sexta-feira, 8 de agosto de 2025

DOCUMENTOS DO FUNDO DO BAÚ (208)


A PIAUÍ DE AGOSTO EXPÕE NA CAPA O NOME DE ALGUNS DOS “HOPLIAS MALABARICUS”
Uma capa mais que especial e justamente neste mês de agosto, onde os TRAIDORES DA PÁTRIA estão em evidência. Desde quando tomei conhecimento da capa da edição de agosto de uma das últimas revistas palatáveis no já decrépito mercado editorial brasileiro, gostei e muito. A capa da mensal PIAUÍ é hilária, não fosse trágica. Nela, nomes de conhecidos traidores, gente que além de não valer nada, quando em atividades, apunhalaram ideais, ideologias, amigos e até interesses nacionais, tudo para continuar na crista da onda, ou para amealhar mais algumas migalhas. Tem quem aja desta forma e jeito, pelo simples fato de assim, traindo ser mais fácil continuar na crista da onda. Para gente dessa laia, vale tudo, inclusive esfaquear e entregar o até então amigo.

Na capa, exemplos de tantos com este desvio na índole. Cito alguns: Marechal Petain, Judas Iscariotes, Jair Bolsonaro, Silvério dos Reis, Calabar, Andrey Vlasov, Brutus, Benedict Arnold, Efialtes de Tráquis, Quisling, Tarcísio de Freitas, Wang Jingwei, Eduardo e outros tantos. A lista está muito incompleta. Assim de bate pronto lembrei de mais dois mais que merecedores de estar na lista, ambos brasileiros, os políticos, antes ditos como de esquerda e hoje, empedernidos fascistas, Roberto Freire e Aldo Rabelo. Porém, o principal deles, símbolo da traição de toda uma época, também não foi reverenciado. Digo de alguém que, não deveria ter sido nunca esquecido quando de uma lista como essa: Cabo Anselmo.

Cabo Anselmo por si só é merecedor de um capítulo à parte no quesito traição. Infelizmente, hoje existem muitos infiltrados entre nós e até se dizendo de esquerda, mas na verdade, prontos para nos apunhalar pelas costas no primeiro descuido. Aqui mesmo, na Bauru de hoje convivemos com um, pérfido e a cada dia mais desmascarado, mas ainda ousando querer levantar bandeiras de luta e resistência. Engana incautos e bobocas de plantão, não quem já está escolado após tantos revezes ao longo do tempo. Anselmos são piores, muito piores que um Calabar, cujo defeito foi de discordar de métodos, hoje muito discutíveis.

Mas a capa é mais que salutar, muito propícia para estes tempos. Dela, fui no índice da revista e lá não informam de quem foi a brilhante ideia, porém só a informação, trata-se de homenagem para “Os hoplias malabaricus”. Eu, na minha santa ignorância desconhecia o termo e fui consultar o atual pai dos burros, o Google. Lá encontro a melhor definição, corroborando o que já imaginava: “Hoplias malabaricus é o nome científico da espécie de peixe conhecida popularmente como traíra. É um peixe carnívoro de água doce, amplamente distribuído na América do Sul, e pertencente à família Erythrinidae”. Sim, os traíras. Querendo saber mais vou em busca do Wikipedia e lá: “popularmente conhecida como traíra, taraíra, tararira, tarira, dientudo, dorme-dorme, maturaqué, robafo e rubafo, é um peixe teleósteo da família Erythrinidae. O dorso é negro, os lados são pardo-escuros e o abdômen é branco. Possui manchas escuras pelo corpo. Não possui nadadeira adiposa. Mede até 70 centímetros de comprimento e pode pesar até 4 kg. É carnívoro, possui dentes cortantes e é uma espécie indesejável na piscicultura por alimentar-se de alevinos”. Enfim, não consegui entender dos motivos do peixe receber este nome, talvez por se alimentar dos noviços. Sei bem é o significado popular de traíra e a capa da revista está com ótimos exemplos de alguns, estes com dois pés, duas mãos, cabeça, tronco e membros, alguns agindo na surdina, outros no escancaro.

Ah, como queria ver os hoplias malabaricus do espectro político brasileiro todos encalacrados e pagando pelo que fazem de mal para todos nós. Saber apartar estes do bom convívio social já é uma grande pedida. Enfim, deixando-os isolados, renegados, execrados e rejeitados cada vez mais é a melhor paga para o baú de maldades que os tais despejam sob nossos costados. Viva a Piauí que me faz ir fundo para escrevinhar isso tudo numa tarde fria de sexta.
Em tempo: Bauru está repleta de exemplares desta pérfida espécime animal. Relembrar alguns daria uma bela lista, talvez capa de alguma de nossas publicações. Mas qual teria coragem de escrachar com tais personagens?

MAS VOCÊ NÃO SABE DISTINGUIR UM CORVO DE UM URUBU? ACHO QUE SEI E CORVO ME FAZ LEMBRAR DE CARLOS LACERDA
A história pode parecer hilária e como para mim tudo acaba virando uma história, eis mais uma. O amigo e servidor público municipal NEI SILVA LOPES publica fotos de uma ave preta ali perto de sua casa, diante do restaurante Oliveiras, da escola municipal Pinóquio, Raposo Tavares com Constituição. Segundo ele trata-se de um urubu e eu o contesto: “trata-se de um corvo, algo raro por aqui, terra de urubus”. Ele me contesta, reafirmando ser urubu. Me conta, foi morto por um carro, esmigalhado ali no asfalto. “Esses bichos estão cada vez mais urbanos. Dá pena, pois o habitat deles não é aqui”. Enfim, pelo que me diz, os urubus – ou corvos – estão cada vez mais invadindo o pedaço urbano bauruense, o que não deixa de ser uma pena. Urubu gosta de carniça que sei, e corvo gosta também?

Se é um urubu ou, como escrevi, um corvo, só mesmo os especialistas em aves podem tirar a dúvida. Loguinho vai aparecer alguém com esclarecimentos definitivos e resolvendo essa pendenga. O fato é que, a tal da ave me traz recordações de algo histórico destas plagas brasileiras. Um político carioca ficou famoso por causa da ave, o corvo. Seu nome, CARLOS LACERDA. Ele até que tentou ser um bom político, defendia o Rio de Janeiro como poucos. Foi em seu governo a criação do Aterro do Flamengo, os túneis Rebouças e Santa Bárbara. Porém, para mim, tudo o que fez de bom caiu por terra, pois em dois momentos, foi decrépito. Primeiro instigou tanto Getúlio Vargas que, por fim, o homem acabou se suicidando. Isso Lacerda leva nos seus costados. Tempos atrás, quando a História estava dentro de mim, li demais sobre o atentado da rua Toneleros, quando o segurança do Getúlio, Gregório Fortunato por pouco não matou Lacerda, tudo para proteger seu chefe. Lacerda se aproveitou daquilo tudo e dilacerou com Getúlio.

Isso tudo é história. E depois, na sequência, Lacerda esteve ao lado dos golpistas de 1964, sendo desde o início contra Jango Goulart. Foi cruel e insano. Fez e aconteceu, mas não lhe deram o espaço que pretendia e renegado pelos militares golpistas, acabou caindo em si e passou a ser contra aqueles que tomaram o poder na mão grande. Tarde demais, pois o golpe estava consolidado e ele, defenestrado do poder. Aquele período histórico foi um dos que mais li na vida. Disso tudo, ele foi agraciado com uma denominação que o acompanhou pro resto de sua vida, o CORVO. O apelido foi dado pelo jornal Última Hora, de Samuel Wainer. Pegou. Lacerda incorporou o pássaro negro a sua propaganda. Terminou derrotado pelo regime militar – que apoiara e, depois, o baniu da vida política. Lacerda chegava à maturidade de seus 50 anos em 1964. Aspirava à Presidência, queria ser o candidato da “revolução”, nas eleições de 1965. Errou feio. Jovem comunista, Lacerda virou conservador e incorporou o personagem do moralista da República.

Mas o que me trouxe aqui não foi nada disso e sim, o fato de corvos estarem ali nas proximidades da casa do amigo Nei. E como, para mim, corvo me faz lembrar Lacerda, volto à carga. A alcunha, popularizada durante o período, refletia sua imagem de figura incisiva e implacável na luta política, comparando-o ao pássaro conhecido por sua cor escura e comportamento vigilante. Na morte de um jornalista que nunca havia visto com vida, ele comparece todo de preto. No seu livro de memórias “Minha razão de viver” (Editora Record, 1988), o jornalista Samuel Wainer relata que “Lacerda estava vestido de preto dos pés à cabeça, aspecto solene, rosto compungido, ar sofredor. Quando vi a cena, senti-me enojado”. Nascia ali a figura do CORVO. E o cartunista Lan, o das mulatas esculturais desenha Lacerda com um corpo de corvo. A coisa pegou e a história completa é por demais longa. Querendo saber mais, pesquise, pois vale a pena.

Agora, depois de me lembrar disso tudo, falta descobrir se a ave das fotos é urubu ou corvo. Continuo afirmando, é CORVO, mesmo ciente que, aqui pela região o que temos muito é urubu. Nunca tinha visto um corvo por essas bandas. No Rio de Janeiro tem muito. E político hoje pra ser comparado com um CORVO, isso tenho certeza, tem demais da conta, tanto lá no Rio como aqui em Bauru, Brasília, São Paulo, Washington, ou seja, por todos lado.

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