fugaz/ Do sexo das menina.

MEU RECONHECIMENTO POR QUEM SEGUE NA LUTA E NOS ABRE PORTAS, MENTES, CORAJOSAMENTE, SEMANA APÓS SEMANA

Caros de Carta Capital, Manuela Carta e equipe:
1.) Primeiro algumas considerações sobre a revista:
Leio a revista desde quando se tornou semanal. Não perdi uma só edição. Guardo todas. Tenho mais que uma devoção por tudo o que representa Mino Carta para o jornalismo brasileiro. E o tenho na maior consideração, não só por seu currículo dentro de tudo o que nos propiciou dentro do jornalismo nativo, mas como entendia, tempos atrás, este leitor aqui de Bauru, que um dia consegui trazê-lo para uma palestra em Bauru, teatro municipal lotado e depois disso, por ter me aberto espaço para publicação não só de minhas cartas, algo constante por um período, como de textos de minha lavra, na saudosa “Brasiliana”. Penso até em publicar um livro com elas, devendo beirar umas quinze. Certa feita, só para exemplificar, iria deixar de assinar a revista, naqueles momentos de dureza e para minha surpresa, Mino me agraciou com uma assinatura por meses. O presenteei com quadro do argentino Miguel Rep, entregue aí na redação. Do que lia na revista, algo único no país. Não só pela resistência, como pela intransigente defesa dos interesses nacionais. Hoje assino, recebo a revista sempre no domingo pela manhã e a aguardo sempre com muita expectativa. Acompanho o “Fechamento” às sextas e também os vídeos em seu portal. Como gosto muito do modal papel, vejo na revista um dos últimos baluartes do que Mino gostava de repetir em seus textos e fala, baseada numa norma de conduta básica no jornalismo, “a verdade factual dos fatos”, cada vez menos defendida e utilizada pela mídia massiva nacional. Nela encontro tudo o que quero e busca numa publicação. Tenho ampliada na parede de um apê, onde guardo meus livros e discos, a matéria que fiz para Brasiliana, apresentando o radialista argentino Victor Hugo Morales ao Brasil. Sinto muito a falta de Mino, de seus textos, mas segundo Manuel, ele está bem e isso é o que importa. Vida longa para Mino, para Belluzzo e para Carta Capital. Baita abracito bauruense do leitor de todas as horas HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO

2.) Carta para seção CARTAS CAPITAIS (publicada na edição desta semana, a de nº 1376, nas bancas)
"AUTÊNTICA AROEIRA - Carta Capital é uma sobrevivente das bancas e, dentre as publicações brasileiras, mais que a “última dos moicanos”. Cumpre seu papel de oferecer aos leitores informação confiável, em respeito à “verdade factual dos fatos”. A saudade dos textos do Mino Carta vou superando com a página inicial de Manuela Carta, Luiz Gonzaga Belluzzo, Sergio Lirio, André Barrocal, Fabíola Mendonça, Maurício Thuswohl, Carlos Drummond, Rodrigo Martins, René Ruschel e tantos outros. Neste momento, com o Brasil infestado de traidores, falsos profetas e agentes do pérfido mercado, a revista segue nos conduzindo a algum porto seguro. Com vocês, seguramente não me engano, nem embarco em cano furada. Seguir altaneiro, como o faz a revista, tem seu preço. Pagamos, pois queremos e lutamos por um país soberano. Eu sei, a cada edição, estarão novamente me incentivando a não desistir. Parabéns por tudo, e sigam como essa autêntica aroeira, que enverga, mas não quebra. Saibam, a revista é devorada aqui do lado de cá e serve como recarregador de baterias, principalmente quando até o ímpeto se enfraquece. Seguiremos juntos, sempre.
HENRIQUE PERAZZI DE AQUINO, jornalista e historiador (www.mafuadohpa.blogspot.com).

QUEM COMENDA A CPMI DO INSS É CONTRA A SOBERANIA DO BRASIL E A FAVOR DE ENTREGAR TUDO PROS BANDIDOS
Na primeira página do JC, quinta, 21/08, o anúncio "CPMI do INSS - Em um descuido do governo Lula (PT), a oposição emplacou nessa quarta-feira os dois principais cargos da CPMI - Deputados de oposição comemoram vitória obtida aos 46' do segundo tempo". Não me segurei nas calças, sentei e escrevi no mesmo dia carta para a Tribuna do Leitor, pois a certeza, não foi o governo Lula quem perdia, mas sim o Brasil. A gente sabe, nas mãos dos perversos, entregam o país de bandeja para quem nos quer como quintal. A carta demorou para ser publicado e sai na edição de hoje, página 2:

CPMI DO INNS, O BRASIL PERDEU
Atualmente no Congresso Nacional, ocorre uma luta onde traidores da Pátria tentam a todo custo fazer valer algo em detrimento do Brasil, tudo por discordarem de Lula e serem adeptos de Bolsonaro. 

Semana passada, uma vitória aos 46’ do segundo tempo, como o JC anuncia em sua capa. Essa comemoração vai muito além da disputa entre Lula e Bolsonaro, entre o PT/esquerda e a Centrão/direita. Essas articulações de última hora, fazem parte de um cruel jogo de poder, onde o que menos está importando para quem ontem venceu é o país. 

Não existiu debate consistente dos reais motivos da necessidade da CPI do INSS e sim, a de conseguir eleger quem a presidiria e, desta forma, barrar tudo e criar problemas para Lula. Na verdade, não criam problemas somente para Lula e sim, para o país num todo. 

Este pérfido jogo é o mesmo que, tentou impedir o Legislativo de voltar a funcionar e faz de tudo e mais um pouco para travar o país, pois no quanto pior melhor, buscam meios de se livrar de investigações para seus atos danosos ao país, todos envolvendo seus pares e favorecendo um país estrangeiro, no caso os EUA.

Nas mãos destes, o Brasil só anda para trás. Mesmo assim, Lula avança e consegue reverter a situação e hoje, não existe meios de comparação no que somos e o que fomos com o desGoverno do quase condenado Jair Bolsonaro. 

Perdas como a de ontem, precisam ser repudiadas e rejeitadas pelo Brasil, o que luta desbragadamente pela sua soberania. Estamos lidando com gente perigosa, traidores da Pátria".
Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e historiador (www.mafuadohpa.blogspot.com).

"OS ANOS SE PASSAREM ENQUANTO EU DORMIA, SERÁ QUE EU FALEI O QUE NINGUÉM OUVIA?"
Diante do que li na capa do JC, o desejo incontido dos supermercadistas em não mais contratar empregados com carteira de trabalho assinada e sim, como temporários, levanta cambaleando da cama e vou em busca do antídoto, talvez em algo nas letra do grupo TITÃS. São várias as opções e uma delas encontro ouvindo CD "TITÃS 84 94 UM", Warner/WEA, ano de 1994, na canção "NÃO VOU ME ADAPTAR" (Arnaldo Antunes). Seguirei atordoado o restante do dia, mas algo já foi reestabelecido com o que ouço, enfim, creio, a perverisdade está tomando conta do mundo e em segundos estará batendo à minha porta. Subo o volume do Titãs...

Eis eles nos dando essa lição: https://www.youtube.com/watch?v=7kqV2CHIGDY

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia/ Eu não encho mais a casa de alegria/ Os anos se passaram enquanto eu dormia/ E quem eu queria bem me esquecia? Será que eu falei o que ninguém ouvia?/ Será que eu escutei o que ninguém dizia?/Eu não vou me adapta/ Me adaptar/ Me adaptar, não vou/ Me adaptar, me adaptar/ Me adaptar
Eu não tenho mais a cara que eu tinha/ No espelho essa cara não é minha/ Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho/ A minha barba estava desse tamanho/ Será que eu falei o que ninguém dizia?/ Será que eu escutei o que ninguém ouvia?/ Eu não vou me adaptar/ Me adaptar/ Me adaptar, não vou/ Me adaptar, me adaptar/ Me adaptar
Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia/ Eu não encho mais a casa de alegria/ Os anos se passaram enquanto eu dormia/ E quem eu queria bem me esquecia/ Será que eu falei o que ninguém ouvia?/ Será que eu escutei o que ninguém dizia?/ Eu não vou me adaptar, não vou/ Me adaptar, não vou/ Me adaptar, não vou/ Não vou me adaptar/ Vou me adaptar, vou me adaptar/ Não vou me adaptar/ Não vou me adaptar/ Eu não vou me adaptar/ Não vou? não vou

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

REGISTROS LADO B (125)


ZAZÁ, O CABELEREIRO DO CENTRO BAURUENSE, 40 ANOS NO PEDAÇO, CHEGA COM SUAS HISTÓRIAS, O BATE PAPO 138° DO LADO B

Será na próxima segunda, 25/8, 16h, direto do seu salão, quadra 1 do Calçadão da Batista, uma hora de muita prosa. Zazá bate nas 11, fez e faz muita coisa ao mesmo tempo, histórias mil, quilometragem inesgotável. Vamos juntos?

Zazá, o desconhecido Izaias Ferreira - ninguém o conhece por este nome -, 61 anos, 7 filhos, 7 netos e 1 bisneto, 40 anos cortando cabelo no centro da cidade, tudo tendo início aos 14 anos e não mais parando. Conheceu, conviveu, foi amigos de todos os grandes nomes do corte black, nome que ele abomina, pois diz não cortar só cabelo black e sim, étnicos, ou seja, de uma gana enorme de tipos difrentes. 

Dentre seus sete filhos, uma é a cantante Liniker, que já ganhou fama mundial, com seus vários prêmios. Impossível não dar um breque no meio da conversa e hablarmos um bocadinho sobre isso de ser pai de uma estrela. E mais, já que falamos dela, falamos também do preconceito, algo latente e pulsante no Brasil, ainda mais ela sendo uma mulher trans. O paí Zazá tira tudo de letra, pois além de ser uma cara bem resolvido, em todos os sentidos, descolado pelos quilometros rodados, não entra em bola dividida. Sim, Zazá até fala de tudo, mas prefere permanecer sem causar problemas junto a clientela cada vez mais diversificada. Seu posicionamento é bem definido, mas não fica o expondo, muito menos discutindo pelas redes sociais, quanto mais quando o sujeito senta em sua cadeira, pronto para cortar cabelo ou barba.

Diz algo também sobre os quinze anos da ACTABB - Associação de Tradições Afro Brasileira de Bauru, onde a atuação de seus integrantes é, segundo ele, bastante ativa, porém sem fazer alarde. Fal disso e também da atuação pretendida, pela primeira vez, junto do Conselho da Comunidade Negra, o conselho municipal mais ativo na cidade. Essa é só mais uma atividade, pois o danado bate nas onze, ou seja, um coringa, polivalente. 

Quase por acaso, foi convidado a aprender a restaurar móveis antigos. Se interessou, foi ver como era, viu, teve algumas dicas, aprendeu logo e hoje, junto de tudo o que já faz, quando descobre algum móvel antigo pela aí, compra e restaura, nenhum por encomenda, mas pelo prazer de fazer e depois, com ele pronto, anuncia e o coloca à venda. Todo seu salão é todo mobiliado só com móveis feitos por ele. Faz e acontece, também decorando tudo. 

Tem mais, Zazá é muito conhecido pelos seus bailes. Gosta de dançar e uniu o útil ao agradável, pois, ele que é cria do Icaraí, clube de muita música ao vivo, bailes memoráveis no jardim Bela Vista e depois deles deixarem de existir, tempo depois, criou o seu baile e hoje, um por mês, numa parceria lá com a Associação dos Cabos e Soldados, faz e acontece, sempre com casa cheia. 

Imagine isso tudo e ele ainda dizendo encontrar tempo para cuidar de feijoadas variadas, ou seja, festas comandadas pelo chef Zazá. Ele ri e diz ainda encontrar tempo para o lazer com a família. Viram como ele tem muita coisa pra nos contar. E conta, rindo. A conversa se deu hoje, em plena segunda feira, 16h, seu único dia de folga durante a semana. Nos demais está sempre fazendo algo. Marcamos lá na quadra 1 da Batista de Carvalho, centro bauruense e ele aproveita para falar algo também sobre como viu o centro décadas atrás e como tudo foi se sucedendo, até chegar hoje com um grande número de portas fechadas. Ele não se fez de rogado, investiu logo na quadra mais problemática, a com menos movimento e ali se estabeleceu. 

Uma conversa pra lá de salutar. Portanto, clique no link a seguir e vamos juntos ver e ouvir Zazá neste louvável bate papo.

EIS O 128º LADO B, HOJE COM ZAZÁ, MESTRE CABELEIREIRO E COM HISTÓRIA DE VIDA CHEIA DE EMOÇÕES - O QUE FEZ E FAZ EM VÁRIAS ATIVIDADES OCORRENDO AO MESMO TEMPO, COM A SAPIÊNCIA APRENDIDA POR TANTAS DÉCADAS NO OFÍCIO
Confiram a conversa, a divulguem, compartilhem e passemos adiante mais um boa prosa, ampliando histórias de quem realmente tem algo para ser relatado. São 50 minutos onde ele se mostra por inteiro.
Eis os 50 minutos da gravação: 

domingo, 24 de agosto de 2025

CHARGE ESCOLHIDA A DEDO (222)


deixa eu lhes contar essa história
ELA É UM TANTO TRISTE E ENVOLVE UM AMIGO QUE SE FOI TRÊS DIAS ATRÁS
Sidnei Fimenes é um ano mais velho que eu, 66 anos e trabalhou a vida inteira detrás de um volante. Sua especialidade não era dirigir caminhões e sim, veículos de passeio. Por décadas atuao em Bauru como motorista de táxi, sendo seu último ponto, antes da derrocada destes na cidade - e no mundo -, no defronte o Aeroclube, lá no que antes, chamávamos de Altos da Cidade. Sidnei atuou por bom tempo sem ser dono de seu próprio carro, naquele cruel sistema, onde um proprietário sublocava mais de 10 veículos e estes atuavam, com renda dividida. Certa vez me procurou para ver como podia modificar isso tudo, sei que chegou a falar na época com o então vereador Coronel Meira, mas nada prosperou e logo a seguir, quem se deu mal foram os tais proprietários de pontos, pois com a chegada do UBER, todos tiveram que se virar nos trinta.

Sidnei já o havia feito, quando foi deixando pouco a pouco de ser taxista na acepção da palavra e trabalhando como Motorista de Aluguel. Conseguiu com o passar dos anos uma carteira de fiéis clientes e estes o chamavam para tudo, fazer compras, viagens, ir e buscar pessoas. Desta forma, ele não mais teve parada e circulou como doido por tudo quanto é canto. Conheceu São Paulo como poucos, sendo sua especialidade, levar e buscar clientes nos aeroportos. Assim também viajou para todos os estados da região Sudeste e Sul do país.

O conhecia antes dessa fase, quando fomos casados com duas irmãs. ou seja, ele foi meu cunhado. Já era estradeiro, sempre envolvido em trabalho onde estava atrás de um volante. Isso tocou sua vida. Eu me separei, fiquei viúvo e Sidnei continuou sua saga pelas estradas brasileiras. Vez ou outra nos encontrávamos e suas histórias, sempre muito saborosas, encontravam em mim, bom ouvinte. Sua vida daria um filme ou livro. Tem para todos os gostos. 

Uma pena não ter levado adiante este projeto, pois ele se foi três dias atrás. Em algumas viagens ele levou/buscou a mim e Ana Bia e a mim nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos. Sempre na pinta, sabia tudo destes locais, os terminais e quando lhe passávamos os horários de partida e chegada, sempre atento, lá estava, já com carro seu. Foram vários.

Sua derradeira história tinha que ter um destes locais como desenlace. Coisa de um dois anos atrás, adoeceu na estrada e teve que paralisar as atividades. Se tratou e ficou em casa, porém, se remoendo com isso, pois sonhava com estrada. Melhorou e é claro, voltou a trabalhar. Arrumou outro carro e recomeçou o que sempre fez uma vida inteira. Desta feita, turistas daqui da cidade estavam voltando do Maranhão e ele em Congonhas, chegando para trazê-los de volta. Não deu tempo.

Teve um mal súbito dentro do terminal aeroviário, bateu com o carro levemente em outros, inclusive dois de policiais, a cabeça tombou sobre o volante e ali faleceu, pondo fim a uma vida inteira no exercício de ser motorista.
Sidnei já deveria ter padado, mas não conseguiu. A renda advinda deste trabalho sempre foi importante para o giro da família e, além de tudo, quem disse que ele conseguia permanecer calmo e resoluto dentro de quatro paredes.

Foi até o fim, mesmo ciente de que, as coisas não andavam muito bem pro seu lado. Trabalhar já com certa idade, muitos não querem parar e afirmam que se o fizer, morreriam. Outros, continuam por necessidade, este o lado mais cruel da vida humana. O fato é que, a família quando comunicada do fato se deslocou rapidamente para Sampa, enfrentaram toda a brurocracia nos IMLs da vida para trazer o corpo e no aeroporto para trazer o carro. O enterro foi ontem, revi toda a família de minha primeira esposa, Wilma Cunha, gente que não via há muito tempo. Triste isso de conversações só ocorrem desta forma, após tragédias. 

Queria contar algo dele, uma pessoa que sempre que me encontrava, tinha histórias para me contar. Soube de muitas, nunca me contando o nome dos seus protagonistas, todas merecedoras de estar inscritas para sempre em minhas memórias, na qualidade de recolhedor de histórias de vida. Eu ali no velório, conversando com tanta gente conhecida, por quem já vivenciei bons momentos em minha vida, passa um longo filme em minha cabeça. A história do Sidnei, com este desfecho, me faz viajar pelas lembranças. Hoje, passo pela manhã ali defronte o ponto de táxi diante do Areoclube, só a cobertura onde os motoristas permaneciam ainda no lugar e é como se o visse ali, correndo para atender o telefone, deixar as conversas de lado e botar o carro na estrada. Outros ocupam os lugares antes ocupado por ele e, desta forma, a vida segue.

MUITO TRISTE, PERDEMOS O "JAGUAR" - Não escrevo nada, mas Gilberto Maringoni conseguiu resumir tudo em alguns poucos parágrafos. Tá tudo dito aqui nessas linhas. O SIG do Pasquim se foi hoje, aos 93 anos. Resistiu bem, o danado. HPA

O MAIOR DESENHISTA QUE NÃO SABIA DESENHAR DO MUNDO
Perdemos Jaguar. Perdemos Sérgio Magalhães Gomes Jaguaribe, um daqueles gênios que aparecem muito de vez em quando na vida cultural. Jaguar foi o cartunista - juntamente com Ziraldo - que mais profundamente captou a alma brasileira nas artes gráficas. Elevou a bobagem à categoria de grande arte, levou ao ridículo generais e altos burgueses no golpe de 1964, destroçou mentiras da grande mídia e retratou os prejudicados pela nossa desigualdade como nenhum outro.

Nada escapava do artista que desenhava certo por linhas para lá de tortas. Um dia alguém escreverá uma tese sobre "o universo jaguariano", que incluirá o mundo de pobreza e violência dos subúrbios, os comezinhos detalhes do cotidianto, como impagáveis aposentados de chinelos de dedos e meias, peladas com bola de capotão, padres de rala piedade, bobes em profusão nos cabelos de madames e minudências afins. Nada escapava a um traço desconjuntado e detalhista de um artista de olho apuradíssimo que nunca estudou desenho.

Suas ilustrações para todos os livros de Stanislaw Ponte Preta mostraram ao mundo as verdadeiras caras de Rosamundo, Primo Altamirando e Tia Zulmira. Foi tão agudo que cada vez mais acho que Stanislaw só escrevia depois de Jaguar criar graficamente a ambientação de cada crônica. Raras vezes a simbiose entre escrita e traço foi tão sublime.
E havia o Jaguar da porradaria pura. A melhor definição de Arnaldo Jabor, dono de fúria incurável contra a esquerda é sua: "Ele é um rebelde a favor". Alugou um fardão da Academia Brasileira de Letras e muniu-se de uma caixa de ovos para recepcionar o entreguista-mor Roberto Campos (Bob Fields) em 1999, em sua posse como imortal. Desencontraram-se na porta da entidade, para infelicidade de nosso herói.

Jaguar foi um dos criadores do Pasquim (1969), integrando uma trupe composta por gigantes como Ziraldo, Millôr, Tarso de Castro, Claudius, Ivan Lessa e Henfil. Deu à luz a Sig (Sigmund Freud), ratinho verde com patas de elefante, elevado a mascote infernal do semanário que capitaneou por 22 anos, até o naufrágio, em 1991.

Realizei uma longa entrevista com Jaguar para a revista Atenção!, em 1997. Na verdade, tentei. Fui à sua casa, em Copacabana, no meio da manhã e acompanhei (mal) um footing etílico pelo bairro até o cair da noite. Saí trançando pernas e com dificuldades para reunir cacos de gravações feitos ao longo do dia. Parei na quinta ou sexta dose de não me lembro mais o quê, enquanto o mais ilustre dos Jaguaribe reinava impávido, com seu motor a alcool.
Jaguar nunca se filiou a partido algum, era um carioca (nascido em Santos) de rara cordialidade, que virava um vulcão diante de bobagens e injustiças. Foi brizolista a vida toda. Seguia a linha de que vida intelectual se funde com inconformismo sempre. Uma vez, Millôr o definiu como a rara combinação de "gênio e idiota". Quase saiu briga: "Chamar de idiota, tudo bem, mas de gênio, jamais! Detesto ironia".

Foi-se aos 93. Ou aos 23, como gostava de proclamar. Nascido em 29 de fevereiro do bissexto 1932, garantia só comemorar aniversário a cada 4 anos. Estava mais do que certo.
Adeus meu camarada. Sua falta abre um déficit incomensurável na vida brasileira.