PROJETO JARDIM CULTURAL III (SÁBADO) e IV FESTIVAL DE FOLCLORE (DOMINGO)
2. O 4º Festival de Folclore de Bauru possui a cara de seu idealizador, o folclorista TITO 
PEREIRA e do Instituto Yauaretê. Além de amigo de fé e irmão camarada, é praticamente impossível não gostar do Tito e do seu despreendimento. Um batalhador incansável, daqueles que arregaçam as mangas e nesse ano, mesmo com um monte de adversidades conspirando contra, tudo ocorreu a contento e o festival foi maravilhoso.Hoje, das 11 às 16h, lá no Vitória Régia com muita chuva, nenhuma das apresentações dos grupos f
olclóricos constantes da programação ocorreu. Alguns por causa da chuva, outros por causa de
algo que ninguém entendeu direito, quando o mesmo grupo estava agendado aqui na cidade e em outra, ambos eventos com a participação da Secretaria de Cultura. Tito demonstrou cansaço, mas diante das pessoas a lhe incentivar, reagiu bem e o evento com os tropeiros foi um sucesso. Antes mesmo do evento começar quem passa por lá é o Sérgio Coelho (na foto Tito, Sérgio e esposa, Xiko Kolfani e
família ) e os vejo tramando a ampliação do criadouro de sacis,
incorporando o que Botucatu acaba de rejeitar. Barulho à vista e novas peripécias barulhentas para o Yauaretê. Barulho mesmo ocorre com a chegada dos tropeiros, que subiram pela Nações Unidas na já tradicional "Cavalgada dos Tropeiros", com uma tropa constituida de uns 50 animais. Tomam logo conta do espaço e das atenções. De um deles ouço algo que foi o motivador para o sucesso
e movimentação do evento: "Nós entendemos e valorizamos a chuva. É muito bom sentí-la, pois sem ela o que seria de nós. Com ou sem ela estaríamos aqui. Ninguém aqui foge de chuva". E ela
caia, em forma de garoa, ininterrupta. No lado oposto, uma feira de artesanato não emplacou, pois a chuva espantou a movimentação daquele lado.
Abro um espaço para falar de um ilustre personagem, que conheci por lá. Falo de EDEMILSON, ou só GAÚCHO, 47 anos, um paulista, barburdo e com um poncho cobrindo o corpo. Mora no assentamento pra lá do Bauru 1 e é daqueles que logo de cara bate uma identidade, pois além de possuir um papo dos mais agradáveis, têm uma rica experiência de vida. Papeamos além da conta. Contou parte de sua vida e das agruras já
enfrentadas. Ouvi uma detalhada explicação do termo "grilhagem": aquela dos documentos esquentados pelos endinheirados da
vida, com um grilo numa gaveta, misturas de limão, folhas entre livros, passadas à ferro, etc (ele vai me contar tudo em detalhes e qualquer dia relato aqui). Uma esclarecida pessoa atuando no campo e facilitando a vida dos assentados. Falou da estratégia dos assentados para adentrarem uma nova área, histórias dos avós tropeiros, os percalços de ser uma pessoa aposentada por invalidez e tendo que enfrentar verdadeiras batalhas para ter seus garantidos direitos respeitados. Chama a atenção por onde circula e após um papo, mais do que isso, respeito e admiração.
5 comentários:
Henrique
Precisamos de mais TITOS e menos Pedros, sejam eles TOBIAS ou ROMUALDOS. E viva o Malazartes.
Sônia B.
Henrique
Volto a postar sobre o mesmo assunto, pois esqueci de dizer algo. E isso merece ser dito:
Precisamos de mais TITOS e MANUS e menos Pedros, sejam eles TOBIAS ou ROMUALDOS. E viva o Malazartes.
TITOS e MANUS fazem e acontecem, com ou sem ajuda de poderes públicos. Já alguns PEDROS, qdo o fazem, fazem aquilo que cheira ruim.
Sônia B.
Como foi essa história do Tito? Marcaram apresentações e depois levaram para outras cidades. Você tem detalhes disso. Quem fez isso? Não me diga que foi o 'ineficiente'? Mais uma dele. E ninguém faz nada. Até quando? Estão esperando ele acabar de vez com o lugar onde atua.
Paulo Lima
meu caro Paulo Lima
Eu não quero colocar mais lenha na fogueira do que já tenho colocado. O Tito Pereira é uma pessoa calma, tranquila, dessas abnegadas, que faz um monte de coisa porque gosta, porque acredita nelas, porque vê nisso uma forma de ir apresentando para nós o resultado do seu intenso trabalho. Magoado ele está, mas sei que superou novamente isso tudo, pois a continuidade do que faz é mais importante do que qualquer picuinha. Os problemas estão aí, evidentes e qualquer dia desses serão resolvidos, para o bem de todos e felicidade geral dessa cidade.
E tenho dito.
Henrique, direto do mafuá
Por tudo o que ouço e leio pela cidade, não está mais do que na hora de toda essa gente ligada a cultura se unir e propor diretamente ao prefeito a saída desse .....?
Não quero dizer um palavrão, pois hoje na cidade, ouvi uma história e não consigo entender como uma pessoa normal consegue agir dessa forma.
O retrocesso é tão grande, que se nada for feito já, será irreversível. O cara é totalmente despreparado.
Carlos P. F.
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