segunda-feira, 11 de agosto de 2025

FRASES DE LIVRO LIDO (221)


UM LIVRO A DEMONSTRAR COMO UMA VIDA PODE OCORRER E DELA, SER EXTRAÍDO O MELHOR POSSÍVEL
Ganhei dias atrás este livro, o "Caçador de Imagens - 50 anos de estada", do cinegrafista Adauto Nascimento, Editora NI Comunicação SP, 2024, 1ª edição, 154 páginas e aqui quero discorrer sobre a felicidade de ter em mãos e ter tido o privilégio de tomar conhecimento de como uma vida pode ser intensamente vivida, da melhor forma possível, mesmo quando diante de muitas advsersidades, sem que ocorra a entrega ou a submissão para facilidades ou a entrega para conveniências. Adauto é um bravo guerreiro destes tempos e seu livro de memórias demonstra isso. Sua vivência, começada desde muito cedo, culmina com o acúmulo de conhecimento, que o transportou mundo afora, tendo a oportunidade de conhecer e trabalhar em muitos países, sem que fosse obrigado a transformações pessoais. Adauto é um ser grandioso, ciente do seu papel diante de tudo o mais e assim vive.

Eu passei a leitura deste seu livro na frente de tantos outros, muitos começados, porém quando estive com ele, conversamos pessoalmente, falamos com oencaramos isso tudo diante de nossos olhos, vi que, teria que ler aquilo tudo já, neste momento. Mergulhei de cabeça, na história deste primo de nada menos que Florinda Bolkan. Eu, como sabem, grifo todo livro que leio e aqui reúno umas poucas frases, só para demonstrar a grandiosidade e estatura humana de alguém como Adauto:

- "No jornalismo, entendi que a qualidade da imagem não era tão importante, já que a matéria prima era a notícia. (...) Ser cinegrafista não era só uma profissão, era a minha vida".
- "...pegava uma carona no caminhão baú da Folha de SP. deitado entre os jornais do dia, viajava de madrugada e amanhecida em Bauru" (Posto isso, pois fiz isso também muitas vezes, conhecido que fui de um motorista).
- "A ideia era mostrar que o telespectador estava ao lado do repórter, acompanhando o desenrolar dos acontecimentos, in loco".
- "...a televisão pública, por ser financiada pelo Estado, pode aprofundar-se em temas que não têm espaço na emissora aberta".
- "Eu acho que nem os fotógrafos imaginavam que o analógico seria substituído tão rapidamente. (...) ...ninguém registrou o fim do analógico, porque, na realidade, tudo desapreceu num piscar de olhos".
- "No jornalismo diário, a criatividade esbarra no limite da notícia".
- "Não imaginava que a minha história também era a de um subversivo anônimo. Eu nem sequer sabia que havia praticado uma subversão, e minha trajetória profissional sofreu uma mudança radical por isso".
- "Ao longo dos anos, eu descobri que sou um Caçados de Imagens. (...) O trabalho, ao longo de dez anos como Caçador de Imagens, rendeu-me um portfólio de mais de oito mil arquivos. (...) Eu nunca escrevi um livro, mas querias contar minha história nesses 50 anos de estrada, com altos e baixos da profissão de cinegrafista. (...) Escrever uma obra autobiográfica é quase uma terapia".
- "Uma lição eu aprendi é que não há como lutar contra a tecnologia. (...) Filmar e fotografar são as formas que encontrei para expressar minha criatividade e meus sentimentos".
E, confesso, foi muito bom ir revendo nomes e situações citadas pelo livro: Fundação Educacional de Bauru, Aldire Guedes, Fernando Azevedo, Foto Reis e Falcão, Clicheria Martinez, Zotino, Malavolta, Kitty Baliero, Azenha, campanhas com Lula, documentário Bauruzão, Linha de Frente, Pedroso, Subversivos Anônimos, Iara Bernardi, etc. Passou um filme dentro de minha cabeça, tudo propiciado pela leitura. Adauto é destes merecedores de toda a atenção, carinho e como quero neste momento, escapulir com ele por aí, vasculhando quebradas mil em busca de ver como ele atua ou mesmo, produzindo algo junto e com ele.

UM LIVRO PARA AUMENTAR A FÚRIA DE COMO ENCARAR OS QUE NOS OPRIMEM
Terminei ontem a leitura de um curto livrinho, o "O Consenso de Washington - A visão neoliberal dos problemas latino-americanos", do embaixador Paulo Nogueira Batista. O velho diplomata, pouco antes de falecer, coloca no papel toda sua insatisfação com o que viu dominar o espectro político latino-americano, quando os EUA impuseram, com a aceitação de tantos junto a nós, de um sistema exploratório sem precedentes, onde eles além de nos oprimirem, criaram algo para facilitar o espólio. Leio e me espanta, pois se aquilo tudo já foi mais que um abuso, o que ocorre hoje, com Donald Trump nos tratando como quintal, onde quer fazer o quer quiser conosco e com traidores da pátria aceitando, de joelhos dizendo amém é a própria bestialidade em curso.
Cada vez mais, ciente do conceito de que, ao tomar conhecimento de como tudo ocorre, padecemos mais, ficamos doentes mais rapidamente, sei que já estou doente, mas vivo dentro de um mundo onde não tenho mais como recuar. O que querem fazer com o país hoje é muito pior do que já foi feito com o tal Consenso. Reúno algumas frases só para exemplificar a crueldade a que fomos submetidos e, infelizmente, estão querendo nos impor algo pior:

- "O Consenso cabaria cabalmenteabsolvida por substancial parcela das elites políticas, empresariais, intelctuais da região, como sinônimo de modernidade, passando seu receituário a fazer parte do discurso e da ação dessas elites, como se de sua iniciativa e de seu interesse fosse".
- "A imprensa, por meio de editoriais ou de articulistas entusiastas do novo velho credo, alguns de passado esquerdista, colocaria na defensiva todos os que não se dispusessem a aderir à autodenominada modernização pelo mercado, qualificando-os automaticamente como retrógrados ou dinossauros".
- "Os latino-americanos parecem comportar-se como países derrotados (...) Resignados e acomodados, sem nenhuma vontade perceptível de se afirmar como verdadeiras nações. (...) ...relação de onstensiva aceitação da dependência aos Estados Unidos. (...) Afirma que as reformas realizadas na América Latina se devem apenas à visão, à iniciativa e à coragem dos seus novos clientes".
- "Passou-se a admitir abertamente e sem nuances a tese da falência do Estado, visto como incapaz de formular política macroecônomica, e à conveniência de se transferiur essa grave responsabilidade a organismos internacionais. (...) ...vinculação do novo padrão monetário brasileiro à moeda norte-americano".
- "Sob a invocação de slogans charmosos - globalização, transnacionalização - assume-se na América Latina, no discurso e na ação, postura de dependência externa virtualmente total".
- "Para o Consendso de Washington, a sequência preferívekl pareceria ser, em última análise, capitalismo liberal primeiro, democracia depois. (...) E que os dirigentes latino-americanos, por nã osaberem exatamente se querem combater a miséria, acabem mais uma vez caudatários de soluções concebidas no exterior".
- "A América Latina perseverou na crença de que o sistema econômico internacional em que se achava inserida continuava a oferecer segurança e previsibilidade. (...) O Brasil perdeu consideráve lparcela de sua autonomia de decisão na formaulação e execução da política macroeconômica".
Tem muito mais, mas já deu para sentir o sofrimento ao ler tudo isso, constatar o como já estivemos submetidos a algo tão perverso e hoje, gente como estes pérfidos bolsonaristas, querem algo ainda pior. Como ser nação com essa gente como expoentes? Lutar é preciso e contra tudo isso que os bestas humanos tentam nos impingir.

ENTENDENDO COMO O JOGO É JOGADO

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