sábado, 25 de setembro de 2010

DROPS - HISTÓRIAS RELAMENTE ACONTECIDAS (39)

NO SÁBADO, PREFIRO FALAR DE PARALELEPÍPEDOS, DANÇA, DR RAUL E UM AVIÃO.
Ontem, sexta, 24/09, percebo cedo uma movimentação da equipe de asfalto da Prefeitura nas imediações da Feira do Rolo. Aciono a imprensa via e-mail. Só o JC repercute a questão do impedimento de se colocar asfalto sob o piso de paralelepípedo. Durante todo o dia, equipe da Polícia Militar e do Exército Brasileiro estiveram no local, efetuando uma limpeza e pintura de paredes. O visual melhora e pelo menos, por enquanto, parece ter sido demovida a idéia de asfaltar o largo. Na matéria de hoje no JC, um pouco mais de luz sobre a questão. Que o assunto continue sendo mais bem discutido, assim como a continuidade da Feira do Rolo. Ouvi até algo sobre mudar o nome da feira. Inconcebível, pois quem criou essa denominação foi a própria população. Não me venham com essa.

Comento aqui sobre algo que presenciei junto da Ana Bia na noite de quinta, SESC, 20h, entrada gratuita. Um espetáculo de dança, o “Meu Prazer”, da Cia de Danças Marcia Milhazes, lá do Rio de Janeiro. Ela mesclou vozes de cantores brasileiros, com algo muito forte dentro do imaginário poético, “onde quatro pessoas carregadas de suas estórias e experiências solitárias criam uma trama do sentido – a solidão como um desejo do desconhecido”. Melhor que tudo foi o bate papo ao final com a própria Marcia, abrindo a mente de todos para um melhor entendimento do que foi visto. Ela trabalha literalmente em família, pois a irmã, Beatriz, artista plástica, assina o cenário e a mãe, Glauce, a retaguarda do espetáculo. Um trio de responsa. Ana Bia conhece bem todas, a mãe foi sua professora de História da Arte no Rio e as duas filhas, um trabalho que vem sendo acompanhado faz certo tempo. Encantador a proposta de todas, numa abertura para uma fuga diante de um mundo onde tudo parece ter uma só saída. Ela nos mostra outros caminhos e isso é sempre maravilhoso.

Ontem, sexta, 24/09, 20h, Guilhermão na UNESP, debate dos ditos Candidatos de Bauru, dessa vez os à Deputado Federal. Não fui, mas ouvi pelo rádio. Dez presentes e algo de muito pouco resultado prático. Algo triste e que serve para mostrar o pensamento dos candidatos. Nas considerações finais de cada candidato, dr Paulo, do PV, disse que aqueles que possuem recebimento de valores provenientes de Bolsa Família, essas coisas não deveriam votar, pois são de votos de cabresto. Mais elitista impossível. Precisam avisar o dr. Raul que não é só rico e letrado que vota. Pobre e com renda mínima também o fazem e isso foi uma conquista de mais de setenta anos. Muitos pensam assim, igualzinho a ele e deles me distancio, cada vez mais.

E para encerrar e fechar a tampa do caixão, algo constatado ontem: A suntuosa equipe do Jornal Nacional itinerante, uma que viaja Brasil afora às vésperas de eleições presidenciais passou por Lençóis Paulista. Do que foi visto, nada a acrescentar, mas do avião, sim. Viram onde ele pousou, no Aeroclube e não no “Aeroporto Internacional de Passageiros e de Cargas Bauru/Arealva”. Ouço encantando histórias sobre a versatilidade do novo aeroporto (sic), mas na hora que todos precisam de algo com agilidade, destreza, praticidade e eficiência, o bom, surrado e velho Aeroclube cai como uma luva. Alguém ainda um dia irá contar os detalhes desse novo e encostado aeroporto. Aguardo ansioso...

4 comentários:

Mafuá do HPA disse...

25/09/2010
Codepac critica trocar os paralelepípedos por asfalto na Feira do Rolo


Com o objetivo de combater o comércio de produtos furtados e roubados, melhorar a segurança e dotar a Feira do Rolo de atrações culturais, o 4º Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM-I), em parceria com órgãos municipais, está colocando em prática proposta de revitalização do espaço onde a tradicional feira de produtos usados de Bauru é realizada, a quadra 1 da rua Júlio Prestes. Mas integrantes do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac) alertam que a revitalização deve preservar e considerar aspectos históricos e culturais do local, o que inclui o paralelepípedo da rua.

Além de limpeza da área onde é realizada a Feira do Rolo, pintura dos imóveis da via, incluindo o prédio da antiga estação ferroviária, e ambientação do local para apresentações culturais, foi proposto pavimentar a rua, que é de paralelepípedo. “Essa mudança de visual deve ser cuidadosa e não pode mudar a essência da feira”, aponta o presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac), Sérgio Losnak.

“A Feira do Rolo tem um significado e trajetória marcantes na história da cidade. Ela retrata uma época em que feiras aconteciam próximas a estações ferroviárias”, explica. “Não se pode querer, por exemplo, mudar o nome da feira. O nome estabelecido, Feira do Rolo, foi dado pela própria população”, completa, frisando que não será a troca do paralelepípedo pelo asfalto que combaterá a criminalidade.

Conselheiro do Codepac, Henrique Perazzi de Aquino, concorda. “É mais fácil limpar e manter limpo asfalto que o paralelepípedo, mas é preciso considerar aspectos históricos. O calçamento tem significado histórico que deve ser preservado”, aponta. “Com o asfalto, a cidade perde impermeabilidade”, ressalta Aquino.

Atendendo as ponderações dos defensores do patrimônio cultural, a PM já está revendo a substituição do asfalto pelo calçamento de paralelepípedos na quadra 1 da rua Júlio Prestes. “Nós cogitamos asfaltar porque acreditamos que o asfalto deixará o local mais arrumado e é importante garantir um visual limpo, pois assim inibimos as incidências de crimes naquele local”, explica o tenente-coronel Nelson Garcia Filho, comandante do 4º Batalhão da PM.

“Também conseguimos, assim, melhorar a autoestima dos moradores”, afirma Garcia, que ainda pretende negociar com o governo municipal melhorias de iluminação para combater prostituição no local. Na opinião de Losnak, ao invés de asfaltar, o ideal seria retirar ondulações do piso da via e, ao mesmo tempo, reconstituir cenas históricas.

Para Losnak, a proposta de revitalização Feira do Rolo deve ser discutida com os órgãos de defesa do patrimônio histórico e cultural da cidade. Além da PM, Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) e Secretaria de Planejamento (Seplan) estão envolvidas na revitalização.

Para combater a comercialização de produtos ilegais, a Seplan fez uma espécie de mapeamento visando nova organização dos feirantes, visto que será necessário o deslocamento de algumas barracas para a instalação da base móvel da Polícia Militar, além dos banheiros químicos, bebedouros públicos e apresentação de peças teatrais e musicais, conforme pretende o projeto proposto pela PM.

Essa a matéria que saiu hoje no Jornal da Cidade

Anônimo disse...

CARTAS PESSOAIS
reproduzo aqui as cartas (e mail) trocados - após o espetáculo do sesc - entre ana bia e a professora glauce milhazes. o objetivo é somente o de ilustrar que ainda é possível uma relação de amor, carinho e amizade entre professores e alunos.
de ana bia para glauce
querida glauce

em primeiro lugar, por favor, diga a sua filhota que é cada vez mais raro encontrar uma pessoa tão apaixonada, visceral quanto ao que faz. tão feliz! marcia é muito especial, dispenso outros adjetivos óbvios - como inteligente, etc. sabe o que faz - e, o faz bem. é o que basta. que carinho com a equipe. que maturidade no trabalho. uma beleza ! generosidade imensa em conversar e compartilhar tudo o que lhe vem a cabeça com as pessoas. humildade em todos os sentidos - até mesmo quanto a sua própria trajetória. ser humano de primeira que relata sua trajetória familiar com contundência na carreira. ocê criou em casa duas belas moças, tanto quanto tantas e tantos moços em sala de aula. quanto à bia que me toca mais diretamente... nem tenho o que dizer. eu estava um tanto cansada hoje pra te ajudar a desmontar as obras de bia - gostaria de ter visto o como. mas, também menstruada nem poderia tanto ser útil enquanto mão de obra.

como te disse, rapidamente, foi assim - como um flash - que cheguei aqui nas terrinhas caipiras. sempre aprendendo com meus e minhas professoras. sempre aprendendo com a vida que nos surpreende a cada dia. nossa ligação é mágica. da mesma forma que você se lembra do episódio do ricardo da minha turma (eu estou com 42 anos e estudei contigo entre 9 e 16) eu me lembro do filme super 8, da cortina de papier machê, dos nossos encontros no municipal (embora vc no balcão nobre e eu na galeria, muleca pulando o porteiro pra descer quando o donn dançava ravel, a haydée a megera domada, a norman cantava carmem, o kara dirigia a orquestra, o nelson freire ... e cia ltda. autógrafos e autógrafos naquele teatro.. old times.


hoje sou caipira. doutora em psicologia social com tese sobre daspu - a grife das putas cariocas. professora em estágio probatório no departamento design na unesp / bauru. encontrei o amor da minha vida. o que mais quero mesmo? nem sei.... talvez me estabilizar financeiramente pra fazer as minhas jóias e meus vídeos documentário (sementinha que uma tal professora plantou aos 10 anos de idade quando me emprestou uma super 8 pra ir pro jardim botânico - se localizar este filme me diga. me lembro que foi com o márcio aurélio, hoje dono de uma cadeia enorme de laboratório de análises clínicas do pai que faleceu quando estávamos na sexta série, chama-se dna - com a priscila, alta executiva da ibm).

quando comecei a dar aula - aos 25 anos - te procurei pra aprender como dar aula de história da arte. passamos uma tarde excelente na sua casa que continuou num bar em copacabana. nunca me esqueci. no fim, nunca dei aula de história da arte e sou professora de faculdade. ói que chique ! e ainda com diploma de doutorado da uerj. fim de carreira pra quem foi do cap.

enfim, causos e causos neste percurso. o mais importante é poder sempre dar um abraço na professora que marca sua vida.

veja quando puder o blog do meu namurado. henrique. é mafuadohpa.blogspot.com

vê se posso - arrumar um namurado mais mafuzeiro do que eu ? ninguém merece!

estou muito feliz e fiquei mais ainda em te ver. e ver a lindeza de marcia e em te ver tão linda! minha professora, tá?! mamãe vai tentar ver a bia em sampa. estarei por lá no meio de outubro e no rio no final do mesmo mês. tudo cungresso. sabe como é a tal vida acadêmica que eu tanto amo. devo muito disto a você e a seu irmão que tanto me ensinou a ser atriz quando necessário.

um beijo do fundo do meu coração.

faça uma boa viagem e se acostume com as 11 horas pra voltar por estas bandas.

da ana bia andrade (ana beatriz pereira de andrade - sua sempre aluna)

Anônimo disse...

de glauce para ana bia:
Querida Ana Beatriz,

Que emoção senti, na penumbra da platéia do SESC Bauru, ver uma pessoa sorrateiramente procurando alguém. Ao reconhecê-la, quase não acreditei. Nossos caminhos, vez por outra, se encontrando, né? E a mesma Ana Beatriz da grossa trança, de olhar sempre desconfiado e prescrutador, silencioso diante de tudo e ao mesmo tempo questionador, à minha frente.

Minha querida, muito obrigada pelas suas carinhosas palavras. Sempre fui uma professora que dei tudo o que de melhor possuía e, mesmo diante do aparente desinteresse de alguns - já que consideravam História da Arte coisa não séria -, jamais me abalei. Hoje, cada vez mais tenho a certeza - se é que podemos tê-la -, de que estava dando para vocês uma rica oportunidade de se conhecerem e tentando ajudar a procurarem os seus caminhos. Nesse processo, estava também encontrando e fortificando a minha trajetória e convicções.

Sempre dei mais do que a Instituição me pedia e não me arrependo das horas a mais que trabalhava sem cobrar, para que vocês tivessem o máximo de qualidade dentre as muitas dificuldades que estavam em torno.

Quanta saudade dos murais semanais, dos muros das Tarsila e outros, dos alunos, dos filmes SUper-8, dos teatros etc. A cortina que você fala, fazia parte do cenário da peça da Maria Clara Machado - Maria e o vento. Ela foi feita com diferentes tons de azul em tirinhas de 1cm. Que tal? E que maravilha ficou, com os tufos no chão como se fossem nuvens. E a Maria, uma pipa, cuja haste malemolente foi a antena do meu carro que quebraram na hora certa, já que estava procurando um elemento exatamente como aquele. Nada é por acaso. O acaso, naõ existe.

Muito obrigado pelas palavras às minhas filhas, elas merecem, já que são seres íntegros e que dão a vida por aquilo que escolheram por profissão. Não se corrompem e, apesar de todas as láureas, continuam sendo as mesmas pessoas e, óbviamente, fico feliz de terem nascido de mim e de tê-las criados com todo o carinho do mundo.

Imagine que pensei em chamá-la para desmontar e não o fiz devido estar acompanhada.Pensamos a mesma coisa, veja só. Esse momento somente nós entederíamos e que lamentavelmente não foi realizado. Seria um momento de voltarmos ao tempo passado num tempo presente e vivenciarmos um tempo mágico e quase inacreditável. Com certeza nós deixamos escapar e não me perdôo de não ter falado o que estava pensando. Por outro lado, seria bom você ter visto a desmontagem, já que as peças são todas soltas e presas por um processo Chinês. Uma maravilha! É lindo também, por trás. Saimos do teatro às 2,30h. Tudo pela ARTE.

Fico feliz de vê-la realizada no caminho profissional e afetivo. A vida é assim mesmo, quando menos se espera ela nos abre uma porta iluminada para que caminhemos na busca daquilo que buscamos. Segure essa oportunidade com unhas e dentes. Não a deixe escapar. Engulir sapos faz parte do aprendizado e São Paulo, com certeza, reconhecerá o seu talento.

Um grande abraço e um beijo do fundo do meu coração, também.
Glauce

Anônimo disse...

Ana Beatriz e Henrique,

Agradeço, mais uma vez, a gentileza de me enviarem as fotos únicas da nossa apresentação em Bauru. Aproveito para dizer que, devido as imensas dificuldades em prender os elementos cênicos na estrutura metálica, o cenário não foi colocado integralmente. Fizemos o máximo possível para não perder a integridade desejada.
Outra coisa Sr. Henrique, já havia enviado para a Ana Beatriz o nosso agradecimento pelas suas palavras no blog.
Foi um prazer encontrar com vocês e Viva o Brasil!
Um grande abraço da Glauce e Marcia Milhazes