Mafuá do HPA

PRECONCEITO AO SAPO BARBUDO (38) E PERGUNTAR NÃO OFENDE ou QUE SAUDADE DE ERNESTO VARELA (52)

PALOCCI E NASCIMENTO LÁ, PAGURA E TARDELLI AQUI, MAS COM TRATAMENTOS DIFERENTES E POR QUE?
A notícia é publicada com o devido estardalhaço, afinal trata-se de algo condenável. Primeiro a repercussão do caso Antonio Palocci e agora a do já defenestrado ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que arrebanhava comissões vultuosas para os seus do PR – Partido da República. Estiveram e estão em todas as manchetes. Não existe um só órgão de imprensa não dando o devido destaque para ambos. Sinto o clima fazendo uma breve pesquisa pelos jornais aqui de Bauru, em ambos manchetes, charges e cartas, muitas com algo sobre a corrupção no governo federal. Nos dois casos tentam resvalar o ocorrido a procedimentos do governo anterior, o do sapo barbudo, Lula.

Por outro lado, o mesmo ocorre aqui em São Paulo, com dois escândalos e a queda de dois secretários do governo do estado, o do Sr Alckmin. Exonerados por causa da máfia de fraudes médicas em hospitais paulistas, o secretário Jorge Roberto Pagura, ligado ao PTB e Ricardo Tardelli, Coordenador dos Serviços de Saúde de SP, expondo a existência de uma máfia no setor e a gestão tucana estar na UTI, justamente quando Bauru passará a ter hospitais administrados por grana estadual. Li sim sobre o assunto, mas pouca coisa e nada, mas nada mesmo com associações entre ambos e os gestores, o atual Alckmim ou o anterior, o Serra. Crise de grande vulto, mas como se nada estivesse a ocorrer no coração de uma administração. Lá em Brasília, o Governo federal com maioria na Assembléia e no Senado, aqui em SP, o governo estadual com maioria na ALESP – Assembléia Legislativa. É a raposa cuidando do galinheiro, sem tirar nem por. Alckmin passou por Bauru no dia do estouro da boiada, mas ninguém lhe perguntou nada sobre o assunto. Preferiram almoçar e jantar com o dito cujo e aparecer nas fotografias, todos daqui muito sorridentes.

Dois pesos e duas medidas. A corrupção é endêmica ao sistema capitalista, ocorrendo com todos, quase sem distinção. Raríssimas exceções. O tratamento aos corruptos e corruptores é que é muito diferenciado. Para um a execração pública, tudo de mal; para o outro, um pegar mais leve, quase nenhuma associação do criminoso com quem o mantém por lá. Mas por que isso?

A pergunta que não quer calar é somente uma: É nítido o tratamento desigual para corruptos e corruptores da banda governamental federal da estadual paulista. Não seriam ambos criminosos a merecer o pelourinho? E por que isso não ocorre? Por que a imprensa que lemos, vemos e ouvimos defende com unhas e dentes um corrupto e execra o outro? Estariam em jogo alguns benefícios, benesses, favores? Está tudo tão explícito, só não enxergando quem não quer. Ernesto Varela nos seus áureos e saudosos tempos faria uma devassa nisso, mas hoje nem espaço para isso teria. Faço uso desse internético espaço para isso. Mas e daí, alguém estaria interessado em discutir isso? Estaria vendo fantasmas?
OBS.: As quatro fotos são na ordem, Palocci, Nascimento, Pagura e Tardelli. A ilustração, do Daniel Paz, publicada na primeira página do Página 12 de hoje.

OUTRA COISA, DESSA VEZ MUITO BOA: Hoje à noite um show no Bar Templo (rua Benjamin Constant 1-34), o "TOM E SEUS TONS GENIAIS", com a reunião de uma turma da pesada (das que não fazem negociatas, nem negócios escusos), um quinteto de ouro, Bitenka, Marco Belinasi, Regina Mancebo, Paula e Ma Vellozzo. Estive presente em algo muito parecido ano passado lá na Oficina Cultural e até acho que o show de hoje seja o mesmo, merecendo ser visto e ouvido quantas vezes estiverem se apresentando. Sabe quanto custa? R$ 4,80 o couvert. Além disso, por lá a exposição de desenhos do Leandro Gonçalez. Mais informações: 14.32233493.