Mafuá do HPA

UMA FRASE (44)

CLIMA DE FIM DE FEIRA: A ESPERANÇA É A PRIMEIRA QUE MORRE

Outro dia me perguntaram se havia desistido de continuar brigando pelas mudanças (mais do que necessárias) na Secretaria Municipal de Cultura. Disse que não, mas estava cansado, talvez pela insensibilidade de como a estão tratando e por ficar batendo na mesma tecla, sem a ressonância necessária de quem deveria tomar a decisão final pela mudança. A situação tem é piorado (cada vez mais), mas pouco parece ter adiantado continuar a exposição das aberrações, pois de providências até o momento, nada. E para provar que "moinhos de vento existem sim", reproduzo aqui uma frase de ARIANO SUASSUNA, sobre a insistência por mudanças: "Dom Quixote lutava contra os moinhos porque os via como gigantes. No meu caso, os moinhos de vento existem, sim, e são gigantes mesmo. Não me conformo com um fato que considero ruim simplesmente porque está consumado. Enfrento a batalha. Mesmo sabendo que possa sair derrotado. Sei que a voz de um solitário não tem importância nenhuma. Mas estou fazendo o meu papel" (entrevista ao JB RJ, 30/05/2007)

Nessa segunda, 14/12, dentro do caderno Segunda-Feira, encartado na edição do Jornal da Cidade, duas novas estocadas na situação, mais do que aviltante. Na primeira, uma carta, a de maior destaque, na página 2, assinada por Regina V. Dambrósio e o escrachamento da situação de todo o Centro Cultural e o seu abandono, até com ratos passeando pelo palco, sujeiras e falta de posicionamento sério e de atitudes de mudança. O exposto é a mais pura verdade, resultado de meses e meses com tudo ao “deus dará”. Por lá, mesmo com servidores tentando resistir, a motivação é zero e paira no ar algo parecido com o clima de um final de feira. Na segunda estocada, uma tira, produção do Gonçalez. Papai Noel traz seus presentes para o “Unanimidade” e este ao abrir o pacote, lá dentro, o que todos estão pedindo a meses, sugeridos pelo título de dois livros: “Cultura aqui e ali” e “Como fazer cultura local”. Seria cômico, se não fosse trágico.

No domingo, 13/12, algo a chocar e deixar entristecido qualquer amante da cultura. A nova praça Rui Barbosa está linda com o chafariz funcionando a pleno vapor e o coreto totalmente revitalizado (deixo aqui meus parabéns ao prefeito Rodrigo e aos investidores que contribuíram na finalização das obras). Por lá, num palco com cara nova, impecável, shows aconteciam no coreto, com um cartaz do “Clube da Viola”. Tudo começou por volta das 17h e ninguém para assistir o que estava sendo apresentado. Nem uma viva alma. Circulando por lá, somente o “Unanimidade”, com sua máquina fotográfica em punho, registrando tudo e procurando ângulos que não contemplasse a platéia, pois ela não existia. Dei umas voltas pela cidade e na volta, quase 18h, o mesmo quadro. Isso não me alegra, me entristece, pois demonstra falta de habilidade, tato, jeito para montar e expor o que foi preparado. Tudo o que foi montado cai por terra quando não existe um mínimo de seriedade no quesito preparação antecipada para um evento. É desta forma que correm as coisas por lá, é este exatamente o quadro atual. Falta acontecer o que mais para ser tomada uma atitude? A Secretaria Municipal de Cultura está mais isolada do restante do secretariado do prefeito Rodrigo do que a ilha de Trindade, a 1.100 Km da costa capixaba, do continente brasileiro. São milhas e milhas de distância. Até quando um acordo político precisa ser mantido, quando existe comprovação de ineficiência? Artistas já foram "hablar" diretamente com o prefeito, que ouve atentamente, fica até constrangido, mas... Cliquem no texto da Regina Dambrósio, ele se amplia, leiam e façam suas avaliações.

Já havia falado de tudo isso, não? Fica chato ficar repetitivo, mas... esse moinho de vento existe, ele está ali, todos o estão vendo, tudo tão fora do prumo, que não resisti, voltei ao tema. Dizem que mudanças ocorrerão nas próximas semanas. Aguardemos.