CHAMA NÖEL ROSA ! (texto escrito por Luis Carlos Simas e publicado no blog: http://hisbrasileiras.blogspot.com/2009/12/chama-noel-rosa.html)
Meus diletos leitores: Não podia ficar sem falar de Noel, pois ele fez aniversário dia 11/12. Passar batido seria renegar tudo o que gosto e reverencio de sua música, entoada até hoje, com toda pompa. Diante do que Simas escreveu, não conseguiria produzir mais nada. Recomendo a leitura do texto abaixo ouvindo (vendo também seria ótimo, mas...) uma preciosidade, o "Último Desejo", na voz de um baterista Nota Mil, Wilson das Neves (tenho coisas maravilhosas dele aqui no mafuá), retirado do Santo Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=LY08poPk7mU
Nöel Rosa é um dos inventores do Brasil, gênio da raça. Deveria ser ensinado nas escolas, cantado nas universidades, bebido nos botequins, saudado nas esquinas e reverenciado nos terreiros.
Nöel Rosa é Exu e Oxalá ao mesmo tempo - homem da rua, dono do corpo, malandro maneiro, azougue de céu e terra, civilizador afoito e velho sábio. Feito Obatalá bebeu o vinho de palma, dormiu na sombra da palmeira, largou a medicina como se larga a tarefa de Olodumare, zombou da sorte, não criou o mundo mas moldou no verso - ritmado em samba - o homem.
Nöel Rosa é tapa na cara do preconceito e prova evidente de que o maior elemento civilizador do Brasil é o samba. Não pensou em remover favela - subiu o morro, aprendeu, ensinou, bateu, levou e inventou a vida entre o pandeiro e a viola. Branco azedo entre os pretos, feito camisa do Botafogo.
Nöel Rosa é tapa na cara do preconceito e prova evidente de que o maior elemento civilizador do Brasil é o samba. Não pensou em remover favela - subiu o morro, aprendeu, ensinou, bateu, levou e inventou a vida entre o pandeiro e a viola. Branco azedo entre os pretos, feito camisa do Botafogo.
Nöel Rosa é conversa de botequim, futebol no rádio de pilha, conta pendurada, caldo verde pra curar ressaca, conversa fiada, sacanagem no portão, punheta de garoto, pêra uva maçã salada mista, selo carniça nova, pipa no céu, bola ou búlica, vida pela sete, com tabela na caçapa do meio. Brasil que gosta do Brasil.
Nöel Rosa é festa da Penha, novena, quermesse, tambor de mina, sessão de mesa, doce de Cosme, baile nos infernos, flor e navalha, afago e pernada, gol de letra e gol de mão, pomba da paz e galo de rinha, Estácio, Tijuca, Vila - o Brasil que sabe, e Morengueira confirma, que em casa de malandro o vagabundo não pede emprego.
Nöel Rosa faz aniversário hoje: nasceu no dia 11 de dezembro de 1910. Nunca morreu; encantou-se em Vila Isabel aos vinte e seis anos, feito Mestre da Jurema, Zé Pilintra, caboclo de pena, boiadeiro de laço, erê de cachoeira, bugre do mato, malandro da encruza e exu catiço.
Nöel Rosa é da família dos encantados que moram nas esquinas, campos de várzea e botecos vagabundos, e baixam quando a noite é grande e a cachaça é farta: Mané Garrincha, Aleijadinho, Bispo do Rosário, João da Baiana, Cartola, Mãe Senhora, Geraldo Assoviador, Villa Lobos, Bimba, Pastinha, Camafeu de Oxóssi, Lima Barreto e Zulu, mestre do Favela, são da mesma guma de ajuremados - os caboclos nossos, brasileiros.
OUTROS COMENTÁRIOS DE UMA MANHÃ DOMINICAL DE CHUVA, GAROA E ÁGUA NAS RUAS:
Continuo a ler meio que anestesiado tudo o que sai sobre o caso Arruda, o governador "mais do que corrupto", do DF e do DEM (o Partido que chamo de DEMÔNIOS). Numa entrevista com Stuart Gilman, da ONU, ressalto: "Em todos os países onde pessoas nessas circunstâncias foram reeleitas, falharam. Por que elegê-las uma segunda vez?". Num outro texto, mais irônico, algo sobre o DINHEIRO NAS CUECAS E MEIAS: "Ante a força dos fatos, procede chamar o rego do bumbum de cofrinho" (jornalista Carlos Leonam). Leio também um texto irado e contundente do amigão Marcos Paulo Casalecchi Resende, curto e grosso contra uma hipocrisia de plantão, MERDA HORRORIZA, MAS FOME NÃO: "Quero tirar o povo da merda em que se encontra. A frase dita no Maranhão pelo presidente Lula causou novo alvoroço nos conservadores de plantão pelo "palavrão" pronunciado pelo chefe de estado. Vou ser breve no comentário pois já escrevi sobre "palavrões" e toda a hipocrisia e psicose contida nas críticas reacionárias. Já li muitos comentários raivosos e imbecis nas linhas dos jornais, um reaça babaca chegou a dizer que a fala do presidente só poderia ser transmitida na tv depois das 23 hs. Muitos ficaram horrorizados com a "merda". FHC sempre muito elegante, sem uma expressão vulgar, fez o que fez com o país e contribuiu com a dita "merda". Merda esta que horroriza, mas a fome que foi criticada pelo Lula jamais horrorizou esta elite conservadora. Depois eles, que não compreendem o contexto de tal fala, não entendem o porque de mais de 80% de popularidade do presidente". Na vitrolinha ligada aqui ao meu lado, reverenciando Noel (esse sim eu respeito, não o outro, dito Papai, o do consumo), ouço um CD, o "Noel por Ione", da Dabliú, presente do Francisco Bonadio, lá de Sampa. Bela fonte de inspiração para escrevinhações variadas. Numa missiva publicada lá na última revista Piauí (leio a contragosto, com um pé atrás, mas continuo a fazê-lo), algo sobre nossa subserviência, dos negros e dos brancos pobres: "Em um programa de rádio um senhor explicava que não queria ver Obama na presidência dos EUA porque isso torna os nossos pretos muito arrogantes. Sossegue, doce cavalgadura, que os pretos, os nossos pretos, continuarão subservientes, obedientes, trabalhando nas obras, construindo centros comerciais e bairros periféricos, fazendo limpezas, cuidando de nossas casas e dos nossos filhos. Sempre em silêncio, como convém". Outra deles, uma frase da carta de despedida do embaixador britânico no Brasil entre 1966 a 1969, sir John Russell, soa quase como uma premonição: "Pode-se comprar qualquer coisa no Brasil - de uma carteira de habilitação a um juiz do Supremo Tribunal Federal". Wellington Leite, radialista e amigo de plantão, envia um texto sobre o Zapatero, lá da Espanha onde esse proclama algo a deixar alguns daqui com aquela expressão de rejeição estampada no rosto. Veio com seu comentário: "Achei que você iria gostar de ler a matéria na qual mais um líder mundial elogia o famigerado "sapo barbudo". Agora sim o FHC corta os pulsos, kkkkkkk!". Para os interessados: http://www.elpais.com/articulo/internacional/hombre/asombra/mundo/elpepuint/20091211elpepuint_1/Tes Conto também uma de sexta, no espetáculo argentino, comandado pelo Ruben Ali, do Consulado Argentino de Sampa. Convidado por ele revi aquilo tudo na fila do gargarejo. Babei não só com as dançarinas (uma poça no chão), mas com a beleza da música argentina, apresentada com muito profissionalismo. Sai de lá e vim dormir escutando as canções interpretadas por Carlos Bergesio, um milongueiro de mão cheia. Ontem ouvi no rádio algo que gostaria muito de ter estado lá: Mano Chao na Fundição Progresso, no coração da Lapa. Que pena, domingão, não vai dar para aquela passada rotineira na Feira do Rolo e a única saída já programada e acertada é assistir o Concerto de Piano, com repertório de música clássica, da amiga cubana, Rosa Tolón, lá no SESC, às 11h. Tenho que me apressar, pois não deixam entrar depois do horário.
Obs.: Todas as fotos a ilustrar este segundo texto são do espetáculo argentino "Viaje al Sentimiento".
5 comentários:
Henricão
O texto abaixo eu colei do blog do Luis Nassif. É de hoje. "Merda" (boa sorte) par vc, viu! ROSANA
Quando Lula pronunciou a já famosa frase: “Eu não quero saber se o João Castelo é do PSDB; não quero saber se o outro é do PFL; não quero saber se é do PT. Eu quero saber se o povo está na merda, e eu quero tirar o povo da merda em que ele se encontra.” estava usando uma palavra que está no vocabulário coloquial, empregado com naturalidade pelas pessoas que o ouviam.
Qual o motivo do espanto, das matérias indignadas, dos comentários acusatórios, por parte da imprensa e de alguns leitores? Partindo de pessoas pedantes, que abusam de anglicismos como “crooner” para dizer cantor e galicismos como aplomb e chansonier, para dizer postura e cantante, fica um pouco complicado entender a revolta exacerbada com o vocabulário do presidente sem ser pelo viés elitista-empolado, saudoso da casa grande e da senzala. Vamos voltar a nos referir a uma situação embaraçosa como “homessa, que maçada”? A usar polainas, monóculos, bengalas e chapéu-coco?
Lula é um homem simples, de vocabulário limitado, mas que se comunica de forma extraordinária com o camponês, o sertanejo, o trabalhador urbano. Que usa de metáforas compreensíveis por toda a população para transmitir sua mensagem, mas que conversa também com dignitários estrangeiros, presidentes, reis e rainhas, primeiros-ministros. Sério ou bem-humorado provoca reações como as de Obama, de Ângela Merkel, de Zapatero. Todas elogiosas e apologéticas.
Somente a pequenez de alguns pseudo-intelectuais brasileiros e de uma mídia visceralmente hostil, por razões da disputa política, não lhes permite admitir o que o mundo todo sabe, fala e escreve sobre ele. Um homem digno, honrado, íntegro, honesto, dedicado única e exclusivamente a fazer o bem a seu povo e a todos os despossuídos, os humildes e humilhados do mundo.
E já que me estendi até aqui, peço licença para relatar mais um episódio pessoal. Certa feita, durante um churrasco entre amigos, todos burgueses bem-sucedidos, intelectuais bem formados, fomos interrompidos pelo caseiro da chácara, informando que ia até um sítio próximo comprar uma carroça de merda.
Todos se entreolharam, escandalizados, mas com sorrisos no canto dos lábios que se transformaram em gargalhadas assim que o caseiro se foi. Coube-me explicar-lhes que era assim que se referiam ali ao esterco de gado para a horta e as plantas. Voltaram, então, às suas conversas sobre o vinho de merda que havia sido servido não sei em qual jantar, ao filho-da-puta do fulano, ao beltrano que tinha fudido com seus negócios, àquela vagabunda que estava depenando o ex-marido.
HENRIQUE
Bauru continua tendo eventos culturais espalhados pela cidade toda, esse da Argentina, os muitos do Alameda, o SESC sempre presente, os particulares espalhados pelos mais diferentes lugares, mas e os da Secretaria Municipal de Cultura? Existem ainda eventos culturais patrocinados pela Cultura local? O "cara" deixa acontecer alguma coisa por lá? Não ouço, não vejo e nem escuto mais nada de lá. Fechou definitivamente?
Paulo Lima
Henrique
Noel Rosa é a fina flor do samba.
Mano Chao já tocou em Bauru, sabia?
Zé Paulo
hENRIQUE
AQUI É MARCELO CAVINATO, DA BARRA BONITA:
Interessante Ler e Refletir...
Por Pedro R. Lima, professor UERJ Enonomia
FHC, o farol, o sociólogo, entende tanto de sociologia quanto o governador de São Paulo, José Serra, entende de economia. Lula, que não entende de sociologia, levou 32 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; que não entende de economia, pagou as contas de FHC, zerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.
Lula, o analfabeto, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos, e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade.
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas, elevou o salário mínimo de 64 para mais de 200 dólares, e não quebrou a previdência como queria FHC.
Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo. Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, que entende de tudo, diga que não.
Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis.
Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8.
Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu, mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista. Tem fácil trânsito junto a Chaves, Fidel, Obama, Evo etc. Bobo que é, cedeu a tudo e a todos.
Lula, que não entende de mulher nem de negro, colocou o primeiro negro no Supremo (desmoralizado por brancos), uma mulher no cargo de primeira ministra, e pode fazê-la sua sucessora.
Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha (a convite dela) e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar de Keynes, criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro dissesse que é hora de o Estado investir, e hoje o PAC é um amortecedor da crise.
Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a indústria automobilística a bater recorde no trimestre.
Lula, que não entende de português nem de outra língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e influentes no mundo atual.
Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação direta com Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Obama.
Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador, é amigo do tal John Sweeny e entra na Casa Branca com credencial de negociador, lá, nos "States".
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa, é ator da mudança geopolítica das Américas.
Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.
Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas, faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.
Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos palestinos para dialogar com Israel.
Lula, que não entende nada de nada, é melhor que todos os outros.
Pedro R. Lima, professor
UERJ Enonomia
Respondendo a Zé Paulo:
Tenho profunda admiração pelo trabalho do Mano Chao, que conheci a fundo após indicação de amigos, como W.Leite. Passei a ser admirador de carteirinha. Já tenho dois CDs dele aqui no mafuá.
Quanto a essa vinda em Bauru, não tenho certeza. Você tem? Ouvi que ele veio no SESC. Como, eu sempre atento a tudo que acontece por lá não fiquei sabendo? E quando foi?
Legal mesmo seria que voltasse, não? Com certeza iriamos nos encontrar por lá...
Abracitos do
Henrique - direto do mafuá
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