EMFIM, FÉRIAS! – texto publicado no semanário O Alfinete nº 97, de 06/01/2001.
Mário Quintana já dizia que viajar é mudar a roupa da alma. Pois, sim, mas o que dizer se a maior viagem que você fez na vida foi de ônibus para o Paraguai, em um feriado de Páscoa e para comprar, é claro, bugigangas totalmente inúteis?
Começo assim dessa forma meio para baixo um texto sobre férias, porque não dá para fugir da constatação de que os dias atuais estão pela hora da morte. Antigamente era o máximo essa conciliação de férias escolares com a do nosso trabalho. Sempre estávamos fugindo para algum canto diferente qualquer, simplesmente para escapar da nossa rotina diária e para repor as tais das energias do stress, que tanto gastamos durante o ano todo.
Hoje, na maioria das vezes, quando muito, nesse período denominado de férias, ficamos em casa zanzando de um lugar para outro, deixando nossa “patroa” maluca com essa presença ininterrupta nas 24h do dia, num abre e fecha geladeira, num mar de coisinha que inistimos em deixar fora do lugar e com a cabeça num lugar paradisíaco.
Confessemos, é um porre ouvir histórias de amigos que foram à Disney, fizeram compras de Natal na terra de Frank Sinatra, passaram o reveillon em Paris ou simplesmente o carnaval no paraíso de Fernando de Noronha. Definitivamente é um porre. E não é nem por inveja, sei que não. É por mera revolta. Por que eles e não eu, pô?
Analisando mais a fundo as razões vem à tona. Ou é o salário nosso de cada dia que não nos permite comungar da sábia vida de prazeres ou então a mesmice do nosso cotidiano chato que nos empurra sempre às planejadas e tão esperadas férias com avós, priminhos... Claro que desse jeito você irá conseguir ler “Cem anos de solidão”!
Férias até que pode ser a época de você se sentir livre, usufruindo a paz a que todos uns dias vão ter direito, mas isso se – eu disse SE – você está em um magnífico hotel na beira de uma praia lindíssima, mar cristalino e numa companhia de fechar o comércio. Ah, nesse caso me permita fazer uma correção: você não está de férias, morreu e lhe esqueceram de lhe avisar.
Infelizmente, para nós, criaturas urbanas, a realidade é a mais dura faceta do mundo, seja ele qual for. Inclusive de férias. Não daríamos valor ao nosso sonho se não tivéssemos uma realidade que nos fizesse lembrar dele a todo instante. A quem interessar possa, Xuxa já foi uma pessoa normal, Madonna uma desconhecida e Ronaldinho um pobre menino num dos cantos do Brasil. É, eles um dia também sonharam com férias inesquecíveis, assim como eu e você. E então, mãos à obra! Cuidado para não esquecer o pijama.
Mário Quintana já dizia que viajar é mudar a roupa da alma. Pois, sim, mas o que dizer se a maior viagem que você fez na vida foi de ônibus para o Paraguai, em um feriado de Páscoa e para comprar, é claro, bugigangas totalmente inúteis?
Começo assim dessa forma meio para baixo um texto sobre férias, porque não dá para fugir da constatação de que os dias atuais estão pela hora da morte. Antigamente era o máximo essa conciliação de férias escolares com a do nosso trabalho. Sempre estávamos fugindo para algum canto diferente qualquer, simplesmente para escapar da nossa rotina diária e para repor as tais das energias do stress, que tanto gastamos durante o ano todo.
Hoje, na maioria das vezes, quando muito, nesse período denominado de férias, ficamos em casa zanzando de um lugar para outro, deixando nossa “patroa” maluca com essa presença ininterrupta nas 24h do dia, num abre e fecha geladeira, num mar de coisinha que inistimos em deixar fora do lugar e com a cabeça num lugar paradisíaco.
Confessemos, é um porre ouvir histórias de amigos que foram à Disney, fizeram compras de Natal na terra de Frank Sinatra, passaram o reveillon em Paris ou simplesmente o carnaval no paraíso de Fernando de Noronha. Definitivamente é um porre. E não é nem por inveja, sei que não. É por mera revolta. Por que eles e não eu, pô?
Analisando mais a fundo as razões vem à tona. Ou é o salário nosso de cada dia que não nos permite comungar da sábia vida de prazeres ou então a mesmice do nosso cotidiano chato que nos empurra sempre às planejadas e tão esperadas férias com avós, priminhos... Claro que desse jeito você irá conseguir ler “Cem anos de solidão”!
Férias até que pode ser a época de você se sentir livre, usufruindo a paz a que todos uns dias vão ter direito, mas isso se – eu disse SE – você está em um magnífico hotel na beira de uma praia lindíssima, mar cristalino e numa companhia de fechar o comércio. Ah, nesse caso me permita fazer uma correção: você não está de férias, morreu e lhe esqueceram de lhe avisar.
Infelizmente, para nós, criaturas urbanas, a realidade é a mais dura faceta do mundo, seja ele qual for. Inclusive de férias. Não daríamos valor ao nosso sonho se não tivéssemos uma realidade que nos fizesse lembrar dele a todo instante. A quem interessar possa, Xuxa já foi uma pessoa normal, Madonna uma desconhecida e Ronaldinho um pobre menino num dos cantos do Brasil. É, eles um dia também sonharam com férias inesquecíveis, assim como eu e você. E então, mãos à obra! Cuidado para não esquecer o pijama.
Em tempo: Esse texto faz parte de lembranças do que escrevi lá atrás e veja como as coisas mudam. Escrevi isso em 2001 e hoje o faria de uma forma bem diferente, talvez mais ácida. Vivo um outro momento, outro contexto e já não enxergo tudo da mesma forma que a apenas oito anos atrás.
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