sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DO ERNESTO VARELA (10)

UMA COMEMORAÇÃO, UMA REUNIÃO E UM QUE AINDA NÃO FOI NÃO CONVIDADO
Estive ontem na festa dos 100 Anos da chegada do primeiro trem da Cia Paulista em Bauru, realizada na antiga estação da Cia Paulista. O evento teve seu momento significativo com a liberação anunciada pelo prefeito Rodrigo Agostinho, de valores correspondentes a duas emendas do Orçamento, que serão totalmente utilizadas no restauro dessa e de outras estações férreas na cidade. Duas emendas advindas de deputados do PT, a primeira e a maior do Vicentinho (iniciativa da administração anterior, de Tuga Angerami) e a segunda, de Ricardo Berzoini. Serão quase R$ 400 mil reais e uma promessa de que em um ano as instalações estarão prontas para receber o Museu Histórico Municipal e abrigar o MIS - Museu da Imagem e do Som, além de algo com o Módulo II do Museu Ferroviário. Muito digna a lembrança de Rodrigo, citando meu nome e de Sérgio Losnak, representando duas administrações anteriores, que lutaram por ter aquele espaço como área pública. Mais digna ainda, a lembrança de algo que está acontecendo na cidade e que o comando da atual Secretaria Municipal de Cultura ignora uma idéia avançando cada vez mais, a da criação do grandioso projeto cultural do "Museu do Trem", dentro de barracões das antigas oficinas da NOB.

Algo impensável no momento é o acontece em relação à Associação de Preservação Ferroviária e de Ferromodelismo de Bauru, presidida por João Donda e tendo como secretário Ricardo Bagnato. Única em atuação na cidade, tendo já realizado dois encontros férreos de grande movimentação, são ignorados pela SMC. São tratados como algo inexistente. Isso demonstra a inabilidade de pessoas da SMC, pois enquanto tudo o que essa Associação produz, tem receptividade e avança (até com citação elogiosa do prefeito), ocorre um atravancamento por inépcia e despreparo de quem deveria estar caminhando junto. A Associação está novamente em evidência, em algo que ocorre nessa segunda próxima, 22/02, quando marcou uma importante reunião, em parceria com a Prefeitura Municipal de Bauru, onde será discutido a preservação do patrimônio histórico ferroviário da cidade. Nessa reunião estarão presentes representantes da Associação, do Executivo Municipal, Secretaria Desenvolvimento Econômico, Emdurb, Liquidante da RFFSA, DNIT - Depto Nacional Infraestrutura Transportes, SPU - Secretaria de Patrimônio da União, ALL - América Latina Logística, IPHAN - Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, CODEPAC, Associação Amigos do Museus de Bauru e MPF - Ministério Público Federal. Notaram a falta de algum componente, que em outros casos seria peça fundamental nessa reunião? A Secretaria Municipal de Cultura, que ignora a Associação e, portanto, não foi convidada.

Bagnato foi taxativo quando questionado sobre o assunto: "O secretário nem conversa conosco. É como se não existissemos. Assim sendo, ele também não existe para nós. Vamos realizar e colocar em prática nossas ideías, sem que a Cultura esteja à frente ou ao nosso lado. Algo impensável, mas impossível de realizar com o atual secretário. Eles administram o Ferrovia para Todos, o Museu Ferroviário, teriam que estar entrosados com quem discute e respira ferrovia, mas preferem outras ações". Na festa de ontem, outro destaque foi o sr Waldomiro Rett, figura conhecida por ser um conhecido exterminador de formigas. Trabalhou na Cia Paulista até a aposentadoria e fez questão de levar uma bela árvore para ser plantada no local. Chamou a atenção no evento, interrompendo os discursos, pedindo palmas. E quem teria jeito de impedir um senhor de mais de 80 anos de fazê-lo? E ele fez, roubou a cena e chamou o prefeito para plantar a tal árvore, debaixo de uma persistente garoa, logo transformada em chuva. Nas fotos, algumas das pessoas que por lá passaram. Prefiro publicar as dos trabalhadores, dos executores, das pessoas simples que por lá aportaram, do que a das autoridades. Uma bela festa, que contou também com a presença da Banda Municipal, sob regência do maestro Roberto Soares. Sai de lá molhado, mas em estado de graça, pela lembrança feita pelo prefeito de trabalhos realizados para obtenção daquela área e por saber que tudo terá solução de continuidade, além de constatar o seu interesse em estar ao lado do projeto do Museu do Trem, mesmo que um seu secretário aposte contra. Foi bom rever nossa Maria Fumaça, que poderia muito bem já ter voltado a circular nos trilhos bauruenses.
Para encerrar, imaginem alguém como o repórter ERNESTO VARELA, diante de tal situação, mais do que esdrúxula, aproximando-se do atual Secretário de Cultura, com o microfone em punho: "Meu senhor, algo parece estar errado no reino da Dinamarca, pois quem deveria ser um dos grandes interessados em participar dessa reunião está sendo alijado. Não percebes um sinal nisso? Um toque? Não te incomoda? Tá tudo bem? Entende de linguagem dos sinais? Mensagens cifradas? Charadas? Quer que te decifre essa?"

5 comentários:

Anônimo disse...

Henrique e Bagnato:

Não sofram por antecipação, voces sabem com quem estão tratando. O cara láestará como se nada tivesse acontecido e convidado fosse. depois me contem.

Lucas

Anônimo disse...

A coisa por aqui está de mal a pior e nenhuma solução a vista.
Não existe linha nenhuma de diálogo entre a direção da Secretaria de Cultura e nós funcionários.
Uma pessoa decide tudo, de forma isolada e autoritária.
Até quando?
Se o Carnaval deu certo, deve-se muito ao nosso trabalho e isso foi o que menos ouvi.
Pensem um pouco mais nos funcionários

D.

Anônimo disse...

quando tirarás a máscara hein novato?

Mafuá do HPA disse...

Um anônimo me chama de novato e de mascarado:

Vamos por partes.

Mascarado fui até quarta-feira passada, a de cinzas, e por pouco tempo, somente durante o período dos festejos de momo. E gostei muito.

Novato sempre serei. Não quero nunca ser experiente em certas coisas, talvez as que vc insinua ter mais conhecimento que a minha pessoa. Que assim continue.

Também tenho algo a relatar e aproveito esse momento para fazê-lo, sendo que também tratarei disso num outro texto, com mais detalhes. Estou fora de Bauru hoje, em Ourinhos e Santa Cruz do Rio Pardo, viajei de ônibus e aproveitei a viagem para ler um livro há tempos na fila no mafuá. É o "Uma vida nova e feliz...sem poder, sem cargo, sem carteira assinada, sem crachá, sem secretária e sem sair do país", do jornalista Ricardo Kotscho. Estava para tomar uma séria decisão no blog e após ler esse livro a tomei.

Não vou mais tecer críticas nesse espaço à atuação do mandatário da Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, mesmo mantendo sérias divergências sobre sua atuação, não condizente com a grandeza do cargo que ocupa. Esperava pessoa melhor preparada, que entendesse a cultura e a pudesse fazer conhecer novos caminhos. Hoje tenho certeza que ela continuará estagnada durante a atual gestão, pois existem acordos, que o prefeito faz questão de respeitar e tudo continuará como dantes. Não vou ficar dando aqui murros eternos em ponta de faca. Meu posicionamento já é por demais conhecido. Não preciso mais ficar cutucando ninguém. Esqueçam disso. Meu papel aqui será outro. Mostro o lado certo, com propostas, mas sem citar o que está sendo deixado de fazer (quase nada) e os eventuais cutucões. Mais dia menos dia me dirão quem tem razão.

Daqui de SCRP, com o livro ainda aberto, transcrevo uma frase que servirá como bastião desse meu novo momento:

"Se nos desse mais prazer elogiar do que criticar o trabalho dos outros...

Se os oleitos para fazerem oposição dedicassem um pouco do seu tempo a pensar em soluções e projetos viáveis para o país em vez de se preocupar apenas em detonar o governo de plantão...

Se os ex em geral fossem cuidar da vida em vez de ficar azucrinando a de quem partiu ou ficou em seu lugar...quem sabe, talvez, a gente pudesse melhorar as coisas".

Fui claro? Kotscho me fez abrir os olhos, os olhos desse sempre "novato". Vou cuidar da minha vida e deixar que os atrapalhados se emaranhem sózinhos, eles mesmos no próprio novelo que estão produzindo, sem que alguém possa dizer que tive algo a ver com isso. Continuarei falando muito de cultura por aqui, mas sem tocar na que está sendo deixada de fazer no setor público municipal.

Melhor assim, não?

Um abracito a todos, hoje da estrada.

Henrique

Anônimo disse...

Isso mesmo meu caro Henrique.
deixe eles se matarem sózinhos, pela incompetência lá deles.
PAULO LIMA