segunda-feira, 7 de abril de 2008

DICA DE LEITURA (16)

HORA DO POVO - UM JORNAL CORAJOSO COMO POUCOS

Eu quando vi, demorei para acreditar no que estava lendo. Porém, era verdade. Li tanta baboseira na nossa imprensa sobre os tais cartões corporativos, com ameaças de CPIs e até de encurralar o presidente Lula, a história da tapioca, mas o melhor estava por vir e veio. O presidente anterior, também fazendo uso dos tais cartões corporativos fez algumas comprinhas que precisam ser explicadas. O jornal Hora do Povo foi de uma coragem desmedida, pois tornou pública algo que você, com toda a certeza, não irá ler nos grandes jornalões, nem ver nas TVs. E agora, como fica a oposição? Vejam a hipocrisia. Com Lula, eles querem sangue e apurações, cassações de mandato e CPIs, com essa historinha muito mal contada, querem descobrir quem vazou tudo para a imprensa. Parabéns para o jornal Hora do Povo. Para saber mais, acessem sempre que puderem o www.horadopovo.com.br

Abaixo reproduzo o texto do jornal, cujo título está estampado aí em cima:

Revelação de compra esotérica derruba dossiê para canonizar FH
“Venham ver o que eu fiz com o dinheiro. Abre, mostra, é melhor”, diz FHC, sem esclarecer o gasto feito por seu gabinete com exótico artefato. Há algumas semanas, o velho sacripanta Fernando Henrique Cardoso fez uma de suas costumeiras encenações: aproveitou a imprensa reunida numa solenidade para dizer que o presidente Lula tinha que “esclarecer” gastos da Presidência - como se esses gastos, por serem sigilosos, tivessem algo de obscuro. “Se eu fosse o presidente Lula, eu diria o que eu disse: ‘olha venham ver o que eu fiz com o dinheiro, como é que foi gasto esse dinheiro’. Não tem problema nenhum. Abre, mostra, é melhor”, falou o elemento.

Como, segundo ele, “não tem problema nenhum”, as vozes da opinião pública (a verdadeira, não a opinião publicada pela mídia) pedem, no momento, que ele esclareça os motivos pelos quais, entre os secos e molhados que sua Presidência adquiriu, havia um pênis de borracha, e qual a participação de tal adereço no excelente desempenho de sua gestão. Diga-se de passagem, a informação de que esse algo restrito utilitário estava entre os gastos do período em que Fernando Henrique ocupou o Planalto não foi divulgada pelo atual governo ou por qualquer governista. Pelo contrário. A notícia apareceu no site do vetusto “Estadão”, no último dia 19 de fevereiro, em matéria assinada pelo jornalista João Domingos – e não foi desmentida, apesar do frenesi que causou em certos meios oposicionistas.

A matéria do “Estadão” já vinha com uma explicação: o citado objeto havia sido comprado “para uma aula de educação sexual numa escola pública”. Não se sabia que entre as funções da Presidência da República estava a de comprar um pênis de borracha (um único, não uma grosa, uma carrada ou lá que nome tenha o coletivo dessa commodity) para aulas de educação sexual em escolas públicas. Não somos a favor de escarafunchar certas questões, mas, já que, segundo Fernando Henrique, seu princípio é o do “olha venham ver o que eu fiz com o dinheiro, como é que foi gasto esse dinheiro". Não tem problema nenhum. Abre, mostra, é melhor”, seria bom que ele esclarecesse em que escola pública foi proferida essa aula de educação sexual – e por quem. Além disso, também seria bom esclarecer porque a Presidência da República ficou tão mobilizada para atender a esse pleito – se é que a contribuição não foi espontânea. Em caso de problemas de memória, é só consultar o Eduardo Jorge, seu secretário e infalível arquivista, que certamente saberá.

Mas, disse Fernando Henrique que “não existe conta sigilosa ou secreta da Presidência da República, e tampouco são pessoais. Se houver dinheiro público para gasto pessoal, não pode, está errado”. Como já vimos, o pênis de borracha foi um gasto público. Não tinha nada de pessoal. Se fosse um pênis particular, aí estaria errado. Porém, será que Fernando Henrique considera que o gasto com aquilo que come não é um gasto pessoal? Ou será que pagou do seu bolso tudo o que consumiu por via oral durante seus oito anos no Alvorada? Se não foi o dinheiro público, quem pagou seus gastos pessoais quando era presidente? Porém, talvez não fosse a sua pessoa que comia à tripa forra no Palácio, mas um farsante. Nisso, ele não deixa de ter uma certa razão.
SIGILO
Entretanto, o ridículo jamais foi a pior coisa em Fernando Henrique. Há piores... Por exemplo, ele sabe perfeitamente que seus gastos como presidente não podem ser abertos e mostrados, pois, por lei, são sigilosos. Portanto, essa história de “abre, mostra” é palhaçada. Mais precisamente, é canalhice: ele sabe que é ilegal abri-los e mostrá-los, e por isso mesmo é que fica nesse “abre, mostra” e outras besteiras.
Evidentemente, não existe Estado sem que alguma coisa seja segredo de Estado - o que está, inclusive, consagrado na Constituição (Art. 5º, inciso XXXIII), regulamentado (Lei 11.111) e decretado (decreto-lei nº 200). A única possibilidade de não haver segredo de Estado seria se o país não tivesse inimigos, externos e internos. Mas, quando isso acontecer, o próprio Estado é que será dispensável – e por isso não se poderá falar em segredo de Estado. No entanto, ainda estamos longe disso – e Fernando Henrique jamais foi a favor da extinção do Estado. Ao contrário, sempre foi um adepto de se aproveitar do Estado.
PRESEPADA
Um fenômeno estranho passou a acontecer na última fornada de chicanas e presepadas da oposição e da mídia golpista: além de inventarem dossiês, passaram a divulgar o seu suposto conteúdo e, inclusive, episódios picarescos contra si mesmos. Na quarta-feira, o senador tucano Álvaro Dias (ver matéria nesta página) foi dedurado por um cortesão da mídia golpista como a fonte do dossiê da “Veja” sobre gastos da Presidência de Fernando Henrique. Pelo jeito, como não encontraram nada para usar contra o governo Lula, não lhes restou mais do que vazar dossiês contra si mesmos, ainda que atribuindo-os ao governo. Agora, conseguiram quase a perfeição: vazar o vazador.
Álvaro Dias ainda não disse quem lhe forneceu o dossiê. Como afirmaram alguns parlamentares, o senador tornou-se cúmplice de um crime, ao ser intermediário de um vazamento de dados que são sigilosos por lei. Porém, é significativo que o conteúdo divulgado seja tão inócuo que o material parece ter sido confeccionado para consagrar Fernando Henrique como um santo na Presidência. Certamente, não foi um adversário de Fernando Henrique quem o organizou. Não por acaso, o pênis de borracha não aparece no rol do senador Álvaro Dias. Mas, com receio de que esse exótico gasto estragasse a canonização de FH, alguém considerou que era melhor fornecer logo uma explicação pronta para ele. Daí o seu vazamento, por fora do anódino “dossiê”.
CARLOS LOPES

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostaria de parabeniza-lo pela suas exelentes materias, sobre o nosso país e também mostra o quanto exageram ao críticar o Governo Lula, que pra mim e um dos melhores Governos do Brasil.

Eu também leio a execelente revista CartaCapital.

Anônimo disse...

Eu gostaria de parabeniza-lo pela suas exelentes materias, sobre o nosso país e também mostra o quanto exageram ao críticar o Governo Lula, que pra mim e um dos melhores Governos do Brasil.

Eu também leio a execelente revista CartaCapital.