segunda-feira, 31 de agosto de 2009

DIÁRIO DE CUBA (36)

“MUJERES”, UMA CONTAGIANTE PEÇA DE TEATRO
Primeiro dia em Santiago de Cuba, 19/03/2008, quarta-feira, após andanças pela cidade junto do seu Alberto e visita ao Quartel Moncada, por volta das 17h30, vou andar só pelo centro da cidade. Desço pela rua do Hotel e na primeira paralela, o movimento começa a aumentar já duas quadras abaixo. A rua é interditada aos carros e todos andam com mais folga, pois as calçadas são um tanto estreitas. Algo me chama a atenção, uma placa indicando um teatro. Uma peça terá início em 15 minutos, patrocínio da Aliança Francesa. Ganho a tarjeta para entrada gratuita. Desço até a quadra debaixo e um grupo musical canta numa pequena praça. Espio de longe. Na outra esquina, paro para ver a programação de um cinema. Uma sessão começaria quase naquele instante, 18h e outra às 20h. Para aquele dia não daria, mas pretendo não sair de Cuba sem assistir um filme, de preferência cubano.

Volto para o teatro, entrego a tarjeta a uma simpática porteira, após um papo sobre Brasil, subo a escadaria e adentro a sala. O local é pequeno, com no máximo uns 150 lugares, mas muito confortável. Não está lotado, mas recebe um bom público, onde quase metade das cadeiras estão ocupada. Como no Brasil, não começa no horário. O atraso não passa de quinze minutos e a peça se chama “Mujeres” (texto e adapatação de Christine Matos), uma adaptação do grupo "Teatro Estudio Macubá", de Santiago de Cuba e do "Akwaba Ka-théatre", de Chateauneuf de Gadagne, França, em cima do famoso texto “Monólogos da Vagina”. No folheto um agradecimento: “com su apoyo para que este prejeyto um poco loco pueda existir”. São cinco mulheres no palco, por quase uma hora e meia, numa interpretação de cair o queixo. Tiro duas fotos só no final do espetáculo, pois achei deselegante fazer isso desmedidamente durante a apresentação.

Queria muito ficar ao final, para transmitir um abraço brasileiro, dizendo às cinco atrizes que conhecia a encenação brasileira com o mesmo título e que havia gostado muito dessa cubana. Preferi voltar para o hotel, pois havia dito ao Marcos, meu companheiro de viagem, que daria uma breve caminhada e já se passavam mais de três horas. De posse de uma pet de dois litros, com um gelado refresco de limão, chego todo pimpão e não deu outra, ele estava nervoso e achando que havia me perdido ou sido atropelado. Estava é cansado. Decidimos descansar e começar um melhor reconhecimento na cidade logo cedo. Descemos só para comprar dois lanches e dois iogurtes, vendidos em embalagens plásticas, com meio litro. Para terminar o dia, muita TV cubana e algumas opções internacionais. Adorei e fiquei habituê da "Tele Sur" venezuelana, com uma vasta programação latino-americana.

3 comentários:

Anônimo disse...

Preferir a Telesur chavista às nossas brasileiras é muito, não?

Anônimo disse...

Preferir a apresentação das atrizes cubanas e a encenação deles às nossas brasileiras é muito, não?

Mafuá do HPA disse...

para esse Anônimo:

Vamos por partes, como Jack, o Estripador:

1. Feio isso, da forma como está sendo feito. Duas indagações anônimas esem pé nem cabeça, completamente fora do contexto do texto;

2. Qual a intenção disso? Imagino, mas prefiro tirar de letra. Repudio esse tipo de procedimento e da forma como está sendo feito. provocações gratuitas não são merecedoras de resposta;

3. Poderia respondê-las facilmente, mas acho desnecessário e desalentador fazê-lo sem ao menos saber que tipo de pessoa está do outro lado. Trata-se de ironia, chacota, provocação, bestialidade, ou tou isso junto;

4. Quem me lê, me acompanha aqui ou somente leu esse texto percebe a irracionalidade das indagações. Em que momento eu afirmei que prefiro a TV venezuelana (de ótima qualidade) em detrimento das nossas. Poderia fazê-lo, mas não o fiz. Motivos para isso eu tenho de sobra. Em que momento eu afirmei que as atrizes cubanas e a encenação assistida são melhores que as nossas. Conheço muito pouca coisa da teledramaturgia cubana e bastante da brasileira. Tenho críticas variadas (elogios também) à nossa, mas seria leviano uma comparação sem conhecer a ambas. O que vi lá, gostei e muito. Só isso.
Outras interpretações são viagens, algumas fora de órbita, como as lidas nos dois comentários acima.

Abracitos a todos.
Henrique, direto do mafuá