2009, O ÂNUS QUE FICOU PARA TRÁS
Acabou! Foi-se 2009. E com ele deixo aqui meus últimos escritos. Nada de tão provocador, só alguns registros de última hora. Fui abrir um grande jornal e lá uma lista dos “DEZ LIVROS BRASILEIROS DA DÉCADA”, eleitos por críticos. Vejam a lista: “Dois irmãos” de Milton Hatoum, “Acenos e afagos” de João Gilberto Noll, “O vôo da madrugada” do Sérgio Sant’anna, “O filho eterno” do Cristóvão Tezza, “Máquina de escrever” do Armando Freitas Filho, “Elefante” do Francisco Alvim, “Um defeito de cor”, de Ana Maria Gonçalves, “Nove noites”, de Bernardo Carvalho, “Leite derramado”, do Chico Buarque e “Eles eram muito cavalos” de Luiz Ruffato. Eu, que chego ao final do ano com 51 livros lidos (já li muito mais em passado recente), chego à triste constatação. Acho que não estou lendo os livros certos, pois nenhum desses passou pela minha mão. Outros tantos sim (listo dez lidos), como o “Manual de Sobrevivência dos butiquins mais imundos” do Moacyr Luz, “Diário Selvagem” a biografia do Carlinhos Oliveira, juntada por Jason Tércio, “Serpente encantadora – Veneno e doçura de Telmo Martino no JT”, “A viagem do Elefante” do Saramago, “Leila Diniz” do Joaquim Ferreira dos Santos, “Carlito Maia – A irreverência equilibrada” do Erazê Martinho, “Tim Maia – Vale Tudo” do Nélson Motta, "Diário de viagem - De moto pela América Latina" do Che Guevara, "As veias abertas da América Latina" do Eduardo Galeano (4ª reeleitura) e “O abajur lilás”, peça do Plínio Marcos. Não devo ter ficado tão mal assim na ficha. Foi uma ano onde privilegiei os amigos (até em detrimento do trabalho) e isso está ressaltado na carta publicada hoje na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade, onde falo de pessoas queridas e das quais sinto falta. Vivo com, para e junto de pessoas. Leiam minha última cartinha do ano:
Gente no meu final de ano
Em primeiro lugar, uma justa homenagem a um dos artífices da Casinha do Papai Noel. Nas andanças por lá, diante de tudo o que vi, destaco a presença de uma ilustre pessoa, um batalhador, trabalhador braçal das artes mais do que populares de Bauru. Idealizador, criador e executor de peças maravilhosas. Ver Chico Cardoso, o artesão dos trens de madeira, envolvido naquele espaço imaginário foi verificar como é fácil valorizar o trabalho de quem realmente faz. Chico merece o destaque dado a ele. Tenham todos os envolvidos com esse projeto uma certeza: Chico é daqueles a engrandecer qualquer iniciativa e como possuidor de uma luz mais do que própria, irradia simpatia por onde passa e contribui decisivamente para o sucesso de tudo o que foi apresentado lá na Praça Portugal.
Em primeiro lugar, uma justa homenagem a um dos artífices da Casinha do Papai Noel. Nas andanças por lá, diante de tudo o que vi, destaco a presença de uma ilustre pessoa, um batalhador, trabalhador braçal das artes mais do que populares de Bauru. Idealizador, criador e executor de peças maravilhosas. Ver Chico Cardoso, o artesão dos trens de madeira, envolvido naquele espaço imaginário foi verificar como é fácil valorizar o trabalho de quem realmente faz. Chico merece o destaque dado a ele. Tenham todos os envolvidos com esse projeto uma certeza: Chico é daqueles a engrandecer qualquer iniciativa e como possuidor de uma luz mais do que própria, irradia simpatia por onde passa e contribui decisivamente para o sucesso de tudo o que foi apresentado lá na Praça Portugal.
Em segundo lugar, algo negativo e a merecer mais do que um registro, um alerta. Estávamos todos mais do que acostumados com as apresentações teatrais de final de ano dos grupos dirigidos por Paulo Neves. Foram anos seguidos com parte do mês de dezembro reservados para suas apresentações no Teatro Municipal. Só no ano passado foram 16 peças e nesse nenhuma. Paulo cansou, desistiu, adiou ou simplesmente, diante do momento nada salutar porque passa nossa mais nobre sala de espetáculos, decidiu não fazer mais nada como forma de protesto? O fato é que dezembro não é mais o mesmo sem as apresentações de final de ano das Mostras Teatrais Paulo Neves.
Por fim, sentidas ausências dentro do próprio JC. Dois chargistas da melhor cepa não estão mais presentes nas páginas do jornal e como admirador do traço, da graça e sutileza do trabalho de Fernando Dias, o craque da página 2 e Nicolielo, com seu peculiar traço meio reticulado, torto, sendo inclusive um dos remanescentes do grupo fundador do jornal, conclamo uma informação sobre o paradeiro de tão boníssimos personagens das páginas de nosso jornal diário.
Em tempo: O título lá do alto, o do "Ânus" não é de minha autoria, foi chupado da página de humor explícito do "Agamenon", d'O Globo RJ, de 27/12/2009.