LÁZARO CARNEIRO NA TV e MÁRCIA PESTANA, AGORA APOSENTADA
1. Tem uma frase do Dorival Caymmi que diz assim: “Todo mundo é carioca, mas Aldir Blanc é carioca mesmo” e aqui em Bauru poderia aproveitando do mesmo dizer sem medo de errar: “Todo mundo aqui é caipira, mas Lázaro Carneiro é caipira mesmo. E com muito orgulho”. É não é que o caipira que leu Nietzsche apronta mais uma. Dessa vez não o desculpo por nada desse mundo. No único dia onde ainda posso acordar mais tarde na semana, no domingo, ele estará a partir deste 1º de Maio, apresentando um programa na TV Preve, o ‘Rancho Cultural” (junto com Cláudio Dangió, que ainda não conheço), à partir das 8h de la matina. E é claro serei obrigado a acordar cedo para ver o que o mesmo anda aprontando na telinha mágica. Ele me avisa antes de viajar, ou seja, o mesmo grava alguns programas e cai na estrada para ver o filho defender banca de mestrado em Araraquara e depois recepcionar um poeta cubano, remanescente de Sierra Maestra, que estará se hospedando na casa do filho em Atibaia (pena ser muito longe daqui). Então, sou informado que o programa será apresentado aos domingos 8h, com direito a repeteco nas terças 21h30 e nos sábados às 16h e a cada semana mostrando um bocadinho da cultura popular ainda a persistir aqui dentro dessa Bauru. Tem quem vire a cara para essa caipirice, mas ela é inerente até aos envernizados, mesmo que eles a rejeitem.
O cara é modesto e já avisa aos perfeccionistas que “o primeiro saiu bem feinho, mas no segundo melhorou um pouco. Já temos quatro programas gravados. Pensei que fosse mais fácil unir simplicidade e conteúdo cultural em um só programa”. Desse primeiro reuniu uma dupla de garotos catireiros e coloca os dois para baterem o pé na televisão, depois a nossa dama do teatro, Regina Ramos caracterizada de caipira, versando algo aqui da terrinha. Preparou também um almoço rancheiro, desses bem simples, mas que dão uma sustância danada de boa no sujeito e despeja tudo depois de amanhã para apreciação geral dos amigos e interessados em cultura popular.
Quase não tenho mais visto a TV Preve, pois não tenho lá muito estômago para as entrevistas comandadas pelo Duda. Prefiro ficar sem vê-las, mas o programa do Tuba e da Léa, o “Nota Dez” eu vejo de vez em quando e agora com esse “Rancho Cultural”, baterei cartão. Para os que virão com críticas sobre amadorismo e singeleza, antecipo dizendo que é assim que se aprende a fazer bem feito, pondo a cara para bater, errando, mas insistindo e falando de nossas verdadeiras coisas. Lázaro tem toda credibilidade e tudo para fazer um belo programa. Passo essa dica para todos e vamos ver no que isso tudo vai dar. Quem for caipira que me siga.
Eu tenho o maior orgulho te ter feito uma exposição com seus guardados, nos tempos que que estava na Cultura Municipal (cartaz ao lado). Entrevista de Lázaro Carneiro versando sobre Nietzsche, Caipiras, Caiporas e relatos mateiros:
http://www.overmundo.com.br/overblog/lazaro-carneiro-o-caipira-que-leu-nietzsche
A DESPEDIDA DE UMA GRANDE E HUMANA PESSOA, MÁRCIA PESTANA:
2. Convivi com a Márcia Pestana trabalhando na Casa dos Conselhos por muitos anos. Ali um espaço onde é mais do que necessário uma pessoa exatamente como ela, com flexibilidade para o entendimento das questões ali discutidas, o saber encaminhar tudo o que transita naquelas salas e mais, um diálogo franco, sincero, preciso e com sabedoria. Márcia foi a cara da Casa dos Conselhos por décadas e ontem, seu último dia de trabalho, sendo que hoje já está aposentada. É uma instigadora por natureza, alguém com um discernimento para conduzir algo tão cheio de meandros e entraves, com muitas tendências em jogo e para a boa condução, nada melhor do que alguém que realmente compreenda a importância da existência de um espaço assim dentro de uma cidade. Aprendi a gostar dela logo de cara, nos primeiros diálogos, quando a vi tomando partido nas questões cruciais para o desenvolvimento dessa cidade. Depois, quando a conheci melhor, aprendi a admirar mais. Certa vez a vi comentar algo sobre os problemas políticos de Marília, terra onde moravam seus filhos (talvez acabe mudando para lá ou Vera Cruz) e ajudou a instigar jornalistas da revista mensal Caros Amigos, a investigarem irregularidades lá cometidas. Fez isso a vida inteira, sem perder a fleuma e o ar de gente que não se deixa enrolar, não faz acordos espúrios, nem entra em dividida por coisas banais. Todos que a conhecem, sabem de sua conduta e a respeitavam exatamente por isso, por ser uma pessoa diferenciada, boníssima, mas dessas que não se enrola, não se passa para trás. Os que ousaram fazer isso, receberam na lata um chamamento, um “pito” como diria. Ontem, convidado pelo amigo em comum Ademir Elias, fui na festa de despedida e revi junto delas muitas pessoas dessa e de outras administrações, além de conselheiros outros sem vínculo com a Prefeitura. Destaco duas, dona Ruth e Fujica. Duas mulheres da mesma cepa, duas pessoas que para todos os a conhecerem um pouco da história de Bauru nos seus bastidores dispensam apresentações. É um trio de muito brio. Revi ali também o novo responsável pela Casa dos Conselhos, Jaime Luzia, com quem convivi por algum tempo no Museu Histórico. Se ele tiver 30% do que vi nesses anos na postura da Márcia, aquela casa terá uma bela solução de continuidade. Adoro escrever de gente como Márcia, dessas que ao rever vou logo abraçando e elogiando. Ela merece.
2. Convivi com a Márcia Pestana trabalhando na Casa dos Conselhos por muitos anos. Ali um espaço onde é mais do que necessário uma pessoa exatamente como ela, com flexibilidade para o entendimento das questões ali discutidas, o saber encaminhar tudo o que transita naquelas salas e mais, um diálogo franco, sincero, preciso e com sabedoria. Márcia foi a cara da Casa dos Conselhos por décadas e ontem, seu último dia de trabalho, sendo que hoje já está aposentada. É uma instigadora por natureza, alguém com um discernimento para conduzir algo tão cheio de meandros e entraves, com muitas tendências em jogo e para a boa condução, nada melhor do que alguém que realmente compreenda a importância da existência de um espaço assim dentro de uma cidade. Aprendi a gostar dela logo de cara, nos primeiros diálogos, quando a vi tomando partido nas questões cruciais para o desenvolvimento dessa cidade. Depois, quando a conheci melhor, aprendi a admirar mais. Certa vez a vi comentar algo sobre os problemas políticos de Marília, terra onde moravam seus filhos (talvez acabe mudando para lá ou Vera Cruz) e ajudou a instigar jornalistas da revista mensal Caros Amigos, a investigarem irregularidades lá cometidas. Fez isso a vida inteira, sem perder a fleuma e o ar de gente que não se deixa enrolar, não faz acordos espúrios, nem entra em dividida por coisas banais. Todos que a conhecem, sabem de sua conduta e a respeitavam exatamente por isso, por ser uma pessoa diferenciada, boníssima, mas dessas que não se enrola, não se passa para trás. Os que ousaram fazer isso, receberam na lata um chamamento, um “pito” como diria. Ontem, convidado pelo amigo em comum Ademir Elias, fui na festa de despedida e revi junto delas muitas pessoas dessa e de outras administrações, além de conselheiros outros sem vínculo com a Prefeitura. Destaco duas, dona Ruth e Fujica. Duas mulheres da mesma cepa, duas pessoas que para todos os a conhecerem um pouco da história de Bauru nos seus bastidores dispensam apresentações. É um trio de muito brio. Revi ali também o novo responsável pela Casa dos Conselhos, Jaime Luzia, com quem convivi por algum tempo no Museu Histórico. Se ele tiver 30% do que vi nesses anos na postura da Márcia, aquela casa terá uma bela solução de continuidade. Adoro escrever de gente como Márcia, dessas que ao rever vou logo abraçando e elogiando. Ela merece.