UM PROFESSOR ESCRITOR E SEU CONTATO COM QUASE LEITORES, TUDO ATRAVÉS DE UM LIVRO
Gosto muito de escrever sobre meus amigos. Eles não são muitos, mas me são fiéis, ótimas pessoas humanas e bons de papo e palavreado. Ontem, num dia de intensa movimentação, dei uma parada numas obrigações meio que inadiáveis e fui conferir in loco o professor Luiz Victor Martinelo conversar com alunos do CEVAC – Centro de Valorização da Criança, uma entidade social encravada lá no meio do bairro Geisel (como não gosto deste nome). Convidado por professores, Victor ao tomar conhecimento do público constituído de jovens carentes, fez questão de levar um presente a todos eles, um exemplar do seu livro “O Penuginha”. Já falei bastante do Victor por aqui em outras oportunidades e não me canso de fazê-lo. Adorava suas crônicas semanais no BOM DIA, tenho seus livros aqui no mafuá e é desses que numa parada na rua, elas se estendem ad eternum. Engata-se uma conversa em outra e as horas andam. O papo sempre flui. Eram 9h20, a mesa estava repleta de problemas pendentes, mas ver e ouvir mais uma fala desse dedicado professor me foi mais importante que tudo. E acabei chegando antes dele, praticamente juntos.
O CEVAC é um lugar diferenciado, algo feito para demonstrar que o ser humano pode agir de forma diferente e quando o faz, o reconhecimento vem dessa sua ação. Ouço lindas histórias dali e nessa estava presente. Eram umas 50 crianças sentadas no chão, colocadas ali para escutar o escritor de um livro que eles tomaram conhecimentos dias antes, com a leitura feita por uma educadora. Inquietos como toda criança, talvez esperassem um cara chato, mas sei que se surpreenderam, pois Victor sabe conduzir bem as coisas nesses momentos. Contou histórias com nítida relação com o dia-a-dia de cada um e fez questão de chamá-los pelo nome. Foi criando uma empatia. Falou de si, do livro e acabei por registrar só uma passagem de tudo o que ouvi: “Quando a gente escreve temos que surpreender as pessoas. O leitor quando pensa que irá encontrar algo, fazemos exatamente o contrário”. Eu, o Victor e tantos outros adoramos mijar fora do penico.
Toda tentativa de introduzir jovens no mundo da leitura é mais do que válida. E Victor fez isso de forma magnífica, com uma didática só dele. Conto aqui algo que ele fez, sem querer que fosse divulgado e eu, enxerido revelo. Arrematou todo o estoque restante do “Penuginha” na editora, guardando em caixas em sua casa. Convidado pelo CEVAC para falar sobre o livro, levou um livro para cada aluno e o fez com muita espontaneidade. Fez porque achou que devia fazer. Victor deu (ou continua tentando) uma volta por cima diante da perda de um filho e tenta continuar tocando sua vida ao seu modo. Divirjo dele em questões políticas, pois ele anda cada vez mais descrente de tudo, mas isso não impede que dialoguemos bastante (cada vez mais). E como isso é bom, dialogar com gente que o sabe fazer.
Para encerrar algo lá de sua fala. Um menino perguntou se havia algum livro pronto. Ele respondeu que sim, era sobre a história de uma menina que enxergava/escutava tudo por dois lados. Isso começou a lhe causar problemas, tanto que a fizeram fechar um dos olhos/ouvidos. Com um só olho no meio da testa ficou esquisita e já não era a mesma, sentia isso. Voltou a fazer o mesmo que antes, prestando a atenção nessa e naquela opinião, ouvindo sempre os dois lados. Mesmo sendo cobrada por aqueles que achavam que tinha que ser de um jeito, rebelou-se e preferiu continuar sendo mais ela, atenta sempre aos dois lados da questão. Um belo toque em todos nós, quando exercitamos esse negócio de não escutar mais a opinião do contrário. Victor continua o mesmo dantes, uma singela e magnífica pessoa.
Gosto muito de escrever sobre meus amigos. Eles não são muitos, mas me são fiéis, ótimas pessoas humanas e bons de papo e palavreado. Ontem, num dia de intensa movimentação, dei uma parada numas obrigações meio que inadiáveis e fui conferir in loco o professor Luiz Victor Martinelo conversar com alunos do CEVAC – Centro de Valorização da Criança, uma entidade social encravada lá no meio do bairro Geisel (como não gosto deste nome). Convidado por professores, Victor ao tomar conhecimento do público constituído de jovens carentes, fez questão de levar um presente a todos eles, um exemplar do seu livro “O Penuginha”. Já falei bastante do Victor por aqui em outras oportunidades e não me canso de fazê-lo. Adorava suas crônicas semanais no BOM DIA, tenho seus livros aqui no mafuá e é desses que numa parada na rua, elas se estendem ad eternum. Engata-se uma conversa em outra e as horas andam. O papo sempre flui. Eram 9h20, a mesa estava repleta de problemas pendentes, mas ver e ouvir mais uma fala desse dedicado professor me foi mais importante que tudo. E acabei chegando antes dele, praticamente juntos.
O CEVAC é um lugar diferenciado, algo feito para demonstrar que o ser humano pode agir de forma diferente e quando o faz, o reconhecimento vem dessa sua ação. Ouço lindas histórias dali e nessa estava presente. Eram umas 50 crianças sentadas no chão, colocadas ali para escutar o escritor de um livro que eles tomaram conhecimentos dias antes, com a leitura feita por uma educadora. Inquietos como toda criança, talvez esperassem um cara chato, mas sei que se surpreenderam, pois Victor sabe conduzir bem as coisas nesses momentos. Contou histórias com nítida relação com o dia-a-dia de cada um e fez questão de chamá-los pelo nome. Foi criando uma empatia. Falou de si, do livro e acabei por registrar só uma passagem de tudo o que ouvi: “Quando a gente escreve temos que surpreender as pessoas. O leitor quando pensa que irá encontrar algo, fazemos exatamente o contrário”. Eu, o Victor e tantos outros adoramos mijar fora do penico.
Toda tentativa de introduzir jovens no mundo da leitura é mais do que válida. E Victor fez isso de forma magnífica, com uma didática só dele. Conto aqui algo que ele fez, sem querer que fosse divulgado e eu, enxerido revelo. Arrematou todo o estoque restante do “Penuginha” na editora, guardando em caixas em sua casa. Convidado pelo CEVAC para falar sobre o livro, levou um livro para cada aluno e o fez com muita espontaneidade. Fez porque achou que devia fazer. Victor deu (ou continua tentando) uma volta por cima diante da perda de um filho e tenta continuar tocando sua vida ao seu modo. Divirjo dele em questões políticas, pois ele anda cada vez mais descrente de tudo, mas isso não impede que dialoguemos bastante (cada vez mais). E como isso é bom, dialogar com gente que o sabe fazer.
Para encerrar algo lá de sua fala. Um menino perguntou se havia algum livro pronto. Ele respondeu que sim, era sobre a história de uma menina que enxergava/escutava tudo por dois lados. Isso começou a lhe causar problemas, tanto que a fizeram fechar um dos olhos/ouvidos. Com um só olho no meio da testa ficou esquisita e já não era a mesma, sentia isso. Voltou a fazer o mesmo que antes, prestando a atenção nessa e naquela opinião, ouvindo sempre os dois lados. Mesmo sendo cobrada por aqueles que achavam que tinha que ser de um jeito, rebelou-se e preferiu continuar sendo mais ela, atenta sempre aos dois lados da questão. Um belo toque em todos nós, quando exercitamos esse negócio de não escutar mais a opinião do contrário. Victor continua o mesmo dantes, uma singela e magnífica pessoa.
Em tempo: Esse deve ter sido o momento de despedida da amiga Zezé lá no CEVAC. Uma pena, pois seu trabalho, como o realizado ontem, estava frutificando. Observei aquelas frutas todas em pleno estado de amadurecimento e constato que isso precisa continuar. Sensibilidade no que fazemos é tão lindo, não? E ela sabe fazer.
4 comentários:
O Luiz Vitor é ótimo, grande poeta, professor, ser humano....e só podia ser sãopaulino né?
abraços amigo, domingo tem amigo secreto!
O Luiz Victor é uma dessas pessoas que transcende os partidos. Uma das mais belas figuras humanas que conheço nesta cidade. O seu texto só vem a confirmar o que todos já sabiam, mas temos tido poucas oportunidades de ler por aí.
Valdir Cunha
ah, essa historinha do novo livro me soa familiar! O professor é um crânio!
Todos o adoramos!
Boa matéria Henrique!
Abração
W.Leite
Um Comentário complementar deste Mafuá:
Na verdade, o convite da vinda do Luiz Victor não partiu do CEVAC e sim da professora citada. Foi dela a iniciativa do convite, prontamente acatada pelo pessoal de lá. Muitas iniciativas individuais ocorrem por lá, envolvendo turmas distintas. Outra coisa, o CEVAC não se limita a esses 50 alunos. Eles são uma pequena parte de um grande complexo, envolvendo centenas de crianças e jovens. Vivenciar aquilo faz um bem danado, tanto que sai de lá revitalizado (ou seria recarregado?)
Abracito do Henrique, direto do mafuá
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