SIVALDO CAMARGO FEZ ANOS, O AZAR É SÓ DELE...
Sivaldo Camargo é meu amigo e de longa data, mas estreitamos mesmo as relações quando trabalhamos juntos na Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, na mesma sala, uma mesa quase ao lado da outra. Ele exercendo o cargo de Diretor de Ação Cultural e eu, o de Proteção ao Patrimônio Cultural, sob coordenação do Vinagre, nosso Secretário e do prefeito Tuga. Não existia dinheiro no caixa para quase nada, mas muita coisa foi conseguida. Foram quatro anos de uma riqueza incomensurável, onde demos o melhor de si. Ele, com um passado muito rico dentro do meio teatral, musical e da dança, já fazia e acontecia desde a época quem que ainda usava calças curtas. É que esse meninão começou cedo e seu envolvimento com as artes já o levou para vários outros rincões. Tenho ótimas recordações de vê-lo lá na Cultura municipal buscando trazer novidades para apresentações em nosso teatro e outros espaços públicos. Conhecedor do caminho das pedras, sempre muito bem antenado, dos que sabem muito bem distinguir o joio do trigo, vivia em ebulição. Outro dia fui ler minhas agendas desses quatro anos e comparando a agenda do teatro com da administração atual, constato o quanto foi produzido no passado. O Teatro Municipal vivia cheio de apresentações e hoje, vive às moscas (Ouvi que queriam diversificar, levar cultura para os bairros. Hoje, não é feito nem uma coisa nem outra). Sivaldo tem culpa no cartório belo bom momento vivido no quesito cultural na cidade. Alguém pode querer relembrar problemas, sim, eles existiram, mas caminhamos, avançamos e sempre "adelante".
Pois é, Siva, como o chamo, fez anos ontem. São quarenta e lá vai fumaça, quase um cinquentão, mas batendo um bolão e com a cabeça fervilhando idéias, como sempre. Ano passado, já fora das hostes municipais, presenciei algo grandioso, quando dirigiu a nova versão do show/espetáculo "Opinião", em quatro apresentações de encher os olhos (O Templo sempre lhe abre às portas para suas invencionices). Tinha outro no prelo, mas adiou com a morte do Paulo Keller. Ontem ouço ele comentar sobre alguns nomes a compor um outro musical. Aguardo ansioso, pois sei que com o seu envolvimento, uma certeza, coisa muito boa à vista. Comemoramos seu aniversário ontem lá no SESC, durante o show do "Clube do Balanço" (um excelente samba-rock - cantamos juntos um "Querido amigo Afonsinho...), onde vimos pouco da cantoria, mais ouvimos, pois com a quadra lotada, ficamos bebericando e conversando com os amigos que iam e voltavam onde estávamos.
Quem o conhece de frequentar sua casa, sabe que ele é possuidor de um cantinho só seu, mais do que especial. Uma espécie de mafuá ao contrário, pela organização sempre presente. Lé tem de tudo, desde uma coleção de DVDs Cults, CDs que ninguém tem e LPs raros, aliás, raríssimos, desses que valem uma nota. Livros são muitos e todos muito bem organizados e com temas que dão vontade de ler de imediato. Uma grande poltrona, macia e aconchegante faz com que iniciemos a leitura ali mesmo, sob o som de alguma música escolhida a dedo. Dar uma passadinha rápida por lá é algo difícil, pois diante de tudo à sua volta, como sair sem espiar de tudo um pouco. Meu amigo Siva é um contador de histórias e quando começa uma, vem com o bordão: "Sabia dessa?". E começa a contar, daí o melhor mesmo é sentar e ouvir, porque sempre se aprende algo de muito bom nesses momentos. Além disso tudo, de dançarino e professor nessa arte, é também um menestrel com um avental diante de um fogão (já foi dono de buffet). É um coringa nato, pois bate um bolão nas onze posições. Dele, muito a falar, muito a ser lembrado e muito a ser vivido. Um amigão, desses tão em falta hoje em dia.
OBS 1: Todas as fotos foram tiradas lá no SESC, ontem à noite.
OBS 2: Outros dois fazem aniversário nesses dias, a Néia, hoje Diretora dos Museus Municipais (esposa do querido geraldão, maquinista da hoje parada Maria Fumaça) e o guitarrista Norba, que dizem trouxe o instrumento para Bauru, completando uma data redonda que não ouso declarar aqui.
Um comentário:
meu caro Henrique
Quer um entendido em música, Sivaldo é um deles.
Quer falar de teatro, ele é um dos nossos entendidos.
Se o assunto é dança, não existe outro na cidade.
Quando a temática resvala em culinária, falemos e observemos Sivaldo falando e demonstrando na prática suas aptidões.
Querendo algo sobre o bom gosto musical, literário e conematográfico, láestá Sivaldo.
Lembra-se do dia em que estivemos lá na casa dele, bebericando e falando de tudo um pouco.
Você até retratou aqui no mafuá com um título fazendo uma alusão aos "Doces Bárbaros" de Bauru.
Sivaldo bate nas dez, figura que também é meu amigo. Por que não me convidaste para a noitada no SESC no dia do aniversário?
Duílio Duka
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