quarta-feira, 6 de abril de 2011

RETRATOS DE BAURU (98)

HERALDO, COM UMA MÃO NA GUITARRA E A OUTRA NO BALCÃO

Quem conheceu no passado Heraldo Breviglieri Jr, hoje com 49 anos e vendo-o hoje não vai achar grande diferença. Continua o mesmo, calmo, sossegado e tocando a vida com um jeito malemolente só seu. Fez sucesso tocando contra-baixo e guitarra, tendo começado aos 11 anos, na igreja, pertinho de sua casa, a Nossa Senhora Aparecida. Hoje, toca quando lhe convidam e para continuar sobrevivendo abriu um bar bem defronte sua casa e do terminal rodoviário de Bauru, o La Bodeguita, 10 anos atrás. Parar para ouvi-lo é escutar histórias de já ter tocado para Jamelão, esse na praça Rui Barbosa e para Alzira Espíndola, no Paiol. Já tocou nos grupos Alta Classe, Juntos, Stilo A, Musical Pedras, Coração Selvagem, Tropical Super Som e mais recentemente até junto a pagodeiros dos Banda Bandida e Swing da Cor. Dos músicos lembra saudoso de Issac, Aritana, Luis Ornellas, Bruno, Badê, Manito (esse no Armazém), Norba, Lilo, Bitenca e tantos outros. Sobrevive com aulas de música a domicílio, os esporádicos convites para tocar por aí e o balcão do bar, de terça a domingo, sempre após as 16h. Não reclama de nada, mas confirma que os músicos de hoje sofrem mais, pois “banda é tudo seqüenciado, acabou a essência da música”. Lembra dos tempos do Bar do Epa, da saudosa Casa da Cultura e do recanto Selvagem, no Vista Alegre e avalia um convite feito pelo Toninho para integrar o Três por Quatro. Ali vendo os clientes que sobram dos bares do terminal rodoviário, me diz que o Grupo Juntos estará em junho no Santa Madalena, revivendo um pouco de uma trajetória cheia de muita música boa. Morando ali, quase ao lado de onde fizeram um túnel para quase roubarem milhões, lembra com exatidão de outra ocorrência por ali, “em 13 de agosto de 1976, às 12h35, estava virando a XV com a Araújo, indo para o SENAI quando ouço uma explosão na avenida e volto correndo para ver o estrago. Aquilo é coisa que não esqueço jamais”. Heraldo está do mesmo jeito, calmo, solteirão convicto e resistindo na sua tentativa de dono de botequim. Deixa a vida lhe levar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Pôxa, Henrique, o Heraldo é daqui do pedaço onde sempre morei. Vejo ele sempre caminhando por aqui, com seu jeitão espigado, igual ao pai, um senhor de mais de oitenta anos e com uma postura de corpo ereto, um andar de imponência, sem estar envergado. É o seu Heraldo. Lembro muito também do outro irmão, o Neto, cujo nome era Haroldo. Foi uma cabeleleiro famoso, morreu cedo. Sempre moraram ali na frente de onde hoje é a rodoviária e me lembro do Heraldo dos tempos que ele começou cantando na igreja. Como o tempo passa.

Sei que nop seu blog o bicho pega, o galo canta e o couro come, mas quando dá de relembrar coisas de Bauru, faz uns resgates muito interessantes. Esse aqui um deles. Um grande abraço de um que mora aqui perto da tal igreja, potanto, perto da casa do Heraldo, no sentido da rodoviária e da sua, no sentido do ribeirão Bauru.

Continue contando essas coisas. Escreva alguma coisa sobre a Baixada do Silvino.

Beto

ArabeAlli disse...

Mel Dels!! Derrepente no Mafuá quem?? O ANIMAR!! Essa foi pra cair o c da b. Conversar com ele é conhecer histórias e estórias de todo mundo que realmente importou na cena musical bauruense. Gente que como ele, fizeram e fazem a diferença.
Legal Henrique. No blog mesmo só quem é. E e o Animar É!