AS MUITAS 'BAURUS' - publicada na edição de 01.08.2009
Bauru faz anos hoje e é dela que quero falar. Nasci aqui e foi aqui que estudei e me criei. Escapuli depois, circulei por aí, mas acabei voltando e vivencio tudo à minha volta com a devida atenção. Enxergo a existência de várias Baurus dentro da grande Bauru. Escolhi a minha e pouco circulo na outra. Questão de estilo. Existem tribos na cidade para variados estilos. Bauru não foge ao modo de vida provinciano. Não perdeu certo ar de simplicidade, mesmo com gente insistindo no contrário. Gosto quando nos chamam de caipiras. Perder a caipirice pra que? É tão bom assim. O jeito engalanado não nos diz nada e viver mais moderadamente é tudo de bom. Basta de ostentações. Circulo onde os modismos são menos evidentes. E eles existem.
Me dou bem na minha Bauru, noutras me atrevo pouco, fogem do meu estilo. Cada um na sua, permaneço na minha. Garimpo bares, pequenas lojinhas, gosto mais do pequeno mercadinho, do bate papo na feira, do sentar na praça, do churrasquinho na calçada e de conversar com os vizinhos. Sou periférico. O papo é menos perigoso, mais sincero, mais generoso. Cada um freqüenta a Bauru mais com a sua cara. Tem quem não saia dos "Altos", outros, como eu, preferem os "Baixos". Vivo cada vez mais com os olhos voltados para essa gente mais simples. Sei que não é fácil a convivência dessas muitas Baurus, ambas bem distintas. É um belo exercício diário, praticado a cada instante, onde renovo a esperança de que um dia, enxerguemos o outro, sem interesses.
Obs.: A ilustração é do paranaense Miran e ilustra um outro lado que não devemos perder jamais, nesse caso, o de estender a roupa na janela, seja onde estivermos... A foto recebi de um anônimo, motivo pelo qual não cito a fonte. O texto, uma singela contribuição, para evidenciar a Bauru que temos e a que queremos.
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